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Acidentes por Animais

Peçonhentos – Parte II
Cynthia Chaves
R2 DIP
Acidentes por Mariposas e
Lagartas
Lepdopterismo (Lepdo = escama + Ptero = asa)
• Envolve a forma alada
Erucismo (Erucae = larva)

DERMATITE URTICANTE POR LARVAS DE MARIPOSAS


(ERUCISMO URTICANTE)
• Lagartas dos gêneros Lonomia e Automeris (família
Saturniidae): espinhos ramificados, pontiagudos e com
glândulas venenosas nos ápices
• Lagartas do gênero Podalia (família Megalopygidae): Lagartas
de fogo, taturanas-gatinho ou sauí; cerdas longas e inofensivas
e outras menores, não ramificadas, pontiagudas, com
glândulas de veneno
FAMÍLIA SATURNIIDAE

Lonomia - larva
Lonomia - adulto

Automeris - adulto
Automeris - larva
FAMÍLIA MEGALOPYGIDAE

Podalia - larva Podalia - adulto


Acidentes por Mariposas e
Lagartas
• Venenos presentes na hemolinfa do animal e secretados pelas glândulas
são misturas de toxinas semelhantes à histamina
• O contato induz a sensação de “agulhada” -> ardor intenso ->
eritema/edema; adenomegalia dolorosa -> pápulas isoladas ou agrupadas
-> prurido; escoriações -> infecção secundária
• Após 24h = vesículas, flictenas ou bolhas com necrose superior e
posterior hiperpigmentação
• Mal-estar, febre, náuseas, cefaléia, diarréia, mialgias, lipotímia, e mais
raramente dores abdominais, hipotermia e hipotensão.
TRATAMENTO:
• Lavagem imediata do local com água fria; Compressas frias intermitentes
• Manter elevado o membro afetado
• Anti-histamínicos VO e corticóides tópicos; infiltração com lidocaína a 2%
Acidentes por Mariposas e
Lagartas
ACIDENTE URTICANTE POR MARIPOSAS DO GÊNERO
HYLESIA (LEPDOPTERISMO URTICANTE)

• Fêmeas atraídas pela luz artificial ao colidir com superfícies


duras podem liberar espículas tóxicas
• Causam dermatite aguda pápulo-pruriginosa que pode persistir
por até 2 semanas
TRATAMENTO
• Banho com água fria misturada com amido; compressas frias
• Anti-histamínicos
• Corticóide tópico
Acidentes por Mariposas e
Lagartas
SÍNDROME HEMORRÁGICA POR LAGARTAS DE
LONOMIA SPP (ERUCISMO HEMORRÁGICO)
• Lagartas de Lonomia obliqua (orugas) e Lonomia achelous
(beijus de tapurus de seringueira)
• Vivem agrupadas no chão ou em troncos de árvores; contato
com vários animais exacerba o efeito tóxico
• Efeito urticante e ativador da protrombina -> Erucismo
urticariforme com ou sem sintomas gerais
• Após 48h = discrasia sanguínea, seguida ou não de
hemorragias de extensão variável, espontâneas ou
traumáticas, como: equimose, hematoma, gengivorragia,
epistaxe, hematêmese, enterorragia, hematúria macroscópica,
hemorragia intra-articular, pulmonar, glandular e cerebral
Acidentes por Mariposas e
Lagartas

ALTERAÇÕES LABORATORIAIS:
• Aumento do tempo de coagulação, de protrombina e TTPA
• Redução acentuada do fibrinogênio plasmático com
elevação dos produtos de degradação do fibrinogênio e da
fibrina
• Plaquetopenia eventual

