Sei sulla pagina 1di 84

A construção do conhecimento em

Durkheim, Weber e Marx

arnaldolemos@uol.com.br
OS CLÁSSICOS DA
SOCIOLOGIA

KARL MARX

arnaldolemos@uol.com.br
Marxismo
1. KARL MARX (1818-1883) VIDA E OBRAS

2. FONTES DO MARXISMO

•DIALÉTICA
•SOCIALISMO
•ECONOMIA POLÍTICA

3. CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE

4. ANÁLISE DA MERCADORIA

5. CONCLUSÃO

arnaldolemos@uol.com.br
BIBLIOGRAFIA BASICA

1. CABRERA, J.R. O pensamento sociológico de Karl


Marx. In Lemos Filho, Arnaldo e outros.Sociologia Geral
e do Direito. Campinas, Ed. Alínea, 6aª edição, 2014

2. SELL, Carlos Eduardo. Sociologia Clássica:


Marx, Durkheim e Weber. Petrópolis.RJ:
Ed.Vozes,2009
3.QUINTANERO, Tania. Um toque de
clássicos.:Durkheim,Weber e Marx 3ªedição.
Belo Horizonte, UFMG, 2004
4. LEMOS, Arnaldo. Slides no site

arnaldolemos@uol.com.br
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

• Costa, Cristina. Sociedade, uma introdução à Sociologia. São Paulo:Ed. Moderna, 3ªedição,1997
• Sader, Emir. A Exploração. In Sader Emir(org). Sete Pecados
• do Capital. Rio de Janeiro, Ed. Record, 2000
• Huberman, Leo. A História da Riqueza do Homem. Rio de Janeiro, Ed. Guanabara, 2001, cap.18
• Aron,Raymond. Karl Marx.In As etapas do pensamento sociológico.Brasília,UNB,1987
• Gertz, René(org). Max Weber & Karl Marx. São Paulo, Ed. Hucitec,1994
• Castro, Ana Maria-Dias, Edmundo.Introdução ao pensamento sociológico. Rio de Janeiro, Ed.
Eldorado,1987, 9ªedição .
• Sell, Carlos Eduardo. Sociologia Classica: Marx, Durkheim e Weber. Petropolis,Ed. Vozes, 2009

arnaldolemos@uol.com.br
CONCEITOS BÁSICOS

Socialismo Comunismo Dialética Modo de


produção
Forças de Produção Relações de Produção

Infra-estrutura Super-estrutura Classes sociais

Alienação Mercadoria Estado Ideologia

Fetichismo da Mercadoria Força de Trabalho

Valor de Uso Valor de troca Mais-Valia

arnaldolemos@uol.com.br
KARL MARX (1818-1883 )
VIDA E OBRAS
Nasceu na cidade de Treves , na Alemanha.

Doutorou-se em Filosofia.

Foi redator de um jornal liberal em Colônia.


Em 1842 foi obrigado a sair da Alemanha, foi para Paris, onde conheceu
Friedrich Engels, seu companheiro de idéias e publicações.

Engels (1820-1895)

Expulso da França em 1845, foi para Bruxelas onde participou da recém


fundada Liga dos Comunistas.Foi expulso da Bélgica.

arnaldolemos@uol.com.br
KARL MARX (1818-1883 )
VIDA E OBRAS

Em 1848, escreveu, com Engels, "O Manifesto Comunista", obra fundadora do


"marxismo", enquanto movimento político e social a favor do proletariado.

Com o malogro das revoluções de 1848, Marx mudou-se para Londres onde
se dedicou a um grandioso estudo crítico da economia política.

Marx foi um dos fundadores da Associação Internacional dos Operários ou


Primeira Internacional.

Morreu em 1883, após intensa vida política e intelectual.

Obras principais : A Ideologia Alemã, A Miséria da Filosofia, Contribuição à


Crítica da Economia Política, A Luta de Classes na França, O Capital.

arnaldolemos@uol.com.br
Jovem Marx Ideologia Alemã Marx Maduro
Marx Filosofo 1846 Marx economista

Louis Althusser(1991) – as obras da primeira fase são pré-marxistas porque ele


ainda não tinha formado o núcleo básico de seu pensamento e dependia das
ideias de Feuerbach. Somente a partir de 1845 que aconteceu uma ruptura
epistemológica mediante a qual ele estabelece uma visão cientifica da sociedade
fundada na analise do capitalismo.

Henri Lefebvre(1991) e Georg Lukacs (1971) – acham a visão acima


fortemente “positivista” e insistem no caráter “humanista” e dialético do
pensamento de Marx. Procuram demonstrar que as premissas filosóficas
de Marx foram elaboradas já na fase inicial de seu pensamento e que,
longe de haver uma ruptura, existe uma continuidade.

arnaldolemos@uol.com.br
2. FONTES DO MARXISMO

SOCIALISMO

ECONOMIA POLÍTICA

DIALÉTICA

arnaldolemos@uol.com.br
SOCIALISMO

Devido as conseqüências sociais da Revolução, alguns


pensadores propõem uma nova maneira de conceber a sociedade
e reivindicam a igualdade entre todos, não só do ponto de vista
político, mas também quanto às condições sociais de vida

Socialismo utópico - embora já tivesse conhecimento do socialismo, é na


França que ele vai ter um contato mais próximo com autores com
Fourier(1837), Proudhom(1865) que ele denomina de “socialistas utópicos”.
Embora façam critica ao capitalismo, estariam equivocados ao não fazerem
uma analise das leis do funcionamento do capitalismo e ao não reconhecerem a
classe operaria como a única possibilidade da construção do socialismo. Seu
socialismo seria “cientifico”..

arnaldolemos@uol.com.br
SOCIALISMO

depende do convencimento da
utópico burguesia na distribuição de
seus bens.

