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FORMAÇÃO DAS

CIDADES E
EVOLUÇÃO URBANA
NO BRASIL
Fonte: Transporte
Público Urbano – Ferraz
e Torres (2004)

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1- História do Transporte
Urbano
O Princípio: Deslocamento a pé ou com
tração humana e animal
• Antes do século XVII, o deslocamento das
pessoas nas cidades era realizado a pé,
montado em animais ou em carruagens
própria puxadas por animais – privilégio dos
muito ricos.
• As carruagens de aluguel puxadas por
animais, que surgiram nas cidades de
Londres, em 1600, e Paris, em 1612,
podem ser consideradas os primeiros
serviços de transporte público urbano.
• Nos anos de 1617, em Paris, e 1634, em
Londres, apareceu o transporte por meio de
literas de aluguel.
• Somente em 1662, quando Paris já contava
com aproximadamente 150 mil habitantes,
é que o matemático Blaise Pascal
organizou o primeiro serviço regular de
transporte público. O serviço era realizado
por carruagens com oito lugares, puxadas
por cavalos e distribuídas em cinco linhas.
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• Em 1826, foi criado em Nantes, França, uma
linha de transporte público que ligava a cidade
a uma casa de banhos. O veículo utilizado era
uma carruagem com comprimento e
capacidade superior aos existentes na época,
e que foi denominado omnibus. Nessa época,
surgiram veículos de transporte tipo omnibus
com capacidade entre 10 e 20 passageiros,
operando com rotas predefinidas em diversas
cidades: Bordeaux, Nova York, Londres, Paris,
etc.
• O aparecimento quase simultâneo do
transporte público em várias cidades decorreu
da Revolução Industrial.
• Ainda na primeira metade do século XIX, em
Nova York, no ano de 1832,surgiram os
primeiros bondes – veículos que se movem
sobre trilhos – puxados por animais (cavalos,
burros ou semelhantes).
• A grande vantagem dos bondes sobre os
omnibus era a menor resistência ao
movimento e o rodar mais suave propiciado
pelo rolamento da roda de aço sobre o trilho3
de aço.
• A menor resistência ao movimento permitiu a
utilização de veículos de maior tamanho e o
desenvolvimento de velocidades maiores (até
7 km/h em média, contra 5 km/h dos omnibus)
com o mesmo número de animais de tração.
• A inexistência de vibrações e solavancos
aumentou o conforto dos passageiros e a vida
útil dos veículos. Economicamente, a maior
velocidade e o aumento da vida útil
compensavam o gasto com a implantação dos
trilhos.
O APARECIMENTO DO BONDE COM TRAÇÃO
MECÂNICA
• O primeiro sistema que efetivamente
apresentou resultados satisfatórios foi o bonde
movido a cabo, inaugurado no ano de 1873
em São Francisco, Estados Unidos, e, depois
utilizado em outras cidades americanas. Um
cabo de aço era mantido permanentemente
em movimento, em um canal estreito feito na
pavimento entre os trilhos, acionado por
grandes motores a vapor em cabinas situadas
nos extremos das linhas. 4
• Um dispositivo especial, acionado pelo
condutor, era usado para prender o
bonde ao cabo, quando era necessária
tração, e desprender, quando o bonde
parava nos pontos.
• A grande vantagem da tração por
cabos em relação à tração animal foi a
possibilidade de desenvolver maiores
velocidades (algo em torno de 15
km/h).
• Na última metade do século XIX, surgiu
o bonde impulsionado por motor
elétrico, com a energia sendo
conduzida inicialmente pelos trilhos e,
logo após, por cabo aéreo.
• As principais vantagens do bonde com
tração elétrica em relação ao sistema
com tração por cabo eram o menor
custo de operação e a maior
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segurança.
O SURGIMENTO DO ÔNIBUS COM TRAÇÃO
MECÂNICA
• Aproximadamente em 1890 os primeiros ônibus
movidos a gasolina começaram a ser utilizados
em inúmeras cidades da Alemanha, França e
Inglaterra. Nos Estados Unidos, os primeiros
ônibus a gasolina começaram a circular em 1905,
na cidade de Nova York.
• Por volta de 1920, começaram a operar os
primeiros ônibus movidos a óleo diesel,
inicialmente na Alemanha e posteriormente na
Inglaterra. Também nessa época, as rodas dos
ônibus deixaram de ser de borracha maciça e
passaram a ser de câmara de ar, que, até então,
só eram usadas nas bicicletas, desde 1888, e nos
automóveis, desde 1900.
• A partir daí, o ônibus passou a substituir o bonde
no transporte urbano devido a suas inúmeras
vantagens: menor custo, pois não necessita de
subestações de energia, trilhos e cabos elétricos;
total flexibilidade nas rotas em razão da
possibilidade de desviar de trechos de vias
bloqueadas por motivos de incidentes ou
execução de serviços; e maior confiabilidade, pois
as interrupções no fornecimento de energia 6

