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Hospital Fernando da Fonseca

Serviço de Neurologia

Trabalho elaborado por:


Enfª Mariana Ceban
Enfª Marta Martins de Almeida
Enfª Sandra Mourão
Outubro, 2007
Objectivos Gerais

 Actualizar e aprofundar os conhecimentos acerca da


Diabetes

 Sensibilizar os enfermeiros para a importância da


patologia

 Melhorar a prestação de cuidados ao doente com diabetes

 Salientar a importância do ensino ao doente e seus


familiares ao longo do internamento
Epidemiologia

– É considerada uma epidemia global emergente


directamente relacionada com o aumento da obesidade e do
sedentarismo;

– Está previsto em média um aumento de mais de 50% da


mortalidade nos próximos 10 anos. Nos países onde o
rendimento económico é superior à média, esse aumento
será de 80%;

• Encontra-se entre as 7 principais causas de morte na maioria


dos países

• A Diabetes é subestimada como causa de morte no preenchimento


das certidões de óbitos.
•Principal causa de cegueira adquirida no adulto e é frequente causa
de IRC terminal.

• Existe uma elevada frequência de doença coronária, AVCs e


amputações por doença vascular periférica entre os doentes
com diabetes.

Em consequência:

-Incapacidade temporária e definitiva


-Sobrevida reduzida
-Custos de saúde elevados
DIABETES
Condição em que existe uma elevação constante da glicose
no sangue (Hiperglicémia), devido a uma ausência completa
ou relativa da hormona INSULINA ou à sua ineficácia
Existem 2 tipos distintos de diabetes:
•I
– Diabetes mellitus; •II
•Gestacional
– Diabetes insipida;
Embora apresentem uma sintomatologia bastante parecida, a
etiologia é completamente diferente.
A diabetes insipida resulta de uma deficiência de insulina ou
resistência à mesma, que leva a hiperglicémia.
As causas podem ser hipotalâmicas, renal, gestacional ou
por defeito ou estrago no mecanismo da sede.
ETIOLOGIA

•É uma doença heterogénea, atendendo aos diferentes


factores que lhe podem dar origem, como os grupos etários
e étnicos.

•A diabetes tipo I caracterizada pela destruição das


células beta do pâncreas, a qual pode resultar de factores
genéticos, imunológicos e ambientais.

•Na diabetes tipo II não são conhecidos os mecanismos


exactos que levam à resistência à insulina e à sua segregação
deficiente.
Sabe-se no entanto que os factores genéticos interferem
no desenvolvimento da resistência à insulina. Além disso,
existem ainda outros factores de risco associados ao
desenvolvimento da diabetes tipo II, tais como:

– Idade superior aos 60 anos;


– Sedentarismo;
– Obesidade;
– Factores genéticos;
– Factores imunológicos;
– Factores ambientais, como viroses;
– Desconhecidos.
SINTOMATOLOGIA

O diagnóstico clínico da diabetes é, muitas vezes, sugerido


pela presença de sintomas como:
-- Polidipsia;
-- Polifagia;
-- Poliúria;
-- Desidratação
-- Infecções recorrentes;
-- Emagrecimento;
-- Hálito cetónico;
-- Alteração no padrão respiratório (+ rápida e
profunda)
Todavia, o diagnóstico tem de ser confirmado
laboratorialmente.
Segundo a OMS considera-se diabético um doente com:

-- Glicémia em jejum repetida >= 126 mg/dl

-- Glicémia >= 200 mg/dl na PTGO (prova de tolerância à


glicose oral) com 75gr de glicose, no adulto na ausência de
gravidez.

As análises de urina num doente diabético apresentam um


nível de glicose superior a 15 ou 20gr e por vezes
acompanhada de acetona, no caso de uma diabetes
A presença de níveis elevados de hemoglobina HbA1c
(análise de sangue que mede a quantidade de glicose ligada
aos glóbulos vermelhos) constitui também critério de
diagnóstico de diabetes.

FACTORES DE RISCO

-- Hereditariedade;
-- Sedentarismo
-- A Obesidade;
-- Hipertensão e/ou hipercolesterolémia;
-- Ter tido diabetes na gravidez ou filhos com peso à
nascença igual ou superior a 4Kgs;
-- Doenças do pâncreas ou doenças endócrinas.
-- Ambientais -- Outros
TRATAMENTO

Um dos objectivos do tratamento da diabetes é tentar


normalizar a actividade de insulina e os níveis de glicose
sanguínea, numa tentativa de reduzir o desenvolvimento de
complicações vasculares e neuropáticas, assim como diminuir
o risco das descompensações agudas, como :
-- Hiperglicémia;
-- Hipoglicémia;
-- Cetoacidose;
-- Síndrome hiperosmolar não cetónico.
O tratamento difere consoante o tipo de diabetes que o
doente apresenta, existem no entanto cinco componentes
essenciais no tratamento da diabetes:

-- A dieta
-- O exercício físico
-- A monotorização
-- A medicação
-- E a educação

O tratamento é ainda variável durante o curso da doença


devido às alterações no estilo de vida e condição física e
emocional, bem como aos avanços das pesquisas e da
investigação científica.
Diabetes II

Insulina

Antidiabéticos
orais

Dieta + Exercício
Antidiabéticos Orais (ADOs)

Metformina – Aumenta a captação de glicose pelo músculo

Glitazonas – Aumentam a sensibilidade à insulina

Inibidores das alfa-glucosidases – Inibe a absorção


intestinal da glicose

Sulfonilureias – Aumentam a produção de insulina pelo


pâncreas

Glinidas – Estimulam a produção de insulina pelas células


pancreáticas B
DIABETES TIPO I
Os doentes com diabetes tipo I podem ter uma vida saudável,
plena e sem grandes limitações, para tal é necessário fazerem o
tratamento correctamente.
O tratamento com insulina tem de ser adaptado a cada diabético,
dependendo de muitos factores:
-- Idade
-- Exercício físico
-- Hábitos alimentares
-- Horários de trabalho
-- Estabilidade da diabetes
-- Doenças intercorrentes
-- Presença de complicações tardias
-- Estado emocional.
O tratamento engloba :

1. Insulina

2. Alimentação

3. Exercício físico

4. Educação do diabético, onde está englobada a auto-vigilância e


o auto-controlo da diabetes através de testes ao sangue e nalguns
casos de urina feitos diariamente pelo doente que permitem o
ajuste da dose de insulina e da alimentação.
Em termos práticos, a alimentação aumenta a glicemia,
enquanto a insulina e o exercício físico a diminuem. O bom
controlo da diabetes resulta assim do balanço entre estes
três factores.

A diabetes tipo I, implica o tratamento com insulina pois


as células do pâncreas que produzem insulina foram
destruídas. Por este motivo o pâncreas produz muito pouca
ou nenhuma insulina, e sem ela a vida não é possível.

A insulina é assim um tratamento imprescindível de


substituição, feito através da injecção subcutânea ou
intravenosa.
Tipos de insulina

As insulinas classificam-se, consoante:

Início de acção – tempo que demora a insulina depois de


injectada a começar a actuar;

Pico máximo – período de tempo em que a insulina actua


co maior actividade;

Duração de acção – tempo que a insulina actua no


organismo.
De acordo com estas características dispomos de :

Insulina de acção rápida

1. Início da acção – 30 a 45 minutos


2. Pico máximo – 2 a 4 horas
3. Duração da acção – 6 a 8 horas

Nomes comerciais:
 Insulina Actrapid HM
Insulina Isuhuman Rapid
Insulina Humulin Regular
Insulina Humalog
Insulina de acção intermédia

Insulina com protamina

1. Início de acção – 1 a 2 horas


2. Pico máximo – 4 a 12 horas
3. Duração de acção – 18 a 26 horas

Nomes comerciais:
 Insulina Insulatard HM
Insulina Isuhuman Basal
Insulina Humulin NPH
Insulina com zinco

1. Início de acção- 1 a 3 horas


2. Pico máximo – 6 a 15 horas
3. Duração de acção – 18 a 26 horas

Nomes comerciais:
 Insulina Monotard HM
Insulina Humulin Lenta
Insulina de acção lenta

1. Início de acção – 6 a 14 horas


2. Pico máximo – não tem
3. Duração de acção – 24 a 36horas

Nomes comerciais:
 Insulina Ultratard HM
 Insulina Humulin Ultralenta

Existem disponíveis insulinas já pré-misturadas de insulina de acção


rápida e de acção intermédia. As concentrações variam entr 10 a 50%
de insulina rápida e 90 a 50% de acção intermédia.
LOCAIS DE ADMINISTRAÇÃO ou INJECÇÃO
A insulina pode ser injectada na região:
 Abdominal
 Coxas
 Braços
 Nádegas
A parede abdominal é o local de eleição para mais rápida absorção da
insulina de acção rápida.

Preferível nas injecções


durante o dia

A coxa deve-se utilizar preferencialmente para as injecções de insulina


de acção intermédia.

Deve-se proceder à rotação dos locais de injecção, de modo a


evitar a formação de nódulos (lipodistrofias) que poderão interferir na
absorção da insulina.
TÉCNICA DE INJECÇÃO

Ao injectar a insulina, a agulha deve atingir a gordura por baixo da pele.