ACIDENTES LEVES/MODERADOS: Hemorragias em pele e


mucosas
ACIDENTES GRAVES: Hemorragias viscerais e alterações
hemodinâmicas progressivas, evoluindo para a falência de
múltiplos órgãos
Acidentes por Mariposas e
Lagartas
TRATAMENTO:
• Repouso, evitando-se traumas mecânicos
• Banho com água fria misturada com amido; compressas frias
• Anti-histamínicos
• Corticóide tópico
• Contra-indicadas transfusões de sangue, plasma e hemoderivados
Ácido épsilon-aminocapróico (Ipsilon®) via EV (amp 1g/20ml)
• Dose inicial: 30mg/Kg
• Manutenção: 15mg/Kg de 4/4h
Soro anti-lonômico:
• Casos moderados: 5 ampolas EV
• Casos graves: 10 ampolas EV
Acidentes por Mariposas e
Lagartas
PARARAMOSE ou PERIARTERITE FALANGIANA POR
PARARAMA (ERUCISMO ARTICULAR)
• Larvas da mariposa Premolis semirufa (família Arctiidae),
conhecida na Amazônia como Pararama
• Considerado acidente de trabalho no Pará entre
seringueiros ( local mais atingido é o dorso da mão direita)
Acidentes por Mariposas e
Lagartas
• As cerdas da lagarta entram na pele provocando um erucismo urticante
agudo, que cura após 3 a 7 dias
• Às vezes alguns fragmentos dessas cerdas penetram um pouco mais a
pele atingindo a membrana sinovial, cartilagens articulares e periósteo,
causando reação inflamatória intensa
• A reincidência desses acidentes causa a progressão da tumefação das
articulações interfalangianas, sobretudo a 3ª, levando a uma limitação
funcional temporária
• O edema crônico pode evoluir com a formação de granulomas e fibrose
periarticular -> anquilose (simulando artrite reumatóide)
Tratamento Clínico:
• Lavagem imediata do local com água fria; Compressas frias intermitentes
• Manter elevado o membro afetado
• Anti-histamínicos VO e corticóides tópicos; infiltração com lidocaína a 2%
Tratamento Cirúrgico:
• Remoção de granulomas articulares
Acidentes por abelhas, vespas e formigas
(Himenopterismo)
Ordem Hymenoptera: insetos com ferrões ligados a
glândulas de veneno
• Abelhas e mamangavas (Família Apidae), marimbondos ou
vespas (Família Vespidae) e formigas (Família Formicidae)
• A reação urticante se deve à presença de substâncias com
atividade semelhante às aminas vasoativas e à liberação de
histamina, bradicinina e serotonina pelas células da vítima
• O veneno da abelha é hemolítico, miotóxico e bloqueador
da junção neuromuscular
Acidentes por abelhas, vespas e formigas
(Himenopterismo)
ACIDENTES POR ABELHAS E VESPAS (MARIMBONDOS)
• No acidente por abelha o ferrão fica preso na pele com restos da glândula
venenosa, o que não ocorre no acidente com vespa
• A dor (queimação ou ferroada) costuma ser intensa e efêmera
• Persistem pápula, eritema, edema e prurido
• Eventualmente surgem vesículas, bolhas e raias linfangíticas
• Se inoculação maciça ou a vítima for alérgica: edema de lábio, face e glote,
hipotensão e choque anafilático
• No acidente grave com abelhas, com hemólise intravascular e rabdomiólise ->
torpor ou agitação, icterícia, metahemoglobinúria e IRA
• Neurite tardia: nn raquianos e cranianos – n. óptico (papiledema)
• Casos fatais: alterações renais (NTA) e do SNC (meninges com hiperemia, edema
e petéquias cerebrais e hemorragia intraventricular)
• LABORATÓRIO: Uréia, Creatinina, Hb, haptoglobina sérica, Bilirrubinas T e F,
Creatinoquinase e Aldolase
Acidentes por abelhas, vespas e formigas
(Himenopterismo)
TRATAMENTO
PACIENTES NÃO ALÉRGICOS COM POUCAS PICADAS
• Analgésico e anti-histamínicos (dextroclorofeniramina 2 a 6mg VO de 8/8h)
• Remover o ferrão da abelha com uma lâmina (nunca com pinça)
• Corticosteróides tópicos associados ou não ao mentol, por 3 a 5 dias
PACIENTES NÃO ALÉRGICOS COM MUITAS PICADAS
• Analgésicos e anti-histamínicos EV
• Hidratação
• Alcalinização da urina (como no acidente crotálico)
ANAFILAXIA
• Adrenalina milesimal SC 0,01ml/Kg (máximo 0,5ml) que deve ser repetida após
10 minutos, e posteriormente em 3 séries de 30 minutos
• Hidrocortisona 4mg/Kg (máximo 500mg) EV de 12/12h
• Assistência respiratória e monitoramento da função renal
Acidentes por abelhas, vespas e formigas
(Himenopterismo)
ACIDENTES POR FORMIGAS
• Gênero Solenopsis: “lava-pés” causam acidentes alérgicos
e citotóxicos
• Pápula urticante, com dor intensa e efêmera
• Após 24h: pústula estéril que desaparece em < 7dias caso
não haja infecção secundária
• Caso infecção, surgem abscessos, celulite ou erisipela