elétrica não paralisam todo o transporte.


• Com o passar do tempo, inovações
tecnológicas foram incorporadas aos ônibus,
até chegar aos ônibus modernos que
constituem o principal modo de transporte
urbano empregado no mundo atualmente
(mais de 90% do transporte público urbano é
realizado por ônibus).
O ÔNIBUS ELÉTRICO
• O ônibus elétrico (trólebus) também teve
grande importância como meio de transporte
urbano entre 1920 e 1950. a primeira linha
regular de trólebus data de 1901, em Paris.
Desta data em diante, muitas cidades
européias começaram a utilizá-lo em algumas
linhas. Nos Estados Unidos, o emprego de
ônibus elétrico começou mais intensamente a
partir de 1925, em muitos casos, aproveitando
a rede elétrica dos bondes.
• No apogeu do emprego do trólebus no mundo
ocorreu por volta de 1950, pois, a partir dessa
data, muitos sistemas foram desativados. No
entanto, diversas cidades ainda mantêm o
sistema de trólebus; algumas têm até 7

expandido as linhas de ônibus elétricos.


• Diversos fatores contribuíram para o declínio
do trólebus: a rigidez das rotas, o custo de
operação superior ao do ônibus a diesel, a
menor confiabilidade em relação aos ônibus a
diesel e a massificação do uso do automóvel,
sobretudo nos países ricos.
O TREM SUBURBANO E O METRÔ
• Outra modalidade de transporte urbano muito
importante, no passado e atualmente, é o
transporte ferroviário: o trem suburbano e o
metrô.
• A utilização dos trens convencionais para o
transporte urbano de pessoas começou na
segunda metade do século XIX, quando
algumas cidades do mundo já eram de grande
tamanho. Nessas cidades, passou a ser viável
para as empresas ferroviárias transportar
passageiros entre as estações localizadas no
subúrbios e as da zona central, sobretudo nos
horários de entrada e saída das pessoas do
trabalho.

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• Esse tipo de transporte experimentou um
crescimento mais acelerado a partir das
locomotivas elétricas. A maior potência
dessas máquinas permitindo que a distância
entre as estações nas regiões suburbanas se
tornasse menor e a velocidade dos trens,
maior, trazendo, com isso, maior facilidade
para os usuários e induzindo uma maior
ocupação das áreas distantes do centro,
gerando, assim, mais viagens.
• O transporte tipo metrô (uma ferovia
subterrânea ou elevada) começou a ser
utilizado no ano de 1863, em Londres, com
uma linha subterrânea para aliviar o
congestionamento na região central da cidade
nos horários de maior movimento. Pela
mesma razão, Nova York construiu sua
primeira linha elétrica em 1868.
• Com o surgimento da locomotiva elétrica no
final do século XIX, que eliminava os
inconvenientes da propulsão a vapor, os
sistemas de metrô se expandiram e se
multiplicaram nas grandes cidades do mundo. 9
• Por volta de 1930 já havia metrô em
praticamente todas as grandes cidades dos
países desenvolvidos. Embora apresente
custo de implantação bastante elevado, o
metrô é o sistema de transporte mais indicado
para grandes cidades, a fim de evitar o
colapso do trânsito de veículos na superfície.

