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FILOSOFIA

Prof.ª Michele de C. Fernandes


UM CONVITE AO FILOSOFAR PARA A CIDADANIA

A verdadeira filosofia é
reaprender a ver o mundo.
MERLEAU-PONTY.
UMA DEFINIÇÃO POSSÍVEL

A Filosofia nasceu na Grécia antiga, por volta do século


VI a.C, mais especificamente nas ilhas do mar Egeu. A palavra
filosofia significa amor ou amizade à sabedoria. O filósofo, então,
seria aquele que busca a companhia amorosa do saber.
A Filosofia também pode ser definida como um modo
particular de busca e tentativa de interpretação ou compreensão
– racional, sistemática e rigorosa – de tudo o que existe. Ela
sempre esteve nas origens e constitui um questionamento
preciso e racional quanto às mesmas, da razão ou razões do ser
existente.
O ato de filosofar tem início com o espanto, ou com o maravilhar -
se;

A Filosofia revela o inexato, o déficit, a defasagem no modo de


colocar-se no mundo e em si mesmo, o ser vivente racional;

A Filosofia escuta o homem, mas dificilmente responde, de forma


definitiva, as suas indagações;

A Filosofia (como a criança) é profundamente curiosa e não teme


interrogar-se;

A Filosofia tende a arrancar os homens da acomodação.


CONDIÇÕES DE NASCIMENTO DA FILOSOFIA

A Filosofia nasceu na Grécia, por volta do século VI


a.C., e representa uma forma particular de conhecimento.
Processo de conhecimento racional que deixa de lado a
recorrência a deuses e outras formas míticas ou místicas,
enquanto condição necessária para explicar a vida.
OS SOFISTAS

Os sofistas representavam
um novo grupo de pensadores,
normalmente “descendentes dos
comerciantes ou ligados a eles” que
eram um grupo em ascensão na
sociedade.
Eles cobravam para ensinar e por isso eram
criticados por Sócrates, mas também contribuíram não só
para o questionamento da cultura dominante,
caracterizada por um espírito aristocrático e elitista, como
também para o enriquecimento das discussões e reflexões
em torno da questão da democracia.
DIFERENÇA ENTRE MITO E FILOSOFIA

A Filosofia diferencia-se do mito porque não é criação


de um povo, mas de indivíduos; não recorre a deuses ou
espectros, figuras míticas e sobrenaturais, para explicar fatos,
processos, origens ou significados do existente; também não
diz saber, de forma cabal ou definitiva, o que são tais fatos e
processos, mas busca entendê-los, racional, sistemática e
rigorosamente.
FILOSOFAR: PARA QUÊ?

Para exercermos a nossa humanidade em sua plenitude;


para que possamos refletir com propriedade sobre o caminho
traçado até o momento, enquanto base de aperfeiçoamento do
que somos e de como viveremos amanhã. Para buscarmos novas
e melhores formas de relacionamento com os outros seres
humanos e com o existente em sua totalidade.
RESUMINDO

A Filosofia constitui uma certa forma de compreensão


e domínio intelectual do mundo humano ou natural. Procura
combater ou superar os preconceitos e aparências da realidade,
perseguindo a essência dos fenômenos. O conhecimento
filosófico jamais pode ser considerado como expressão da
verdade absoluta.
A verdadeira Filosofia buscará sempre ultrapassar o
saber atual, indo ao encontro do desconhecido. A filosofia
critica tudo e todos e, por isso mesmo, poderá ser
considerada (ou desconsiderada) perigosa pelos donos do
poder, isto é, aqueles que lucram com a ignorância alheia.
SÓCRATES (470 OU 469 a.C. – 399 a.C.)

Chegou a hora de separar-me de


vós e de irmos, eu a morrer e vós a viver.
Quem leva a melhor parte? Vós ou eu?

Sócrates
UNIDADE ENTRE VIDA E TEORIA

Sócrates viveu em Atenas no século V a.C.

Não negava o valor e a importância da atividade prática.

Dialogava com homens poderosos mas se mostrava


prestativo e interessado mesmo na presença de um escravo.

Utilizava-se de metáforas relacionadas ao mundo do


trabalho para expressar o seu pensamento.

Dizia arrancar novas ideias da cabeça as pessoas com quem


dialogava (parteiro de ideias).
Afirmava conseguir livrar o homem de suas falsas
representações e crenças com seu método dialético.

Era cercado de inimigos, gente ambiciosa e vaidosa que


não admitia contra-argumentos.

Se apresentava como uma espécie de “mosca irritante”, a


indagar incansavelmente os seres humanos quanto às
questões mais essenciais e fundamentais da condição
humana.

Destacou-se em sua participação na guerra contra os


Persas (Guerras Médicas) e também da democracia.
O sentido do existir é se buscar compreender para poder
ser melhor a cada dia.

Em 399 a.C, sob acusação de desrespeito aos deuses da


cidade e perversão da juventude, Sócrates foi condenado à
morte, tendo que tomar cicuta. Preferiu morrer na
companhia de seus discípulos a fugir.

Sócrates pode ser considerado como a encarnação ou


realização de todos os ideias ligados à imagem do filósofo.
Não apenas pelo seu pensamento, mas pela maneira como
viveu, tornando-se um exemplo de coerência e vida justa.
RESUMINDO
Sócrates nada escreveu. O conhecimento de suas
ideias e condições de vida foi- nos revelado e transmitido pelos
seus discípulos ou rivais. Ele manifesta e encarna a própria
ideia de filosofia. Foi o homem do diálogo e da unidade da
ideia do bem e do verdadeiro. Acreditou no homem e o
colocou como no centro de suas reflexões e questionamentos.
Resistiu aos poderosos e lutou a vida inteira para esclarecer a
humanidade e diluir os preconceitos. Igualitário por
excelência, ainda que crítico da democracia grega, não fez
distinção entre homens poderosos e escravos, dialogava com
todos.
Combateu os sofistas, mesmo tendo como objeto de
interesse os mesmos temas daqueles. Defendeu a Grécia
militarmente e negou-se ao exílio, ainda que condenado à
morte pelos membros da elite grega. Heróico, não resistiu à
morte, não procurou fugir e nem sequer atacou aos seus
acusadores; apenas se manteve fiel aos seus princípios e
crenças, emitindo, quanto a sua condenação, a mais fina e
cortante ironia. Sócrates representa e atualiza a postura
filosófica: sempre atente, crítica, corajosa, em busca da
verdade e da justiça. Unidade de Bem e Verdade.
PLATÃO (428 a.C. – 347 a.C.)
Afirmaremos, pois, que as
pessoas que enxergam muitas coisas
belas, mas não aprendem o próprio
belo e não podem seguir aquele que
gostaria de guiá-las nessa
contemplação, que enxergam muitas
coisas justas sem verem a própria
justiça, e assim por diante, essas
pessoas, diremos nós, opinam sobre
tudo, mas não sabem bem a respeito
das coisas sobe as quais opinam.

Platão
Platão nasceu em Atenas por volta de 428 a.C, no início da
Guerra do Peloponeso.

Foi o principal discípulo de Sócrates e o que melhor


conseguiu transmitir a imagem do mestre por meio de seus
diálogos.

Quis de dedicar à política pensando e propondo um mundo


novo a partir de sua filosofia.

Frustrou-se inúmeras vezes ao tentar colocar suas ideias em


prática diante de figuras importantes do poder.
Foi crítico da democracia por esta se basear na opinião da
maioria e não na busca da verdade.