TRATAMENTO:
• Uso imediato de compressas frias
• Analgésicos e anti-histamínicos VO
• Corticóides tópicos
Acidentes por Lacraias
MIRIÁPODES DA SUBCLASSE CHILOPODA (QUILOPODISMO): Gêneros
Cryptoqs (Lacraia), Hostigmus (Centopéia) e Scolopendra (Escolopendra)

• Podem variar de 3 a 30cm de comprimento


• 10 a 130 segmentos ou metâmeros, com 1 par de patas cada
• Na cabeça, 4 maxilares e 2 possantes mandíbulas com fortes dentes
dilacerantes, 2 garras grandes, móveis, vigorosas e ocas em cujas bases
há glândulas de veneno envoltas por fibras musculares que se contraem
quando cravadas na vítima
• Mecanismo de ação do veneno é pouco conhecido; secreção ácido-
urticante; acidentes benignos com evolução para a cura espontânea
Acidentes por Lacraias
QUADRO CLÍNICO
• Dor instantânea, em queimação, com intensidade variada, com
ou sem prurido, hiperemia, edema e necrose superficial tardia
• Linfangite e linfadenite regional; cefaléia, ansiedade, vômitos e
pulso irregular

TRATAMENTO
• Lavar o local com água e sabão, sulfato de magnésio ou amônia
1: 1000
• Analgésicos VO
• Não são indicados anti-histamínicos nem coricóides
• Raramente bloqueio anestésico local ou troncular
Acidentes por Besouros
• Alguns Coleópteros possuem na hemolinfa e em secreções
glandulares a pederina, uma substância cáustica e bloqueadora da
mitose celular
DERMATITE LINEAR POR POTÓS:
• O potó é um besouro pequeno e alongado que contém pederina na
hemolinfa e nas glândulas pigidiais que se abrem em poros
perianais
• A pederina é mais abundante nas fêmeas; o inseto atraído pela luz
artificial pode causar acidente em várias pessoas simultaneamente
• Tocada pelo inseto, a vítima acaba por esfregá-lo na pele sem
querer e espalha a pederina linearmente
• Algumas horas depois surge um ardor contínuo, que pode
permanecer por 48h
Acidentes por besouros
CASOS LEVES:
• Eritema local, que dura até 48h
CASOS MODERADOS:
• Prurido, ardor e eritema mais intensos, formando vesículas, que
secam em 6-8 dias; hiperpigmentação por 1 mês ou mais
CASOS GRAVES:
• Exposição simultânea a vários espécimes
• Febre, artralgia e vômitos
• Lesão cutânea persiste por meses
TRATAMENTO:
• Lavar imediatamente o local com água e sabão
• Uso imediato de Tintura de iodo destrói a pederina
• Compressas de Permanganato de K+ em lesões já instaladas
• Colírios com corticóide e ATB quando olhos atingidos
Acidentes por besouros

