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RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS

De influência africana e sincretizada com diversas


outras matrizes culturais e religiosas formadoras
da cultura brasileira. Ameríndia, católica, espírita,
protestante.
Grupos das Religiões Afro-brasileiras Descrição Tradições, cultos e variações
participantes de um mesmo conjunto
Cultos de Nação Conjunto composto por tradições com Candomblé em suas três principais
forte influência africana.
ESCOLAS. O culto dá
No contexto da nações: ketu (ioruba), Angola (banto) e
ênfaseteologia
aos deuses
cadadenominados orixás,
uma das tradições jeje (fons), Batuque, Candomblé de
vonduns ou inquices.
possíveis são chamadas de caboclo, Jarê, Culto ao Ifá, Culto aos
escolas Egungun, Xangô do nordestes, Xambá.
Encantarias Conjunto marcado pela presença dos Catimbó, Jurema, , Babasuê, Pajelança,
encantados. Os encantados são seres cura, tambor de mina, terecô, toré
espirituais que habitam as encantarias
ou encantes. Alguns deles não chegaram
a encarnar. Os que viveram em terra
desapareceram misteriosamente sem
morrer. Como a fada dos Europeu. O
boto cor de rosa é um encantado
Umbanda Conjunto marcado pela presença de Macumba, Cabula, Umbanda branca ou
ancestrais ilustres no culto. Por exemplo: cristã (também chamado de espiritismo
caboclo, preto-velho, criança, exu de umbanda), umbanda omolocô,
(entidade e não apenas orixá), baiano, umbandaime, umbanda esotérica ou
marinheiro, boiadeiro cigano iniciática, umbanda oriental, umbanda
mística traçada, quinbanda.
Atenção: esses conjuntos não são estanques
SOLIDARIEDADE DAS ETNIAS E RELIGIÕES

• Por maior diversidade que venha a existir, a religião tem sido tratada como algo
único, para fins de análise acadêmica.

• No passado as culturas afro-brasileiras foram aglutinadas por serem práticas de


classes ou etnias marginalizadas no Brasil. A pós-senzala, a necessidade de
sobrevivência dos ameríndios e mestiços funcionavam como produtos conectores.

• Atualmente há marginalização ressignificada pelo preconceito religioso


potencialmente produzido por setores pentecostais e neopentecostais, que por sua
vez também sofre processo de umbandização (integração de elementos da religião
sincrética, porém utilizado de maneira deturpada, estratégia de mercado).
CANDOMBLÉ
É a religião africana que mais cresce segundo o censo de 2010. Ocorre um movimento chamado
africanização no Brasil, ao lado da busca da valorização das características do solo brasileiros. Os adeptos
podem preferir que tais religiões africanizadas sejam chamadas de afro-descendetes, do que religiões afro-
brasileiras. Alguns estudiosos observam a mudança nas religiões africanas que deixaram de ser religiões de
resistência negra para se tornarem religiões de caráter universal. A volta a África, a por volta da década de
70, 80, inclusive com ida ao continente africano, o estudo de livros acadêmicos, a retorno mais forte da
língua africana vem acarretando um processo deliberado de dessincretização e africanização das religiões
afro-brasileiras.
Tambor de Mina
Batuque Gaúcho
Um inusitado Rio Grande do Sul que ninguém vê, é o estado em que os cultos as nações são mais fortes no Brasil

Segundo o IBGE, o RS é o estado que


concentra o maior número de terreiros
(30 mil) e de adeptos declarados de
religiões de origem africana no país, com
um total de 1,62% da população. Estão lá
as 14 cidades com mais seguidores do
candomblé e da umbanda, ficando
Itaparica, na Bahia, no 15º lugar. Os
dados foram ratificados em 2010.
TERECÔ- RELIGIÃO AFRO-BRASILEIRA, TRADICIONAL DE CODÓ,
CIDADE MARANHENSE, INTEGRA EM OUTRAS CIDADES O TAMBOR DE
MINA E A UMBANDA
Jarê - Variação do candomblé de
caboclo da região dos Lençois, na
Chapada da Diamantina. Culto
influenciado pelas questões
trabalhistas econômicas dos
garimpeiros
BABASSAUÊ. BABAÇUÊ É UM CULTO
RELIGIOSO AFRO-AMERÍNDIO POPULAR DO
NORTE E NORDESTE DO BRASIL EM ESPECIAL
NOS ESTADOS DO AMAZONAS E DO PARÁ.
UMBANDA
TIPOS DE UMBANDA

