Sei sulla pagina 1di 74

Programa Estadual do Artesanato

2008
O Maranhão é diverso, tanto na sua história quanto
nos seus aspectos geográficos. Nenhum outro es-
tado brasileiro possui a variedade de ecossistemas que
temos aqui. São cerrados, mangues, praias tropicais, flo-
resta Amazônica, delta em mar aberto e o único deserto
do mundo com milhares de lagoas de águas cristalinas, o
Parque dos Lençóis Maranhenses.
Não só os ecossistemas fazem do nosso estado um lugar
único. O centro histórico de São Luis é Patrimônio Mun-
dial da Humanidade, tamanha a beleza dos mais de três
mil imóveis tombados, a maioria pelo Patrimônio Histó-
rico Estadual, e cerca de mil pelo Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
3
E o que faz deste patrimônio natural e arquitetônico ser
tão importante é a vida que lhes dão o povo maranhen-
se. Uma gente hospitaleira, criativa, batalhadora e deter-
minada. Pessoas capazes de transformar algodão, couro,
madeira, argila, a palha do buriti da região dos Lençóis
Maranhenses, e até a fibra de uma planta que pouca gente
conhece, o guarimã, entre outras matérias primas, em his-
tória, em cultura popular.
Nossas riquezas e potencial vão mais além. A capacidade
de crescer do nosso povo é imensa. Eu lhes convido a co-
nhecer um Maranhão de verdade. Venha nos conhecer,
nossa cultura, nossa culinária, nossa gente.

Jackson Lago
Governador do Estado do Maranhão
O Maranhão, pela sua diversidade étni-
ca, tem uma das culinárias mais ricas
do país. De norte a sul do estado encontra-
mercado local, nacional e internacional com
artesanato competitivo e de valor agregado,
gerar emprego e renda, divulgar nossa cultu-
mos iguarias que trazem forte influência ra, entre outros objetivos.
dos povos indígenas, africanos, portugueses, Para isso trabalhamos oferecendo assistência
franceses e libaneses. técnica e consultoria aos artesãos, dando-lhes
Quem por aqui passa e não se impressiona a oportunidade de aperfeiçoar seus conheci-
com o sabor e a originalidade do cuxá, da mentos e de experimentar novas técnicas de
farinha d´água, do pirão que acompanha a produção, para se tornarem multiplicadores
galinha de parida, as peixadas e camaroadas? deste aprendizado.
É um prazer indescritível e não sai da memó- Queremos com isso não só melhorar as con-
ria de quem experimentou um prato da nossa dições de vida destas pessoas, pois o artesa-
culinária pelo menos uma vez na vida. nato é o setor que mais cresce hoje no Brasil,
5
mas compartilhar com eles a idéia de quanto
E como os nossos sabores trazem, cada um,
é necessário resgatar nossas raízes, preservar
uma história que retrata as experiências de
nossa história para as futuras gerações.
vida de um povo e de uma época, decidimos
registra-las na coleção “Sabores e Saberes do
Maranhão”. Clay Lago
Articuladora do Programa
“Saberes e Sabores do Maranhão” é uma cole-
ção de utensílios de mesa confeccionados de
forma artesanal e com design que leva à mesa
a arte, a cultura, a história do nosso povo.
A linha de produtos nasceu da articulação
para implantar o Programa Estadual de Ar-
tesanato, que tem como objetivos capacitar
artesãos, criar condições de incluí-los no
O Projeto “Saberes e Sabores do Mara-
nhão” foi concebido dentro de uma
visão estratégica de promoção do artesanato
regional, que se inicia pela identificação das
res de opinião)
5. Pesquisa de Oferta (artesãos e designers)
6. Pesquisa Histórica
7. Oficina Criativa
A equipe
Mais do que a competência específica de cada
um dos participantes é a harmonia do grupo,
conquistada pela confluência de ricas vivên-
demandas, passando pela melhoria de pro- 8. Produção Piloto
cias individuais que permitiu a obtenção de
dutos e processos, chegando até a comercia- 9. Lançamento das Coleções
resultados que ultrapassam as expectativas.
lização. 10. Comercialização Experimental
Através de uma ação sistêmica, multidis-
ciplinar e multi-institucional, este projeto Seis designers convidados, de diferentes esta-
Conceito
encontra no design a resposta criativa para dos do Brasil e de outros países, cuja distância
desenvolver uma oferta seletiva de produtos Os produtos artesanais foram concebidos crítica permite identificar o extraordinário e
artesanais relacionados com a gastronomia privilegiando formas mais despojadas, dire- o singular dentro do cotidiano. Igual núme-
local. cionadas a um público consumidor de nível ro de designers locais, capazes de decodificar
cultural elevado e de maior poder aquisitivo. os repertórios culturais do Maranhão e 26 7
As embalagens e todo o discurso visual fo- artesãos, apoiados por técnicos e consulto-
Metodologia ram baseados nos grafismos e nas tipografias res dos diversos organismos envolvidos na
Esta metodologia de trabalho contempla encontradas nas embarcações de pesca arte- promoção do artesanato, conformaram uma
toda a cadeia produtiva, resgatando e respei- sanal, nos estandartes das festas religiosas e equipe heterogênea em suas especialidades
tando os usos e costumes locais, as tradições nas antigas caixas de doces. mas homogênea em seus objetivos e em seu
e o folclore, porém com os olhos voltados compromisso.
para o futuro.
Esta é a chave para o sucesso deste tipo de em-
preendimento, cujas principais etapas são:
1. Planejamento Estratégico
2. Pesquisa Iconográfica
3. Seminário de Identidade Cultural
4. Pesquisa de Demanda (turistas e formado-
OS SABERES DO SABOR