SOCIALISMO
PRÉ-
MARXISTA

não supõe um instrumento de


poder para atingir seu
apolítico objetivo

arnaldolemos@uol.com.br
SOCIALISMO

científico
conhecimento das leis que regem
o mecanismo do sistema
capitalista
SOCIALISMO
MARXISTA

supõe um instrumento de
político poder, a organização da classe
operária

arnaldolemos@uol.com.br
ECONOMIA POLÍTICA

Segundo Adam Smith a riqueza de uma nação é o resultado de homens que


buscam seus interesses: “cada indivíduo busca apenas o seu próprio
ganho... Perseguindo os seus interesses promove os interesses da própria
sociedade”

Para Marx, a riqueza não é resultado do trabalho de homens


isolados (Individualismo) que buscam interesses particulares, mas
sim do trabalho coletivo (coletivismo)

Economia politica - realizou um profundo e longo estudo da


ciência econômica para mostrar as leis do funcionamento do modo
de produção capitalista e apontar as possibilidades de sua
superação. Aproveitou a contribuição de Adam Smith(1790) e David
Ricardo(1823) que tinham apontado o trabalho como elemento
chave para se entender a economia

arnaldolemos@uol.com.br
DIALÉTICA

DIALÉTICA Filosofia Clássica alemã: Hegel

Filosofia Alemã - Marx fez parte da “esquerda hegeliana” que embora adotasse o
método dialético de Hegel( 1831) tinha uma atitude critica diante do pensamento deste
autor.

arnaldolemos@uol.com.br
DIALÉTICA

DIA + LEGEIN : pensar o contrario

Método de apreensão da realidade

todo real é racional


Idealismo todo racional é real

O real é contraditório,mutável,
em movimento
HEGEL

Tese, antítese, síntese

arnaldolemos@uol.com.br
arnaldolemos@uol.com.br
DIALÉTICA MARX: Rompimento com o Idealismo

A dialética hegeliana, idealista, é “corrigida


e aplicada ao materialismo existente que
era essencialmente mecanicista”.

As leis da dialética são as leis do


mundo material.

A realidade social vista através de


suas contradições.

MATERIALISMO HISTÓRICO E DIALÉTICO

arnaldolemos@uol.com.br
CARACTERÍSTICAS
DA DIALÉTICA

1. Tudo se relaciona (lei da ação recíproca e


da conexão universal)

2. Tudo se transforma (lei da transformação


universal e do desenvolvimento incessante)

3. A mudança qualitativa

4. A luta dos contrarios

arnaldolemos@uol.com.br
TUDO SE RELACIONA

A dialética não olha a realidade como um amontoado


acidental de objetos, de fenômenos isolados, mas
como um todo unido, coeso, dependentes uns dos
outros.

Não se pode compreender nenhum fenômeno se


o encaramos isoladamente.

Esta característica da dialética se verifica


universalmente, na natureza e na sociedade.

arnaldolemos@uol.com.br
TUDO SE TRANSFORMA

A dialética marxista vê a realidade não como um estado de


repouso, de imutabilidade, mas com um estado de movimento e
mudança, de renovação, onde sempre qualquer coisa nasce e
se desenvolve, qualquer coisa se desagrega e desaparece
O movimento não é pois um aspecto secundário da realidade.A
realidade é processo, é movimento.
Movimento não é apenas mudança de lugar, mas transformação da
realidade e de suas propriedades
Não há regimes sociais “imutaveis”, “principios eternos” que
assegurem, por exemplo,o direito à propriedade privada ou que
obriguem a existência de pobres e ricos, de empregados e
patrões.
Isto estimula a ação, empurra o homem para modificar a
realidade, pois ela é susceptivel de modificação.

arnaldolemos@uol.com.br
A MUDANÇA QUALITATIVA

O processo dialetico considera um desenvolvimento que passa de


mudanças quantitativas para mudanças qualitativas.

A mudança quantitativa é o mero aumento de quantidade. A


mudança qualitativa é a passagem de uma qualidade para outra,
pelo acumulo de mudanças quantitativas (tudo se transforma). Ex.
o aquecimento da água.

A dialetica considera que essa relação entre mudança quantitativa


e mudança qualitativa é uma lei universal da natureza e da
sociedade.

arnaldolemos@uol.com.br
A LUTA DOS CONTRÁRIOS

Os fenômenos da natureza supõem contradições internas, porque todos


têm uma lado negativo e um lado positivo. Elementos que desaparecem
e elementos que se desenvolvem.
A luta dos contrários, a luta entre o velho e o novo,entre o que morre e o
que nasce, entre o que perece e o que evolui é o conteúdo interno do
processo de desenvolvimento. É o motor de toda mudança
A luta dos contários, ou contradição, é universal. Sendo uma
realidade objetiva, encontra-se tambem no “sujeito”, no homem que
faz parte do mundo.
Todo processo natural ou social se explica pela contradição. Na
sociedade, a contradição é produto, inicialmente, das relações homem
e natureza. O conteúdo concreto desta luta é o trabalho.
A contradição fundamental é entre as forças de produção novas e as
relações de produção envelhecidas. A partir de certo momento a
contradição é entre as classes: luta de classes.