• Umbanda Popular
• Umbanda Omolokô
• Umbanda Traçada
• Umbanda com Influências kardecistas
• Umbandaime
• Umbanda de Caboclo
• Umbanda Iniciática
• Etc. A Umbanda é uma unidade aberta que está em construção
CANDOMBLÉ (S)

Língua Divindade Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3

Ketu, nagô Yorubá Orixá Exu Iansã Obaluaê


Jêje Várias (fon) Vodum Elegbará Sobô Xapanã
Angola, banto Inkice Aluviá Matamba Calungo
Congo
Tabela retirada de vídeo-aula de Norberto Peixoto
https://www.youtube.com/watch?v=e0Rx5Ea9sKs&list=PLzkxg0mwALZ3NbNPdw2gdlUJsvyfcTnSp
DIFERENÇA ENTRE UMBANDAS E CANDOMBLÉS
Umbanda(s) Candomblé(s)
Culto aos Orixás e falangeiros Culto aos orixás, sendo o culto aos Egunguns ou
ancestrais um segmento
Incorporação das entidades transmediúnicas (de fora Manifestação dos orixás (só o orixá de cabeça), é
para dentro) transanímico (de dentro para fora). Integração da
personalidade de aspectos inconscientes ou
subconscientes.
Aconselhamento na gira pública com as entidades Aconselhamento com o Sacerdotes (oraculares)
manifestadas nos médiuns
Vários oráculos, como o Meridilogum. Para orientação Jogo de Búzios e outros
do corpo mediúnico.
Gratuidade Cobrança

Não utiliza sacralização de animais em seus ritos (quem Fundamentos baseados na sacralização dos animais
não se afasta do núcleo duro)
Ética cristã prepondera (oxalá-cristo). Se estuda o Sociólogos etnocentrismo dizem que é uma religião
evangelho segundo o espiritismo. Resgate da ética de aética. Mas ela tem ética, reequilíbrio da pessoa,
Ifá por parte da Umbanda Esotérica cumprimento do próprio destino, melhoramento do
caráter (Orumilá-ifá, e Exu, senhor dos caminhos)
Tabela retirada de vídeo-aula de Norberto Peixoto
https://www.youtube.com/watch?v=e0Rx5Ea9sKs&list=PLzkxg0mwALZ3NbNPdw2gdlUJsvyfcTnSp
OMOLUWABI, ALAKOSO, teu caráter proferirá
sentença ao teu favor! Valores pessoais e
felicidade na sociedade iorubá

Agir de maneira correta, ter caráter, interfere na


sorte e no axé. Mentiras não são bem aceitas, pois
numa cultura oral a verdade importa e é
necessária para a sobrevivência do grupo, cumprir
o próprio destino para ser lembrado quando for
antepassado, isso significa ser a melhor pessoa
possível dentro do que está reservado no destino
por orumilá-ifá, com a ajuda de Exu, o senhor dos
caminhos.
Oralidade, tradição musical, iniciações, preocupação com a
língua

“As religiões afro-brasileiras são de tradição oral. A oralidade possui uma


característica interessante, pois antes de expressar alguma coisa é necessário
pensar. Neste pensar nós falamos para nós mesmos. Logo, a oralidade é a
primeira manifestação do pensamento. Primeira manifestação da ideia e então
se manifesta pela fala. A escrita é decorrente da fala, segunda manifestação da
ideia. Portanto, a oralidade foi e está presente em todos os momentos da
comunicação. A teologia deve contribuir bastante nesse processo de
compreensão da oralidade quando aproxima esta tradição oral para ser
trabalhada na academia sem concorrência com a tradição escrita”.
CONSIDERAÇÕES SOBRE O CENSO DO IBGE