Cheiro de terra molhada de chuva,


gosto de história,
visão de mar, de pôr-do-sol,
e uma redinha armada
num lugar de pensamento.

No prato:
alimento para o corpo,
com saberes nas palavras
e sabores nas entranhas. 9

No prato:
um olhar com olho diverso;
um comer com boca diversa,
sentindo na alma o aroma do cuxá,
caruru e camarão.

No prato:
saberes e sabores
do Maranhão.
Coleção

CANOA
CANOA

O sabor de sal
com sol
debaixo do céu,
como a carne
que entranha o sol
como tempero.

O sabor de sol
com sal
é manta de boi estendida, 11
lençol de interior,
lá onde a terra cheira
a carvão queimando,
enquanto a farofa espera.
Receita

CARNE DE SOL Receita S dAS guarniçÕES a carne no óleo, depois soque no pilão, acrescente
Autor: Régis Fialho a farinha branca fina e a cebola em cubos e aqueça
para servir.
(Restaurante Cabana do Sol) ARROZ BRANCO
Refogue alho e óleo, acrescente o arroz refogue por
mais alguns minutos e acrescente para cada medida Purê de mandioca
ingredientes
de arroz duas medidas de água quente. Deixe ferver Retire as cascas, cozinha em água e sal. Após cozida
Miolo de alcatra em fogo baixo até evaporar toda a água. bata no liquidificador com leite, sal e margarina.
Sal a gosto
Alho BAIÃO DE DOIS Banana a milanesa
12
Óleo Cozinhe o feijão verde com água e sal, depois de Utilize banana prata. Retire a casca, em seguida faça
Leite líquido cozido tempere com tomate, cebola e alho acres- uma mistura com gema de ovo, clara e um pouco de
cente o arroz cru que deve ser cozido dentro do água. Passe a banana nesta mistura, empane na fari-
Modo de preparar feijão aproveitando o caldo. nha de rosca e frite em gordura quente.

Retire o excesso de pele e abre a carne. Faça uma pas- Feijão de caldo Manteiga de garrafa
ta de alho moído no liquidificador com óleo e sal. Cozinhe o feijão verde com água e sal, após tempe- Manteiga caseira da terra
Tempere a carne com esta mistura. Após acrescente re com tomate, cebola, alho e óleo. Deixe ferver um
o leite, também com um pouco de sal. A carne deve pouco para absorver os temperos. Depois de pron-
Rapadura
ficar de molho no leite durante uma hora. Escorra to deve ser adicionados maxixe, quiabo e abóbora
a carne e estenda a mesma em local protegido por que devem ser cozidos a parte. Caseira , servida em cubos
quatro horas. Deve ser assada na brasa.
Paçoca
Corta a carne de sol em cubos médios. Coloque
no fogo com sal e água para cozinhar. Após frita
13
Conceito
Um dos mais expressivos ícones que configu-
ram a identidade cultural do Maranhão são
suas singulares embarcações, e dentre elas des-
taca-se a canoa costeira, barco de transporte de
cargas cujo design aperfeiçoado ao longo dos
séculos deriva-se de um “Cutter’ inglês, adap-
tado às condições marítimas da região.
Esta canoa serviu de inspiração para a con-
cepção dos vasilhames utilizados para servir a
14 carne de sol, prato típico da culinária nordesti-
na, que no Maranhão diferencia-se pelo modo
como é servida, com seis acompanhamentos, e
sempre em refeições compartilhadas por várias
pessoas.