Foi autor de “A República”. Obra polêmica que para uns


possuía caráter utópico, ideal e renovador, enquanto para
outros, era conservadora e elitista.

Platão queria um mundo harmônico e justo.

Para Platão, as coisas sensíveis e empíricas não são reais,


apenas parecem sê-lo.
O MITO DA CAVERNA

Narra a trajetória de homens que viviam acorrentados no


interior de uma caverna, sem que pudessem olhar para trás ou
para os lados, possuindo apenas visão para o fundo da
caverna, no qual eram projetadas sombras que os homens
pensavam ser as verdadeiras coisas.

Segundo tal mito, a maioria dos homens vive como aqueles


prisioneiros, só conseguem enxergar sombras e não estão
conscientes de tal fato.
Um dos homens conseguiu se libertar (o que não foi nada
fácil e implicou numa radical mudança de postura e
comportamento) e quase ficou cego, certamente por causa do
impacto da luz solar. Tal passagem indica o quanto pode ser
árduo e difícil o caminho do conhecimento.

Este homem sobreviveu e conseguiu manter sua capacidade


de visão, passando a vislumbrar as verdadeiras coisas e seres.

Para Platão, o conhecimento é mais verdadeiro à medida que


se eleva, ou seja, quanto mais abstrato, mais verdadeiro.
Gradativamente, pôde lançar o seu olhar em direção ao
próprio sol. Para Platão, o sol significa a própria ideia de Bem.

Ao retornar à caverna para esclarecer seus amigos, foi


considerado louco e acabou sendo assassinado.

Este mito expressa em um só movimento toda dificuldade da


busca do conhecimento e a quase impossibilidade de
comunicá-lo aos homens “comuns”.
RESUMINDO

Para Platão existiriam dois mundos ou Planos


Universais: o inteligível e verdadeiro e o sensível ou aparente. A
verdade “habitaria” o mundo inteligível; se o mundo sensível,
perceptível por nossos sentidos ria constituído apenas por
imperfeições e distorções. O mundo sensível seria produzido a
partir das ideias do mundo inteligível e abarcaria somente
cópias imperfeitas e aproximadas das figuras do mundo
inteligível.
Em sua obra, A república, Platão procurou sugerir a
remodelagem do mundo grego, de tal maneira a colocar cada
indivíduo no seu “justo lugar” a depender de sua natureza. A
sociedade idealizada pelo autor deveria ser governada pelos
mais sábios, corajosos e justos, ou seja, pelos reis filósofos.
ARISTÓTELES (384 a.C – 322 a.C)

Mas não é apenas para viver


juntos, mas sim para bem viver
juntos que se fez o Estado.

Aristóteles
ACONTECIMENTOS IMPORTANTES
Aristóteles foi discípulo de Platão durante dezenove anos.
Nasceu em 384 a. C na Macedônia.

Utilizava-se do método da indução, ou seja, daquele


procedimento que parte dos elementos reais e simples da
natureza, estabelecendo nexos e relações entre os mesmos, para
posteriormente, em função de muito estudo e observação,
realizar especulações ou generalização a respeito.

Pode ser considerado o pensador na Antiguidade Clássica que


realizou a mais ambiciosa síntese das teorias desenvolvidas
naquele período.
Atuou como filósofo, mas também como historiador das
ideias e dos valores de sua época.

Tornou-se preceptor (responsável pela educação) de


Alexandre Magno.

Fundou sua própria escola de nome Liceu.


FILÓSOFO E HISTORIADOR DAS IDEIAS

Os textos de Aristóteles eram destinados a um público mais


seleto e intelectualizado. Ele partia dos textos de outros
autores, expondo exaustivamente suas principais ideias ao
mesmo tempo que os comentava criticamente.

Parte de sua filosofia está relacionada à crítica dirigida a


Platão e Parmênides.

Para Platão, não existem ideias independentes da


materialidade.
A METAFÍSICA

Em sua obra “Metafísica”, Aristóteles afirmou que o desejo


de conhecer é próprio e natural do Homens, ao mesmo tempo
em que se estabeleceu três tipos de distinções entre:

Essência e Acidente;

Necessidade e Contingência;

Ato e Potência.
A TEORIA DA CAUSALIDADE

Aristóteles, para melhor explicar a realidade,


desenvolve a sua teoria da causalidade, na qual distingue
quatro tipos de causas:

Causa Formal: O que é a “coisa”?

Causa Material: De que é feita a “coisa”?

Causa Eficiente: O que fez com que a “coisa” viesse a


se tornar “coisa”?

Causa Final: Para que serve a “coisa”?


A POLÍTICA E A ÉTICA ARISTOTÉLICA

Em sua obra “ A Política”, Aristóteles afirma ser o Homem


um verdadeiro “Animal Político”

Para Aristóteles, a sociedade se organiza a partir de uma


rígida hierarquia, na qual a essência de cada ser humano
determina o lugar que lhe cabe na sociedade.

Ele acreditava na existência de escravos por natureza, na


inferioridade das mulheres e na superioridade dos gregos.
Em sua “Ética a Nicômaco”, coloca a busca da felicidade
como objetivo da vida humana.

A virtude não nasce com o homem, podendo ser aprendida


e exercitada todos os dias.

O Homem virtuoso é aquele que conhece e consegue


ajustar-se à justa medida.
RESUMINDO

Aristóteles foi o grande crítico, organizador e


historiador de pensamento grego. Criador da lógica formal e
“arquiteto” das divisões ou áreas de conhecimento, impôs-se
como influência determinante até os dias atuais. Em sua obra,
A política, demonstrou que a sociabilidade seria uma das
características essenciais dos seres-humanos.
Em sua Ética a Nicômaco, colocou como objetivo
primordial do homem a busca pela felicidade, o que só
poderia se realizar no plano social e na luta pela consolidação
da cidadania. Já em sua Metafísica, concebeu o desejo de
conhecimento como uma característica definidora, intrínseca
e natural relativamente a todos os seres humanos.
SANTO AGOSTINHO (353 d.C – 430 d.C)

Para onde te chamo, se já


estou em ti?

Santo Agostinho
 Aurélio Agostinho nasceu em Tagaste, no norte da África
em 353 d.C. Possuiu vida tortuosa e cheia de vícios. Era
curioso e interessado nas questões filosóficas em geral.

Aproximou-se por muito tempo d teoria maniqueísta, que


afirmava que tudo que há no universo resultaria de um
eterno conflito entre o Bem e o Mal.

Na condição de Bispo, combateu violentamente esta e


outras formas de concepções religiosas sendo um dos
responsáveis pela punição severa dos hereges em nome da
Santa Igreja.
Quase tudo que escreveu era de caráter polêmico, como
por exemplo: “As Confissões”, que trata de Agostinho a
partir de sua própria vida interior.

O líder religioso mostra-se frágil e contraditório,


aproximando-o de qualquer outro indivíduo.

Acabou se afastando do cristianismo momentaneamente,


ao contrário do que pediu sua mãe.