ACIDENTES POR ESCARAVELHOS E ALGUMAS MOSCAS


(CANTARIDISMO)
• Escaravelhos (pederina) e Moscas espanholas (cantaridina) da espécie
Cantharis vesicatoria
• Toxinas que inibem o metabolismo dos glicídios
• Atritadas contra a pele produzem ação cáustica e urticante: irritação
dolorosa, eritema, prurido e bolhas -> hiperpigmentação local
• Na conjuntiva podem levar à cegueira
• Se ingeridas, levam a dor abdominal, diarréia e vômitos
• Excretadas via urinária, causam ardor e urgência miccional e priapismo (uso
na Grécia antiga como afrodisíaco). A absorção de 60mg leva a NTA, choque
e morte
TRATAMENTO:
• Aplicação tópica de Sulfato de Mg++ diluído em álcool metílico
• Nas ingestões: lavagem gástrica
• Manifestações sistêmicas: hidratação vigorosa para forçar o débito urinário
Acidente por carrapato (ACARIDISMO)
• Geralmente limita-se a pápula pruriginosa, mas a
permanência de peças bucais do carrapato na pele pode levar
a nódulos pruriginosos e em casos raros podem levar a
manifestações neurotóxicas
• As fêmeas de certos carrapatos produzem uma toxina que
inoculam junto com saliva em suas vítimas; mais frequentes
em crianças do sexo ♀
• A toxina interrompe a liberação de acetilcolina nas junções
neuromusculares, mas sua fixação no sítio de atuação é
instável e sua excreção é rápida, e o quadro desaparece à
extração do carrapato
• Gêneros Dermacenter, Amblyoma e Ixodes:
Acidente por carrapato (ACARIDISMO)
• A doença começa de 5 a 7 dias depois da fixação do carrapato
• Irritação, dores e parestesias (MMII), perda da coordenação motora e
quedas. Horas ou dias depois => paralisia flácida em MMII com
acelerada progressão ascendente
• Os nn cranianos são atingidos, levando a paralisia facial, estrabismo,
disfagia, dislalia, nistagmo, respiração irregular e insuficiência
respiratória grave
• Pode ocorrer PNM por aspiração
• Manifestações atípicas: paralisias isoladas, mioclonias, coréia, visão
borrada e anestesias ou hiperestesias.
• Não há febre, espasmos musculares ou alterações no LCR
• D≠: Poliomielite, Guillain-Barré, mielite transversa, siringomielia,
polineurite, tumor medular, porfiria, paralisia espinhal ascendente
peridural por flebite e necrose de medula espinhal por uso de drogas
• TTO: consiste na retirada correta do carrapato => tocar o ácaro com
gelo seco ou com a ponta acesa de um cigarro; pode ser necessária
assistência ventilatória
ACIDENTES POR ANIMAIS AQUÁTICOS
ACIDENTES POR PEIXES MARINHOS E FLUVIAIS (ICTISMOS)
• Tipos de acidentes:
ACANTOTÓXICOS: acidentes ativos
SARCOTÓXICOS: acidentes passivos
• Tetrodontóxico: peixe naturalmente venenoso
• Ciguatóxico: peixe que ingere alga produtora de toxina ciguatera
• Escombrotóxico: peixe deteriorado por ação bacteriana
• Químico: Doença de Minamata (contaminação por mercúrio)

ACIDENTE ACANTÓXICO
• Ferrões ou esporões geralmente serrilhados em barbatanas peitorais,
dorsais ou na cauda do animal, recobertos por glândulas venenosas
• Lesões facilitam o acesso da ictiotoxina e de microrganismos nos tecidos
da vítima
ACIDENTES POR ANIMAIS AQUÁTICOS
Acidentes acantóxicos são causados por bagres,
arraias marinhas e fluviais, peixe-escorpião,
peixe-sapo e mandis
ACIDENTES POR ANIMAIS AQUÁTICOS
• Os venenos desses peixes são termolábeis e de ação principalmente necrotizante
• A dor é imediata, de intensidade variável podendo ser lancinante (peixe-escorpião =
desmaios) e com irradiação centrípeta. Quando cessada, pode haver parestesia ou
hiperestesia local
• Eritema, edema, linfangite, linfadenite, vesículas, bolhas => abscessos e necrose
• Manifestações sistêmicas: sudorese, adinamia, náuseas, vômitos, vertigens
• Casos graves: dispnéia, hipotensão, cianose e colapso vascular => óbito

