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UNIDADE I - NOÇÕES

GERAIS DE DIREITO
EMPRESARIAL

Profª Roberta C. de M. Siqueira


Direito Empresarial I

ATENÇÃO: Este material é meramente informativo e não exaure


a matéria. Foi retirado da bibliografia do curso constante no seu
Plano de Ensino. São necessários estudos complementares.
Mera orientação e roteiro para estudos.
1.1 HISTÓRICO: FASES DO DIREITO COMERCIAL

 Idade Antiga (antes do século V): 2083 a.C.


normas particulares regulando o tráfico
mercantil.

 Roma - regras comerciais eram parte do direito


civil – não havia autonomia.

 Não se podia falar em Direito comercial.

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1.1.1 FASES DO DIREITO COMERCIAL

a) 1ª FASE: DAS CORPORAÇÕES DE OFÍCIO

 Na Idade Média (séc.V ao XV) o comércio avança


- surgem a classe burguesa e o comércio,
sobretudo o marítimo.

 Poder político descentralizado, surgindo


“direitos locais” em diversas regiões da Europa
(séc. XI e XII).

 Direito Canônico ganha força, mas não atende a


burguesia – contra a ideia de lucro. 3
 Classe burguesa se organiza e constrói seu próprio
direito.

 Surgem as Corporações de Ofício (Gênova, Florença e


Veneza).

 Utilização dos usos e costumes mercantis e nenhuma


participação estatal; normas aplicadas por um juiz
eleito, o cônsul.

 CARÁTER SUBJETIVISTA – o direito comercial


surge como um direito a serviço do comerciante. Para
ser aplicado deveria haver relação comercial; só
aplicável aos membros das corporações. 4
 Transformação na teoria do direito – perde espaço a
solenidade na celebração das avenças e surge, um
direito específico.

 Rompe com a doutrina contratualista romana – ius


civile.

 O ius mercatorum é visto como o direito dos


comerciantes. Direito de Classe, fruto dos costumes
mercantis e com uma jurisdição própria.

 Posteriormente, surgem as normas escritas:


Regulamento das Corporações – estatutos.

 Cristalização do Dir. Comercial – juízo consular.


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b) 2ª FASE: CODIFICAÇÃO NAPOLEÔNICA
E TEORIA DOS ATOS DO COMÉRCIO

 Idade Moderna (sec. XVI e XVII): formação dos


Estados Nacionais monárquicos.

 O comércio foi se intensificando, em função das


feiras e dos navegadores.

 A competência dos tribunais consulares passa a


abranger negócios entre mercadores e NÃO
comerciantes.
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 Corporações de ofício vão perdendo o monopólio
da jurisdição mercantil e os Tribunais de
Comércio tornam-se atribuição do Estado.

 Leis estatais ganham importância:


 Ordenações Francesas de 1673 – sobre o comércio
terrestre;
 1681 – comércio marítimo.

 Desaparece o poder soberano das corporações.

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 1804 – Código Civil da França.

 1808 – Código Comercial da França.

 Nasce um sistema jurídico estatal para


disciplinar as relações jurídico-comerciais.

 BIPARTIÇÃO DO DIREITO PRIVADO - dividido


em civil e comercial e estabelecido critério para
incidência de cada um destes ramos do direito:
Teoria dos atos de comércio.
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 DIREITO COMERCIAL - regulava relações que
envolvessem a prática de alguns atos definidos
em lei como atos de comércio;

 DIREITO CIVIL - regulava o que não era ato de


comércio.

 Definição de sistemas dos atos de comércio:

o Sistema descritivo: descreve as características


básicas do que são atos de comércio (C.Com.
Português de 1833 e o C.Com. Espanhol de 1885).

o Sistema enumerativo: enumera num rol o que seria 9


mercancia (C.Com. Brasileiro).
 FASE/CARÁTER OBJETIVISTA DO
DIREITO COMERCIAL: o direito passa a ser
definido pelo objeto (os atos de comércio).