Revela um desprezo pelo mundo exterior que é um lugar


de tentações e desvios, consequencia da influência de
Platão.
RESUMINDO

Agostinho foi, sobretudo, um teólogo, mas possuía


grande sensibilidade para a reflexão filosófica. Contribuiu
com o seu pensamento para a estruturação e consolidação dos
alicerces da instituição Igreja. No campo filosófico,
inaugurou uma nova forma de refletir ligada à explicitação e
valorização da interioridade e subjetividade humanas. Refletiu
de forma bastante competente sobre a História, concebendo-a
enquanto produto e manifestação da vontade divina.
Combateu e polemizou a vida inteira, e grande parte
dela, com os considerados inimigos da Igreja: Maniqueístas,
pelagianos etc. Não acreditava que os seres humanos, em
função do pecado original, pudessem conquistar a salvação
divina por conta própria, ou seja, sema ajuda e intervenção
divina.
SÃO TOMÁS DE AQUINO (1225 - 1274)

Em Deus não há sucessão


temporal.

AQUINO, São Tomás.


UMA VIDA DEDICADA À CAUSA DA IGREJA E AO CONHECIMENTO

Tomás de Aquino nasceu no Castelo de Roccasecca em


1225, podendo ser considerado um dos maiores pensadores
da Idade Média.

A sua grande influência e referência teórica foi a obra de


Aristóteles e seu principal objetivo foi combater os críticos
da Igreja em seu terreno filosófico.

A partir da obra de Tomás de Aquino, desenvolveu-se um


movimento teórico de nome Tomismo.

A característica essencial de sua filosofia era a busca por


novas formas de pesquisa e exposição de suas ideias.
AS TRANSFORMAÇÕES DO MUNDO FEUDAL

A Idade Média (séc. V ao XV) pode ser dividida em


quatro partes ou fases:

Formação do Feudalismo (séc. V ao IX);

Dinâmica e Apogeu (séc. X e XI);

Transformação (séc. XII e XIII);

Crise (séc. XIV e XV).


 Aquino produziu seu pensamento no período de grandes
transformações.

Todos um sistema de crenças e valores ligados à Igreja


Católica se desfez junto com o sistema feudal.

O Feudalismo foi suplantado pelo Capitalismo, mas a


Igreja Católica se mostrou suficientemente flexível e eficaz
para sobreviver, com grande poder e prestígio, até os dias
atuais.

Para Tomás de Aquino, Deus é Onipotente, Onisciente,


Onipresente e Imutável. É a inteligência infinita e suprema.
Aquino defendeu a Igreja contra seus críticos mais sutis e
bem preparados que eram os jovens filósofos que
dominavam a dialética.

Como estratégia para desarma-los e deslegitima-los,


Aquino demonstrava que estes pensadores não eram fiéis
tradutores da obra do antigo mestre Aristóteles.

Aquino dizia que a inteligência humana possuía limites


claros e intransponíveis, enquanto a inteligência divina era
infinita em seu poder e realidade.
RESUMINDO

Tomás de Aquino procurou defender a Igreja Católica


do século XIII, dos ataques de seus críticos, normalmente
baseados na teoria de Aristóteles, Aquino procurou
demonstrar a compatibilidade entre razão e fé. Estudou
profundamente o pensamento aristotélico, e com base em tal
conhecimento, acreditou poder provar que a razão humana era
útil e possuía seus méritos, mas era limitada, sendo superada
pela razão divina.
Mesmo o mais sábio dos homens, Aristóteles, por
exemplo, apesar de poder conhecer certas facetas e dimensões
da natureza dos seres humanos e de seu mundo, não poderia
alcançar as verdades mais fundamentais da existência, por não
participar da revelação divina; esta só seria alcançável pelos
mais fiéis membros do cristianismo.
MAQUIAVEL (1469 - 1527)

É, de fato, muito natural e


comum o desejo de conquistar.
Sempre, quando os homens que
podem o fazem, eles são louvados e
não criticados; mas, quando não
podem e querem realizá-lo de
qualquer modo, neste caso estão
errados e devem ser recriminados.

Maquiavel
Maquiavel nasceu em Florença em 1469 e sonhava com
uma nação italiana forte, unificada e desenvolvida.

Sua experiência política se deu na condição de uma


espécie de diplomata, mas caiu em desgraça e foi afastado
de suas funções pelos Médicis.

Refugiou-se em um sítio e, recorrendo a sua


memória,produziu o mais valioso material, estímulo para
algumas de suas mais importantes reflexões.
Maquiavel pode ser considerado um dos criadores da
ciência política após sua obra genial “O Príncipe”, que
possibilitou o nascimento de uma atitude racional e
meticulosa.

A obra foi considerada demoníaca e Maquiavel passou por


um processo de transformação em que se tornou
maquiavélico.

O maquiavélico sobrepujou o maquiaveliano.


Diferenciando o maquiavelismo ( produto da má
leitura da obra de Maquiavel) de maquiaveliano ( o
pensamento de Maquiavel):

 Maquiavelismo: Consequencia de uma distorção ou não


compreensão da obre de Maquiavel, fruto de uma má leitura,
apressada, superficial e cheia de contradições. Segundo essa
versão, Maquiavel teria negado a ética cristã.

Maquiaveliano: Produto da leitura atenta, fiel e profunda,


na qual o Príncipe deveria realizar o Bem Comum.
RESUMINDO

Maquiavel sonhava e queria contribuir para realizar a


unificação da Itália. Acreditava que isso só seria possível por
meio de um herói, ou seja, O Príncipe. Tal figura deveria saber
quando ser bom e quando não ser, tendo como objetivo
fundamental a busca do bem comum.
Maquiavel não negou a moral cristã nem chegou a
propor ao príncipe que desconsiderasse os princípios e
verdades da cristandade. Apenas afirmou que o príncipe
deveria ter sabedoria, para saber quando seguir os
princípios morais cristãos e quando, em nome do bem
comum, romper com os mesmos. A frase fundamental que
resume sua concepção seria: “Ser bom sempre que possível
e mau somente se necessário”.
DESCARTES (1596 - 1650)

Meu propósito não é


ensinar aqui o método que cada um
deve seguir para bem conduzir sua
razão, mas somente mostrar de que
modo procurei conduzir a minha.

Descartes.
O MÉTODO CARTESIANO
René Descartes nasceu em La Haye, na França. Pode ser
considerado como aquele que inaugurou e deu fundamento
à discussão filosófica da modernidade.

Uma de suas obras mais importantes recebeu o nome de


“Discurso do Método”. Tal obra procurava estudar e
estabelecer caminhos mais seguros e eficazes para a
produção do conhecimento.

Descartes acreditava que o que poderia dar


sustentabilidade ao homem era o bom uso da razão.
Nesta mesma obra, Descartes apresenta sua autobiografia
e passa à crítica do sistema educacional do qual recebera sua
formação, com ênfase no combate à escolástica.

Descartes tinha como objetivo e como razão de ser a busca


por verdades e princípios de caráter absoluto e imutável.

Valorizava o aprendizado que recebera das línguas antigas


e o contato com a geometria e a física e negava o ceticismo.

Outra obra fundamental de Descartes foi “Meditações


Metafísicas”, na qual apresentou a essência do seu
pensamento sobre questões relacionadas à teoria do
conhecimento e também sobre metafísica.
Seus argumentos na obra “Meditações Metafísicas”:

Questiona os sentidos, demonstrando que não podemos


nos basear nos mesmos para alcançar algum conhecimento
seguro;

Apresenta a ideia de que talvez estejamos sonhando


quando pensamos estar acordados, o que implicaria que
tudo que pensamos ser real não passaria de mera ilusão;

 Radicaliza assumindo a dúvida hiperbólica, apresentando


a possibilidade de um Deus enganador.
Para Descartes existem três tipos de ideias:

Ideias Inatas: Nascem com os homens;

Ideias Empíricas: São adquiridas por


intermédio dos sentidos e
experiências;

Ideias de Imaginação: Mescla as duas primeiras


formas.
Segundo Descartes, seria impossível para o Homem
alcançar a ideia de perfeição. A ideia de Deus, ou seja. De
um ser perfeito, só pode ter sido alojada na mente humana
pela própria divindade. É uma ideia inata. Dessa forma,
Descartes pensa ter provado a existência de Deus.
RESUMINDO

Descartes foi um dos fundadores da ciência moderna.