O TRANSPORTE AQUÁTICO
• Outra modalidade de transporte urbano que
teve papel importante no passado foram as
embarcações (balsas ou ferryboats, barcos,
etc.).
• Antigamente, a transposição de rios, lagos e
braços de mar era feita a um custo muito
baixo com balsas e barcos, permitindo, assim,
que as cidades crescessem além das
barreiras aquáticas. O desenvolvimento
tecnológico, na época, não possibilitava a
construção de grandes pontes. Até hoje,
balsas e outros tipos de embarcaçoes são
empregadas em muitas cidades na travessia
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de rios, lagos e braços de mar.
O APARECIMENTO DO CARRO
• Os primeiros carros surgiram no final do
século XIX e eram veículos bastante
rudimentares.
• Até por volta de 1920, o transporte público era
praticamente a única alternativa de transporte
de passageiros nas cidades. Com o
surgimento do automóvel no início do século,
e o aperfeiçoamento, o transporte coletivo foi
sendo substituído pelo transporte individual,
principalmente nas cidades dos países
desenvolvidos.
• A intensificação do uso do automóvel deve-se
às seguintes razões: redução do preço devido
ao aumento da produção (economia de
escala), permitindo que cada vez mais
pessoas pudessem adquiri-los; total
flexibilidade de uso no tempo e no espaço, já
que o condutor escolhe o caminho e a hora da
partida; possibilidade do deslocamento de
porta a porta, sem necessidade de
caminhada; conforto, mesmo em condições
atmosféricas adversas; privacidade, pois o
carro é como se fosse uma casa móvel; e
status conferido pela posse do veículo. 11
A BICICLETA E A MOTOCICLETA
• Duas outras modalidades de transporte
urbano que há muito tempo também vêm
sendo utilizadas são a bicicleta e a
motocicleta.
• A bicicleta, inventada na Inglaterra em 1839,
foi sendo aperfeiçoada ao longo do tempo,
chegando a um modelo próximo do atual,
inclusive com o uso de pneu e câmara de ar,
no final do século XIX. Dessa época até a
segunda década do século XX, a bicicleta foi
bastante utilizada como meio de transporte
urbano, devido a seu baixo custo, à
flexibilidade de uso no tempo e no espaço e à
possibilidade de efetuar o transporte de porta
a porta.
• A partir da década de 1930, a utilização das
bicicletas passou a ser menor nos países
desenvolvidos devido à massificação do uso
do automóvel. Em muitos países pobres
(Cuba, Índia, China, etc.) e em alguns países
ricos do norte da Europa (Holanda, Suécia,
Finlândia, Noruega, etc.), a bicicleta continua
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sendo muito utilizada.


• Atualmente, a motocicleta, em razão do baixo
preço e custo operacional, vem sendo cada
vez mais utilizada nos países pobres dos
trópicos, onde o clima é maior parte do tempo
ameno.

• A história do desenvolvimento dos núcleos


urbanos está diretamente relacionada à
evolução dos meios de transporte. Os meios
de transporte disponíveis exerceram grande
influência na localização, no tamanho e nas
características das cidades, bem como nos
hábitos da população.
• O crescimento e o desenvolvimento
econômico e social de uma aglomeração
humana dependem, em grande parte, da
facilidade da troca de informações e produtos
com outras localidades. Assim, não é por
acaso que as primeiras cidades surgiram à
beira mar e dos grandes lagos, pois o meio de
transporte preponderante no passado eram as
embarcações.
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• O desenvolvimento de outros meios de
transporte (ferroviário, inicialmente, e depois
rodoviário e aéreo) é que levou ao
aparecimento de cidades distantes das rotas
de navegação importantes.
• Por outro lado, o tamanho das cidades estava
condicionado a dois fatores: a capacidade de
obter suprimentos (alimentos e combustíveis),
por meio de produção própria ou do transporte
de outras localidades, e a distância máxima
que as pessoas podiam vencer a pé para
trabalhar e realizar outras atividades inerentes
à vida urbana.
• Considerando que a maioria das viagens tinha
como destino a área central, uma velocidade
de caminhada de 4 km/h e um tempo máximo
de viagem de 20 minutos, a maior distância do
centro que, teoricamente, as primeiras
cidades poderiam atingir era de
aproximadamente 1,3 km.