 Não se conseguiu definir satisfatoriamente atos


de comércio:
 Várias atividades econômicas foram excluídas
(negociação de imóveis, agricultura e pecuária, por
ex.) ;
 Doutrina não abrangia os atos mistos (comerciais
para apenas uma das partes).

 Adotada por quase todas as codificações da 10


época, inclusive a do Brasil (CCom de 1850).
C) 3ª FASE: CC ITALIANO E TEORIA DA EMPRESA

 1942 - Itália edita um novo Código Civil: cria a teoria da


empresa e ocorre a UNIFICAÇÃO FORMAL do direito
privado.

 Teoria da empresa - o direito comercial não se ocupa


apenas de alguns atos, mas com uma FORMA específica de
exercer uma atividade econômica: a forma empresarial.

Qualquer atividade econômica, exercida


profissionalmente e destinada a produzir ou fazer
circular bens ou serviços, é considerada
empresarial.

 Dir. Comercial conservou sua autonomia didático-


científica. Volta-se a falar em subjetivação do direito 11
comercial.
 FASE/ SISTEMA SUBJETIVO MODERNO –
centrada em um sujeito, o empresário.

 Toda a evolução foi contínua, considerando-se


sempre duas exigências constantes: tutela do
crédito e a melhor alocação dos recursos.

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1.2 DIREITO COMERCIAL NO BRASIL

 Inicia-se com a Lei de Abertura dos Portos às


Nações amigas, de 28 de janeiro de 1808 – vinda
do Príncipe D. João ao Brasil (José da Silva
Lisboa – Visconde de Cairu).

 Tribunal do Comércio (1850 a 1875) –


Regulamento n. 738 de 1850.

 Criação da imprensa régia e da Gazeta do Rio de


Janeiro; Casa da Moeda; Primeira biblioteca 13
pública, Academia Real Militar.
 1832 - foi designada comissão para elaborar um
direito comercial brasileiro.

 1834 - foi apresentado ao Congresso o Projeto de


Lei:

 Lei nº 556 de 25/06/1850 - Código Comercial


Brasileiro;
 Promulgado com 913 artigos;
 Dec. Lei 7.661/1945 revogou arts. 797 a 913;
 Lei 10.406/2002 (CC) revogou arts. 1º ao 456;
 Em vigor hoje apenas a Parte Segunda – Do
comércio Marítimo - arts. 457 a 796.
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 O C. Comercial adotou a teoria francesa dos atos de
comércio.

 Definiu COMERCIANTE como aquele que exercia a


mercancia de forma habitual, como sua profissão.

 Regulamento n. 737 de 25 de novembro 1850, no art.


19, considerava mercancia:

[...] a compra e venda ou troca de efeitos móveis ou


semoventes para os vender por grosso ou a retalho;
as operações de câmbio, banco e corretagem;as
empresas de fábricas, comissões, depósito, de
expedição, consignação, transporte de mercadorias,
de espetáculos públicos;os seguros, fretamentos,
riscos e contratos relativos ao comércio marítimo; 15
armação e expedição de navios .
 1875 - Regulamento n. 737 foi revogado: rol
enumerativo continuou sendo levado em conta.

 Outras leis definiam outros atos de comércio:


 Operações com letras de câmbio e notas promissórias
(Decreto 2.044/1908);
 Operações realizadas com sociedades anônimas (lei
6.404/76).

 Após 1942 (CC Italiano), percebe-se uma


aproximação do direito brasileiro ao sistema
italiano através da doutrina e jurisprudência.

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 Exemplos: concessão de concordata a pecuaristas;
renovação de contrato de aluguel a sociedades
prestadoras de serviços.

 Legislação especial também aproximou-se da


teoria da empresa.
 Ex.: Código de Defesa do Consumidor.

 Lei nº 10.406/02, Código Civil – abandonou a


teoria francesa dos atos de comércio para adotar-
se a teoria italiana da empresa.

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 Derroga-se grande parte do Código Comercial de
1850, na tentativa de UNIFICAÇÃO FORMAL
do direito privado.

