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A noção de conflito de trabalho vem prevista no art.º 272º da LGT, segundo o qual é
conflito de trabalho aquele que surge entre o trabalhador e o empregador, por
motivos relacionados com a constituição, manutenção, suspensão e extinção da
relação jurídico-laboral, ou com a execução do contrato de trabalho e a satisfação
dos direitos e cumprimento das obrigações, de uma e de outra parte, decorrentes
do mesmo contrato, bem como o recurso das medidas disciplinares aplicadas ao
trabalhador.
Como se pode ver os conflitos de trabalho podem surgir quer durante a constituição,
manuntenção, execução e extinção da relação juridico-laboral, bem como nas situações em
que ao trabalhador tenha sido aplicada alguma medida disciplinar.
A grande questão e que constitui o cerne do tema, consiste em saber como resolver os
eventuais conflitos laborais que surjam entre o trabalhador e o empregador.
A resposta é nos dada pelo art.º273º da LGT, segundo esta disposição, os conflitos
individuais de trabalho são resolvidos por mecanismos extrajudiciais, nomeadamente a
mediação, a conciliação e a arbitragem, bem como por mecanismos judiciais.
Portanto, de acordo com a Lei Geral do Trabalho, os conflitos laborais podem ser
resolvidos extrajudicialmente ou judicialmente, sendo que a resolução judicial pressupõe
que as partes tenham recorrido à resolução extrajudicial, nos termos do art.º274º da LGT.
Para uma melhor ilustração do que acabamos de referir segue-se a figura abaixo:
-Mediação artº 275º-282º
Modo de Conflito
de Resolução de
conflito
-Judicial
MEDIAÇÃO:
Nos casos em que não tenha havido acordo das partes ou tendo este sido parcial, bem
como naqueles em que uma das partes não tenha comparecido a audiência e tenha sido
lavrada declaração de impossibilidade, qualquer das partes pode intentar acção judicial,
dentro do prazo de 30 dias.
CONCILIAÇÃO:
Não havendo acordo ou tendo este sido parcial, o Magistrado do Ministério Público assegura a
apresentação do processo no Cartório do Tribunal, contra protocolo, dentro dos cinco dias
úteis seguintes a contar da realização da conciliação, sendo que no dia seguinte ao da
apresentação, o órgão de conciliação deve notificar o reclamante da data em que o processo
deu entrada no Cartório do Tribunal para que este apresente o articulado adicional de
aperfeiçoamento no prazo de 30 dias.
Como se pode ver, ao contrário da falta de mediação em que é o próprio reclamante que deve
apresentar a petição inicial ao Tribunal, no prazo de trinta dias nos casos em que não haja
acordo, na falta de conciliação incumbe ao órgão de conciliação apresentar o processo ao
Cartório do Tribunal e notifica o reclamante para no prazo de 30 dias aperfeiçoar o
requerimento, art.º291 da LGT
Aqui a quem entenda que o legislador deveria uniformizar o procedimento de actuação, tal
como na mediação, na conciliação também não havendo conciliação, deveria ser o próprio
reclamante a dar entrada da acção judicial no prazo de trinta dias a contar da audiência.
Arbitragem:
A submissão do conflito laboral a arbitragem é feito por acordo das partes que escolhem
livremente os arbitros que deverão ser 03, um nomeado por cada uma das partes eo terceiro,
que será o presidente do tribunal é escolhido pelos dos arbitros. Diferente da mediação e da
conciliação na arbitragem a decisão cabe aos arbitros, que poderão decidir com base na leiou na
equidade. A decisão dos arbitros tem força obrigatória e produz os mesmos efeitos de uma
sentença proferida por um juiz e constitui título executivo.
A decisão arbitral deve ser reduzida a escrito e deverá conter: a) a identificação das partes; b) a
identificaçaõ de cada arbitro; c) o objecto do litígio; d) o lugar da arbitragem, local e data da
sentença proferida; e) a decisão tomada e respectiva fundamentação; f) a assinatura dos
arbitros.
Ora bem, finda a fase extrajudicial, que por sinal é obrigatória nos termos do art.º274º da LGT,
não havendo mediação ou conciliação, segue-se a fase judicial.
FASE JUDICIAL
Antes de iniciarmos a nossa abordagem sobre a fase judicial dos processos laborais, torna-se
necessário fazer uma breve referência sobre as normas processuais no âmbito do Direito do
Trabalho.
Vezes sem contas, ficamos sem saber qual o diploma a aplicar, se a Lei 22-B/92, a Resolução n.º
11/81 de 3 de Novembro; o Decreto Executivo Conjunto n.º 3/82; a Lei nº 22-B/92, de 9 de
Setembro, a Lei Geral do Trabalho ou o Código do Processo Civil? E aí, alguns operadores da
justiça laboral aplicam rigorosamente a tramitação prevista no Código do Processo Civil e outros
a tramitação prevista nos vários diplomas ora referidos, sobretudo a Lei 22-B/92, criando-se
desta feita certa disparidade em termos de actuação dos vários operadores da justiça laboral.