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• Com o aparecimento dos “ômnibus”, as
cidades puderam crescer um pouco mais. Não
que a velocidade desses veículos fosse muito
maior (era de aproximadamente 5 km/h), mas
o fato de não requerer esforço físico permitia
viagens por “ômnibus”, as cidades poderiam
chegar, em teoria, a um máximo de 2,5 km a
partir da área central.
• Os bondes puxados a cavalos, que
apresentavam velocidade em torno de 7 km/h,
mudaram novamente a possibilidade de
crescimento das cidades. A distância máxima
do centro, teoricamente, poderia chegar a 3,5
km,admitidas as mesmas hipóteses
anteriores.
• O surgimento do bonde elétrico, com
velocidade de cerca de 15 km/h revolucionou
definitivamente a possibilidade de as cidades
crescerem. A distância máxima do centro
poderia ser, em teoria, de 7,5 km (mais do que
o dobro em relação ao transporte com bondes
rebocados por animais).
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• Com o surgimento dos ônibus e dos
automóveis, que permitiam velocidades
maiores, as cidades puderam crescer ainda
mais. Também contribuíram para o
crescimento das cidades o transporte
ferroviário (trem suburbano e metrô) e a
construção de vias expressas, onde os
veículos podem desenvolver velocidades
muito maiores do que nas ruas comuns.
• Também o uso do solo urbano sofreu a
influência do tipo de transporte. Quando o
transporte era feito a pé ou utilizando animais,
as cidades eram compactadas e bastante
densas, devido à impossibilidade do
deslocamento confortável em distâncias
maiores.
• Quando os bondes eram o meio de transporte
preponderante, as cidades se desenvolviam
ao longo das linhas dos mesmos, pois as
pessoas buscavam morar e ter os seus
negócios próximo às linhas de bonde em
razão da maior facilidade de acesso.
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• Os trens suburbanos geravam ocupação não-
uniforme do solo, com a concentração de
moradias e atividades próximo às estações.
Alta concentração populacional e de
atividades também era e é observada nas
vizinhanças das estações de metrô.
• O aparecimento do ônibus e do automóvel
provocou mudanças na forma de ocupação e
uso do solo nas cidades. Por um lado positivo,
pois a permeabilidade total do espaço urbano
ao automóvel e ao ônibus possibilitou a
ocupação dos vazios deixados pelo bonde e
pela ferrovia, permitindo, em tese, um
adensamento mais uniforme das cidades. Por
outro lado, contudo, o aparecimento do
automóvel levou muitas cidades a expandirem
a mancha urbana de maneira totalmente
irracional, provocando baixas densidades de
ocupação e, com isso, prejudicando bastante
a eficiência econômica da infra-estrutura viária
e de serviços públicos, bem como do próprio
transporte urbano.
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• Outro aspecto importante: o transporte público
induzia à concentração de atividades
comerciais e de serviços central, pois era
aonde os passageiros poderiam chegar com
viagens diretas (sem necessidade de
transbordo) e o destino que minimizava o
tempo médio das viagens (admitindo o caso
de rotas radiais).
• Com o automóvel foi extremamente favorecida
a descentralização das atividades. O
aparecimento de shopping centers distantes
da área central é consequência do processo
de descentralização de atividades
proporcionado pelo automóvel e, ao mesmo
tempo, a solução para a falta de
estacionamento nas regiões centrais de
comércio tradicional.
• O crescimento do uso do automóvel trouxe, no
entanto, uma série de problemas para as
cidades: congestionamentos, acidentes,
poluição atmosférica, desumanização em
virtude das grandes áreas destinadas a vias e
estacionamentos, baixa eficiência econômica
devido à necessidade de grandes
investimentos no sistema viário e ao
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espalhamento das cidades, etc.
• A situação dos congestionamentos atingiu
níveis alarmantes, a ponto de a velocidade de
deslocamento por automóvel ser atualmente,
em muitas cidades grandes, menor do que a
velocidade dos bondes empregados no
passado e, na área central de algumas
grandes metrópoles, nos horários de pico,
menor que a velocidade de uma pessoa
caminhando.

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