TRATAMENTO
• Banho em água fria por alguns minutos (vasoconstrição) e depois compressas mornas
(50°C) por 30 a 90 minutos para decompor o veneno e aliviar a dor
• Bloqueio anestésico local ou troncular
• Desbridamento e profilaxia do tétano
ACIDENTES POR ANIMAIS AQUÁTICOS
ACIDENTES SARCOTÓXICOS
O veneno pode estar nos músculos, nas vísceras, na pele ou nas gônadas dos
peixes
ACIDENTES TETRODONTÓXICOS:
• Acidentes em que os peixes em si são venenosos
• A tetrodotoxina (TXT) do baiacu é inodora, incolor, insípida e termorresistente,
e bloqueia o transporte de íons Na+ na junção neuromuscular
ACIDENTES POR ANIMAIS AQUÁTICOS
• Logo após a ingestão, ocorrem sintomas neurológicos (parestesia
ou paresias na face ou ao redor da boca, língua e dedos das
mãos e pés) e gastrointestinais (náuseas, vômitos, dores
abdominais e diarréia)
• Depois surgem disartria, fraqueza muscular, ataxia, mialgias,
paresias, paralisias zumbidos, vertigens e estrabismo;
convulsões, dispnéia e depressão respiratória => PCR

TRATAMENTO:
• Lavagem gástrica
• Eméticos purgativos salinos ou catárticos mais potentes
• Hidratação
• Anticonvulsivantes
• Suporte ventilatório
ACIDENTES POR ANIMAIS AQUÁTICOS
ACIDENTES CIGUATÓXICOS
• Acidentes por peixes intoxicados por dinoflagelados
• Os peixes robalo, garoupa e barracuda se alimentam
diretamente de peixes herbívoros e indiretamente do
fitoplâncton e podem ingerir algas dinoflageladas
(ciguateras) que nos meses quentes produzem
ciguatoxinas, termoestáveis e que não alteram o sabor do
peixe
ACIDENTES POR ANIMAIS AQUÁTICOS

• Os sintomas podem iniciar imediatamente ou algumas horas após a


ingestão; náuseas e vômitos => parestesias na face, boca e
membros, vertigens, ataxia, mialgia e fraqueza muscular
• Alguns pacientes apresentam prurido generalizado potencializado
pela ingestão de álcool e/ou distorção na perpepção de frio/calor
• A maioria dos pacientes morre nas primeiras 24h por paralisia
respiratória e os sobreviventes podem apresentar os sintomas
neurológicos por semanas
TRATAMENTO: igual ao do acidente tetrodontóxico
• Lavagem gástrica
• Eméticos purgativos salinos ou catárticos mais potentes
• Hidratação
• Anticonvulsivantes
• Suporte ventilatório
ACIDENTES POR ANIMAIS AQUÁTICOS

ACIDENTES ESCOMBROTÓXICOS
• Acidentes causados por peixes contaminados por bactérias
• Alguns peixes, como o bonito, são suscetíveis a
decomposição por bactérias como a Morganella morganii
• A histidina do músculo do animal é convertida em saurina,
toxina semelhante à histamina
ACIDENTES POR ANIMAIS AQUÁTICOS

• Minutos depois de ingerida, a saurina provoca


náuseas, vômitos, epigastralgia, disfagia,
cefaléia, ressecamento da boca, urticária intensa,
rubor facial e edema labial
• A cura é espontânea após 24h
• O tratamento consiste em lavagem gástrica,
hidratação e uso de anti-histamínicos
ACIDENTES POR MOLUSCOS
(MOLUCISMO ou MALACOCISMO)
Acidentes ativos por Conus sp
• Conus sp: concha em espiral, cônica e assimétrica.
Encontrados nos fundos rochosos ou coralinos do litoral
brasileiro
• Para capturar peixes pequenos, ele contamina com
neurotoxina os dardos existentes no interior de uma tromba ou
probóscide e o lança com grande velocidade na vítima
ACIDENTES POR MOLUSCOS
(MOLUCISMO ou MALACOCISMO)

