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Preconceito lingüístico: o que é, como se faz.

São Paulo: edições Loyola, 2000.

 O preconceito lingüístico é fruto de uma visão de mundo


estreita, inspirada em mitos e superstições que têm como único
objetivo perpetuar os mecanismos de exclusão social.
Ele é alimentado diariamente em programas de televisão e de
rádio, em colunas de jornal e revista, em livros e manuais que
pretendem ensinar o que é “certo” e o que é “errado”.

 Marcos Bagno fez um levantamento dos mitos mais


comuns que os falantes nativos de língua portuguesa têm e
provou que eles não se sustentam.

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O círculo vicioso do preconceito
lingüístico:
O que é e onde está a norma culta?
 A GRAMÁTICA TRADICIONAL
 OS MÉTODOS TRADICIONAIS DE ENSINO
 OS LIVROS DIDÁTICOS
 OS COMANDOS PARAGRAMATICAIS
 A norma culta está tradicionalmente muito
vinculada à norma literária, à língua escrita.
 A maioria das pessoas plenamente alfabetizadas
não cultivam nem desenvolvem suas habilidades
no nível da norma culta.
 As gramáticas normativas tradicionais chamam
erradamente de norma culta uma modalidade de
língua que não é culta, mas sim cultuada.

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Preconceito lingüístico: mudança
de atitude
 Toda língua é viva, dinâmica, está em constante
movimento.
 Todo falante nativo de uma língua é um falante
plenamente competente dessa língua, capaz de
discernir se um enunciado obedece ou não às suas
regras de funcionamento.
 Usar a língua, tanto na modalidade oral como na
escrita, é encontrar o ponto de equilíbrio entre dois
eixos: o da adequabilidade e o da aceitabilidade.

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O que é preconceito
lingüístico?
O preconceito lingüístico é
fruto de uma visão de mundo
estreita, inspirada em mitos e
superstições que têm como
único objetivo perpetuar os
mecanismos de exclusão
social.
Ele é alimentado diariamente
em programas de televisão e
de rádio, em colunas de jornal
e revista, em livros e manuais
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que pretendem oito
ensinar
mitos
o que é
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“certo” e o que é “errado”.
Mito nº 1: “A língua
portuguesa falada no Brasil
apresenta uma unidade
surpreendente”.
VERDADE: “Em nosso país existe um
verdadeiro abismo lingüístico entre
os falantes das variedades não-
padrão do português brasileiro (a
maioria da população) e os falantes
da (suposta) variedade culta, em
geral mal definida, que é a língua
ensinada na escola”.

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Mito nº 2: “Brasileiro não
sabe português / Só em
Portugal se fala bem
português”.
VERDADE: “O brasileiro sabe o português
do Brasil, que é a língua materna de todos os
que nascem e vivem aqui, enquanto que os
portugueses sabem o português deles.
Nenhum dos dois é mais certo ou mais
errado: eles são diferentes porque atendem
às necessidades lingüísticas das
comunidades que os usam”.

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Mito nº 3: “Português é
muito difícil”.

VERDADE: “A idéia de que ‘português é


muito difícil’ serve como mais um dos
instrumentos de manutenção do status quo
das classes sociais privilegiadas. No dia em
que o nosso ensino de português se
concentrar no uso real, vivo e verdadeiro da
língua portuguesa do Brasil, ele deixará de
ser considerado ‘uma língua difícil’ ”.

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Mito nº 4: “As pessoas
sem instrução falam
tudo errado”.
VERDADE: “O que está em jogo aqui não é
a língua, mas a pessoa que fala essa língua:
onde ela vive, que posição social ocupa, qual
sua condição econômica. Por exemplo, se o
Nordeste é ‘atrasado’, ‘pobre’,
‘subdesenvolvido’, então, ‘naturalmente’, as
pessoas que lá nasceram e a língua que elas
falam também devem ser consideradas
assim...”.

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Mito nº 5: “O lugar onde
melhor se fala português no
Brasil é o Maranhão”.
VERDADE: “Não existe nenhuma variedade
nacional, regional ou local que seja melhor. É
preciso abandonar essa ânsia de tentar
atribuir a um único local ou a uma única
comunidade de falantes o ‘melhor’ ou o ‘pior’
português e passar a respeitar igualmente
todas as variedades da língua, que
constituem um tesouro precioso de nossa
cultura”.

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Mito nº 6: “O certo é
falar assim porque se
escreve assim”.
VERDADE: “É preciso ensinar a escrever de
acordo com a ortografia oficial, mas não se
pode fazer isso tentando criar uma língua
falada ‘artificial’ e reprovando como ‘erradas’
as pronúncias que são resultado natural das
forças internas que governam o idioma. Além
do mais, não existe nenhuma ortografia em
nenhuma língua do mundo que consiga
reproduzir a fala com fidelidade”.

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Mito nº 7: “É preciso
saber gramática para
falar e escrever bem”.
VERDADE: “A gramática é subordinada à
língua e dependente dela, não o contrário.
Ela não estabelece a ‘norma culta’. A tarefa
da gramática deve ser o de definir, identificar
e localizar os falantes cultos, coletar a língua
usada por eles e descrever essa língua de
forma clara e objetiva”.

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Mito nº 8: “O domínio
da norma culta é um
instrumento de
ascensão social”.
VERDADE: “O mero domínio da norma culta
não é uma fórmula mágica que, de um
momento para outro, vai resolver todos os
problemas de um indivíduo carente. É
preciso favorecer esse reconhecimento, mas
também garantir o acesso à educação em
seu sentido mais amplo, aos bens culturais,
à saúde e à habitação, ao transporte de boa
qualidade, enfim, a uma vida digna”.

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