• No censo de 2010, 1% são de religiões de matriz africana, 22%


evangélicos, 65% católicos.
• Números são considerados subestimados pelos estudiosos.
• Crítica à coleta de dados realizada pelo IBGE, que exclui casos de dupla ou
mesmo trilha pertença, como ocorre na umbanda.
• Existem também os que escondem sua identidade publicamente, dizendo
ser católicos ou espíritas, religiões mais aceitas socialmente, enquanto sua
real denominação seria umbanda, candomblé ou outra religião afro-
brasileira dentre tantas que existem.
CAMPANHA dentro dos
centros umbandistas
para que os adeptos no
próximo censo
declararem
abertamente
sua religião
SEITAS E RELIGIÕES OFICIAIS

Religião secundária, chamada se seita, em contraposição a religião


primárias. A Umbanda e o candomblé, juntamente com muitas outras,
como o espiritismo kardecista, o judaísmo, o protestantismo tiveram
que conquistar seu status legítimo. Pois no somente a religião católica
era reconhecida antes da República. Negros, índios e brancos eram
obrigados a se batizarem e se declararem católicos. Devido a uma
abertura politeístas a manifestação de Orixás, e a ideia implícita de um
Deus único, para os negros foi mais fácil lidar com a sincretização com
os santos católicos, também houve a sincretização entre nações, que
na África poderiam até se inimigas.
ESCRITA ACADÊMICA SOBRE AS RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS

• Estudo inicial marcado pelo preconceito racial, social e cultural

• Nina rodrigues, o animismo fetichista no brasil (1935) e


As religiões do brasil, de paulo barreto.

• Livro escritos antes das considerações de relativismo cultural.


• É comum entre estudiosos haver iniciados na religião.
ESCRITA ACADÊMICA SOBRE AS RELIGIÕES
AFRO-BRASILEIRAS
Animismo fetichista de Nina Rodrigues (1935)

• O africano é visto como inferior, seu culto se reduz a crítica de um animismo fetichista, o que é errado. Reconhece
uma hierarquia divina na teologia ioruba, fala sobre os negros islamizados, os mulsumis, dando a explicação
sociológica de que a predominância da cultura yorubá é devido a maior dinamicidade dos cultos, ao invés de cair
apenas nas explicações de fluxos migratórios minoritários.
• Estava preocupada com o prejuízo que uma mistura de raças podia causar no Brasil.
• Estudo falsamente apartado das religiões indígenas, que eram estudadas na matéria das culturas aborígenes.
• É extremamente racista, diz que os negros não tem capacidade de entender uma religião complexa como o
cristianismo.
• Cita orixá Exu em seus aspectos negativos.
• Classifica-os como praticantes e fitolatria, e litolatria (fetichistas).
• Propôs uma legislação penal que distinguia classes sociais, pois acreditava e na verdade tentava comprovar em suas
pesquisas acadêmicas que as capacidades intelectivas dos negros eram inferiores às dos brancos.
• Quanto aos transes mediúnicos: “ficamos surpresos com sua conclusão quando reduz sua explicação final do
fenômeno de possessão ao estado histérico e esquizofrênico dos negros, ou seja, a uma situação de anomalia”.
Escrita acadêmica sobre as religiões afro-brasileiras

A legitimação dessas religiões como religiões na academia se deve a Roger


Bastide, Cândido Procópio Ferreira de Camargo. Com os livros Candomblé
na Bahia (1958) e Kardecismo e Umbanda (1961).
Roger Bastide viu as várias matizes
formadoras do Povo Brasileiro
(pajelança, catimbó, cultos afro-
maranhenses, candomblés e os
Xangôs do nordeste).

Se Roger Bastide trouxe o


candomblé de maneira mais isenta
para ser discutido na academia,
Cândido Procópio trouxe para
Crítica a perspectiva de ser uma religião apenas de
discussão a Umbanda. Procópio metrópole e criada para atender a necessidade do
preocupou-se com o fenômeno da Estado Novo
migração, época em que ocorreu
uma ascensão da umbanda, do
kardecismo e do pentecostalismo,
junto a um declínio do catolicismo.
Escrita acadêmica de cunho mais teológico

• Orixás: deuses Iorubás na Africa e no Novo Mundo, serviu de ponte para


que os negros daqui vissem a fonte de sua cultura espelhadas no trabalho
de Pierre Verger. Preocupação com a teologia, especialmente no seu livro
Mitologia dos Orixás e Segredos Guardados: orixás na alma brasileira.