arnaldolemos@uol.com.br
arnaldolemos@uol.com.br
arnaldolemos@uol.com.br
CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE

Textos Básicos:

1848 O Manifesto Comunista

Prefácio à Contribuição à Crítica


1859 da Economia Política

1863 O Capital

arnaldolemos@uol.com.br
PRESSUPOSTOS PARA O CONHECIMENTO
DA SOCIEDADE

Conceito de Homem

Conceito de Trabalho

Conceito de História

arnaldolemos@uol.com.br
CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE

HOMEM ser de
necessidades

satisfação produção de
das bens
necessidades materiais

produção de
bens TRABALHO
materiais

arnaldolemos@uol.com.br
CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE

Relações

A ) com a Natureza Forças de Produção


(instrumentos de
produção)
+
B ) dos Homens entre si Relações de
(divisão do trabalho) Produção

Modo de Produção
História

Antigo Feudal Capitalista


arnaldolemos@uol.com.br
“A história humana é a história das relações dos
homens com a natureza e dos homens entre si.”

Nesses dois tipos de relação


aparece como intermediário um
elemento essencial: O TRABALHO HUMANO

Assim como Darwin havia descoberto a lei


da evolução das espécies, Marx descobriu
as leis da HISTÓRIA

arnaldolemos@uol.com.br
INFRA-ESTRUTURA ECONÔMICA

O trabalho do homem, o trabalho do


Forças de animal a serviço do homem, a natureza, os
Produção instrumentos de produção. Toda
capacidade humana de produzir.
(materiais)
São os modos específicos de
Relações de organização do trabalho e da
Produção propriedade, devido a divisão do
trabalho.
(sociais)

Cada época histórica possui um


Modo de conjunto de forças produtivas a que
correspondem determinadas
Produção relações de produção.

arnaldolemos@uol.com.br
CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE

SUPER ESTRUTURA

IDEOLÓGICA
IDEOLÓGICA

POLÍTICA JURÍDICA

ESTADO DIREITO

FORÇAS DE PRODUÇÃO + RELAÇÕES DE PRODUÇÃO


(MODO DE PRODUÇÃO)

INFRA ESTRUTURA ECONÔMICA

arnaldolemos@uol.com.br
CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE

SUPER ESTRUTURA

IDEOLÓGICA
IDEOLÓGICA

CONSCIÊNCIA
POLÍTICA JURÍDICA

ESTADO DIREITO

FORÇA DE PRODUÇÃO + RELAÇÕES DE PRODUÇÃO


(MODO DE PRODUÇÃO) EXISTÊNCIA

INFRA ESTRUTURA ECONÔMICA

arnaldolemos@uol.com.br
Prefácio à Contribuição à Crítica da Economia Política

A explicação das formas jurídicas, políticas, espirituais


e de consciência encontra-se na base econômica e
material da sociedade, no modo como os homens
estão organizados no processo produtivo

“O modo de produção da vida material CONDICIONA o processo da


vida social, política e espiritual em geral”

“Não é a consciência do homem que DETERMINA a sua existência, mas


ao contrário, é a sua existência que determina a sua consciência”

“Ao mudar a base econômica revoluciona-se, mais ou menos, toda a


imensa superestrutura erigida sobre ela”

arnaldolemos@uol.com.br
CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE

MPC RELAÇÕES DE PROPRIEDADE

PROPRIETÁRIOS NÃO PROPRIETÁRIOS

BURGUESIA PROLETARIADO

CLASSE DOMINANTE CLASSE DOMINADA

RELAÇÕES DE DOMINAÇÃO

arnaldolemos@uol.com.br
CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE

SUPER ESTRUTURA

IDEOLÓGICA
IDEOLÓGICA

CONSCIÊNCIA
POLÍTICA JURÍDICA

ESTADO DIREITO

FORÇA DE PRODUÇÃO + RELAÇÕES DE PRODUÇÃO


(MODO DE PRODUÇÃO) EXISTÊNCIA

INFRA ESTRUTURA ECONÔMICA

arnaldolemos@uol.com.br
Prefacio à Contribuição à Crítica da Economia Política

A determinadas forças de produção correspondem


determinadas relações de produção que se expressam em
relações jurídicas e que constituem um modo de produção

FORÇAS DE
PRODUÇÃO (FP)
MODO DE PRODUÇÃO
RELAÇÕES DE
PRODUÇÃO (RP)

As forças de produção são dinâmicas porque são dialéticas e as


relações de produção não acompanham o ritmo de seu
desenvolvimento
As forças de produção se chocam com as relações de produção
existentes, ou o que não é senão sua expressão jurídica, com as
relações de propriedade dentro das quais se desenvolveram até
ali. De formas de desenvolvimento das forças produtivas, estas
relações se convertem em obstáculos a elas. E se abrem assim na
época de revolução social.
arnaldolemos@uol.com.br
CONCEPÇÃO DE SOCIEDADE

Determinismo: (relação de
DETERMINISMO causalidade) : relação
mecanicista e não dialética
OU
CONDICIONAMENTO ?