Prato Canoa
Cerâmica esmaltada. Cerâmica esmaltada.
Dim.: 37x42 / 2,5 cm Dim.: 17,5x14 / 8,5 cm
15
Coleção

LENÇÓIS
LENÇÓIS

O Maranhão oferece seu leito


e cozinha do seu jeito
o sabor de sua gente.

E faz de um modo tão quente


que peixe deita nos lençóis
enquanto o apetite acontece.

17
Receita
PEIXE ESCABECHE TORTAS SALGADAS
Autor: Francisca da Silva Oliveira Autor: Maria dos Remédios Moraes Coelho
Cozinheira tradicional
INGREDIENTES
1 kg de postas de pescada INGREDIENTES
sal a gusto 2 kg de camarão seco e fresco
2 limões 200g de batata
½ colher de vinagre 1 duzia de ovos
1 vidro de leite de coco natural 1 colher de sopa de farinha de trigo ou maisena
1 colherrsa de oleo soja 200ml de leite de coco
18 1 maço de cheiroverde 03 pães francês
1 tomate limão, cheiro verde, pimenta de cheiro, extrato de
1 cebola tomate a gosto
2 dentes de alhopisado sal a gosto
½ copo de extrato
MODO DE PREPARAR
MODO DE PREPARAR
Refogue o camarão com os temperos e sal. Deixe co-
Primeiramente prepare o molho com vinagre, sal, zinhar até secar um pouco, Misture o leite de coco,
limão e alho. Reserve o peixe no molho por dez e a batata já cozida e cortada em pedaços. Desligue
minutos. Após frite o peixe no óleo bem quente. o fogo e acrescente o pão esfarelado. Reserve.
Em seguida refogue o tomate, a cebola, cheiro Bata os ovos até ter uma consistência de neve.
verde, com o óleo. Depois coloque o peixe dentro e Acrescente a farinha de trigo.
deixe cozinhar por mais cinco minutos. Servir com Numa forma adicione uma camada de ovos, depois
vinagrete, farofa e arroz. o recheio de camarão e o novamente cubra com
ovos. Asse em fogo médio.
19
Conceito

A vasilhas que configuram esta coleção, com


suas formas orgânicas e sinuosas, representam
as lagoas formadas pela água da chuva na re-
gião conhecida como Lençóis Maranhenses,
um dos ecossistemas mais singulares de todo o
litoral brasileiro.
As cores dos esmaltes fazem a síntese cromática
destes espelhos de água.
20
Esta coleção foi concebida para servir o peixe
escabeche, prato típico do Maranhão.

Lençóis Grande Lençóis Médio Lençóis Pegueno


Cerâmica esmaltada. Cerâmica esmaltada. Cerâmica esmaltada.
Dim.: 36x21 / 8 cm Dim.: 31x18 / 7 cm Dim.: 25x15 / 6 cm
Coleção

PILÃO
PILÃO

A tessitura da panela
é colher,
é pescar,
é secar,
é socar,
misturar,
pra comer de colher.