A pele deve ser segura entre os dedos, tipo prega e a injecção deve ser
executada com a agulha perpendicular à superfície da pele agulhas
curtas (8mm)
Fazendo um ângulo de 45º agulhas mais compridas (12mm)

É preciso ter-se cuidado para evitar dar a injecção muito superficial


(intradérmica) mas sim abaixo desta (subcutânea).

Por vezes pode ocorrer pequenas hemorragias sem importância.


CONSERVAÇÃO DA INSULINA

Os frascos de insulina Devem ser conservadas à


temperatura ambiente,
As cargas instaladas nas canetas
afastadas da luz solar
Seringas pré-cheias descartáveis directa e locais quentes

Administrar insulina recém retirada do frigorifico causa uma


sensação local desagradável mas, quando tiver de se fazer, deve-se
aquecer mantendo em contacto a seringa ou caneta com as mãos durante
alguns minutos até atingir a temperatura do corpo.

A insulina é estável a cerca de 25º entre 24 a 36 dias,


devendo-se colocar sempre a data de abertura do frasco
Como saber se a insulina se encontra em boas condições de
administração:

• Ao olharmos para um frasco de insulina de acção rápida o líquido no seu


interior deve ser claro e completamente transparente.

• As insulinas de acção prolongada têm um aspecto turvo mas sem cristais


ou flocos.

• A insulina que não se encontra em uso deve ser conservada no


frigorífico, em local afastado do congelador.

Deve-se confirmar sempre os prazos de validade da


insulina
Complicações da Diabetes

A diabetes quando mal controlada pode dar origem a dois tipos de


complicações

Agudas
Crónicas

Complicações agudas:

-- Hipoglicémia
-- Cetoacidose Diabética (tipo 1)
-- Síndrome Hiperosmolar Hiperglicémia (tipo 2)
-- Infecções Intercorentes
HIPOGLICÉMIA
Ocorre quando a glicose sanguínea desce abaixo de 50 a 60 mg/dl.
Mais frequente em DMT1

Pode surgir devido:

 Doses exageradas de insulina ou de anti diabéticos orais

 Tomas em horários diferentes dos indicados

 Deficit de alimentação (baixa ingestão calórica)

 Actividade física excessiva

A hipoglicémia pode ocorre a qualquer hora do dia ou da noite,


geralmente ocorre antes das refeições.
Pode ocorrer se o doente ficar em jejum prolongado, ou quando se dão
picos de insulina associados à ausência de alimentação
Sintomas característicos do doente em hipoglicémia:
 Sudorese intensa Quadros neurológicos

 Astenia súbita
 Diplopia

 Ansiedade/Excitação
 Convulsões

 Tremores
 Confusão mental

 Taquicardia/Palpitações
 Perda de consciência

 Palidez
 Coma

 Náuseas/Vómitos
Como actuar numa hipoglicémia

 Ingestão de 10 a 15 g de sacarose (2 a 3 pacotes de açucar)

15 minutos Persistência dos sintomas

Repetir a ingestão de açúcar

Ingerir refeição com HC de digestão lenta


(pão, sandes, refeição omissa)

A nível hospitalar, administração de glicose hipertónica 30%, e em casos


graves colocação de soro dextosado, tendo sempre o cuidado de fazer várias
avaliações da glicemia capilar
CETOACIDOSE DIABÉTICA

 Mais frequente na DM1


Défice de insulina que provoca alterações metabólicas graves:

 Hiperglicémia
 Acidose
 Desidratação

 Desequilíbrio electrolítico

Factores precipitantes
 30 a 40% dos casos ocorre por infecções agudas (respiratótias e
urinárias)
 Quantidade inadequada de insulina
 Stress emocional
 Manifestação inicial da diabetes (em 20% dos casos)
Sinais e sintomas

 Hiperglicémia
 Desidratação
 Acidose metabólica
 Alterações electrolíticas (potássio e fósforo)
 Hipotensão
 Náuseas
 Vómitos
 Confusão mental
 Respiração rápida
 Hálito com odor frutado (acetona)
Tratamento

 Insulina IV (de acção rápida)

 Corrigir a desidratação ( soro IV)

 Corrigir o desequilíbrio electrolítico ( soro IV)

 Re-instaurar regime de insulina subcutânea


Síndrome Hiperosmolar Hiperglicémico

Ocorre quando a acção da insulina está altamente inibida (DMT2)

Verifica-se essencialmente em idosos

Nível de glicose extremamente elevado (≥ 900mg/dl) – diurese osmótica


inibida por do volume do fluído extracelular (por deficiente ingestão de
líquidos9, sem presença de cetonas

Por vezes precipitado por:

Infecção
 Stress
 Cirurgia
 Medicação inadequada (diuréticos,
fármacos que diminuem atolerância à
glicose, ADO´s não adequados)
A hiperosmolaridade leva à deslocação de líquidos do espaço
intracelular para o extracelular

Desidratação intra e extracelular

Choque,
Disfunção do SNC hipóxia dos tecidos
e coma
Mecanismo Patológico

Eliminação pela
> Glicémia com água urina Desidratação

> Glicémia + Sódio+


Desidratação Retenção de
Mol.osmoticamente
intracelular Água pelos rins
activas

COMA
Tratamento

•Corrigir a desidratação (soro IV)


•Corrigir o desequilíbrio electrolítico (soro IV)

Resumindo:

Cetoacidose diabética Síndrome hiperosmolar


( tipo 1) Hiperglicémico (tipo 2)

Glicémia > 250mg/dl Glicémia > 600 mg/dl


Cetose significativa Sem cetose significativa
(corpos cetónicos na urina≥++) (corpos cetónicos na urina ≤++)
COMPLICAÇÕES CRÓNICAS

Macrovasculares

Doença Cardiovascular Doença Vascular Periférica

Microvasculares

Retinopatia Diabética

Neuropatia Diabética
Alterações imunológicas
Infecções
Nefropatia Diabética
COMPLICAÇÕES DA DIABETES
• Doenças
oftálmicas

• A retinopatia é a principal causa de cegueira e


de perturbações visuais nos adultos e surge
quando a glicose no sangue causa lesões nos
pequenos vasos sanguíneos da retina, o que
pode causar hemorragias.

• A glicose em excesso no cristalino pode


originar a sua opacidade (cataratas).

• É ainda comum as pessoas com diabetes


sentirem a visão turva. Esta situação pode
ocorrer temporariamente, quando iniciam a
insulinoterapia.
• Doenças Renais

A nefropatia representa uma grande ameaça


para as pessoas diabética, pois a acumulação de
glicose nos pequenos vasos sanguíneos dos rins
torna-os menos eficientes a filtrar as impurezas do
sangue.

• Doenças Cardiovasculares

O risco de insuficiência cardíaca ou enfarte


aumenta duas a cinco vezes nas pessoas
diabéticas. Os vasos sanguíneos dos membros
inferiores são também afectados, o que, juntamente
com a neuropatia, pode ser a causa das
amputações.
• Doenças
Nervosas
A neuropatia afecta pelo menos 50% dos diabéticos. As
lesões dos nervos dos diabéticos podem reduzir a
sensibilidade nos membros inferiores e nos pés,
podendo levar à sua ulceração e por vezes à
amputação. A neuropatia pode também causar
impotência sexual.

– Uma das complicações neuropáticas


mais frequentes da diabetes é o pé
diabético.

– São diabéticos com risco elevado de


aparecimento de lesões nos pés, os
que apresentam:

- antecedentes de úlceras nos pés;


- arteriopatia dos membros
inferiores;
- deformações dos pés.
– Cuidados a ter com os pés:

• O diabético deve observar diariamente os seus


pés, assim como testar a sensibilidade dos
mesmos;
• Lavar diariamente os pés com água tépida,
prestando especial atenção aos espaços
interdigitais;
• Evitar imersões prolongadas dos pés;
• Utilizar sapatos confortáveis, de preferência de
cabedal;
• Mudar de meias diariamente;
• Utilizar meias de algodão;
• Massajar diariamente os pés, aplicando creme
– . hidratante;
• Evitar tesouras para o corte das unhas, optando pela
utilização de limas;
• Evitar factores de risco vascular, como tabaco, mau
controlo glicémico ou lipídico e hipertensão;
• Praticar exercício físico de forma regular
Promoção de Saúde

Programa de Diabetes da OMS

A missão do Programa de Diabetes da OMS


(Organização Mundial de Saúde) é de
prevenir a diabetes tanto quanto possível,
quando não, minimizar as complicações e
maximizar a qualidade de vida.
Para que o ensino ao doente diabético
surta o efeito pretendido, são necessárias
mudanças de hábitos e comportamentos
de vida, que são difíceis e morosas.
Contudo, este ensino será tanto mais
eficaz quanto mais empenhado estiver o
doente. Este empenho terá de provir de
ambas as partes, tanto do enfermeiro como
do doente diabético.
Para que o ensino ao doente diabético
Obrigado
surta pela
o efeito vossa participação
pretendido, são necessárias
mudanças de hábitos e comportamentos

FIM
de vida, que são difíceis e morosas.
Contudo, este ensino será tanto mais
eficaz quanto mais empenhado estiver o
doente. Este empenho terá de provir de
ambas as partes, tanto do enfermeiro como
do doente diabético.

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