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Jornalismo e direito de autor

Direito de autor – regime geral

∀ ⇒ Direito de autor: Conjunto de poderes, de carácter pessoal e


patrimonial, reconhecidos por lei ao autor de uma obra protegida, a fim de
que livre e exclusivamente a utilize ou explore, extraindo as respectivas
vantagens económicas, ou autorize terceiros a fazê-lo, com respeito
pela sua paternidade e integridade.
Direito de autor – regime geral

∀ ⇒ Direitos patrimoniais de autor: analisam-se na faculdade de fruir e


utilizar a obra, ou autorizar a sua fruição, utilização e exploração
económica por terceiro, no todo ou em parte, fixando as respectivas
condições.
⇒ São susceptíveis de alienação, oneração ou renúncia e caducam
com o decurso do tempo.
⇒ Direitos pessoais de autor: analisam-se na faculdade de dar a
conhecer a obra ao público ou retirá-la de circulação, reivindicar a sua
paternidade e exigir o respeito pela sua integridade e genuinidade.
⇒ Não podem ser transmitidos (a não ser mortis causa) ou onerados,
são irrenunciáveis e perduram depois da queda da obra no domínio
público.
Direito de autor – regime geral

∀ ⇒ Condições positivas de protecção


• 1. A forma ou exteriorização
• Não são protegidas pelo direito de autor as ideias, processos, sistemas, conceitos,
princípios ou descobertas, bem como os temas, estilos ou géneros.
• - A protecção da composição, estrutura ou “expressão” (mesmo oral) da obra, ainda
que inacabada (forma interna)
• - A protecção dos elementos que compõem a obra, como personagens, diálogos,
descrições ... (forma externa)
• Não são protegidos pelo direito de autor os objectos materiais em que se corporiza
a obra (vídeo, livro, fotografia ...).
• 2. A originalidade
• - A protecção da criatividade (e não da novidade)
• - A obra original como necessária, embora mínima, expressão ou prolongamento
da personalidade do autor.
Direito de autor – regime geral

∀ ⇒ Condições “negativas” de protecção


• Irrelevância do género, mérito ou “valor” artístico (neutralidade
estética e ética do direito de autor)
• Irrelevância do objectivo prosseguido com a obra
• Irrelevância da forma de expressão
• Irrelevância do registo (excepção: título de obra não publicada,
título de jornal)
Direito de autor – regime geral

• Exclusão da protecção
• O artigo 7.º, 1, a) do CDA exclui do âmbito de protecção “as notícias do
dia e os relatos de acontecimentos diversos com carácter de simples
informações de qualquer forma divulgados.
• Não é possível adquirir direitos exclusivos sobre o conteúdo das notícias;
• Tais materiais carecem, em princípio, de originalidade tanto na sua
composição como na sua expressão.
• Contudo, o n.º 3 do mesmo artigo não deixa de sugerir alguma protecção a
esse tipo de material, quando usado por terceiros, pois estabelece que
essa utilização “deve limitar-se ao exigido pelo fim a atingir com a sua
divulgação”.
Direito de autor – regime geral

Situações em que as obras protegidas podem, para salvaguarda do direito à


informação e dentro de certos limites, ser utilizadas pela comunicação social:
a) divulgação de excertos ou resumos de discursos, alocuções ou conferências
protegidos e pronunciados em público, quando pronunciados em público (artigo
75.º, n.º 2, al. b), do CDA);
b) inclusão em relatos de acontecimentos de actualidade de fragmentos de obras
literárias ou artísticas, quando o fim de informação prosseguido o exija (al. d));
c) citações ou resumos de obras alheias em apoio das próprias doutrinas ou com
fins de crítica, discussão ou ensino (al. g)).
d) A utilização de obra para efeitos de publicidade relacionada com a exibição pública
ou venda de obras artísticas, na medida em que tal seja necessário para
promover o acontecimento, com exclusão de qualquer outra utilização comercial
(al. l);
e) Inclusão episódica de uma obra ou outro material protegido noutro material (al. r))
f) A utilização de obra para efeitos de segurança pública ou para assegurar o bom
desenrolar ou o relato de processos administrativos, parlamentares ou judiciais (n).
Direito de autor – regime geral