Colocou no centro de suas reflexões a ideia de dúvida metódica.
Procurou, dessa forma, superar as críticas e advertências
próprias ao ceticismo quanto à possibilidade de realização do
conhecimento, a partir do interior desse mesmo movimento.
Pôde, por assim dizer, implodir o ceticismo, ao radicalizar os
seus próprios argumentos ou questionamentos.
Ao colocar-se tudo em dúvida, busca-se superar pela
sistematicidade reflexiva, tal estágio, fundando o pensamento em
bases sólidas; ou seja, ao superar-se toda e qualquer dúvida sobre
determinada questão, conquistam-se ou alcançam-se ideias claras
e distintas. O penso, existo, cartesiano, implica, portanto, na
busca de novos critérios e estratégias que garantam ao
conhecimento fundamentos lógicos e sólidos, tais como aqueles
que sustentam e atribuem legitimidade às ideias e demonstrações
da ciência geométrica.
THOMAS HOBBES (1588 - 1679)

A felicidade é uma
contínua marcha d desejo, de um
objeto para outro, não sendo a
obtenção do primeiro outra coisa
senão o caminho para conseguir o
segundo.

HOBBES. Thomas.
Thomas Hobbes nasceu em 1588 na Inglaterra.

Segundo ele, os homens são maus por natureza.

Viveu em período crítico e violento da história da


Inglaterra.

Sua vida sempre esteve envolta por guerras de todos os


tipos.

Tendo nascido prematuramente, afirmou de maneira


irônica: “minha mãe pariu gêmeos, a mim e a o medo.”

Ao mesmo tempo em que temia a guerra, queria utilizar


sua filosofia como meio de pacificação.
CONCEPÇÃO DE NATUREZA HUMANA EM HOBBES

Contra Aristóteles, Hobbes afirma que os homens não são


sociáveis por natureza.

Para Hobbes, O homem seria o lobo do próprio homem.

Afirma que a liberdade e a igualdade constituem aspectos


negativos da condição humana.

Influenciado pelo Renascimento, Hobbes acreditava na


possibilidade do aperfeiçoamento da natureza humana a
partir da ciência.

Hobbes era defensor do absolutismo e, em certa medida,


um antiliberal.
DO ESTADO, OU A RESPEITO DO LEVIATÃ

O Estado é um “mal necessário”. Segundo Hobbes, o rei


deveria ser um bom administrador das riquezas da Nação,
para poder administrar os próprio homens.

Hobbes era materialista e não possuía uma moral baseada


na culpa e no arrependimento.

Hobbes não pode ser considerado um representante da


burguesia por possuir algumas ideia que se chocavam o
ideário e com os valores burgueses.
RESUMINDO

Na visão de Hobbes, o homem seria mau por natureza.


Exatamente por isso, se não existisse o Estado, para limitar e
controlar o lado negativo da natureza humana, haveria a “guerra
de todos contra todos”. O estado, portanto, em tal teoria, surgiria
como uma espécie de resposta às características negativas da
natureza humana e da sociedade; ou seja, O estado deveria
monopolizar uso legítimo da violência (Weber), garantindo a
sociabilidade, ou ainda, a vida em sociedade, sendo, portanto,
um “mal necessário”.
JOHN LOCKE (1632 - 1704)

Todas as ideias derivam da


sensação ou reflexão.

LOCKE. John.
TEORIA DO CONHECIMENTO

Jonh Locke nasceu em 1632 na cidade de Bristol.

Levou vinte anos para produzir a obra “O ensaio sobre o


entendimento Humano”.

Sua filosofia pode ser considerada antiespeculativa e


antimetafísica, possuindo um caráter empirista.

Em seu entender, todas as nossas ideias são derivadas de


percepções sensíveis, não existindo, portanto, ideias inatas.

Para Locke, não seria possível conhecer as coisas em sua


essência, demonstrando sustentar um tipo de ceticismo.
NATUREZA HUMANA E POLÍTICA

Locke desenvolveu uma concepção política mais otimista


do que a hobbesiana, considerando como ponto central da
vida em sociedade, a possibilidade de entendimento entre os
Homens em função de estes mesmos serem dotados de
racionalidade.

Segundo Locke, a sociedade é produzida a partir reunião


ou organização de indivíduos racionais em busca de
garantias quanto à defesa e manutenção de suas próprias
vidas, da liberdade e de seus bens materiais.
Locke colocou-se contra o Estado Absolutista, tendo sido
um crítico mordaz e radical do mesmo e das teorias que
procuraram defendê-lo ou legitimá-lo.

Locke propôs a divisão dos poderes em dois:

Executivo: A ser defendido pelo rei;

Legislativo: A ser exercido pelo parlamento;

Para Locke, todos os seres humanos nascem dotados de


razão, mas os pobres dificilmente conseguiriam desenvolvê-
la ou fazer bom uso da mesma.
RESUMINDO

Para Locke, a mente humana, ao vir ao mundo, não


passaria de uma espécie de quadro em branco, ou folha vazia. A
vivência e a experiência iriam “colocando” informações que
seriam comunicadas à mente por intermédio de nosso sentidos.
Não haveria, em seu entender, ideias inatas. Quanto à política,
Locke defendeu a divisão dos poderes em legislativo e executivo,
o que quer dizer que o autor foi um defensor da monarquia
parlamentar inglesa.
A propriedade privada, de acordo com sua concepção,
seria legitimada pelo trabalho. O trabalho transformaria o
elemento natural à medida que transferiria algo de muito
valioso do indivíduo que trabalha para a terra cultivada (ou
qualquer outro objeto ou matéria transformada pelo homem).
Dessa forma, a terra, por exemplo, passaria legitimamente a
pertencer a quem trabalha. A concepção de propriedade de
Locke incluiria como uma síntese as noções de liberdade,
propriedade e vida.
BLAISE PASCAL (1623 - 1662)

O silêncio eterno desses


espaços infinitos me apavora.

Pascal.
A NATUREZA DECAÍDA DO HOMEM

Pascal nasceu em 1623 em Clermont-Ferrand.

Dedicou-se a compreensão da defesa do cristianismo em


sua versão jansenista.

Pascal era um filósofo que explicitava as entranhas e as


vísceras do ser humano e do “estar no mundo”.

Destaca a importância e o significado do Homem,


enquanto um ser miserável que, ao mesmo tempo, possui
certa nobreza, que consiste exatamente em saber-se
miserável.
Produziu uma teoria a respeito dos mais diversos
problemas humanos.

Busca compreender e explicar o fenômeno humano de


vários pontos de vista e sob diversos ângulos.

Procede como se a vida humana tivesse sido, desde o


pecado original, estilhaçada, não podendo mais ser
recomposta em sua pureza ou inteireza originárias.

Consegue enxergar o melhor no pior e vice-versa.