• Os Nagô e a Morte, de Juana Elbein. Preocupação com a descrição dos


principais fundamentos do culto das nações, tomando por base os
ensinamentos iniciáticos dos sacerdotes. Traz à tona o conteúdo oculto da
religião (TEOLOGIA).

• OBs.: Apesar do livro ser muito importante na construção, fortalecimento


e reconhecimento da identidade dos adeptos da religiões afro, sua cultura
se dá por meio da oralidade e por meio da iniciação prática, que leva anos
para ser consolidar.
ESCRITA DOS ADEPTOS X ORALIDADE

• As religiões afro-brasileiras são religiões rituais baseadas


fortemente na mitologia, representação ritualística e nos
processos de iniciação, é somente assim que se aprendem
os preceitos. Não dá para virar membro só porque se fez
um curso de teologia, ou se leu livros de teologia afro-
brasileira, africana ou de umbanda, seja de que escola for.
• Talvez por sua herança mais Kardecista, a Umbanda se
apegou rapidamente a confecção de livros, que tratavam
sobre a mitologia dos guias, entidades e o receituário
ritualístico.
• Muitos desses livros são psicografados.
ESCRITA DOS ADEPTOS E TEOLÓGICA SISTEMÁTICA X
ORALIDADE

• Como são revelações de espíritos, impõe-se


dificuldade no questionamento que é próprio da
reflexão intelectual e científica. No entanto, mesmo
tendo essa constituição oral e revelatória, formou-se
no ano de 2003 a faculdade de teologia umbandista
(FTU), o que possibilitou a sistematização possível de
uma teologia das religiões afro-brasileiras que
dialogasse com a academia.
• A FTU em 2013 teve o reconhecimento pelo
Ministério da Educação (MEC), um feito, sendo o
primeiro curso de teologia afro-brasileira no mundo,
e talvez se possa contar devido a isso, com um
crescimento e revigoramento da Umbanda a longo
prazo, os Umbandistas se preocupam em estudar a
doutrina.
FTU – fundada pelo sacerdote Pai
Rivas Neto, um iniciado da escola
da Umbanda Esotérica, de W.W.
da Matta e Silva, que produziu
muitos livros clássicos para
Umbandistas, tais como: A
Umbanda de Todos Nós. Rivas
Neto criou a Umbanda Iniciática
(OICD) e a FTU, discípulo de W.
W. da Mata e Silva.
“A proposta da FTU não é formar sacerdotes, porque essa religião
iniciática só forma pessoas que entram e vivem a religião, e por meio da
tradição oral. A teologia não substitui em hipótese alguma o lugar do
terreiro. Não é para substituir a religião acadêmica pela crença religiosa
e nem vice-versa. E caso isso ocorresse, da religião ter um livro fechado,
todo o seu movimento, capacidade de adaptação e beleza se perderiam,
descaracterizando a religião e sua função social. A etnia do negro só
floresceu com força e pode se adaptar ao Brasil inóspito seja para ele,
como para o índio, para o mestiço ou para o branco devido a sua
característica de transmissão oral e de abertura comunitária. A FTU tem
o universalismo e o sincretismo como princípio, embora a formação do
seu fundador seja a Umbanda Esotérica e Iniciática”.
UMA CONTRIBUIÇÃO DA TEOLOGIA SISTEMÁTICA

VERTENTE UNA DO SAGRADO


A VERTENTE UMA DO SAGRADO
DIVINDADE SUPREMA
(Deus, Allah, Nirvana ou mente incriada, Tao, Brahman, Olodumaré, Zamby etc.)