• Situações em que também os trabalhos jornalísticos podem ser alvo


de uma utilização livre em circunstâncias específicas (para além do
direito de citação e do novo direito de inclusão episódica)
• a) selecção regular de artigos de imprensa periódica sob a forma de
revista de imprensa (artigo 75.º, al. c) do CDA);
• b) reprodução, noutros meios de comunicação social, de artigos de
actualidade relativos a discussão económica, política ou religiosa (al. m).
Porém, neste caso, tal só é possível se essa utilização não tiver sido
expressamente reservada pelos seus autores.
c) reprodução da obra efectuada por instituições sociais sem fins
lucrativos, como hospitais ou prisões, quando a mesma seja transmitida
por radiodifusão (al. p) (sem prejuízo de remuneração equitativa)
Direito de autor – regime geral

• Condicionamento legais às utilizações livres


• “Artigo 75.º, n.º 4 — Os modos de exercício das utilizações previstas nos
números anteriores, não devem atingir a exploração normal da obra, nem
causar prejuízo injustificado dos interesses legítimos do autor.”
• Artigo 76.º, n.º 1 – “A utilização livre a que se refere o artigo anterior deve
ser acompanhada: a) da indicação, sempre que possível, do nome do autor
e do editor, do título da obra e demais circunstâncias que os identifiquem;
(…) “
Artigo 76.º, n.º 2 — As obras reproduzidas ou citadas, nos casos das
alíneas b), d), e), f), g) e h) do n.º 2 do artigo anterior, não se devem
confundir com a obra de quem as utilize, nem a reprodução ou citação
podem ser tão extensas que prejudiquem o interesse por aquelas obras.
Direito de autor – regime geral

• n.º 2 do artigo 42.º CRP: a liberdade de criação intelectual, artística e científica


inclui a protecção legal do direito de autor.
• O direito de autor é um direito constitucional fundamental que partilha do especial
regime dos direitos, liberdades e garantias fundamentais previsto no artigo 18.º da
Constituição:
• Vale na ordem jurídica sem necessidade de intermediação legislativa; não sendo
exequível por si só, obriga à sua concretização imediata pelo legislador, fazendo
incorrer o Estado em inconstitucionalidade por omissão se não legislar
(aplicabilidade directa);
• Vincula entidades públicas (órgãos de soberania e órgãos e agentes administrativos,
que não só devem respeitá-lo como também promovê-lo) e privadas (sobretudo
quando actuem em situação de domínio sobre o detentor do direito);
• Só pode ser restringido: a) por lei; b) e nos casos expressamente previstos na
Constituição;
• Só pode ser restringido quando tal seja adequado, exigível e proporcional à
salvaguarda de outros bens jurídico-constitucionais (princípio da proporcionalidade).
• . As leis que o restrinjam - quando tal seja possível, ou seja, nas condições acima
enunciadas -, não podem ter carácter retroactivo, devem revestir carácter geral e
abstracto e não podem restringir a extensão e o alcance do conteúdo essencial do
direito.
Direito de autor – regime geral

• As leis que permitem uma utilização livre do direito de autor são sempre leis
restritivas de direitos, liberdades e garantias, e não leis restritivas a direitos
desprovidos de positividade constitucional. Assim, os pressupostos da
consagração de tal utilização livre devem assentar numa cuidadosa
ponderação legislativa (e convencional) entre os interesses do autor e os
interesses da comunidade. Daí que as restrições devam ser entendidas
como o que verdadeiramente são: restrições “agressivas” a um direito,
liberdade e garantia constitucional (Gomes Canotilho).
Direito de autor – regime geral

• Sendo um direito subjectivo fundamental, o direito de autor confere


ao seu titular o poder de autorizar o se e o como da utilização da
obra sobre que incide, de forma a que possa retirar da sua
exploração as respectivas vantagens patrimoniais.
• Essa é, aliás, sob o ponto de vista económico, a razão fundamental
da protecção do direito de autor (cf. n.º 2 do artigo 67.º do CDA).
Ou seja, integra o núcleo essencial desse direito constitucional,
uma vez que o direito de autor “cria um direito económico que cai
também no âmbito da protecção do direito à criação cultural”
• Isto é, a consagração legal da utilização sem autorização das obras
protegidas apenas pode fazer-se por atenção a outros valores
constitucionais de idêntica importância, e não por apelo a
interesses jurídico privados de outras entidades, sob pena de
inconstitucionalidade.
Direito de autor – regime geral

• É que “quem cria um obra deve poder decidir sobre a sua utilização”. E
esse é um poder que lhe compete em exclusivo. A reivindicação da
liberdade económica na utilização de certas obras, como as invenções,
como expressão de um estágio civilizacional relativamente a bens
naturalmente comuns, “não pode servir de matriz à construção dos direitos
de autor e dos direitos conexos”. (Gomes Canotilho)