Pelo uso da razão, Pascal encontra muitos defeitos,


limitações e distorções na maneira do Homem viver
O CARÁTER PARADOXAL DO PENSAMENTO EM PASCAL

Para Pascal. O pensamento deixa de ser considerado uma


conquista humana para se transformar em uma espécie de
maldição. Por outro lado, só por intermédio deste mesmo
pensamento, torna-se possível ao homem resgatar-se e ir ao
encontro do Criador.
CETICISMO E RACIONALISMO EM RASCAL

Pascal faz parte de uma tradição filosófica de caráter


racionalista, que começa a perceber os limites da própria
idéia da razão. Destrói a arrogância do Homem, mas não
nega totalmente o emprego da racionalidade.
RESUMINDO

Pascal foi um gênio teórico e também um grande


inventor. Criou a calculadora e desde muito cedo se mostrou um
prodígio nas ciências exatas. Contudo, por mais paradoxal que
possa parecer, tornou-se um crítico do racionalismo. Figura
religiosa, sugeriu a necessidade de um equilíbrio entre a razão e
a fé. Também defendeu a humildade para o homem em função
de sua natureza decaída, contraditória e insignificante. Sugeriu,
no entanto, que a grandeza do homem residiria exatamente em
reconhecer-se miserável.
Quanto a sua ideia da condição humana, podemos
classificá-la como pessimista. O homem dependeria da
intervenção divina para poder escapar da frivolidade e vazio
existenciais. Por esse motivo, segundo tal autor, tantos buscam
ou anseiam pelo divertimento, ou seja, um desvio ou fuga
quanto às trágicas e recorrentes características e feições do
existente.
DAVID HUME (1711 - 1776)

Sê um filósofo, mas, em
meio a toda tua filosofia, não deixes
de ser um homem.

HUME.
David Hume nasceu em 1711 na Escócia. Tal autor, do
ponto de vista da teoria do conhecimento, mesclou
empirismo e ceticismo.

Escrevia de forma bastante clara e objetiva, muito embora


a sua primeira obra “Tratado da Natureza Humana” não
tenha obtido êxito.

Reformulou suas ideias e publicou as obras “Investigação


acerca do entendimento humano” e “Investigação sobre os
princípios da moral”, que obtiveram resultados mais
positivos.
Tal filósofo pode ser considerado o mais importante
pensador da Inglaterra no século XVIII.

Combateu a metafísica e toda forma de especulação e


abstração que não pudesse servir aos interesses mais
urgentes e imediatos da humanidade.

Para Hume, o conhecimento deve visar à melhoria da vida


dos seres humanos.
CRÍTICA À IDEIA DE CAUSALIDADE

A ideia mais contundente e polêmica de Hume diz


respeito À crítica radical que realizou ao conceito de
causalidade .

Hume questiona todas as crenças, podendo afirmar que


sua filosofia caracteriza-se pela adoção de uma forma de
ceticismo radical.

Hume foi um defensor da indústria e do comércio,


percebendo a relação entre o avanço de tais instituições e o
desenvolvimento do conhecimento e da cultura em geral.
Tal filósofo pode ser considerado o mais importante
pensador da Inglaterra no século XVIII.

Combateu a metafísica e toda forma de especulação e


abstração que não pudesse servir aos interesses mais
urgentes e imediatos da humanidade.

Para Hume, o conhecimento deve visar à melhoria da vida


dos seres humanos.
Quando Hume ataca o núcleo da teoria da causalidade,
está na verdade se opondo a Aristóteles. Com a negação
desta teoria. Recusa em consequência, a possibilidade de
afirmar-se a existência de Deus.

Talvez a lição mais fundamental que Hume nos tenha


deixado seja a que devemos rever infinitamente,
incansavelmente, incansavelmente os nossos pressupostos;
que toda e qualquer verdade é limitada e precisa ser
constantemente revista; e que o conhecimento deve servir à
melhoria da vida, em todos os níveis e sentidos.
RESUMINDO
Hume questionou a ideia de causalidade. Ao mesmo
tempo queria ver a filosofia dedicar-se à melhoria das condições
de vida dos seres humanos. Afirmou, segundo uma certa
modalidade de ceticismo, que o que pensamos ser conhecimento
das causas, não passaria na verdade de condicionamento acrítico
e produto do hábito. A força do hábito condicionaria todas as
nossas crenças e percepções. Mas também a fraqueza e a
suscetibilidade dos homens os entregariam facilmente ao
domínio das superstições.
ESPINOSA (1632 - 1677)

As Escrituras nada
ensinam que contrarie a Luz
Natural.

Espinosa.
DEUS SIVE NATURA (“Deus. Isto é, a natureza”)
Baruch de Espinoza (forma latina), nasceu em 1632 em
Amsterdã.

A filosofia de Espinosa pretende ser sistemática, precisa e


clara. Leva até as últimas consequencias tal preocupação,
baseando-se na geometria para isso.

Sua obra mais importante foi “A Ética demonstrada


segundo o método geométrico”. Esta obra, parte de certas
definições ou axiomas, recorrendo à demonstração formal
das proposições derivadas e procurando estabelecer as
consequencias lógicas e humanas destas.
A CRÍTICA AO DUALISMO FILOSÓFICO

A filosofia de Espinosa pose ser considerada monista e


panteísta. Em sua concepção. Deus não está apartado da
Natureza, não é um ser em separado, dotado de perfeição,
dando ordens à distância para que tudo possa ocorrer; Deus
é a própria Natureza.

Ao afirmar que Deus é a natureza, Espinosa rompe com o


dualismo sustentado tradicionalmente por muito filósofos,
sobretudo por Platão.
A ideia que Espinosa faz do bem e do mal ou do vício e da
virtude, desponta de forma tão original, na trajetória da
filosofia.

Para Espinosa, o bem é o que permite, estimula e


impulsiona o processo do conhecimento, e o mal é
concebido enquanto o que impede ou dificulta conhecer.

Neste sentido, Espinosa não possui uma moral baseada na


culpa, no arrependimento ou na repreensão das inclinações e
paixões humanas. Conhecer as leis da Natureza e viver em
conformidade com as mesmas permite ao Homem atingir
uma condição de serenidade e tranquilidade, denominada,
por Espinosa, Beatitude.
EM ESPINOSA O DETERMINISMO É UMA FORMA DE
LIBERADADE

Na visão de Espinosa , o mundo não foi criado por Deus,


já que esse mesmo mundo seria eterno e infinito.

O Homem em Espinosa é a totalidade uma e complexa.


Não é apenas espírito ou carne. Mas ambos em unidade
dialética.

Para Espinosa, em coerência com a sua filosofia monista,


ser livre é obedecer as leis naturais. O que equivale a dizer
que esse autor desenvolvei uma forma original de
determinismo, que permite ao Homem ser livre na medida
em que obedece.
Espinosa sofreu constantemente inúmeras formas de
perseguição, tanto por parte dos cristãos quanto dos judeus.
Foi expulso da sinagoga de Amsterdã e depois
excomungado, em função de sua filosofia crítica e defensora
da liberdade; teve grande dificuldade para publicar suas
obras e, em mais que um momento. Esteve próximo da
prisão condenação por heresias. Também chegou a ser
acusado de ateísmo.
Sua filosofia foi considerada herética, uma forma de
blasfêmia por “emprestar” à Natureza e ao Homem as
características transcendentes do próprio Deus hebreu ou
cristão. É também uma forma de racionalismo radical.

Seu pensamento pode ser considerado um crítica contra


toda manifestação de superstição, não apenas na esfera
religiosa, mas também nos campos da política e da própria
filosofia.