POTESTADES DIVINAS
(orixás, vonduns e inquices; anjos e arcanjos no caso do cristianismo)

ANCESTRAIS ILUSTRES
(grandes patriarcas, profetas de todos os povos, grandes líderes da humanidade,
os mestres, caboclos, preto velhos, Exus, os santos dos católicos

HUMANIDADE
CARACTERÍSTICAS COMUNS DAS RELIGIÕES AFRO-
BRASILEIRAS

• Transe
• Iniciação
• Música
• Oráculo
• Oralidade
• Linhagem
• Transmissão
• Cheiros, adores
• O mito da pureza das religiões se contrapõe o mito das três raças
• FERRETI fez uma escala de 1 à 3, onde 1 é a pureza da religião
hipotética, e 3 o sincretismo totalmente igualitário, ambos tipos
ideais

A – Matriz ameríndia

B – Matriz Africana

C – Matriz Indo-Européia
C B
Continuum mediúnico

Matriz Assimétrica
kardecismo Candomblé
Umbanda
Umbanda Cristã Umbanda Omolocô

• Seja do mediunismo à possessão, todas essas religiões tem como elemento o transe e
a tradição oral. O catolicismo enfoca mais a razão e não o transe, o mesmo não se
pode dizer dos pentecostais que focam na livre expressão do Espírito Santo, ou mesmo
na valorização das experiências corporais.
SIGNIFICADO DE TRANSE
o transe é um estado transportador do material
inconsciente para o consciente. O trânsito quando é
decodificado e traduzido para o consciente, possibilita
uma mudança no consciente. Ao contrário, segundo a
religião ensina, quando esse processo não ocorre pode se
gerar problemas de saúde dos mais variados. Na verdade
muitos entram na religião porque tiveram problemas de
saúde que tentaram solucionar em todos os lugares e
com médicos, e não salvo, o último lugar que procuram
são os terreiros de umbanda ou candomblé.
NÍVEIS DE INTERAÇÃO DE UMA ESCOLA DE
UMBANDA COM O SEU MEIO
6 – convergente – dialogo em
outros níveis inclusive
transdisciplinar
5 – Universalista – se interessa na
perspectiva da religião sem
adjetivos, ou seja, como um todo
4 – Pacifista – não há relutância
em perceber outras realidades
religiosas
3 – Heterodoxo – apresenta certa
1 2 3 4 5 6 abertura, participa de diálogos
6
0 2 – Ortodoxo – tem consciência
de outras realidades religiosas,
mas não se interessa em cotejá-
las com sua cosmovisão
1 – Fundamentalista – a uma
passo da violência física, toma os
princípios de sua escola como
melhor e único
0 – Extremista (terrorista)
TIPOS DE UMBANDA

• Umbanda Popular
• Umbanda Omolokô
• Umbanda Traçada
• Umbanda com Influências kardecistas
• Umbandaime
• Umbanda de Caboclo
• Umbanda Iniciática
• Etc. A Umbanda é uma unidade aberta que está em construção
TRÊS POSSIBILIDADE PARA O SURGIMENTO DA UMBANDA

1-A Umbanda foi fundada em 1908, pelo médium Zélio Fernandino


de Moraes ao incorporar o caboclo das sete encruzilhadas

2- A Umbanda não surgiu com uma única pessoa, mas se tratou de


um movimento coletivo, espalhado pelos vários estados do Brasil e
concentrado na região sudeste a partir dos rituais denominados
macumbas

3- A umbanda aparece entre as décadas de 1920 e 1930 como uma


religião nova, ajustada aos padrões de urbanização e industrialização
de uma sociedade que saía de um passado agrícola e buscava
encontrar seu espaço na Modernidade com uma identidade própria
MITO FUNDADOR DA UMBANDA

• Pelo caboclo das sete encruzilhadas, pelo médium Zélio Fernandino de Moraes

• Em 15 de novembro de 1908.