23
Receita

Cuxá em ponto de bobó e reserve. Coloque no pilão ou ARROZ DE CUXÁ


Autor: Gersina Esmeralda Albuquerque no liquidificador o gergelim com o camarão e bata Autor: Claudionor Pereira
Cozinheira tradicional (Geba) adicionando os ingredientes um a um, nessa or- Cozinheiro tradicional
dem: a farinha, o cheiro verde, a cebola, as pimen-
Ingredientes tas e finalmente o tomate. Depois de bem batido, INGREDIENTES
500g de camarão seco descascado passa na peneira e reserve. 1 kg de arroz
400g de gergelim Coloque a água que cozinhou a vinagreira em fogo 03 maços de vinagreira
250g de farinha de mandioca branca (mimosa) brando e adicione as folhas batidas e a farinha do 700g de camarão seco
06 maços de vinagreira cuxá já peneirado, mexendo até engrossar. 250g de gergelim
02 maços de cheiro verde picados Deixa ferver cinco minutos, e ao final adicione o 200ml de leite de coco
24
01 cebola grande picada leite de coco e sal a gosto. cebola, tomate, cheiro verde, pimenta de cheiro
01 tomate grande picado (sem pele e sem sement- sal a gosto
es) Dica: adicione ao final camarões secos grandes e
04 pimentas de cheiro sem sementes (pimenta lavados e sirva com postas de pescada frita e arroz MODO DE PREPARAR
verde) branco. Cozinhe a vinagreira e reserve. No liquidificador
01 colher de sopa de leite de coco bata os temperos, o leite de coco com a água da
02 litro de água filtrada vinagreira. Torre o gergelim e bata no pilão, depois
Sal a gosto misture com os outros ingredientes.
Refogue o arroz, em seguida misture os ingredi-
Modo de preparar entes batidos, com o camarão e com o gergelim.

Torre o gergelim até dourar e reserve. Retira as fol-


has da vinagreira dos talos e lave em água corrente.
Cozinhe as folhas em dois litros de água. Despois
de cozidas escorra e reserve a água. Bata as folhas
cozidas com uma “faca de corte fino” até ficarem
25
Conceito

O cuxá é inquestionavelmente o ingrediente


símbolo da culinária Maranhense. Uma
mistura de folhas de vinagreira, gergelim e
camarões secos, socados em pilão de ma-
deira, fazem a base do prato mais típico do
estado: o arroz de cuxá.
A proposta é servir este arroz em um recipi-
ente de cerâmica esmaltada verde, prote-
26
gido por um pilão de madeira pirografado
com as representações gráficas do camarão
e da vinagreira.
O mesmo recipiente, de menores propor-
ções e com cerâmica branca serve para ser-
vir o cuxá separadamente.

Pilão Pequeno Pilão Grande


Cerâmica esmaltada. Cerâmica esmaltada.
Madeira torneada. Madeira Torneada
Dim.: 15x15 / 13 cm Dim.: 20x20 / 13 cm
Coleção

COFO
COFO

Tem cofo, tem palha,


tem coco e tem água
pra tirar o gosto do peixe.
Mas, se é o peixe escabeche,
altero a minha paisagem:
daqui de onde eu como,
o gosto é o da minha praia;
daqui de onde eu olho,
o que como é o que mexe comigo,
quando o peixe é escabeche.

29
Receita

Peixada Maranhense
Autor: Ana Lula
(Restaurante Antigamente)

Ingredientes
Postas de pescada
Tomate, cebola, cebolinha, coentro fresco, pimenta
de cheiro
Sal
30 Suco de limão
Azeite de oliva
Água da lavagem do arroz

Modo de preparar

Em uma panela de boca larga distribua as postas de


peixe, temperada com suco de limão, sal e azeite. Es-
palhe sobre elas os tomates e cebolas em rodelas, a
pimenta de cheiro, a cebolinha e o coentro picados.
Cubra com a água do arroz ou água natural.Logo
em seguida leve ao fogo. Quando ferver, prove e
acrescente o que estiver faltando. Servir com arroz
branco e pirão.
31
Conceito

Destinada a servir a peixada ou camaroada ma-


ranhense e seus tradicionais acompanhamen-
tos, o arroz e o pirão. Os três artefatos são pro-
duzidos em cerâmica esmaltada protegidas por
um cesto de palha cuja forma remete ao Cofo.
Este cesto é originalmente confeccionado com
a folha da pindova, palha retirada das palmei-
ras de babaçu.
32 Estes paneiros estão presentes na cultura do
Maranhão e são utilizados para transportar
peixes, caranguejos, camarões secos, sururus,
farinha d’água, verduras e frutas como o bacuri,
cupuaçu, murici, juçara, entre outros.
Esta é uma técnica de embalagem que se dife-
rencia conforme o que acondiciona, sendo um
exemplo de design vernacular.