Espinosa discordava de Descartes na questão do método,


dizendo que este é conhecimento acumulado que servirá
para melhor conhecer no futuro.
RESUMINDO

Espinosa foi um grande homem antes mesmo de ser um


grande filósofo. Defensor e símbolo da luta pela liberdade de
pensamento, sofreu inúmeras formas de perseguição política e
religiosa. Não fez, no entanto, concessões a quem quer que
fosse, no que diz respeito ao seu pensamento. E pagou caro por
isso. Possuía uma concepção bastante peculiar sobre a natureza
Divina. Deus para o autor seria a própria natureza
(imanentismo). Não seria, portanto, concebido como uma
personalidade destacada e contraposta à realidade.
Acreditava, ao mesmo tempo, que tudo era passível de
conhecimento e que cada coisa singular ao ser conhecida
refletia e revelava um pouco da “face” de Deus. Defendia o
autocontrole sobre as paixões, mas não as entendia enquanto
um mal a ser combatido. Moderação e autocontrole racional
sobre as paixões não implicava negá-las ou reprimi-las
irrefletidamente. O bem para tal filósofo seria concebido como
útil, ou seja, o que proporcionaria o livre desenvolvimento das
potencialidades e faculdades humanas. O mal: o que se
colocaria como obstáculo ao livre e pleno desenvolvimento
humano.
ROUSSEAU (1712 - 1778)

E que será da virtude,


quando for preciso enriquecer a
qualquer preço?

ROUSSEAU.
ESCLARECER PARA PODER COMPARTILHAR O CONHECIMENTO E A
FELICIDADE

O Iluminismo pode ser compreendido como a consciência


racionalizada e explicitada da crise em curso do Antigo
Regime; ao mesmo tempo, representava um conjunto
bastante desigual e complexo de reflexões e teorias que
buscavam superar a crise existente, a partir da realização ou
construção de uma nova sociedade, baseada na liberdade,
racionalidade e justiça social. O meio privilegiado para isso?
A educação.
O PENSAMENTO DE ROUSSEAU

Jean-Jacques Rousseau nasceu em Genebra em 1712. Se


opunha ao absolutismo, a o mercantilismo e ao dogmatismo
religioso.

Tornou-se um crítico mordaz do processo Civilizatório-


Ocidental e do Capitalismo.

Para esse autor, antes da sociedade propriamente dita,


existiria uma situação em que os homens viviam de maneira
muito simples,ou até mesmo rústica. Rousseau denomina
este momento de Estado de Natureza.
Em sua obra “Discurso sobre a origem e fundamentos da
desigualdade ente os homens”, Rousseau discute a
submissão dos homens a certas situações.

Para Rousseau, o fundamento da Civilização é a


propriedade privada que instaura a desigualdade dos talentos
e das potencialidades. A tendência da sociedade implicaria o
enriquecimento dos ricos e consequentemente o
empobrecimento dos mais pobres.

A única possibilidade de impedir uma Revolução seria


realizar a limitação da propriedade privada..
A LIBERDADE É INALIENÁVEL

Rousseau pertencia a baixa burguesia, ganhando fama ao


vencer um concurso de redação com a obra intitulada
“Discurso sobre as ciências e as artes” . Possuía uma visão
clara e realista a respeito da sociedade desigual e injusta que
vivia.

Acredita que a sociedade deveria estabelecer uma espécie


de acordo, a parir do qual cada indivíduo alienaria parte de
sua liberdade a um poder comum, que teria como objetivo
garantir o máximo de harmonia e bem-estar social. A este
acordo denominou Contrato Social.
A liberdade para Rousseau é um bem inalienável, porque
constitui a própria essência e fundamento da condição
humana.

Rousseau , portanto, não é socialista nem anarquista,


ainda que tenha inspirado tais movimentos políticos. Na
verdade, pode ser classificado como um dos criadores da
ideia de Soberania popular, ou seja a ideia de democracia
moderna.
RESUMINDO
Rousseau foi uma figura diferenciada e, amo mesmo
tempo, bastante controvertida a integrar o grupo dos
pensadores iluministas. Questionou fortemente os
fundamentos da civilização ocidental. Foi poeta, escritor,
músico e nem por isso deixou de dirigir críticas bastante duras
e afiadas aos poetas, aos teóricos e aos músicos. Atacou a
desigualdade socioeconômica e o despotismo político; propôs
uma outra forma de organização societária, baseada na relativa
igualdade e limitação da propriedade privada.
Ricos menos ricos e pobres menos pobres, unidos por
um contrato social, que pudesse permitir o máximo possível
de harmonia e desenvolvimento coletivo. O pensamento de
Rousseau inspirou as práticas e teorias de socialistas e
anarquistas de todos os tempos. Robespierre, por exemplo, foi
seu ardente e sincero discípulo, atuante no período de domínio
jacobino na Revolução Francesa.
INTRODUÇÃO AO IDEALISMO ALEMÃO

I. É idealista toda doutrina para a qual o pensamento existe


independentemente da matéria, até mesmo sozinho, seja
sob a forma de ideias (idealismo no sentido estrito), seja
sob a forma de seres espirituais (nesse caso, fala-se
mais em espiritualismo).

II. É idealista todo pensador para qual não é possível


conhecer nada da realidade em si, seja porque ela não
existe, seja porque só é possível reconhecer nossas
representações.

COMTE-SPONVILLE, André – Dicionário filosófico.


IMMANUEL KANT (1724 - 1804)

Todas as disposição
naturais de uma criatura estão
destinadas a um dia se desenvolver
completamente e conforme um fim.

Kant.
A TEORIA DO CONHECIMENTO EM KANT.

Immanuel Kant nasceu em Konigsberg em 1724. Sua


filosofia é de uma importância e complexidade
fundamentais. Pode ser considerado como um marco
divisório, relativamente ao que de melhor se produziu em
termos de reflexão filosófica, nos decorrer de séculos, no
Ocidente.

Uma de suas obras mais fundamentais foi denominada


“Crítica da razão pura” . Nesta obra, o autor desenvolveu a
sua teoria do conhecimento, ou filosofia transcendental.
Kant busca realizar, em um só lance, a superação das
tendências racionalista e empirista, procurando suplantar o
próprio ceticismo.

Kant afirmou que a filosofia possuiria quatro grandes


questões:

1º: O que posso saber? ( de caráter metafísico)

2º: O que devo fazer? ( problemática ligada à moral)

3º: O que posso esperar? ( problema ligado à religião)

4º: O que é o homem? ( objeto da antropologia)