• Como registro dessa tendência de naturalização de tal mito fundador, a presidente da República em 2003,
assinou a Lei que decreta o dia nacional da umbanda como 15 de novembro.
RELATO DO MITO FUNDADOR DA UMBANDA
“Zélio Fernandino de Moraes tinha apenas 17 anos quando começou a sofrer com problemas de ordem física
e psíquica. Na época sua família tentara vários procedimentos médicos e espirituais no catolicismo, porém
sem sucesso. Diante disso, foi aconselhada a levar o jovem Zélio à Federação Espírita de Niterói, presidida por
José de Souza. Dentro do culto o jovem foi convidado a participar da mesa, subitamente saiu e voltou com
uma flor, o que gerou um certo desconforto. Depois da abertura dos trabalho, muitos médiuns incorporaram
espíritos de negros, índios e caboclos. O diretor do culto advertiu de tal prática aos médiuns e as entidades.
Existia com maior força do que hoje certo preconceito de kardecistas no que diz respeito a incorporação de
entidades ligadas aos cultos afro-brasileiros. Normalmente espíritos de índios, mestiços, ciganos e escravos
são encarados como menos evoluídos, quando comparados aos espíritos de padres, médicos e freiras, ou
espíritos mais abastados. Normalmente os espíritos ligados aos cultos umbandistas são proibidos de se
manifestarem e quando tende a ocorrer são doutrinados em sessões típicas de dessobssesão . Retomando ao
mito, nesse instante, Zélio entrou em transe e incorporou um caboclo, o caboclo das sete encruzilhadas. O
referido caboclo se voltou para os presentes e questionou a atitude preconceituosa para com os espíritos de
negros e índios? Afirmou então que no dia seguinte estaria na casa do aparelho, para estabelecer um novo
culto. O caboclo sete encruzilhadas havia sido do Jesuíta Gabriel Malagrida em reencarnações anteriores,
segundo o mito. Tal culto será marcado pela inclusão de todos, incluindo as entidades que sofriam repulsa na
mesa Kardecista. Justificava que seu nome era sete encruzilhada, pois para ele não haveria caminhos
fechados. No dia seguinte, no bairro são Gonçalo, no Rio ocorria o evento mediúnico numa assembleia
composta por espíritas, curiosos e doentes. Batizada tal casa de Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade”.
Versão do mito não é tão exata, por ser
da tradição oral, mas tem fundo
verdadeiro

• Aúdios de Rivas Neto em entrevista com dirigentes da


tenda espírita Nossa Senhora da Piedade, as filhas
dizem que Zélio mesmo foi socorrido pela Umbanda
por causa de problemas de saúde. Zélio é mais o
anunciador de um tipo de Umbanda, a Umbanda
Cristã, do que o fundador. A filha diz que ele recorreu
a Umbanda ao ir a uma rezadeira, que recebia em
preto velho.
• O pai de Zélio era espírita e não aceitava espíritos de
caboclo na mesa ou preto velho, até que um dia
mudou ao perceber como esses espíritos trabalhavam
para caridade.
SIGNIFICADOS DA PALAVRA UMBANDA

• Curar por meio de medicina natural (plantas, raízes, folhas, frutos), ou da medicina sobrenatural (sortilégios,
encantamentos)
• Adivinhando o desconhecido, pela consulta à alma dos mortos ou aos gênios ou demônios, que são espíritos,
nem demônios, nem divinos.
• Induzindo esses espíritos, humanos ou não, a influir sobre os homens e sobre a natureza, de maneira, benéfica
ou maléfica. A força que trabalha para a cura, adivinhação ou influência dos espíritos. Os objetos (sortilégios)
que estabelecem e determinam a ligação entre os espíritos e o mundo físico.
• Procópio, a partir da década de 60 é que o termo umbanda começa a surgir para designar um culto organizado
ou mesmo religião
• Leal de Souza, em 1933, no seu livro Espiritismo, Magia e as Sete linhas de Umbanda. O mito fundador da
Umbanda é apoiado por Leal de Souza. Mas Matta e Silva tem relatos de pais de Santo e suas vivências em
terreiros com entidades já do panteão umbandista, como Caboclo Ogum de Lei, Exu Rompe Mato, preto velho
de nome Pai Fabrício “O Medium Nicanor, que recebia o caboclo cobra Coral, em 1890, dizia que: eram no
girado da linha branca de umbanda, nas demandas e na caridade”
Nascimento múltiplo e anárquico da umbanda
Mas a hipótese de um nascimento múltiplo é mais provável e com mais sentido.
Várias umbandas surgiram, principalmente na região sudeste, a partir das
Macumbas, que se tinha no Rio de Janeiro, e no nordeste com o catimbó por
exemplo.

No início do século XVIII já havia culto sincretizado com elementos africanos,


portugueses e indígenas em que eram realizadas curas, adivinhações, com a
presença de espíritos, danças e toques. O que havia de mais diferente era a não
penetração ainda do espiritismo, que logo mudaria, pois as MACUMBAS, abertas,
começaram a receber brancos, classe média e espíritas.