Condicionamento : é uma
variável. corre o risco de ser
flexível demais

arnaldolemos@uol.com.br
ANÁLISE DA MERCADORIA

1. O duplo valor dos bens materiais


• Valor de uso
• Valor de troca

2. A determinação do valor de troca

3. Os processos históricos de troca

4. A força de trabalho como mercadoria

5. O processo da mais valia

6. O fetichismo da mercadoria

arnaldolemos@uol.com.br
1. O duplo valor dos bens materiais

homem

necessidades

satisfação

produção de
bens materiais
Valor de uso
Utilidade do bem material para o seu produtor
valor dos bens

Valor de troca
Quando o bem produzido não tem valor de uso para o seu

produtor e este o coloca no mercado para troca: MERCADORIA

Toda mercadoria é essencialmente valor de troca, mas tem


embutido nela umarnaldolemos@uol.com.br
valor de uso
2. A determinação do valor de troca

O que determina o valor de troca de uma MERCADORIA ?

QUANTIDADE ?

NECESSIDADE ?

FINALIDADE ?

EQUIVALÊNCIA (valores iguais)

arnaldolemos@uol.com.br
2. A determinação do valor de troca

equivalência

trabalho

equivalência

02 02 04
horas horas horas

tempo de trabalho necessário


para a sua produção
arnaldolemos@uol.com.br
2. A determinação do valor de troca

Tempo de trabalho SOCIALMENTE necessário para a sua


produção

Tempo médio
Socialmente
Tempo social

Exemplo : compra no supermercado


Pacote de arroz = 10 reais
O preço é o que aparece. O que significa?

Trabalho da sociedade: ao trocar as mercadorias,


há uma comparação de trabalho humano. Logo toda
mercadoria expressa relações sociais

arnaldolemos@uol.com.br
O que é comum a todas as mercadorias não é trabalho
concreto de um ramo de produção determinado,não é o
trabalho de um gênero particular, mas o trabalho
humano abstrato, o trabalho humano geral.

“Ao equiparar os seus diversos produtos na troca


como valores, os homens equiparam os seus diversos
trabalhos como trabalho humano. Não se dão conta, mas
fazem-no”.

arnaldolemos@uol.com.br
3. Os processos históricos de troca
I) Processo Pré-Capitalista

a) Processo de circulação simples (troca direta)

A troca direta não dinamiza a troca


M M
Há necessidade de um equivalente geral

b) Processo de circulação complexa (troca indireta)

M D (equivalente geral) M

O processo Pré-Capitalista não tem como objetivo o LUCRO

arnaldolemos@uol.com.br
3. Os processos históricos de troca
II) Processo Capitalista

D M D Qual a vantagem ?

D M D+ Dinheiro tem valor de uso ?

D M D+ M D++ M D+++ ...

arnaldolemos@uol.com.br
3. Os processos históricos de troca

O processo pré-capitalista a mercadoria é produto do


começa com M trabalho

O processo capitalista o dinheiro é necessariamente


começa com D produto do trabalho ?

arnaldolemos@uol.com.br
Questão Básica

De onde veio o dinheiro para o início do capitalismo?

Comércio = troca de mercadoria, conquista,


pirataria, saque, exploração, suborno, fraude ...

“Se o dinheiro .... vem ao mundo com uma mancha


congênita de sangue numa das faces, o capital vem
pingando da cabeça aos pés, de todos os poros,
sangue e lama” (Marx, O Capital, vol 1)

arnaldolemos@uol.com.br
capitalismo

máquina
matéria prima
(Capital constante)

D +
M D+

força de trabalho
(Capital variável)

arnaldolemos@uol.com.br
capitalismo

No capitalismo a força de trabalho tornou-se uma


mercadoria. Antes, o trabalhador era dono de sua
força de trabalho: camponeses e artesãos

Camponeses = expulsos do campo


Artesãos = destituídos de suas ferramentas

arnaldolemos@uol.com.br
4. A força de trabalho como mercadoria
Qual o valor desta mercadoria ?

a) o valor de uma mercadoria é determinado pelo tempo de


trabalho necessário para que ela exista
b) ora, a força de trabalho é uma mercadoria
c) logo, o valor da força de trabalho é determinado pelos
meios necessários para que ela exista
d) ora, a força de trabalho não existe desvinculada de seu
dono, o trabalhador
e) Logo, o valor da força de trabalho é determinado pelos
meios necessários para que o trabalhador exista
f) ora, um dia o trabalhador vai morrer
g) logo o valor da força de trabalho é determinado pelos
meios necessários à subsistência do trabalhador e sua
reprodução
arnaldolemos@uol.com.br
capitalismo

Enquanto cresce, estuda e trabalha, o homem consome uma certa


quantidade de mercadorias, que pode ser medida em tempo de
trabalho.