A utilização livre de uma obra protegida pelo direito de autor apenas pode
assentar em determinados interesses da comunidade, “cuja ponderação
poderá levar a soluções de concordância prática ou mesmo de prevalência
relativamente aos direitos de autor, interesses que se podem sistematizar
em vários grupos:
• a)Interesses públicos relacionados com a protecção da saúde pública e
com o desenvolvimento sócio-económico e tecnológico (…);
• b) Interesses públicos de informação científica e de ensino (…);
• c) Direitos de informação dos cidadãos (…);
• d) direitos de fruição comunitária de obras artísticas
Direito de autor – regime geral

• De todo o modo, “se o direito de exclusividade como direito absoluto não


pode nem deve manter-se, então isso implica que se reforcem as formas de
compensação económica pela “desindividualização” e “socialização” dos
direitos patrimoniais de autor”. (autor citado)
• Porque essa é, do ponto de vista económico, a matriz – ou núcleo
essencial, inviolável, de acordo com a leitura constitucional - da sua
protecção legal.
Direito de autor – regime geral

• Titularidade do direito de autor


• A protecção legal do direito de autor está intrinsecamente ligada ao acto
de criação intelectual, pelo que a titularidade originária dos direitos sobre
uma obra não pode deixar de surgir na esfera jurídica do seu criador.
• É neste pressuposto, que deve interpretar-se o artigo 11.º do CDA,
quando dispõe que “o direito de autor pertence ao criador intelectual da
obra, salvo disposição expressa em contrário”.
• Na verdade, a liberdade de criação intelectual “compreende o direito à
invenção, produção e divulgação da obra científica, literária ou artística,
incluindo a protecção legal dos direitos de autor” (n.º 2 do artigo 42.º da
CRP).
• E o artigo 27.º, n.º 2 da DUDH, à luz da qual devem ser interpretados os
direitos fundamentais, afirma claramente que “todos têm direito à
protecção dos interesses morais e materiais ligados a qualquer
produção científica, literária ou artística da sua autoria”.
Direito de autor – regime geral

• Assim, a componente patrimonial do direito de autor (artigo 9.º, n.º 2), sempre será
transmissível por vontade do seu titular originário, ou seja, do seu criador intelectual,
e apenas por ele (artigo 40.º: “o titular originário, bem como os seus sucessores ou
transmissários, podem: a) autorizar a utilização da obra por terceiro; b) transmitir ou
onerar, no todo ou em parte, o conteúdo patrimonial do direito de autor sobre essa
obra”).
• Importante para o reconhecimento da paternidade da obra, por constituir uma
presunção legal de autoria, é a sua assinatura: artigo 27.º, n.º 2: “Presume-se autor
aquele cujo nome tiver sido indicado como tal na obra, conforme o uso consagrado,
ou anunciado em qualquer forma de utilização ou comunicação ao público”.
Sobretudo atendendo aos …
Direito de autor – regime geral

• Casos excepcionais de determinação da titularidade:


• 1. Art.º 14.º do CDA: Obra feita por encomenda ou produzida por
conta de outrem:
• N.º 3: “a circunstância de o nome do criador da obra não vir
mencionado nesta ou não figurar no local destinado para o efeito
segundo o seu uso universal constitui presunção de que o direito de
autor fica a pertencer à entidade por conta de quem a obra é feita”.
• A regra é a comum, i. é, a da convenção entre as partes (n.º 1). Se
nada for convencionado, presume-se que a obra é do criador
intelectual (n.º 2).
Direito de autor – regime geral

• Artigo 15.º, n.º 1: “(…) quando o direito de autor pertença ao criador intelectual, a
obra apenas pode ser utilizada para os fins previstos na respectiva convenção”.
• Forma da convenção: a exigida pelos artigos 41.º e ss. (regime da autorização e da
transmissão dos direitos de autor)
• Casos excepcionais de determinação da titularidade (contin.):
• 2. Artigo 19.º CDA: Obras colectivas
• N. 1: “O direito de autor sobra obra colectiva é atribuído à entidade singular ou
colectiva que tiver organizado e dirigido a sua criação e em nome de quem tiver sido
divulgada ou publicada”.
• No entanto, trata-se de um direito sobre a obra no seu conjunto, e não sobre as
participações individuais que possam ser discriminadas, uma vez que sobre elas
aplica-se o preceituado quanto à obra feita em colaboração (n.º 2).
• O. Ascensão: “enquanto o carácter pessoal sobressair, a obra é de colaboração. Mas
se a tarefa é complexa (...), a organização toma um peso prevalente. Cria-se uma
estrutura, que enquadra e dirige as actividades individuais. A obra é de atribuir à
empresa, pois esta se tornou o elemento essencial”.
• N.º 3: “Os jornais e outras publicações periódicas presumem-se obras colectivas,
pertencendo às respectivas empresas o direito de autor sobre as mesmas”.
Direito de autor – regime geral