UM PROJETO RACIONAL DE PACIFICAÇÃO

Kant também tratou de questões políticas em vários


momentos, principalmente em sua obra “Ideia de uma
história universal de um ponto de vista cosmopolita”. Neste
escrito Kant reforçou a sua crença na existência de uma
ordem racional, regida por leis inexoráveis e imutáveis.
Tentou demonstrar que a razão procura orientar os Homens
em direção à pacificação.
RESUMINDO
Kant passou quase toda a sua vida em uma pequena
cidade conhecida como Königsberg, mas sempre esteve
surpreendentemente bem informado sobre os mais remotos e
complexos acontecimentos mundiais. Figura sistemática e
simples, nos modos e na forma de estruturar o seu
pensamento, pode muito facilmente ser considerado um dos
maiores filósofos de todos os tempos. No campo da teoria do
conhecimento, procurou sintetizar e ao mesmo tempo superar
as principais conquistas e posições dos empiristas e
racionalistas.
Os homens, segundo o seu entender, conheceriam a
partir da experiência e dos sentidos (tal como pensavam os
empiristas), mas a “leitura” ou decodificação de tais
informações seria produzida por estruturas e dimensões inatas
da mente humana (tal qual pensavam os racionalistas). Kant
acreditava na existência de uma verdade (a “coisa em si”)
ainda que não alcançável pelo intelecto humano. A vida em
todos os seus aspectos seria dirigida ou governada por uma
racionalidade inerente à mesma.
Já quanto à ética, o autor muitas vezes parecia
defender posturas e ideias bastante inflexíveis. “Não devemos
mentir nunca: pois senão acabaremos por generalizar uma
atitude que poderá criar graves danos à vida humana”. Sua
reflexão ética se manifestou sob a forma dos imperativos
categóricos, ou seja, a racionalidade que se impões ao homem
sob a forma de determinadas regras a serem adotadas pelos
indivíduos, considerando responsáveis por tudo o que de
melhor ou de pior puder acontecer ao gênero humano e ao
planeta. Exemplo: “age de tal forma que tua ação possa ser
considerada como norma universal”.
HEGEL (1770 - 1831)

A ciência é a afetividade do
espírito, o reino que ele para si
mesmo constrói em seu próprio
elemento.

Hegel.
HEGEL E A FILOSOFIA DA HISTÓRIA

George Wilheim Friedrich Hegel nasceu em Stuttgart em


1770. Criou uma teoria que expressa a trajetória da
construção e realização da ideia de liberdade na História,
que para ele é fruto da ação e do processo de gradativa
tomada de consciência, por parte de uma certa entidade
metafísica que ele denominou “ espírito absoluto”.

Em Hegel, a vida é percebida e interpretada enquanto


processo contraditório de realização e constituição do
humano e de toda natureza.
A CONCEPÇÃO HEGELIANA SOBRE O TRABALHO

Hegel entrou em contato desde muito cedo com a teoria


econômica, recém-originada na Inglaterra durante o
processo da Revolução Industrial.

Como exemplo da ideia hegeliana a respeito da função do


trabalho: este atuaria não só na transformação da natureza,
mas na própria formação do homem.
A DIALÉTICA DO SENHOR E DO ESCRAVO

A obra mais importante de Hegel intitula-se


“Fenomenologia do espírito”, Tal título já indica a ideia
hegeliana de que o espírito deve executar uma árdua e difícil
trajetória para poder superar a condição de alienação em que
se alojou, num certo momento.

Um dos momentos mais significativos desta obra foi


denominada por Hegel de “A dialética do senhor e do
escavo”, que pressupõe uma certa situação de luta interior,
em que se colocam perigosamente ambas as vidas em risco.
RESUMINDO

Hegel foi o grande filósofo da História. Seu


pensamento, por mais abstrato e difícil de ser entendido,
abarcou e manifestou os grandes problemas e impasses
humanos de todos os tempos. A condição humana associada à
natureza o trabalho criador; os grandes personagens políticos
e as suas reformas e revoluções; processo do conhecimento e
sua ligação visceral com a vida; a dialética resgatada aos
antigos e desenvolvida até suas últimas consequencias.
Sua filosofia procurou tratar a totalidade das questões
humanas e históricas, e não foi à toa que se tornou o último
grande sistema filosófico. A própria ideia de sistema em
filosofia passou a ser questionada desde então. Para Hegel a
história seria dinâmica e contraditória. Processual. A vida que
se deixa conhecer é a vida em processo de conhecimento.
Unidade entre o objeto vida e o sujeito cognoscente. Quem
conhece a natureza ou o mundo adquire também
autoconhecimento, e quem o faz desenvolve-se e aprende-se
na consciência.
A história é espelho a refletir o homem, mas também é
obra do mesmo. O homem seria um ser criador de si mesmo e
do mundo ao seu redor, e cada vez mais autocompreensivo. As
diferentes filosofias refletiriam a cada momento de forma cada
vez mais objetiva e racional a trajetória do Espírito Absoluto,
qu outrora s alienou e que agora busca, pelo
autoconhecimento, superar tal condição. E o espírito ou Deus
na maneira em que o concebia Hegel, seria a totalidade de
tudo o que existe, incluindo,logicamente o próprio homem.
KARL MARX (1818 - 1883)

O trabalhador se torna tanto


mais pobre quanto mais riqueza
produz, quanto mais a sua
produção aumenta em poder e
extensão.

MARX, Karl.
A TEORIA E O PROCESSO DA ALIENAÇÃO

Karl Marx nasceu em 1818 em Treves. A ideia central dos


manuscritos parece girar em torno da categoria de alienação
(trabalho alienado). Estes manuscritos nunca foram
terminados, tratando-se na verdade de simples fragmentos,
ainda que importantíssimos e reveladores quanto ao
processo de gênese e estruturação do pensamento marxiano.
A TEORIA E O PROCESSO DA ALIENAÇÃO EM HEGEL

Marx sempre foi um homem de síntese. Para tal autor, não


existem questões puramente econômicas ou puramente
históricas, filosóficas etc...

A categoria da alienação ganhou importância em Hegel, e


sendo Marx seu discípulo, poder-se-ia pensar que o sentido
dado por Marx a tal categoria seria o mesmo que o da teoria
hegeliana. Porém, Marx a transformou emprestando-a um
caráter mais concreto e real.

Em Hegel, a categoria de alienação possui um caráter


muito abstrato e idealista.
A TEORIA E O PROCESSO DA ALIENAÇÃO EM FEUERBACH

O processo de alienação na filosofia de Feuerbach tem


mais ou menos o seguinte sentido: o Homem pensa-se
criatura, mas na verdade é o criador; criou Deus, a partir de
suas muitas e complexas necessidades humanas, tais como:
sua fragilidade ante tantas criaturas mais poderosas, o medo
da morte, o medo em relação ao fortuito e acidental,etc. O
Homem teria buscado em si mesmo certas qualidades
apreciáveis e tê-las-ia absolutizado para, em seguida, poder
projetá-las em um “Além” imaginário.
A TEORIA E O PROCESSO DA ALIENAÇÃO EM MARX

Em Marx, a ideia de alienação assume um caráter social,


político e econômico além de filosófico. O homem é
natureza diferenciada e ainda em processo. O que media a
relação do Homem com a natureza é o trabalho.

Marx aponta como possibilidade e superação da alienação


e organização dos trabalhadores, em nome da construção do
comunismo.
RESUMINDO

Karl Marx pode ser considerado o maior pensador das


humanidades no século XIX. A sua filosofia (e de seu
inseparável amigo e colaborador Engels) explicitou as
principais características e contradições do novo mundo
gerado pelo advento da Revolução Industrial. A teoria de tais
autores captou a situação de desumanização ou de alienação a
que estavam submetidos os operários (e também os
capitalistas) que viviam naquela época.
O capitalista não passaria da personificação do capital,
sendo apenas ilusoriamente livre e dono de suas ações; o
operário, consciente de sua degradação, existiria apenas e tão
somente como um “apêndice” da máquina, ou ainda, como
mero instrumento de produção de mais-valia (tempo de
trabalho não pago). Os autores não apenas estabeleceram o
mais preciso e contundente diagnóstico de sua época, como
também puderam construir, com base em tal conhecimento,
novas vias e projetos para que fosse possível superar a
situação.
O comunismo proposto pelos autores era
indiscutivelmente mais complexo e ao mesmo tempo mais
realista e factível do que as antigas construções teóricas de
outros autores. O capitalismo, é bem verdade, não morreu
como apregoavam e desejavam os seus mais severos críticos,
mas teve que se reformar, muitas vezes de maneira drástica e
dramática, com base, por paradoxal que possa parecer, nas
próprias formulações geradas pelos seus adversários,
anarquistas ou comunistas.
FRIEDRICH NIETZSCHE (1844 - 1900)

A fé salva, logo mente.

