Club Figueiroense

Foi construído em 1895, dirigindo a obra o conductor de obras publicas, Francisco Magno Adrião Lagoa. O espectáculo de inauguração foi o drama “João Corta Mar” e a comedia “Dar corda para se enforcar”, desempenhados por amadores. O theatro possue uma vista de bosque e duas de sala. O rendimento da sala, conforme os preços, varia entre 36$000 réis e 50$000 réis e a despeza de cada recita 6$000. Tem 200 logares de plateia. Já alli teem representado diversos artistas. Aluga-se este theatro por 10% ou 15% da receita bruta, ou por ajuste particular, encarregando-se a sociedade de todas as despezas e passagem de bilhetes. O theatro e club foram construídos por meio de acções. O panno de bôcca foi pintado pelo scenographo Machado e offerecido pelo notável artista José Malhôa. N’este theatro teem representado os distinctos amadores: António Augusto de Brito, D. M. Branco, António Henriques Pereira Baeta e Vasconcellos, D. Branca Branco, Manuel Quaresma d’Oliveira, D. Lucília Branco, Achiles Eugénio Lopes d’Almeida, D. Laura David, Joaquim Araújo Lacerda Junior, D. Augusta Simões d’Almeida, Amadeu Simões Lopes, D. Elvira de Passos, Alberto Eugénio de Carvalho Leitão, D. Hermínia Lyster, Joaquim Miguel de Carvalho, D. Adelaide Coelho, Julião Bagne Rebocho, Eduardo Branco, Arthur C. de Carvalho, João Florindo de Araújo Manaças, Joaquim Flaviano Jardim, Braulio da Costa Monteiro, José Coutinho Freire de Lucena, José Rego Manoel Mattos. O club, a que este theatro pertence, tem sala de bilhar, sala de jogos, bibliotheca, “toilette”, arrecadações, salão de baile, que se transforma em plateia e, alem do theatro, um pequeno parque. Todo o edifício é illuminado a acetylene. As salas são espaçosas e bem mobiladas. O tecto da sala de bilhar foi pintado pelo illustre artista José Malhoa. A bibliotheca conta já grande numero de volumes, devido á iniciativa e tenacidade do Dr. Ayres Guedes Garrido, actual procurador dos orphãos no Porto. Existe ahi uma bella estatua em mármore de Luiz de Camões, obra do distincto esculptor Simões d’Almeida, que a offereceu ao club, de que é sócio e natural de Figueiró. Quando se realisou a construcção do Club e do theatro, eram membros da direcção: Dr. Manoel Carlos Pereiro Baetta e Vasconcellos, presidente; Manoel Rodrigues Perdigão, vice-presidente; António d’Azevedo Lopes Serra, secretario, e Joaquim Fernandes Lopes, thesoureiro. BASTOS, Sousa – Diccionario do theatro portuguez. Edição facsimilada da edição de 1908. Lisboa : Arquimedes Livros, 2006. A Câmara Municipal de Figueiró dos Vinhos no final dos anos 90 do século XX procedeu a recuperação do imóvel, remodelando e reconvertendo as instalações que deram lugar em 21 de Março de 2000 ao Clube Figueiroense - Casa da Cultura.