• JUCA ROSA (macumba), por exemplo, trabalhava com Pai Quibombo desde 1865
“estamos caracterizando ritos mediúnicos, no período pré-abolição e pré-república,
que já não poderiam ser considerados cultos de nação ou candomblé, pois
apresentavam manifestações de ancestrais, Eguns, em pleno diálogo com filhos e
consulentes, embora tivessem fortes traços africanos. Quando não estava com Pai
Quibombo, estava com Pai Vencedor (faz alusão ao Ogum, vencedor de demanda),
ou pai Zuza (faz alusão ao preto velho).
O QUE ERAM AS MACUMBAS???
RITOS-LITURGIAS DAS ANTIGAS MACUMBAS

Na rito-liturgia de Juca Rosa havia um altar, oratório, revestido com


uma concha e coberto de renda. No altar várias imagens católicas,
além de crucifixo, lamparina, velas, raízes com ponteiros fixados,
líquidos de diferentes cores, potes com pós, folhas, figas, conta de
pedras, miçangas, um grande cachimbo todo enfeitado.
Naturalmente a música era conduzida pelas macumbas,
instrumentos de madeira (1861 – 1865)

JOÃO DE CAMARGO, no final do século XIX, com muita influencia


do espiritismo e cristianismo, de forma muito peculiar, e
influências indígenas. Capela do Bom Jesus da Água vermelha, em
1906, aguns elementos da igreja se tornaram importantes para a
sua prática religiosa. Alguns elementos do altar, Senhor do Bom
Fim, Menino Jesus de Praga, e Nossa Senhora da Ponte. Até o altar,
uma profusão de fotografias ficavam fixadas na parede, Presença
de índios e caboclos. O sincretismo imagético é característico do
culto umbandista. Imagens de orixás no Peji. Em frente a igreja
uma imensa árvore de Iroco, comum na nação ketu
Edson Carneiro, importante sociólogo e da
religião, diz que os cultos de origem africana,
cariocas chamavam-se coletivamente candomblés
da Bahia, com duas seções principais, Orixás
(nagô), e os alufás (malês). Com o passar do
tempo, o termo passou a ser Macumba e depois
Umbanda.

A Umbanda provavelmente vem dos bantos, que


tem mais tendência e facilidade com o
sincretismo.
Muito antigamente, os principais grupos
cultuados, eram os orixás nagôs, caboclos e os
cacarucai (pretos velhos)

A macumba nasce desse encontro e dessa


fusão... A macumba reflete esse mínimo de
unidade cultural necessário à solidariedade dos
homens em face de um mundo que não lhe traz
senão insegurança, desordem e mobilidade
(BASTIDE, 1971).
TRÊS CONGRESSOS DE UMBANDA, COM O INTUITO DE
CODIFICAR A UMBANDA, UM EM 1941, OUTRO EM 1961 E
UM TERCEIRO EM 1973

Entre 1920 e 1930 é a época mais aceita pelos estudiosos para o surgimento
da Umbanda. Em 1930 Getúlio Vargas sobe ao poder e de certa maneira
divide a história brasileira, a sociedade deixa de ser agrícola, para viver o
processo de industrialização.. A fundação da umbanda fez parte dessas
relações de classes urbanas em processos de mudança. A aproximação com
Allan Kardec, Francês, era constante

Curiosamente no primeiro congresso o que predominou foi a localização das


referências originais da Umbanda nas tradições místicas orientais, já no
segundo congresso o foco foi deslocado para África.
AS FEDERAÇÕES FORAM TÃO OU MAIS PRECONCEITUOSAS
QUE OS PRIMEIROS ACADÊMICOS

• A Federação de Umbanda, aceitam o critério da elite dominante de


combate ao curandeirismo
• Acentuou as desigualdade como campo próprio dos umbandistas,
lugar de negociação política com a sociedade.
• Negociações em torno da liberdade de culto. Sua associação com o
militares das umbanda sem forte influência espírita, como a
omolokô, macumbas, tiveram como resposta, consequentemente
um descrédito e deslegitimação da Federação de Umbanda que
prossegue até hoje.
• Tratou-se apenas do discurso da escola de umbanda branca.
COMBATE AO CURANDEIRISMO, INCLUSIVE NO
ESPIRITISMO, INTERESSE DA CLASSE MÉDICA