MEDINDO ESTE VALOR, ESTAREMOS MEDINDO, INDIRETAMENTE, O


VALOR DA FORÇA DE TRABALHO

PORTANTO, O VALOR DA FORÇA DE TRABALHO É IGUAL AO


VALOR DOS MEIOS DE SUBSISTÊNCIA, PRINCIPALMENTE
GÊNEROS DE PRIMEIRA NECESSIDADE, INDISPENSÁVEIS À
REPRODUÇÃO DA CLASSE OPERÁRIA

Esse valor é pago no salário, que deve dar apenas para o


estritamente necessário ao futuro trabalhador.

arnaldolemos@uol.com.br
ENGELS, situação dos
trabalhadores

(…) mais desmoralizante que a miséria é, para os operários, a


insegurança de sua vida, a necessidade de viver cada dia com um
salário sem saber o que lhe acontecerá na manhã seguinte – em
suma, aquilo que faz deles proletários. (…) O proletário, por seu turno,
que só possui de seus próprios braços, que consome à noite o que
ganhou durante o dia, que está inteiramente sujeito ao acaso, que não
tem nenhuma garantia futura de assegurar-se os meios mais
elementares de subsistência – em função de uma crise ou de um
capricho do patrão pode ficar desempregado -, está reduzido à
condição mais revoltante, mais desumana que se pode imaginar (…)
o proletário está abandonado a si mesmo e, ao mesmo tempo, está
impossibilitado de empregar sua força de modo a valer-se dela para
viver (…) Ele sofre todas as combinações possíveis e deve ser grato à
sorte se, por algum tempo, conseguir salvar sua pele”[2].

arnaldolemos@uol.com.br
capitalismo

É esse o circulo vicioso do capitalismo, em que o


assalariado vende a sua força de trabalho para sobreviver e
o capitalista lhe compra a força de trabalho para enriquecer.

A razão do circulo vicioso esta no processo de MAIS VALIA

arnaldolemos@uol.com.br
5. O processo da mais valia

Primeiro Modo Hipótese: 08 horas

Tempo Necessário:
o tempo de trabalho necessário para produzir mercadorias cujo
valor é igual ao valor da força de trabalho
Tempo Excedente:
o tempo de trabalho que excede, que vale mais que a força de
trabalho: mais valia. O trabalhador, embora tenha feito juridicamente
um contrato de trabalho de 08 horas, trabalha 04 horas de graça
Mais Valia Absoluta: Se o capitalista exigir aumento das
horas, ainda que pague mais, estará aumentando a mais
valia:
Mais Valia Relativa: Se o capitalista investir em novas
tecnologias diminuirá o tempo necessário estará aumentando
a mais valia arnaldolemos@uol.com.br
5. O processo da mais valia
Segundo Modo

5. Exemplo Produção de um par de sapatos

Matéria 100 unid de Como o capitalista


Prima = moeda obtém o lucro?
Desgaste 20 unid de
Instrumentos = moeda Não é no âmbito da
30 unid de compra e venda
Salário Diário =
moeda É no âmbito da produção

O valor de um par de sapatos é a soma de todos os


valores representados pelas diversas mercadorias que
entraram na produção

arnaldolemos@uol.com.br
5. O processo da mais valia
09 horas de
trabalho

01 par a cada
03 horas

Nessas 03h o
trabalhador cria uma
quantidade de valor
correspondente ao seu
salário
Nas outras 06h produz
mais mercadorias que
geram um valor maior do
que lhe foi pago na
forma de salário
arnaldolemos@uol.com.br
5. O processo da mais valia

Meios de Produção 120


+ +
salário 30
=
150

Meios de Produção 120 x 03


+ +
salário 30
=
390 03
=
130

arnaldolemos@uol.com.br
MAIS VALIA

Ao final da jornada, o trabalhador recebe 30 unidades


de moeda e o seu trabalho rendeu o dobro ao
capitalista: 20 unidades de moeda em cada um dos
pares de sapato. Este valor a mais não retorna ao
operário: incorpora-se ao produto e é apropriado pelo
capitalista

Assim como um boi produz mais do que consome e


enriquece o seu dono, a classe trabalhadora produz mais
valia do que consome e enriquece os proprietários dos meios
de produção. Os trabalhadores são os bois do sistema
capitalista

arnaldolemos@uol.com.br
SAMBA DA MAIS VALIA
Sergio Silva

Mercadoria é alienação
Síntese de muitas determinações
Trabalho e salário, a danação
A realidade social é feita de
A grana diz: trabalho sozinha
contradições
A fórmula é d –m - d’
Mas a árvore não pode esconder o
arvoredo
Síntese de muitas determinações
Vem um grande analista e revela o
a realidade brasileira é feita de
segredo
contradições
Da acumulação de capital
Mas o grande analista indicou o
caminho
É mais valia pra cá
Ninguém pode vencer esta luta
É mais valia pra lá
sozinho
Capitalismo é selvagem e global
É luta de classe e exploração
É mais valia pra cá
Tem a novela, meu bem,
É mais valia pra lá
E tem a Xuxa também
Tempo roubado do trabalho social

arnaldolemos@uol.com.br
Tem a novela, meu bem,
E tem a Xuxa também
Pro demitido tem no Jornal Nacional
Tem desemprego, meu bem,
O Manifesto falou,
E tem a dengue também
O comunista escutou
Desigualdade e tortura federal
Tem que seguir o movimento
No Brasil tudo foi ti-ti-ti
popular
Todo mundo pensando do Gianotti à
O grande mestre mostrou
Chauí
A grande escola ensinou
Mas agora é hora de transformação
De ver o samba no pé se revoltar
O Carnaval traz nossa revolução
Lá no Rio, os herdeiros da filosofia
Descobriram o pandeiro e a cuíca
Síntese de muitas determinações
vazia
A realidade social é feita de
Mas agora é hora de
contradições
transformação
Mas a árvore não pode esconder o
O Carnaval traz nossa revolução
arvoredo
Vem o grande analista e revela o
segredo
Da acumulação de capital

arnaldolemos@uol.com.br
O FETICHISMO DA MERCADORIA

FETICHISMO
Adoração ou culto de fetiches
FETICHE
Objeto animado ou inanimado, feito pelo homem ou produzido
pela natureza, ao qual o homem da o caráter de sagrado e
presta culto
MARX