 Teixeira de Freitas – encarregado do Projeto


de Código Civil de 1859 – recusado apesar dos
pareceres favoráveis em 1868;
 Dec.2.379/1911 autorizou Inglês de Souza a
organizar o Código de Direito Privado –
recusado pela aprovação do Código Civil de
1917.

18
 Projeto de Unificação de 1941 de Orozimbo
Nonato, Hahnemann Guimarães e Filadelfo
Azevedo – não foi convertido em lei;

 Projeto de Código das Obrigações (1963) de


Caio Mário da Silva Pereira, Sylvio
Marcondes e Teófilo Azevedo – não foi
convertido em lei;

 UNIFICAÇÃO FORMAL - Código Civil de


2002 (Miguel Reale) – Projeto de Lei n. 634
de 1975.
19
Código Civil de 2002
trata, no seu Livro II,
Título I, do “Direito
de Empresa”, artigos
966 a 1.195:

• Aquele que exerce


profissionalmente
atividade
Desaparece o econômica
organizada para
comerciante e surge o a produção ou a
empresário circulação de
bens ou de
serviços (art.
966).

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1.2.2 COMÉRCIO

Origem no latim commutatio mercium – troca de


mercadorias por mercadorias.

Caracterizado pela intermediação, a habitualidade e o


intuito de lucro.

“Comércio é o conjunto de atividades que efetuam a


circulação dos bens entre produtores e consumidores”
(Joaquín Garrigues).

“É o ramo da atividade humana que tem por objeto a


aproximação de produtores e consumidores, para a
realização ou facilitação de trocas” (João Eunápio Borges).
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1.3. DENOMINAÇÃO: DIREITO COMERCIAL
OU EMPRESARIAL?

 Direito Comercial se consagrou no meio jurídico,


pois foi o comércio a atividade precursora deste
ramo do direito.

 Direito Empresarial designa melhor este ramo


do direito – inclui outras as atividades negociais
além do comércio (indústria, bancos, prestação
de serviços, etc.).

 Discussão não é salutar. 22


1.4 CONCEITO E AUTONOMIA
 “É um ramo jurídico autônomo e independente,
do direito privado, que tem por objetivo regular as
atividades econômicas, bem como as relações
estabelecidas entre seus sujeitos”(RAMOS, 2010).

 O Direito empresarial é autônomo em relação ao


direito civil, mas possuem institutos comuns.

 Cabe as DIREITO CIVIL a disciplina geral dos


direitos e obrigações de ordem privada concernentes
às pessoas, aos bens e às suas relações.

 Cabe ao DIREITO COMERCIAL a disciplina


especial dos direitos e obrigações de ordem privada
concernentes às atividades econômicas organizadas 23
(empresas).
 “Conjunto de regras e princípios jurídicos que
regem a organização das empresas e as relações
entre empresas no âmbito do mercado” (Paula
Forgioni).

 “É o direito que regula a atividade empresarial e


todos os atos que normalmente são praticados no
exercício dessa atividade” (Marlon Tomazette).

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1.4.1 DIVISÃO DO DIREITO EMPRESARIAL

 Em razão do CARÁTER FRAGMENTÁRIO


(normas diversificadas), é frequente a divisão do
direito empresarial em vários ramos ou sub-
ramos.

 Godschmidt: direito comercial público e direito


comercial privado.

 Fran Martins: apresenta a divisão clássica em


marítimo e terrestre e acrescenta o aeronáutico. 25
 Waldírio Bulgarelli: Teoria geral do direito comercial;
Direito das empresas e das sociedades; Direito
Industrial; Direito Cambiário ou cartular; Direito das
obrigações mercantis; Direito falimentar; Direito de
navegação.

 Didática: Teoria geral do direito empresarial; direito


societário; direito cambiário, direito falimentar,
contratos empresariais.

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1.5 FONTES DO DIREITO EMPRESARIAL

 Fontes são os diversos modos pelos quais se


estabelecem as regras jurídicas.

 As fontes do direito podem ser divididas em


diretas ou primárias e indiretas ou secundárias.