Cofo Grande Cofo Médio Cofo Pegueno


Cerâmica esmaltada. Cerâmica esmaltada. Cerâmica esmaltada.
Fibra de Guarimã Fibra de Guarimã Fibra de Guarimã
Dim.: 43x24 / 17 cm Dim.: 37x20 / 12 cm Dim.: 31x10 / 10 cm
Coleção

CAIPIRA
CAIPIRA

Nascer pela boca


acontece quando tem pirão.
Aí a panela tem antes que parir caip-
ira,
ir enfeitando pela mesa
a alegria da casa.

E, assim como a areia cai na água,


a farinha cai no molho
que olho 35
entre óleo e ovo
na expectativa da rede.
Receita

Galinha caipira com Pirão


Pirão de parida Ponha o caldo reservado para ferver. Dissolva a
Autor: Admée Duailibe farinha seca em um pouco de água fria. Quando
o caldo estiver fervendo misture a farinha aos
Ingredientes poucos mexendo sem parar. Quando o pirão es-
1 galinha gorda (da terra ou caipira) tiver soltando do fundo da panela estará pronto.
Pimentão
2 tomates
36 1 cebola grande
5 colheres de extrato de tomate
4 dentes de alho socados com sal a gosto
500g de batatas
250g de farinha seca
3 colheres de sopa de manteiga
Óleo para refogar

Modo de preparar

Limpe corte a galinha pelas juntas. Tempere-a


com pimentão, tomate, cebola, extrato de to-
mate, alho socado e sal. Refogue com água sufi-
ciente para com a mesma despois fazer o pirão
(mais ou menos um litro). Acrescente as batatas
descascadas e cortadas ao meio e deixe cozinhar.
37
Conceito
O design dos recipientes para preparar e
servir um frango capão ou galinha caipira
acompanhada de arroz e pirão-de-parida,
remetem à forma da crista da galinha.
A inserção de uma frase síntese, em baixo
relevo na tampa da panela, contando a ori-
gem do prato dedicado à mulher em período
de resguardo para aumentar suas forças, serve
38 como elemento de destinação e distinção da
panela.

Panela Grande Tigela Arroz Tigela Pirão Farinheira


Cerâmica esmaltada. Cerâmica esmaltada. Cerâmica esmaltada. Cerâmica esmaltada.
Dim.: 30x34 / 18 cm Dim.: 26x23 / 10 cm Dim.: 20x23 / 8 cm Dim.: 11x13 / 8 cm
Coleção

MANGUE
MANGUE

Enfrentar a lama
e sentir a terra fervilhar entre os
dedos
é trazer o bramido do mar com as
mãos
quando o peito trinca o grito
no trincar do caranguejo.

Depois, a caranguejada
parece ter nascido no prato, 41
assim como nasce o sol
no rosado saboroso
de tonalidades fumegantes.

O cheiro, fora da fala,


não se diz.
De martelada
em martelada,
o pensamento vai ficando surdo
de tanto ir sentindo o gosto.
Receita

Caranguejada
Autor:Lenoca

Ingredientes
6 caranguejos
1 maço de cheiro verde
1 cebola (cortada em rodela)
1 tomate
1 pimentão pequeno cortado em rodela
42 5 pimentas de cheiro picadas
2 limões médios
1 colher de sopa de extrato de tomate
1 xícara pequena de óleo
sal a gosto

Modo de preparar

Misture todos os ingredientes em uma panela e


deixe refogar com óleo. Depois de refogado, acres-
cente um litro de água, após levantar fervura acres-
cente os caranguejos.
Deixe ferver durante 20 minutos. Sirva em segui-
da.
43
Conceito

A caranguejada é um prato típico do litoral do


Maranhão, servido na maioria dos bares e res-
taurantes à beira mar.
Os recipientes para preparar e servir esta igua-
ria foram concebidos tendo como referência e
diferenciação formal a pinça do caranguejo uti-
lizado como alças das panelas e travessas.

44

Panela Grande Tigela Arroz Tigela Farofa Tigela Vinagrete Casquinho


Cerâmica esmaltada. Cerâmica esmaltada. Cerâmica esmaltada. Cerâmica esmaltada. Cerâmica esmaltada.
Dim.: 36x30 / 25 cm Dim.: 27x23 / 14 cm Dim.: 23x20 / 12 cm Dim.: 20x17 / 10 cm Dim.: 13x11 / 6 cm
Coleção

MARACANÃ
MARACANÃ

Na tigela,
derramo esta terra,
onde boi dança
e juçara é motivo de festa.
Na tigela,
a farinha fica roxa
e o camarão cai de cabeça,
quando é tempo de Maracanã.
Aqui e ali,
lambuzar a cara de juçara é ser daqui. 47
Receita

48
49
Conceito
Os recipientes de cerâmica desta coleção são
destinados a servir por um dos alimentos mais
típicos da região amazônica, o suco de juçara,
engrossado com farinha e açúcar.
O jarro do suco remete à forma tradicional de
uma bilha de água, diferenciado por um grafis-
mo feito com a técnica da corda seca baseado
na folha da juçara.