FREUD (1856 – 1939)


(1818 – 1883)
A aplicação do processo do
A aplicação do processo de fetichismo ao
fetichismo ao comportamento social: a
comportamento individual: mercadoria e o dinheiro são
fetiches sexuais fetiches
arnaldolemos@uol.com.br
O que é MERCADORIA ?
Trabalho humano concentrado e não pago. Ao trocar mercadorias,
o homem compara trabalho humano. A mercadoria expressa, pois,
relações sociais
Aparece como uma coisa dotada de valor de uso (utilidade) e de
valor de troca (preço)

Exemplo de relações:
a mercadoria 3,00 se relaciona com a mercadoria sabonete Gessy,
a mercadoria 200,00 se relaciona com a mercadoria menino-
que-faz-pacotes

As coisas-mercadorias começam a se relacionar umas com as


outras como se fossem sujeitos sociais, dotados de vida própria:
01 apartamento estilo “mediterrâneo” = um modo de viver
01 cigarro marca X = um estilo de vida
01 calça jeans griffe X = um vida jovem
arnaldolemos@uol.com.br
O FETICHISMO DA MERCADORIA

As coisas-mercadorias aparecem como sujeitos sociais,


dotados de vida própria e os homens-mercadorias aparecem
como coisas

A mercadoria é um fetiche no sentido religioso da palavra:


uma coisa que existe por si e em si

A mercadoria, como fetiche, tem poder sobre seus crentes

COMO ENTÃO APARECEM AS RELAÇÕES SOCIAIS DE TRABALHO ?

As relações sociais de trabalho aparecem como relações


materiais entre as pessoas e como relações sociais entre
coisas
Os homens são transformados em coisas e as coisas são
transformadas em “gente”
arnaldolemos@uol.com.br
O FETICHISMO DA MERCADORIA
Os homens são transformados em coisas:

trabalhador Uma coisa chamada força de trabalho

uma coisa chamada mercadoria que possui


trabalho outra
coisa chamada preço
uma coisa chamada capital que possui outra
proprietário
coisa chamada capacidade de ter lucros.

E a coisas são transformadas em “gente”:


Produzir, distribuir, comerciar, acumular, consumir, investir,
poupar, trabalhar = funcionam e operam sozinhas, por si
mesmas, independente dos homens que as realizam

Desaparecem os seres humanos, ou melhor, eles existem


sob a forma de coisas: reificação (Lucaks)
arnaldolemos@uol.com.br
“Chegou, enfim, um tempo em que tudo o que os homens
haviam considerado inalienável se tornou objeto de troca, de
tráfico e podia vender-se. O tempo em que as próprias
coisas que até então eram coparticipadas mas jamais
trocadas; dadas, mas jamais vendidas; adquiridas mas
jamais compradas — virtude, amor, opinião, ciência,
consciência etc — em que tudo passou para o comércio. O
tempo da corrupção geral, da venalidade universal, ou, para
falar em termos de economia política, o tempo em que
qualquer coisa, moral ou física, uma vez tornada valor venal,
é levada ao mercado para receber um preço, no seu mais
justo valor”.

Karl Marx, A Miséria da Filosofia


arnaldolemos@uol.com.br
Questões Finais

Por que os homens conservam essa realidade ?

Como se explica que não percebam a reificação ?

Como entender que o trabalhador não se revolte contra


uma situação na qual não só lhe foi roubada a condição
humana, mas ainda é explorado naquilo que faz ?

Como explicar que essa realidade nos apareça como


natural, normal, racional, aceitável ?

De onde vem o obscurecimento da existência das


contradições e dos antagonismos sociais ?

De onde vem a não percepção da existência das


contradições e dos antagonismos sociais ?

A resposta a essas questões nos conduz diretamente ao


fenômeno da ALIENAÇÃO e da IDEOLOGIA
arnaldolemos@uol.com.br
ALIENAÇÃO alienum = alheio - outro

Alienar um imóvel Vender = separar o proprietário da propriedade

CAPITALISMO ALIENAÇÃO ECONÔMICA

Os trabalhadores são expropriados dos seus meios de


produção da vida material e do saber do qual dependia a
fabricação de um produto e a própria posição social do artesão
O capitalismo reduziu o trabalhador à execução de tarefas
simplificadas, parciais e repetitivas na linha de produção da
fábrica
O trabalhador só aprende que deve trabalhar para receber o
salário e viver, pois esta é a percepção que tem da realidade na
vida cotidiana
O trabalho é percebido pelo trabalhador como algo fora de
si, que pertence a outros. Daí adquire uma consciência
falsa do mundo em que vive: IDEOLOGIA
arnaldolemos@uol.com.br
IDEOLOGIA

É aquele sistema ordenado de idéias e concepções, de normas


e de regras (com base no qual as leis jurídicas são feitas) que
obriga os homens a comportarem-se segundo a vontade do
“sistema”, como se estivessem se comportando segundo sua
própria vontade
A ideologia dominante numa dada época histórica é a ideologia
da classe dominante nessa época.
Ao contrário de outras épocas históricas (escravidão e
servidão), no capitalismo o trabalhador acha que é justo que
ele seja separado do produto de seu trabalho, mediante o
pagamento de seu salário.
Para Marx, o salário não remunera todo o trabalho, pois uma
parte é apropriada pelo capitalista e se transforma em lucro.
O trabalhador não percebe isso por causa da ideologia que é
uma concepção de mundo gerada pela classe dominante e
assumida pela classe dominada como se fosse sua.
arnaldolemos@uol.com.br
CONCLUSÃO

ATUALIDADE

Qual a importância de Karl Marx e da escola marxista para a Sociologia?