• Sintomas variados; pequeno prurido


• Casos mais graves nos oceanos Índico e Pacífico -> Conus
geographus -> dor, edema, parestesia em todo o membro,
ataxia, tremores, paralisia ascendente, dispnéia, coma e
morte por apnéia

Tratamento:
• Repouso
• Manter a região afetada pressionada por um chumaço de
gaze e depois se mergulha o membro afetado em água
morna de 30 a 90 minutos
• Assistência respiratória e circulatória
ACIDENTES POR MOLUSCOS
(MOLUCISMO ou MALACOCISMO)

Acidentes por moluscos venenosos ou contaminados


por toxinas de algas
• Mexilhão Neptunea antigua (red whelk): efeito semelhante
ao curare
• Tetramina: hidróxido de tetrametilamônio; toxina nas
glândulas salivares
• Mexilhões do Pacífico: tóxicos no final da primavera e
durante o verão (alimentam-se de algas dinoflageladas) –
Maré vermelha
• Brasil: Santa Catarina (moluscos cultivados)
ACIDENTES POR MOLUSCOS
(MOLUCISMO ou MALACOCISMO)
• Gymnodrium brevis (Flórida EUA)
4 grupos de toxinas:
• ASP: ácido domóico -> neurônios do hipocampo (memória). Em 24h
provoca gastroenterite, confusão mental, neuropatia periférica, amnésia
para fatos recentes
• DSP: ácido okadóico -> cólicas e diarréia
• NSP: brevetoxinas -> distúrbios da percepção de frio/calor, manifestações
gastrointestinais e neurológicas -> óbito
• PSP: 20 toxinas derivadas da saxitoxina – de 30 min a 2h -> dormência nos
lábios que progridem para os membros, sonolência, torpor, ataxia,
confusão mental, tonturas -> parada respiratória de 2 a 25h após a
ingestão
Tratamento:
• Eliminação renal
• Lavagem gástrica
• Suporte
ACIDENTES POR MOLUSCOS
(MOLUCISMO ou MALACOCISMO)
Acidentes por polvos (Octopus sp)
• Encontrados em todo o litoral brasileiro
• Acidentes de pequeno porte -> mordedura
• Blue ringed octopus – Austrália – saliva com tetradotoxina
(TXT) – parada respiratória
Tratamento:
• Repouso
• Manter a região afetada pressionada por um chumaço de gaze
e depois se mergulha o membro afetado em água morna de
30 a 90 minutos
• Assistência respiratória e circulatória
ACIDENTES POR MOLUSCOS
(MOLUCISMO ou MALACOCISMO)
Acidentes provocados por água-viva e outros
celenterados (Cnidarismo)
• Águas-vivas (medusas), caravelas (fisálias) e anêmonas-do-
mar (actinas)
• Cnidoblastos: células especiais no epitélio, especialmente
nos tentáculos
• Ao contato com a vítima, os cnidoblastos se contraem
expulsando um filamento (cnidocílio)
• Dor imediata em queimadura ou alfinetada e prurido
• Eritema, edema, vesículas e bolhas
ACIDENTES POR MOLUSCOS
(MOLUCISMO ou MALACOCISMO)
• O acidente por Fisália (mais grave) cursa com sudorese, lacrimejamento,
sialorréia, náusea, vômito, mialgia, artralgia, vertigem, contratura muscular,
bradicardia e hipotensão -> Midríase, fibrilação, insuficiência respiratória
e/ou choque anafilático -> Morte
Tratamento:
Casos leves:
• Lavar o local com água do mar
• Remover cuidadosamente os tentáculos (usando luvas, uma pinça ou uma
faca limpa)
• Aplicar vinagre por 30 min para neutralizar o veneno
• Uso intermitente de bolsa de gelo ou compressas frias por 5 a 10 minutos
• Geléia anestésica
Casos graves:
• Tratar como anafilaxia (adrenalina milesimal, hidrocortisona, assistência
respiratória e monitoramento da função renal)
ACIDENTES POR MOLUSCOS
(MOLUCISMO ou MALACOCISMO)
Acidentes por ouriço do mar (Equinodermismo)
• Trauma sem envenenamento
• Espículas penetram a pele causando dor, eritema e
ulceração
• Pode evoluir com infecção secundária
• Lythechinus sp (raro no Brasil): neurotoxinas
termorresistentes em glândulas venenosas -> dor e
parestesias que diminuem após 15 minutos
• Diadema sp: mais graves, paresias e paralisias de lábio,
língua e face, distúrbios respiratórios que desaparecem
após algumas horas
ACIDENTES POR MOLUSCOS
(MOLUCISMO ou MALACOCISMO)