Observe-se como assinala Witter que os estudos sobre as práticas


de cura, especialmente no Brasil, inicialmente fundamentavam-se
nas teorias antropológicas reiterando as hipóteses evolucionistas
que consideravam os curandeiros como feiticeiros e charlatões,
justificados pela ausência de serviços médicos. Mais recentemente
desenvolveram-se os estudos não-etnocêntricos e abordagens
historiográficas capazes de reconhecer os laços de solidadriedade,
altruísmo e mesmo heroísmo dos que atreviam-se a desafiar o
poder associado ao saber hegemônico de sua época. Observe-se
também que tais práticas de feitiçaria ou curandeirismo ainda
persistem em sociedades modernas com ampla difusão de serviços
médicos
O CASO CATIMBÓ-JUREMA
• Umbanda Nordestina
• Culto dos mestres, caboclos e reis
• Bebida ritual, raízes das cacas da jurema
• Ritual remete a um lugar sobrenatural, que se chama reino
encantado, cidade da jurema, moradia dos mestres invisíveis
• Ligado ao catimbó-nordestino, pajelança
• Nome de santidade no contexto da colonização dado ao catimbó –
ídolo de pedra, chamado Maria, culto dirigido por um “papa”, e uma
“mãe de Deus”. Iniciação com batismo católico, objetos cristãos
(rosário, cruzes, procissões), e elementos indígenas (poligamias,
cantos, danças, erva sagrada, tragando a fumaça para indução de
transes místicos (espírito de santidade).
• Forte influência indo-europeia + indígenas, voltada para uma
assistência social e médica (xamânica, curandeirismo) para os pobres.
O CASO CATIMBÓ JUREMA

• Mito: A jurema era uma casca da árvore comum até a virgem, fugindo
de Herodes, partir para o Egito escondendo o menino Jesus no pé desta
planta.
• 7 reinos tem a jurema: vacujá, tigre, Canindé, Urubá, juremal, josafá e
fundo do mar
• Elemento negro como Pai João, Pai Joaquim (mesmo arquétipo dos
pretos velhos do sudeste e sul).
• Palavra asquimbanda –feiticeiro, médico e pajé
• Mesas kardecistas podem ser encontradas, mas elas estão
umbandizadas
• Salva, desmanche de macumbas.
• Os umbandistas do sertão nordestino admitem nos índios, caboclos,
mestres e princesas, entidades do culto da jurema, mas essa distinção é
mais teórica do que prática.
• Se na sociologia há dificuldade de associar diretamente umbanda com
jurema, na teologia com o conceito de escolas se torna mais fácil, assim
sendo a jurema é uma legítima escola religiosa afro-brasileira. (ou afro-
ameríndia? Não há elementos afro-brasileiros, não há orixá.
Perguntas para pesquisar no livro Religiões afro-brasileiras: uma construção teológica – Pode
se basear em pesquisas na internet ou outros livros, mas Religiões afro-brasileiras tem que ser
obrigatoriamente usado. Trabalho de 4 a sete páginas, no máximo 10 pág.

Como nasceu e seu desenvolveu o conceito de religiões afro-brasileiras no meio acadêmico? O


que se quer dizer com religiões afro-brasileiras? O conceito religiões afro-brasileiras é um termo
adequado na sua opinião?
O que Francisco Rivas Neto, da Faculdade de Teologia Umbandista quer dizer com escolas de
umbanda? Explique a dinâmica deste conceito (escolas) referendando e explicando as matrizes
culturais, étnicas e religiosas que podem vir a participar na composição dessas escolas? Use
gráfico para explicar.
Segundo Rivas Neto, o que há de comum, em meio a tantas diferenças,
nas religiões afro-brasileiras? O que é a vertente una do sagrado? Em que
sentido as religiões afro-brasileiras são monoteístas?
Qual as três principais explicações para o surgimento da Umbanda?
Quais as características da umbanda esotérica e do culto da Jurema-
catimbó que Rivas Neto discute em seu livro? Qual a origem e como é a
ética na (s) umbanda (s)?
O que é umbandização x africanização?

Enviar atividade para o meu e-mail: paulachaplin@gmail.com

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