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• Exclusão da protecção
• O artigo 7.º, 1, a) do CDA exclui do âmbito de protecção “as notícias do
dia e os relatos de acontecimentos diversos com carácter de simples
informações de qualquer forma divulgados.
• Não é possível adquirir direitos exclusivos sobre o conteúdo das notícias;
• Tais materiais carecem, em princípio, de originalidade tanto na sua
composição como na sua expressão.
• Contudo, o n.º 3 do mesmo artigo não deixa de sugerir alguma protecção a
esse tipo de material, quando usado por terceiros, pois estabelece que
essa utilização “deve limitar-se ao exigido pelo fim a atingir com a sua
divulgação”.
Direito de autor – regime geral
• As leis que permitem uma utilização livre do direito de autor são sempre leis
restritivas de direitos, liberdades e garantias, e não leis restritivas a direitos
desprovidos de positividade constitucional. Assim, os pressupostos da
consagração de tal utilização livre devem assentar numa cuidadosa
ponderação legislativa (e convencional) entre os interesses do autor e os
interesses da comunidade. Daí que as restrições devam ser entendidas
como o que verdadeiramente são: restrições “agressivas” a um direito,
liberdade e garantia constitucional (Gomes Canotilho).
Direito de autor – regime geral
• É que “quem cria um obra deve poder decidir sobre a sua utilização”. E
esse é um poder que lhe compete em exclusivo. A reivindicação da
liberdade económica na utilização de certas obras, como as invenções,
como expressão de um estágio civilizacional relativamente a bens
naturalmente comuns, “não pode servir de matriz à construção dos direitos
de autor e dos direitos conexos”. (Gomes Canotilho)
•
A utilização livre de uma obra protegida pelo direito de autor apenas pode
assentar em determinados interesses da comunidade, “cuja ponderação
poderá levar a soluções de concordância prática ou mesmo de prevalência
relativamente aos direitos de autor, interesses que se podem sistematizar
em vários grupos:
• a)Interesses públicos relacionados com a protecção da saúde pública e
com o desenvolvimento sócio-económico e tecnológico (…);
• b) Interesses públicos de informação científica e de ensino (…);
• c) Direitos de informação dos cidadãos (…);
• d) direitos de fruição comunitária de obras artísticas
Direito de autor – regime geral
• Assim, a componente patrimonial do direito de autor (artigo 9.º, n.º 2), sempre será
transmissível por vontade do seu titular originário, ou seja, do seu criador intelectual,
e apenas por ele (artigo 40.º: “o titular originário, bem como os seus sucessores ou
transmissários, podem: a) autorizar a utilização da obra por terceiro; b) transmitir ou
onerar, no todo ou em parte, o conteúdo patrimonial do direito de autor sobre essa
obra”).
• Importante para o reconhecimento da paternidade da obra, por constituir uma
presunção legal de autoria, é a sua assinatura: artigo 27.º, n.º 2: “Presume-se autor
aquele cujo nome tiver sido indicado como tal na obra, conforme o uso consagrado,
ou anunciado em qualquer forma de utilização ou comunicação ao público”.
Sobretudo atendendo aos …
Direito de autor – regime geral
• Artigo 15.º, n.º 1: “(…) quando o direito de autor pertença ao criador intelectual, a
obra apenas pode ser utilizada para os fins previstos na respectiva convenção”.
• Forma da convenção: a exigida pelos artigos 41.º e ss. (regime da autorização e da
transmissão dos direitos de autor)
• Casos excepcionais de determinação da titularidade (contin.):
• 2. Artigo 19.º CDA: Obras colectivas
• N. 1: “O direito de autor sobra obra colectiva é atribuído à entidade singular ou
colectiva que tiver organizado e dirigido a sua criação e em nome de quem tiver sido
divulgada ou publicada”.
• No entanto, trata-se de um direito sobre a obra no seu conjunto, e não sobre as
participações individuais que possam ser discriminadas, uma vez que sobre elas
aplica-se o preceituado quanto à obra feita em colaboração (n.º 2).
• O. Ascensão: “enquanto o carácter pessoal sobressair, a obra é de colaboração. Mas
se a tarefa é complexa (...), a organização toma um peso prevalente. Cria-se uma
estrutura, que enquadra e dirige as actividades individuais. A obra é de atribuir à
empresa, pois esta se tornou o elemento essencial”.
• N.º 3: “Os jornais e outras publicações periódicas presumem-se obras colectivas,
pertencendo às respectivas empresas o direito de autor sobre as mesmas”.
Direito de autor – regime geral
• NB:
• 1. Para fins informativos;
• 2. Nos ocs e sítios electrónicos da empresa ou grupo económico com os quais o
jornalista efectivamente contratou.
• A excepção consiste na “presunção” de que essa utilização por 30 dias corresponde a
uma primeira utilização das obras, estando, por isso, abrangida pelo objecto do próprio
contrato de trabalho.
• A ficção afigura-se, no entanto, de duvidosa constitucionalidade porque:
• a) as restrições ao direito de autor apenas podem ter lugar para salvaguarda de outros
direitos ou valores constitucionalmente consagrados (e não interesses privados das
empresas);
• b) os “fins informativos” que poderiam fundamentar tal utilização livre (v., atrás, Gomes
Canotilho), abrangem um período de trinta dias, período de tempo exorbitante para
semelhantes finalidades, tornando a medida manifestamente desnecessária e
desproporcional ao fim a atingir.
Salvaguarda do n.º 3 do artigo 13.º, aplicável a trabalhos jornalísticos protegidos e
não protegidos pelo direito de autor: os jornalistas têm o direito de se opor à publicação
ou divulgação dos seus trabalhos em ocs diversos daquele em cuja redacção exercem
funções, por razões de desacordo com a respectiva orientação editorial.