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Relações comunitárias
Relações de dominação
Pedrinho A. Guareschi
Psicologia na comunidade:
Recebe essa identificação num momento em
que isso era fundamental, eram momentos em
que a psicologia vivia um forte crise em
relação aos modelos importados e alheios à
realidade brasileira e, dessa forma, assumia a
proposta de se deselitizar e de se tornar mais
ligada às condições de vida da população.
Para isso, ela necessitava deixar de ser
realizada nos consultórios e nas escolas, por
exemplo, e passar a ser desenvolvida na
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comunidade.
Psicologia da comunidade
Passou a se referir às práticas ligadas ás questões de saúde, e
que envolviam atividades que se realizam através da
mediação de algum órgão prestador de serviços, que se
constituía na instituição na qual o psicólogo trabalhava.
Trata-se de uma psicologia menos acadêmica, menos
intelectualizada, mais identificada com a população
permitindo que ela tivesse acesso aos serviços de saúde, que
o profissional de psicologia poderia e deveria prestar, visto
que isso é um direito de qualquer cidadão.
Grande parte dos trabalhos são desenvolvidos dentro de uma
perspectiva do chamado trabalho institucional, do movimento
institucionalista e das intervenções psicossociológicas,
adotando instrumentais oriundos das vertentes clinica e
educacionais.
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Psicologia comunitária
Compreende o Homem como sendo sócio-historicamente
construído e ao mesmo tempo construindo as concepções
a respeito de si mesmo, dos outros homens e do contexto
social.
Na América latina também é chamada de Psicologia Social
Comunitária, justamente por estabelecer essa
diferençiação com a prática assistencialista ligada aos
serviços de saúde presente nos modelos importados,
principalmente dos Estados Unidos.
Utiliza-se do enquadre da psicologia social, privilegiando o
trabalho com grupos, colaborando com a formação da
consciência critica e para a construção de uma identidade
social e individual orientadas por preceitos eticamente
humanos.
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Relações comunitárias
Relações de dominação
Pedrinho A. Guareschi
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Relações sociais: que é isso?
Uma ordenação, um direcionamento intrínseco (necessário) de
uma coisa, em direção a outra. Mas essa coisa continua “uma” .
Nesse sentido, relação é um e é três ao mesmo tempo, embora
não sob o mesmo aspecto.
Dizemos comumente que Maria é uma pessoa, um ser. Agora, se
digo Maria “mãe”, eu já digo três, pois para a Maria ser mãe, ela
precisa ao menos de mais dois: um parceiro e um filho.
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Visão estática versus visão dinâmica de grupo
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Já o que se convencionou chamar de “público” é algo um
pouco diferente: também são multidões, mas sem
proximidade física, pois estão espalhadas por milhares de
locais, e a única ligação entre elas é o fato de estarem, por
exemplo, sintonizado num mesmo canal de televisão. Mas
esses telespectadores, nem se conhecem, nem se
relacionam sob mais nenhum aspecto.
Se por um lado o público não oferece os perigos que a
multidão traz, por outro lado as relações ali estabelecidas
são unidirecionais, de mão única, provindas de uma boca
grande que fala sozinha e milhões que só escutam e
veem , sem possibilidade de dar um retorno. É o que
acontece com os meios de comunicação de massa que
detém, por isso, grande possibilidade de manipular e
condicionar as pessoas.
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Relações e relações
Uma relação pode ser de mil tipos diferentes
Usam-se para a tarefa de detectar as relações, todos os
instrumentos de pesquisa que forem necessários:
observação, entrevistas, pesquisa participante,
questionários, enfim, todo tipo de teste que possa
revelar a “vida social”, a vida que se constrói nas e pelas
relações.
É importante, então ver quais são as que mais se
manifestam, a intensidade com que se mostram, sua
abrangência e generalização. Torna-se evidente, ainda
que é extremamente difícil, senão impossível,
quantificar essas relações. Elas devem ser vistas numa
escala de mais ou menos gerais, mais ou menos
intensas, mais ou menos fixas.
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Relações de dominação
Distinção entre poder e dominação.
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Ao dizer que mulheres são mais afetivas, que não possuem
poder de decisão e de realização, fica mais fácil e justificável
pagar a elas apenas 60% do que se paga aos homens, como
nos dizem as estatísticas.
Ao se dizer que os negros são mais alegres, gostam de festa, e
não gostam muito de trabalhar (outra maneira de dizer que
são preguiçosos) justifica-se o fato de pagar a eles apenas
70% do que se paga aos brancos, como também comprovam
as estatísticas.
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Dominação econômica:
Para onde vão desaguar todas as outras.
Acontece sempre que algum rouba expropria a
capacidade (poder) de trabalho de outras pessoas.
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Dominação cultural:
Cultura: um conjunto de relações entre pessoas ou grupos que
se sedimentaram e cristalizaram, de tal modo que em alguns
casos passam a ser pensadas e tratadas como se fizessem parte
da própria natureza das pessoas e das coisas.
São formas de dominação cultural:
Racismo: tem origem na criação de estereótipos e
discriminações negativas de um grupo racial sobre o outro.
O patriarcalismo: consiste no estabelecimento de assimetrias
com base nas relações de gênero.
O institucionalismo: Colocar uma instituição, como uma igreja
por exemplo, como a única verdadeira, ou como mais
importante que todas as outras. Com isso se legitimam
representações e ações injustas contra pessoas pertencentes ás
demais instituições.
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Relações comunitárias.
Comunidade: o que é isso?
Uma das conceituações mais interessantes de comunidade,
atribuída a Marx, é a seguinte: um tipo de vida em sociedade
“onde todos são chamados pelo nome”.
Significa uma vivência em sociedade onde a pessoa, além de
possuir um nome próprio, isto é, além de manter sua
identidade e singularidade, tem possibilidade de participar,
de ter opinião, de manifestar seu pensamento, de ser alguém.
Pode-se fazer uma ligação entre comunidade e democracia:
Um país pode ter 150 milhões de habitantes. Mas esse país só
será democrático se houver em sua base, uma redede
comunidades, onde cidadãos exercitam seus direitos de
participação e são respeitados como pessoas.
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Essas relações implicam que todos possam ter vez e
voz, que todos sejam reconhecidos em sua
singularidade, onde as diferenças sejam
respeitadas. E mais: as relações comunitárias
implicam também a existência de uma dimensão
afetiva, implicam que as pessoas sejam amadas,
estimadas e benquistas.
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O Trabalho comunitário
Um estágio precisa necessariamente ser feito entre
vilas periféricas?
Há preconceito elitista nas faculdades e universidades
de que os bons são os que vivem bem, em regiões
abastadas e que os menos bons são os que vivem nos
bairros pobres? E os que estudam nas universidades
tem que “redimir” , “ajudar” esses pobres?
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Qualquer atividade que porventura venha ser desenvolvida
com tais grupos deve ter em mente no mínimo duas coisas:
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