Será que 150 anos depois da publicação do Manfesto Comunista e


mais de 120 anos depois de sua morte, Marx pode ser considerado
uma referência na teoria social do seculo XXI?
De que modo os conceitos formulados em outra fase do desenvolvimento
do capitalismo e da sociedade podem dar conta da complexidade do
mundo em que vivemos?
Quais fundamentos da teoria marxista podem ser aplicados para
auxiliar no no entendimento das principais contradições sociais
produzidas pelos homens e seus sistemas econômicos, políticos,
sociais, culturais, etc?
Enfim, o que Marx e o marxismo têm de atual e de tão
especial?
arnaldolemos@uol.com.br
A HISTORICIDADE E A TOTALIDADE

A AMPLITUDE DA CONTRIBUIÇÃO DE MARX

A SOCIOLOGIA, O SOCIALISMO E O MARXISMO

arnaldolemos@uol.com.br
A HISTORICIDADE E A TOTALIDADE

1. A teoria marxista repercutiu de maneira decisiva não só na Europa como também


nas colônias europeias e em movimentos de independência. Organizou partidos
políticos, sindicatos, levou intelectuais à crítica da realidade e influenciou as
atividades científicas, de um modo geral, e as ciências humanas em particular.
2. Marx conseguiu, como nenhum outro, com sua obra, estabelecer relações
profundas entre a realidade, a filosofia e a ciência.
3. Por sua formação filosófica, concebia a realidade social como uma concretude
histórica, isto é, como um conjunto de relações de produção que caracteriza cada
sociedade num tempo espaços determinados.
4. Por outro lado, cada sociedade representava para ele uma totalidade, isto é, um
conjunto único e integrado de diversas formas de organização humana, nas suas
mais diversas instâncias: família, poder, religião, etc., de tal maneira que suas
análises, apesar de históricas, trazem conclusões de caráter geral e aplicáveis a
formações históricas diferentes.

arnaldolemos@uol.com.br
A AMPLITUDE DA CONTRIBUIÇÃO DE MARX

1. O sucesso e a penetração do materialismo histórico, quer no campo


da ciência, quer no campo da organização política, se deve ao
universalismo de seus princípios e ao caráter totalizador que
imprimiu às suas ideias
2. Além desse universalismo da teoria marxista, outras questões
adquiriram no marxismo novas dimensões. Uma delas foi a questão
da objetividade científica, tão perseguida pelas ciências humanas.
Para Marx, a questão da objetividade só se coloca enquanto
consciência crítica. A ciência, assim como a ação política, só pode
ser verdadeira e não ideológica se refletir uma situação de classe e,
consequentemente, uma visão crítica da realidade. Assim a
objetividade não é uma questão de método, mas de como o
pensamento se insere no contexto das relações de produção e na
história.

arnaldolemos@uol.com.br
A AMPLITUDE DA CONTRIBUIÇÃO DE MARX

3. A idéia de uma sociedade “doente” ou “normal”, preocupação dos cientistas


sociais positivistas, desaparece em Marx. Para ele, a sociedade é constituída de
relações de conflito e é de sua dinâmica que surge a mudança social. Fenômenos
como luta, conflito, revolução e exploração são constituintes dos diversos
momentos históricos e não disfunções sociais.

4. Suas ideias marcaram de maneira definitiva o pensamento científico e a ação


política de sua época bem das posteriores, formando duas maneiras de atuação
sob a bandeira do marxismo:
1. Abraçar o ideal comunista e lutar por uma sociedade onde estejam abolidas as classes
sociais e a propriedade privada dos meios de produção.
2. Exercer a crítica da realidade social, procurando suas contradições, desvendando as
relações de exploração e expropriação do homem pelo homem, de modo a entender o
papel dessas relações no processo histórico.

arnaldolemos@uol.com.br
A AMPLITUDE DA CONTRIBUIÇÃO DE MARX

5. Contribuições da teoria marxista para o desenvolvimento das


ciências sociais

1. A abordagem do conflito, da dinâmica histórica, da relação entre


consciência e realidade e da correta inserção do homem e de sua
práxis no contexto social.
2. A habilidade com que o método marxista possibilita o constante
deslocamento do geral para o particular, das leis macrossociais para
suas manifestações históricas, do movimento estrutural da
sociedade para a ação humana individual e coletiva.

arnaldolemos@uol.com.br
A SOCIOLOGIA, O SOCIALISMO E O MARXISMO

1. A teoria marxista teve ampla aceitação teórica e metodológica,


assim como política e revolucionária. Já em 1864, junto com
Engels, Marx estruturou a Primeira Associação Internacional de
Operários, ou Primeira Internacional. Extinguida em 1873, a
difusão das ideias marxistas ficou por conta dos sindicatos e nos
partidos, especialmente, os socialdemocratas.