• Casos excepcionais de determinação da titularidade (contin.):


• 3. Obras fotográficas
• No que respeita às obras fotográficas efectuadas em execução de um
contrato de trabalho ou por encomenda, a lei presume, admitindo prova em
contrário, que os respectivos direitos de autor pertencem à entidade
patronal ou à pessoa que fez a encomenda (cf. artigo 165.º, n.º 2 do CDA).
Direito de autor – regime geral

• Direito de autor dos jornalistas


• Artigo 173.º CDA - jornalistas free-lancers;
• Artigo 174.º CDA – jornalistas sob contrato de trabalho
• reafirma o princípio aplicável às obras produzidas sob contrato de
trabalho no contexto de obras colectivas – “o direito de autor sobre
trabalho jornalístico produzido em cumprimento de um contrato de
trabalho que comporte identificação de autoria, por assinatura ou outro
meio, pertence ao autor” (n.º 1), pertencendo à empresa para que o
jornalista trabalha o direito de autor desses escritos quando não
estiverem assinados ou não contiverem identificação de autoria (n.º 4) - ,
• Mas acrescenta: a dependência de autorização da empresa para a
publicação em separado, pelo jornalista, do seu próprio trabalho: a) antes
de decorridos 3 meses sobre a data da primeira circulação da publicação
em que tiver sido inserido, quando o trabalho pertença ao jornalista,
naturalmente por razões de não concorrência, ou b) a qualquer altura,
quando o trabalho pertença à empresa (n.ºs 3 e 4).
Direito de autor dos jornalistas

• Artigos 7.º, 7.-A, 7.º - B, 7.º - C e 21.º do EJ


• Nesta ordem de ideias, o EJ vem:
• 1. reconhecer o direito de assinatura das obras de sua autoria aos
jornalistas (n.º 2 do art.º 7.º-A)
• 2. reconhecer a titularidade originária do direito de autor sobre obras
jornalísticas aos próprios jornalistas, fazendo depender de autorização,
“através de disposições contratuais específicas, segundo a forma exigida
por lei, contendo obrigatoriamente as faculdades abrangidas e as
condições de tempo, lugar e de preço aplicáveis à sua utilização” (n.º 2
do artigo 7.º-B)
• 3. Mas excepciona o direito de utilização, “para fins informativos e pelo
período de 30 dias, em cada um dos órgãos de comunicação social, e
respectivos sítios electrónicos, detidos pela empresa ou grupo
económico a que os jornalistas se encontrem contratualmente
vinculados”.
Direito de autor dos jornalistas

• NB:
• 1. Para fins informativos;
• 2. Nos ocs e sítios electrónicos da empresa ou grupo económico com os quais o
jornalista efectivamente contratou.
• A excepção consiste na “presunção” de que essa utilização por 30 dias corresponde a
uma primeira utilização das obras, estando, por isso, abrangida pelo objecto do próprio
contrato de trabalho.
• A ficção afigura-se, no entanto, de duvidosa constitucionalidade porque:
• a) as restrições ao direito de autor apenas podem ter lugar para salvaguarda de outros
direitos ou valores constitucionalmente consagrados (e não interesses privados das
empresas);
• b) os “fins informativos” que poderiam fundamentar tal utilização livre (v., atrás, Gomes
Canotilho), abrangem um período de trinta dias, período de tempo exorbitante para
semelhantes finalidades, tornando a medida manifestamente desnecessária e
desproporcional ao fim a atingir.
Salvaguarda do n.º 3 do artigo 13.º, aplicável a trabalhos jornalísticos protegidos e
não protegidos pelo direito de autor: os jornalistas têm o direito de se opor à publicação
ou divulgação dos seus trabalhos em ocs diversos daquele em cuja redacção exercem
funções, por razões de desacordo com a respectiva orientação editorial.

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