50

Quartinha Açucareiro Farinheira Tigela Camarão Tigela Juçara


Cerâmica esmaltada. Cerâmica esmaltada. Cerâmica esmaltada. Cerâmica esmaltada. Cerâmica esmaltada.
Dim.: 15x15 / 20 cm Dim.: 11x11 / 10 cm Dim.: 14x14 / 13 cm Dim.: 11x11 / 6 cm Dim.: 18x18 / 8 cm
Coleção

FLORESTA
FLORESTA

No tempo do coco lascado,


esta floresta se entrega
na fibra do guarimã,
no buriti, na madeira.
Pedaços de coco partido,
coco quebrado,
coco encerado
com muito sabor de saber.
No espaço do coco engendrado,
há arte.

53
Conceito

Alguns produtos de uso genérico, tais como


galheteiro, descanso de panelas, conchas e col-
heres, são elaborados com cifres, cocos, fibras e
madeiras certificadas, cujo conceito é o uso dos
materiais explorando a sua aparência natural.
O discurso da sustentabilidade, que permeia
todas as coleções, torna-se mais explícito nesta
linha de objetos.
54
Coleção
Doces de Rua
DOCE DE RUA

Uma arte do cotidiano


da cidade nua
sem fogão industrial,
o doce chega devagar ao ponto,
mexido, mexido
até ir ficando pronto.

O seu sentido é a esquina,


o beco,
a praça, 57
os cantos da cidade nua
sem fogão industrial.

Doce feito no vento do abano


ganha gosto
de outrora
mesmo que servido
agora.
Conceito

O repertório gráfico presente nas caixas de do-


ces fabricados no século passado no Maranhão
serviram como referência para o design da
identidade visual do Projeto “Saberes e Sabores
do Maranhão”, assim como das embalagens in-
dividuais dos tradicionais doces de rua.
Mais do que uma simples embalagem este pro-
jeto pressupõe um trabalho cooperativo entre
58 as doceiras e a padronização das receitas mais
apreciadas.
59
Coleção

COTIDIANO
A arte é a esquina que a gente dobra
para o original. O tempo passa, mas
a arte pode nos fazer voltar, ficar,
permanecer na palavra que tece, no
fazer que trança, na sensibilidade que
corta e lixa e engendra a mesma peça,
a origem, mesmo que seja um doce.

Aí o saber do prato pode chegar pelo


sabor. A cidade muda e o quebra-
queixo continua na rua; o homem
cresce, o movimento aumenta, mas
fica o ponto do mesmo doce, o mes- 61

mo nó em outra palha, a madeira...


Que talha, que talher, que colher!

Dentro da gente, a terra despida no


grito do gosto, importa muito mais a
criança que o salgado ou o doce.

A terra nua no grito do doce. O lugar


doce na voz do tempero. Esta terra
recebida do artesão: um pregoeiro
que grita com as mãos.
Xícara de Café

No Brasil de modo geral, e no Maranhão em particular,


uma refeição completa termina quase sempre com um
cafezinho. Esta tradição secular, oferecida em uma xícara
diferenciada, cuja forma foi tomada de uma cabaça.
Este objeto artesanal produzido com a técnica da bar-
botina esmaltada permite uma produção em escala,
tendo seu uso ampliado para a degustação de licores e
aguardentes.

62

Xícara Pires
Cerâmica esmaltada. Cerâmica esmaltada.
Dim.: 11,5x8 / 5 cm Dim.: 12x11 / 1 cm
Pratos

Um triângulo eqüilátero com os ângulos ar-


redondados define a forma do prato raso, do
prato de sobremesa e do recipiente genérico
de temperos da Coleção Saberes e Sabores do
Maranhão.
A marca do projeto impressa na borda do pra-
to, utilizando a técnica da corda seca, com uma
cor vermelha remete ao lacre utilizado nas em-
64 balagens dos produtos.