Tratamento:
• Remover os espinhos com pinça
• Radiografia local para verificar a existência de fragmentos –
remoção cirúrgica
• Lavar com água e sabão
• Imersão da lesão em solução aquosa de sulfato de Mg++ a
50°C por 20 minutos ou água a 50°C por 30 a 60 minutos ->
alívio da dor
• Reações alérgicas: adrenalina, anti-histamínicos e
corticóides
• Profilaxia do tétano
• Infecções secundárias: tto com penicilinas
ACIDENTES POR MOLUSCOS
(MOLUCISMO ou MALACOCISMO)
Acidentes por ingestão de pepino do mar:
• Raros
• Lavagem estomacal
Acidentes por esponjas (Poriferismo)
• Raros
• Tedania e Neofibularia: espículas embebidas de substância irritante
• Dermatite eczematosa dolorosa e irritante -> fortes dores, edema e
flictenas
• Irrigar a lesão com vinagre por 15 minutos, depois secar o local e
depilá-lo com lâmina ou fita adesiva para remover as espículas. Repetir
a aplicação de vinagre por 5 minutos e iniciar corticóide tópico 2x/dia
• Em casos mais graves utilizar anti-histamínicos e corticóides VO
• Infecção secundária: tto com penicilinas
ACIDENTES POR MOLUSCOS
(MOLUCISMO ou MALACOCISMO)

Acidentes por poliquetas


• Vermes de fogo – anéis achatados
• Costa do Atlântico e Mediterrâneo, sob pedras ou enterrados na areia
• Parápodes com cerdas que contêm minúsculos arpões que o animal
dispara diante de ameaça
• Irritação e ardor na pele, evoluindo com inflamação, prurido intenso e
parestesia após alguns dias
Tratamento:
• Retirar as cerdas com pinça ou fita adesiva
• Compressas com vinagre ou amônia diluída a 1:40.000
Acidentes por anfíbios e lagartos
Acidentes por sapos e outros anfíbios (Frinoísmo)
• Sapos (família Bufonidae)
• Rãs (famílias Dendrobatidae e Ranidae)
• Salamandras
Acidentes por anfíbios e lagartos
Crianças: acidentes por contato
• Os sapos do gênero Bufo têm inúmeras verrugas duras e ressecadas que são glandulas de
veneno e 4 glândulas maiores, 2 ao redor das órbitas e e em suas patas traseiras ->
contato com gotículas de aminas biogênicas (adrenalina, dopamina, noradrenalina e
epinina) e ricas em esteróides neurotóxicos e cardiotóxicos semelhantes aos digitálicos.
Causam arritmias, parada cardíaca e despolarização das membranas em SNP
Adultos: acidentes por ingestão (rituais de curandeirismo) e contato com
os olhos
• Sialorréia, broncorréia, náuseas e vômitos, vertigens, hipertensão, taquiarritmias,
paralisias e convulsões. O óbito é raro.
• Congestão ocular, conjuntivite, ceratite e cegueira
• Tratamento:
• Lavagem gástrica
• Uso de purgativos salinos
• Hidratação para forçar a diurese
• Se olhos, lavagem abundante
Acidentes por lagartos
• Gênero Heloderma
• México e Sul dos EUA
• Saliva produzida em glândulas
submandibulares
• Veneno de ação neurotóxica,
proteolítica e hemolítica
• Dor e edema local, perspiração,
adinamia, paralisia focal e
hipotensão
• O óbito é raro
Obrigada!

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