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Início da
história da
filosofia: a
estética ainda
não tem nome
específico.
Ingres – Édipo e a
Esfinge
1 - Extensão do termo
Settecento: a
beleza como
objeto do
conhecimento
confuso ou
sentível.
Baumgarten e o
“nascimento” da
Estética como
disciplina
autônoma.
Fragonard – O balanço - 1767
1 - Extensão do termo
Ottocento: a arte
impregna-se de
sentimento.
Pareceu natural
remeter a teoria do
belo a uma doutrina
da sensibilidade e a
filosofia da arte a uma
teoria do sentimento.
O conceito de
criação artística passa
a ser, ao mesmo,
pensado e aceito.
Em contradição
com a filosofia
religiosa, que
seguirá negando,
ao homem, o papel
de criador, pelo
menos até o século
XIX...
O homem
permanece
criatura; Deus,
criador incriado.
Casa da cascata
Frank Lloyd Right
1935-39 (construção)
“A arte constitui de
fato o espaço no
qual se enfrentam e
se enlaçam, de
maneira privilegiada,
todos os aspectos
contraditórios, até
mesmo
antagonistas, da
atividade humana,
ao mesmo tempo
intelectual e
material” (JIMENEZ,
1999, p. 35)
Criar uma obra de arte significa realizar um
ato um mesmo tempo abstrato e concreto
Abstrato, pois usa mecanismos psíquicos e
mentais que decorrem da invenção;
Concreto, na medida em que uma coisa deve
resultar desse processo, que se oferece à
percepção.
“A obra de arte
evidencia-se,
portanto, como uma
concretização efetiva
do poder demiúrgico
do artista, capaz de
engendrar objetos
inéditos que não se
reduzem à simples
imitação de coisas já
existentes”
(JIMENEZ, 1999, P.
36)
Os artistas não produzem “a partir de nada”,
mas a partir de um saber adquirido em
numerosas disciplinas de caráter científico
Leon Battista Alberti (1404-1472): pintor,
escultor, músico e arquiteto
Definição das normas da perspectiva
Importância do estudo da matemática
“O melhor criador será somente aquele que tiver
aprendido a reconhecer as bordas da superfície e toda
a sua qualidade [...] portanto, afirmo que o pintos
deve aprender geometria”
Piero della Francesca
A Flagelação de Cristo
1460
Pintar e esculpir
Não são apenas
práticas que
repousam sobre uma
perícia, sobre um
ofício, sobre uma
habilidade de artesão
Tornam-se
atividades
intelectuais que usam
uma pluralidade de
faculdades e de
aptidões que
permitem ao artista
superar seu status de
simples artesão para
adequar-se à imagem
do humanista
Tomada de consciência do poder criador do
artista “genial”
O gênio, evidentemente, permanece um dom
de Deus – e seguirá sendo-o até a época
romântica – mas a força criadora é individual.
A personalidade do artista torna-se, no
sentido próprio, excepcional.
Filareti (1400-1465): passa a exigir que as
obras dos pintores e escultores fossem
assinadas
LEONARDO DA VINCI RAFAEL SANZIO
O fato de os pintores não hesitarem mais em
expor-se, até mesmo em exibirem-se
tomando-se como objeto – ou sujeito – de
sua arte, revela o deslocamento que se opera,
no Renascimento, da obra à personalidade de
seu autor
Ticiano e o imperador Carlos V
Michelângelo, o “divino”: pintar com o espírito e
não com as mãos.
É claro que a noção de subjetividade própria
ao artista ainda não é analisada nem
tematizada pela reflexão filosófica e estética
As ideias de criação autônoma e de poder do
gênio criador não resultam de especulações
abstratas
Profundas transformações nos planos
econômico e político
Michelângelo
Consciência
de livre
criação
Não
obedecer a
outra leis que
não as ditadas
pelo próprio
gênio
A ideia de um sujeito criador autônomo
aparece pelo final do século XV
Reconhecimento do artista: status social mais
elevado do que o do artesão da Idade Média
Mas as corporações davam ao artesão vantagens
que aos artistas serão vedadas:
▪ Detêm os meios de produção
▪ Gozam de uma certa garantia de liberdade de trabalho
▪ Produzem objetos com finalidade social
O artesão
Estabelece um
elo entre sua obra
e sua utilidade.
Tem consciência
de seu valor de
uso
Percebe a
relação existente
entre o produto e
sua significação
real
O artista
Cessa de produzir
obras “úteis”, para uso
coletivo.
Transforma-se em
assalariado pago pela
clientela: o
empregador (mecenas,
membro do clero ou da
aristocracia, o
soberano)
Contrato: prazo de
entrega, materiais
(cores, pigmentos),
desenho, tema
Ao artista começa a ser concedida um
margem de iniciativa, inconcebível antes
Novamente Michelângelo
Escolha do tema, das cores, até do objeto
O preço das obras aumenta
consideravalmente
Depende do renome e do talento do mestre que
todos disputam
Filippo Lippi (1406-1469), e seu filho (1457-1505)...
A obra tem a possibilidade de satisfazer
várias finalidades utilitárias ou simbólicas:
Ornar
Embelezar
Decorar igrejas ou palácios
Celebrar, ao mesmo tempo, a glória do príncipe,
de Deus ou o poder em geral, eclesiástico ou
aristocrático
O preço dos quadros é estabelecido levando
em conta:
O número de figuras a serem pintadas
As cores
Os pigmentos: prata, ouro, azul-ultramar, etc.
Tempo de execução
Valor de uso: capacidade que tem a obra de
responder às diversas necessidades e exigências
do cliente
A partir da metade da Renascença
A importância dos materiais na fixação do preço
das obras diminui em proveito da perícia, da
habilidade ou do talento evidenciado pelo artista
O poder criador é levado em conta
O talento ou o gênio, qualidade intrínsecas à
personalidade do autor, estão acima de tudo
O artista é proprietário de sua obra e de seu
talento; ambos negociáveis no mercado de arte
em expansão.
O valor de troca começa a prevalecer sobre o
valor de uso
O tempo de trabalho deixa de ser um critério
suficiente para fixar o preço da obra
Tempo da criação, não o tempo de trabalho
Do quantitativo ao qualitativo
Como fixar o preço da notoriedade ou do
gênio?
PAREYSON, Luigi. Os problemas da estética.
São Paulo: Martins Fontes, 2001.