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Bernardo Soares, Livro do desassossego

Fragmento 83 —
«Eu nunca fiz
senão sonhar»
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Filme do desassossego,
de João Botelho (2010, Ar de Filmes) —
Bernardo Soares (Cláudio da Silva).
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«O meu estado de espírito obriga-me


agora a trabalhar bastante, sem querer,
no Livro do desassossego. Mas tudo
fragmentos, fragmentos, fragmentos.»
Fernando Pessoa
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Fragmento 83 — Principais ideias (I)

• Para Bernardo Soares, a existência real é inferior à


O SONHO sonhada. O semi-heterónimo nunca prestou atenção
à vida, preferindo o sonho.

• «Sonhar» significa estar totalmente concentrado


num «cenário interior», criando «um mundo falso».

• O sonho permite que Bernardo Soares se liberte


A LIBERDADE das contingências particulares da sua existência real:
DE SAIR DO sonhando, ele concebe tudo o que não tem no seu
«QUARTO» «quarto» e imagina um «Portugal dentro de [si]».
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Fragmento 83 — Principais ideias (II)

• Devido à capacidade de sonhar, Bernardo Soares


UM MUNDO
«DENTRO tem dentro de si amigos «com vidas próprias, reais,
DE MIM» definidas e imperfeitas».

• O mundo falso que existe dentro de Bernardo Soares


dá-lhe uma sensação de conforto e provoca alegria.

• O semi-heterónimo considera que são mais intensas


as emoções relacionadas com aquilo que sonhou,
SAUDADES com o que não existiu realmente na sua vida.
DO QUE
 A dor maior advém do facto de os seres que existem
NÃO EXISTIU
dentro de si não terem existência real.

Dor superior à da saudade


da «infância ida»
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Fragmento 83 — Principais ideias (III)

• As reflexões, os devaneios, de Bernardo Soares


ocorrem num «quarto» onde escreve.
ESCREVER
 O cenário da escrita, associado à ideia de espaço
O DEVANEIO
confinado, provoca a necessidade do devaneio
ou deambulação mental.

• O semi-heterónimo exprime o problema da


consciência («a doença de ser consciente», tema
presente no ortónimo), que não lhe permite o refúgio
A DOR DA pleno na existência onírica.
CONSCIÊNCIA
E O PESO • A vida surge como fardo pesado: agir e conviver com
DA VIDA outros é doloroso.  «O mal da vida […]. Ter de viver
e, por pouco que seja, de agir; ter de roçar pelo facto
de haver outra gente, real também, na vida!»

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