 Carvalho de Mendonça identifica como fontes


primárias apenas as leis comerciais e como
fontes secundárias as leis civis, os usos
comerciais e a jurisprudência. 27
 João Eunápio Borges restringe as fontes aos
costumes e à lei.

 Waldírio Bulgarelli identifica como fontes


primárias as leis comerciais e como secundárias
as leis civis, os costumes, a analogia e os
princípios gerais do direito.

 FONTES DIRETAS OU PRIMÁRIAS - são as leis


comerciais (Constituição Federal, as leis em
sentido estrito, as medidas provisórias, os
regulamentos).
28
 Código Civil de 2002 (Lei 10. 406/02), Parte
Especial, Livro I - contratos mercantis e títulos
de crédito; Livro II - direito de empresa.

 Lei n. 11.101/05 - direito falimentar;

 Lei n. 6.404/76 - sociedade por ações;

 Decreto n. 57.663/1966 LUG - letras de câmbio


e notas promissórias;

 Lei n. 7.357/85 - cheques, etc.


29
 FONTES INDIRETAS OU SECUNDÁRIAS -
analogia, costumes e os princípios gerais do direito
(art. 4º LINDB).

 COSTUMES COMERCIAIS – uso geral, constante e


notório, observado na convicção de corresponder a uma
necessidade jurídica. Exemplos de costumes no CC: art.
432, art. 569, II, art. 596, art. 599, art. 615.

 Exige-se que a prática seja uniforme, constante,


observada por certo período de tempo, exercida de boa-
fé e não-contrária à lei.

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 Art. 337 do CPC c/c art. 8º, VI da Lei 8.934/94 -
Compete às Juntas Comerciais regionais o
“assentamento dos usos e práticas mercantis”;

 DREI – Departamento de Registro Empresarial e


Integração – órgão que propõe a conversão em lei dos
usos de caráter nacional (Decreto n. 8001/2013).

 A nível de Estado, o Decreto 1.800/96 prevê que as


juntas comerciais façam o assentamento dos usos e
práticas mercantis (de ofício ou por requerimento).

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32
1.5.1 AUTONOMIA
 Ponto de vista formal ou legislativa e autonomia
substancial ou jurídica.

 AUTONOMIA FORMAL – sem interesse


científico.

 Art. 22, I, da Constituição Federal – Competência da


União para legislar sobre direito civil e comercial;

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 AUTONOMIA MATERIAL OU SUBSTANCIAL:
Direito empresarial possui características
próprias, que o distinguem como disciplina
autônoma e independente.

 Opiniões contrárias à autonomia: Vivante


sustentou que na vida moderna há certa
uniformidade das obrigações, o que não justificaria
dois tratamentos, um pelo direito civil e outro pelo
direito comercial.

 No Brasil, Philomeno José da Costa traz como


argumentos: que as peculiaridades atribuídas ao
direito comercial não lhe são privativas, sendo
comuns a outros ramos do direito. 34
 Opiniões favoráveis à autonomia: Vivante se
retratou, dizendo que o método do direito comercial é
indutivo, prevalecendo o estudo empírico de
fenômenos técnicos. Reconheceu a natureza
cosmopolita do direito comercial, afirmando a criação
de um único mercado mundial. Waldírio Bulgarelli
invoca a existência de institutos peculiares à vida
comercial, os quais não podem ser regidos pelo
direito comum.

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 O direito empresarial é um RAMO AUTÔNOMO
da ciência do direito pois tem método, princípios
e objetos próprios.

 MÉTODO INDUTIVO – conclui-se a regra com base


nos fatos (direito civil utiliza-se do método dedutivo).

 PRINCÍPIOS PRÓPRIOS – onerosidade, facilidade


de formação e extinção das obrigações, pontualidade,
entendida como a proteção do crédito, etc.

 OBJETO PRÓPRIO – a empresa.

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 São CARACTERÍSTICAS do direito empresarial:

 Informalidade ou simplicidade das formas

 Onerosidade

 Cosmopolitismo ou internacionalidade

 Fragmentarismo

 Proteção ao crédito.
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