NIETZSCHE.
Fiedrich Wilhelm Nietzsche nasceu em 1844 em Rocken.

Pode ser considerado o pensador e filósofo mais polêmico


e original da segunda metade do século XIX.

Procurou questionar a razão humana em sua essência, na


qual esta não passaria de uma construção artificial
(linguagem) para escamotear o grande vazio que nos
caracterizaria enquanto seres humanos.

Dessa forma, não só Deus estaria morto, como também a


própria ideia de verdade.
Em momentos decisivos, Nietzsche expressou claramente
sentimentos racistas e preconceituosos.

Escrevia na forma de aforismos. Velocidade era a marca de


seu tempo. Sua escrita ágil, inteligente e crítica às vezes se
aproximava, em beleza e sensibilidade, de certas expressões
de caráter artístico-literário.
Com a morte de Deus, Nietzsche queria expressar alho
muito mais grave e original: a verdade não existe.

Procurou demonstrar que os homens, por necessidade de


sobrevivência, buscaram desenvolver a linguagem,mas com
o passar do tempo, esqueceram-se dessa iniciativa e
passaram a acreditar, deixando-se dominar pelas própria
criações fantasmagóricas de suas mentes doentias e
temerárias .

Dirigia sua mensagem a homens cultos e sábios da


Europa.
RESUMINDO

Resumir Nietzsche em poucas linhas? Talvez esse


autor seja o que menos se deixe resumir sejam lá quantos
linhas tivermos para tal. Nietzsche foi o anunciador da
bombástica morte de Deus, quer dizer, do esgotamento dos
sentidos e significados do existente até então (segunda metade
do século XIX). Também afirmou o processo que daria origem
ao além-do-homem; a superação consciente de tudo aquilo
que conhecemos como humanidade factível.
E retomando uma ideia milenar, chegou a afirmar o
eterno-retorno-do-mesmo, ou seja, dizer-se que isso que
escrevo,neste momento preciso, já o fiz e o farei novamente
infinitas vezes. Por vezes manifestou ódio irracional e propôs a
destruição de deficientes físicos, mentais ou de toda e
qualquer espécie de seres considerados “diferentes” ou
“degenerados”. Foi um autor polêmico, que poderia ser talvez
melhor compreendido se simplesmente afirmássemos, a seu
respeito, que ele “sacudiu” e “abalou” à base de marteladas,
as fundações da civilização ocidental.
O EXISTENCIALISMO DE SARTRE (1905 - 1980)
E SIMONE DE BEAUVOIR (1908 - 1986)
Existir é fazer-se carência
de ser, é lançar-se no mundo [...]

BEAUVOIR, Simone de.

A questão fundamental
é: que fez você da sua vida.
Sartre.
CONTEXTUALIZAÇÃO

Jean-Paul Sartre nasceu em Paris em 1905, tendo atuado


como filósofo, romancista, dramaturgo e ativista político
com forte participação no jornalismo.,

Simone de Beauvoir foi filósofa e escritora e dedicou-se À


luta pela libertação de todos os homens com ênfase ao
processo de emancipação das mulheres.

O movimento existencialista formou-se durante o período


entre guerras (1918-1939).
Desenvolveu a chamada política de Guerra Fria, ou seja, a
bipolarização entre duas grandes potências, EUA e URSS,
representando respectivamente o capitalismo e o
comunismo.
Sartre acompanhado de Simone, apoiou o movimento
revolucionário cubano e o movimento maoísta.
Para Sartre e Simone, Deus não existe. A vida é aquela que
pudermos produzir, individual e coletivamente. Em dado
momento, Sartre afirmo que “o inferno são os outros”.
RESUMINDO

O existencialismo desenvolveu-se ao longo (e


imediatamente depois) da 2ª Guerra Mundial (1939-45). Tanto
Sartre como Simone procuraram refletir em suas obras a
urgência e as contradições dos seres humanos. Os homens
seriam responsáveis pelas características do mundo em que
vivem.
Os homens seriam desde cedo concebidos como
imperfeitos e inacabados e, por isso mesmo, precisariam
terminar o trabalho; quer dizer, escolher e agir de maneira a
buscar o melhor para si e para o mundo ao seu redor. Cada
ação e escolha humana são consideradas determinantes e
fundamentais por tal filosofia, contribuindo necessariamente
para a melhoria, ou até mesmo destruição, da vida no planeta.
ANDRÉ COMTE-SPONVILLE (1952 - ...)

Filosofar significa pensarmos


a nossa vida e vivermos o nosso
pensamento. Entre os dois subsiste,
porém, uma defasagem, que nos
constitui e nos dilacera. E a filosofia,
em geral, é apenas a negação disso.
Para que pensar tanto, se é pra viver
tão pouco?

COMTE_SPONVILLE, André.
Ex-aluno da École Normale Supérieure, nasceu em 1952
em Paris.

Publicou “Pequeno tratado das grandes virtudes”, um livro


sério, profundo e que conquistou a condição de um marco
em termos de vendagem.

O desespero é o seu tema central. Nada a esperar. Viver o


melhor e o mais intensamente possível a vida.

André Comte-Sponville deixou-se influenciar e constituir


pela onda revolucionária que varreu e transformou o
Ocidente.
Estudou e acreditou muito tempo no marxismo, mas pode
perceber as limitações e insuficiências da teoria e prática da
esquerda.

Posiciona-se como materialista enquanto filósofo,


acreditando na existência real das coisas , como um fator
objetivo que existe, independentemente da nossa
consciência.

Afirma ser ateu. Daí a importância que ele atribui à


reflexão e ação efetiva dos homens.

Para ele, a filosofia não deve existir apenas para uma


minoria, mas deve ocupar os espaços públicos.
RESUMINDO

André Comte-Spnville é um ateu e um ex-militante


político ligado à esquerda. Não desistiu de sonhar e lutar ou
tentar contribuir para a construção de um mundo melhor.
Apenas não fechou os olhos para os tropeços e equívocos
cometidos pelas forças de esquerda na luta contra o
capitalismo. No centro de sua filosofia podemos localizar a
categoria do desespero.
Desesperar, no entender do autor,não seria deixar de
esperar ou de buscar o melhor, mas deixar de esperar de
maneira cômoda e inerte, a partir de alguma força
transcendente ao humano, pelo desejável. Precisamos nos
aperceber de que estamos sós no universo, nem deus nem
deuses, ou forças místicas quaisquer poderão nos ajudar ou
socorrer quanto ao que tememos ou desejamos.
O humano só pode esperar e sonhar com base no
humano. Temos também que nos conscientizar de nossos
limites e contradições. Não podemos tudo, mas podemos algo.
Sonhar paraísos e mundos idealizados muitas vezes só piora;
ou no mínimo, retarda ou mesmo dificulta a realização das
formas necessárias à melhoria do mundo em que vivemos.
Realismo, racionalidade, intuição e sentimento devem ser
engajados na luta por um mundo melhor para todos.

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