2. A Segunda Internacional surgiu na época do centenário da


Revolução Francesa (1889). A Primeira Guerra Mundial pôs fim
á Segunda Internacional em 1014.

arnaldolemos@uol.com.br
A SOCIOLOGIA, O SOCIALISMO E O MARXISMO

3. Em 1917, uma revolução inspirada nas ideias marxistas, a


Revolução Bolchevique, na Rússia, criava o primeiro Estado
operário.

4. Em 1919, inaugurava-se a Terceira Internacional ou Comitern


que procurou difundir as ideias marxistas e organizar os partidos
e a luta dos operários pela tomada do poder. Continua atuante
até hoje, enfrentando intensa crise provocada pelo fim da União
Soviética e pela expansão mundial do neoliberalismo.

arnaldolemos@uol.com.br
A SOCIOLOGIA, O SOCIALISMO E O MARXISMO

5. Á formação do operariado no mundo se deu com a


organização de sindicatos e partidos marxistas. Os ideais
marxistas se adequaram á luta pela independência que
surgia nas colônias europeias da África e da Ásia, após as
Guerras Mundiais, assim como á luta pela soberania e
autonomia existente nos países latino-americanos.

6. Em 1919, surgiram partidos comunistas na América do Norte,


na China e no México. Em 1020, no Uruguai, em 1022, no
Brasil e no Chile, em 1925, em Cuba.

arnaldolemos@uol.com.br
A SOCIOLOGIA, O SOCIALISMO E O MARXISMO

7. O movimento revolucionário se tornou mais forte á medida que os


Estados Unidos e a URSS emergiram como potências mundiais e
passaram a disputar a sua influência no mundo. Várias revoluções,
como a chinesa, a cubana, a vietnamita e a coreana organizaram
sistemas políticos com algumas características comuns : forte
centralização, economia planejada, coletivização dos meios de
produção, fiscalismo, uso intenso de propaganda ideológica e de culto
ao dirigente.

8. A polarização política e ideológica foi transferida para o conjunto do


método e da teoria marxista. O marxismo deixou de ser um método de
análise da realidade social para transformar-se em ideologia,
perdendo assim parte de sua capacidade de elucidar os homens em
relação ao seu momento histórico e mobilizá-los para uma tomada de
consciência de posição.

arnaldolemos@uol.com.br
A SOCIOLOGIA, O SOCIALISMO E O MARXISMO

8. Entre 1989 e 1991, desfazia-se o bloco soviético após uma crise


interna e externa:

1. dificuldade em conciliar as diferenças regionais e


étnicas
2. falta de recursos para manter um estado de
permanente beligerância
3. atraso tecnológico
4. excesso de burocracia
5. baixa produtividade
6. escassez de produtos
7. inflação e corrupção

O fim da URSS provocou um abalo nos partidos de esquerda do


mundo todo o redimensionamento das forças internacionais

arnaldolemos@uol.com.br
A SOCIOLOGIA, O SOCIALISMO E O MARXISMO

10. Toda essa explicação a respeito do marxismo se faz necessária por


diversas razões :
1. A sociologia se confundiu com o socialismo em muitos países, em
especial nos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento.
Nesses países, intelectuais e líderes políticos associaram de
maneira categórica o desenvolvimento da sociologia ao
desenvolvimento da luta política e dos partidos marxistas. A
derrocada do império soviético foi sentida como uma condenação
quase como a inviolabilidade da própria ciência.

arnaldolemos@uol.com.br
A SOCIOLOGIA, O SOCIALISMO E O MARXISMO

2. A teoria marxista transcende o momento histórico no


qual foi concebida e tem uma validade que extrapola toda
iniciativa concreta. É preciso lembrar que a ausência da
propriedade privada dos meios de produção é condição
necessária mas não suficiente da sociedade comunista
teorizada por Marx

3. Também é improcedente confundir a ciência com o


ideário político de qualquer partido. Pode haver
integração entre um e outro mas nunca identidade.

arnaldolemos@uol.com.br
A SOCIOLOGIA, O SOCIALISMO E O MARXISMO

4. É preciso entender que a história não termina em qualquer


de suas manifestações particulares, quer na vitória
comunista, quer na capitalista. Assim em termos
científicos e marxistas, é preciso voltar o olhar para a
compreensão da emergência de novas forças sociais e
novas contradições.

5. Hoje se vive nas ciências um momento de particular cautela. Após


dois ou três séculos de crença absoluta na capacidade redentora
da ciência, em sua capacidade de explicar a realidade, já não se
acredita na infalibilidade dos modelos. Não poderia ser diferente
com as ciências sociais que, do contrario,adquiriram um estatuto
de religião e de fé, uma vez que se apoiariam em verdades eternas
e imutáveis.

arnaldolemos@uol.com.br
A SOCIOLOGIA, O SOCIALISMO E O MARXISMO

6. O fim da União Soviética não significou o fim da historia ou


da sociologia, nem o esgotamento do marxismo como
postura teórica. Nem terminou, com a derrubada do Muro
de Berlim, o ideário de uma sociedade justa e igualitária. O
que é preciso fazer é rever essa sociedade cujas relações
de produção se organizam sob novos princípios :
enfraquecimento dos Estados nacionais, mundialização do
capitalismo, formação de blocos econômicos, organização
política de minorias étnicas, religiosas e até sexuais,
entendendo que as contradições não desapareceram mas
se expressam em novas instâncias

arnaldolemos@uol.com.br

Potrebbero piacerti anche