É preciso não perdermos de vista que o Processo Laboral é um processo especial
relativamente ao Processo Civil , tendo em conta as especificidades do próprio Direito do
Trabalho, enquanto direito substantivo. Havendo duas normas que regulam a mesma
matéria, uma geral e outra especial, aplica-se a norma especial e só no caso da norma
especial não dispor sobre a matéria, é que se vai aplicar a norma geral.
Depois de termos feito esta pequena abordagem a respeito das normas do processo laboral,
parece-me que já estamos em condições de iniciarmos a tratar propriamente da fase
judicial dos processos de conflitos laborais.
Conflito de Trabalho
Forma Comum
Art.º 282.º, 290.º e 291.º
da nova Lei Geral do
Trabalho
Processo Especial aplica-se apenas aos casos taxativamente indicados por lei.
TRAMITAÇÃO DO PROCESSO DE CONFLITO DE TRABALHO
Tal como ocorre no processo civil, a primeira fase do processo de conflito de trabalho também é
a fase dos articulados. Todavia, ao contrário do processo civil, o processo de trabalho por seguir
a forma sumária, tem apenas dois articulados, nomeadamente o requerimento inicial ou de
aperfeiçoamento e a contestação. Excepcionalmente poderá haver um terceiro articulado que é
a resposta à contestação que verifica-se naquelas situações em que tenha sido deduzido alguma
excepção ou pedido reconvencional na contestação. Nestes casos sim, notificado o autor do
conteúdo da contestação, poderá o mesmo responder à excepção deduzida ou ao pedido
reconvencional.
Se o requerente não for claro na descrição dos factos ou formular pedidos incompatíveis o seu
requerimento poderá ser considerado inepto, nos termos do art.º193º do CPC, daí é que os
ilústres Advogados devem prestar bastante atenção na elaboração do requerimento inicial.
Apresentada a contestação, o Juiz ordena a notificação do requerido, para no prazo de oito
dias apresentar a contestação, sob pena de ser condenada nos pedidos formulados no
requerimento inicial, nos termos do art.º29º, n.º3 da Lei 9/81.
PROCESSO COMUM
(CONFLITO LABORAL)
Fase Judicial
Fase do Saneamento
Fase dos Articulados (Ver jurisprudência da Câmara Fase da Instrução Fase da Audiência
(art.º 290.º, 291.º) do trabalho do Tribunal
Supremo)
Ou seja, quando trataram do processo disciplinar viram que a aplicação de qualquer medida
disciplinar, com excepção da adoestação simples, pressupõe um o processo disciplinar que
normalmente culmina com aplicação de uma medida disciplinar. Ora bem, se o trabalhador
achar que o processo disciplinar não foi devidamente instruido ou que a medida disciplinar é
excessiva ou não tem razão de ser, por entender não ter existido justa causa para aplicação
da medida disciplinar, o trabalhador poderá impugnar a medida disciplinar, lançando mão a
um Processo de Recurso em Matéria Disciplinar.
O prazo para o trabalhador recorrer contra qualquer medida disciplinar, com excepção da
medida disciplinar de despedimento é de 22 dias úteis, ao passo que o prazo para o
trabalhador recorrer contra a medida disciplinar de despedimento é mais longo, é de 180 dias
(art.º61º, n.º1, al. c) e n.º2, conjugados com o art.º303º, todos da LGT.
Significa que se o prazo para impugnação da medida disciplinar tiver terminado, caduca o
direito do trabalhador impugnar a medida disciplinar.
Depois desta pequena abordagem, julgo estarmos em condições para iniciarmos a análise da
tramitação do Processo de Recurso em Matéria Disciplinar.
Se o Tribunal concluir que o empregador observou o formalismo legal e existe justa causa, o
Tribunal limitar-se-á a confirmar a medida disciplinar. Mas, se pelo contrário, concluir que o
empregador não observou o formalismo legal, o Tribunal poderá julgar nula a medida
disciplinar e consequentemente condenar a entidade empregadora a reintegrar o trabalhador no
seu posto de trabalho, bem como pagar-lhe todos os salários e seus complementos que o
trabalhador deixou de receber desde o despedimento até a data da reintegração, com um limite
máximo de 9 salários, (art.º208 da LGT).
Diferente, será se o Tribunal concluir que a entidade empregadora observou todo o formalismo
legal, mas que não há justa causa para a medida disciplinar, neste caso o Tribunal poderá julgar
improcedente a medida disciplinar e consequentemente condenar a entidade empregadora a
reintegrar o trabalhador no seu posto de trabalho ou em alternativa idemnizar-lhe, bem como
pagar-lhe os salários de base que este deixou de receber desde o despedimento até a
reintegração, mas sempre com um limite de 9 salários (art.º209º da LGT).
-Petição Inicial (art.º 18.º da Lei 22/92 de 9 de Setembro)
- Articulado
-Contestação
Fases do Processo de
Recurso em Materia
Disciplinar