Prato Prato Sobremesa Pratinho


Cerâmica esmaltada.Dim.: Cerâmica esmaltada. Cerâmica esmaltada.
30x30 / 2,5 cm Dim.: 20x20 / 3,5 cm Dim.: 10x10 / 3,5 cm
Jogos americanos

A proposta de utilização, nos jogos america-


nos, do crochê com fibra de buriti ou da renda
de bilro com esteira de palha são exemplos da
fusão de técnicas de origens culturais distan-
ciadas no tempo e no espaço.
O produto passa a existir pelas mãos de arte-
sãos diferentes, que através do trabalho coope-
rativo e complementar colhem benefícios mú-
66 tuos pela agregação de valor que uma técnica
empresta a outra.

Jogo Americano
Tecido e Crochê de fibra de buriti.
Dim.: 35x45 cm
Identidade Visual

As embalagens de papelão são padronizadas


com o uso de uma etiqueta adesiva. O fecha-
mento é feito com duas fitas presas por um bo-
tão adesivo semelhante a um lacre.
A programação visual dos elementos promo-
cionais utiliza sempre como cor de fundo o
azul e o vermelho.
Completa esta paleta cromática as cores laran-
68 ja, amarelo, bege e o verde escuro.
Expositor

Dois armários verticais e siameses, cujo design


remete à forma simplificada do casco de um
barco costeiro, foram projetados e produzidos
para colocarem em destaque, nos principais
pontos de atração turística, a produção artesa-
nal revitalizada do Maranhão.

70
Apoio Técnico Artesãos

Créditos Adriana de Oliveira Maedra


Bianca Lisboa da Costa
Adnomar do Nascimento Moreira
Adriana de Oliveira Maeda
Camila Haickel da Costa Alda de Jesus Ferreira França
Projeto Saberes e Sabores do Maranhão Ducilene de Maria Dutra Aluízio Francisco A. Pereira
Manuel Carvalho Ana Francisca Cruz de Oliveira
Coordenação Técnica Marcos Caldas Andreia da Conceiçao Silva
Eduardo Barroso Neto Maria da Glória Fontenele Graça Angélica Maria Barros Pereira
Consultores/Designers Marléa Mendonça Antonia Rodrigues
Carlos Alvarado Dufour Nael Reis Antonio Carlos de Carvalho
Eveline Andrade Nazareno Almeida Antonio José Viana
Maria Cheung Sergileide de Souza Lima Carlos Alberto de Sousa
Paula Dib Tayse M. Saenz Artioli Costa Célia Regina da Conceição Costa
Rosa Maria Salon Waldefrance de Jesus Rocha (Bazinho) Denise Vilar da Silva
Túlio Paracampos Regina Borba Deuzanira Ferreira de Carvalho
72 Maria Eugênia Murad Domingas Marinho Pereira
Especialista em cerâmica Vânia Maria Pereira Mendes Eronize Rodrigues da Silva
Emile Badran Esmeralina de Jesus R. Ribeiro
Especialista em engenharia de alimentos Eusenilde Maria Silva
Fabiana Brito Cantanhede Fernanda Viana Santos
Especialista em cooperativismo Fernando Cruz Evangelista
Álvaro Santos Neto Flávia Maria do Carmo Mendonça
Fotografia Francisca dos Santos Oliveira
Edgar Rocha Francisca Ferreira de Oliveira
(págs: 2, 4, 8, 10, 16, 19, 22, 27, 28, 31, 34, 37, 40, 49, 52, 55, 59, 60, Francisco Carlos Costa de Sousa
63, 65, 67, 69, 71) Francisco Ludolfo Ferreira Garrido
Márcio Prado Iracema de Jesus Nazaré Lopes
(13, 15, 21, 25, 33, 39, 43, 45, 46, 51) Iraci de Jesus Cantanhede de Nazaré
Textos poéticos João Antonio Negreiros de Araújo
Sônia Almeida José Carlos Martins
(págs: 9, 11,17, 23, 29, 35, 41, 47, 53, 57, 61) José Eduardo Sereno
José Ribamar Lima Brito Maria Helena S. C. Gomes
José Roberto L. Ramos Maria José Furtado da Silva
José Vitor Rodrigues Pinheiro Maria Leocádia Arouche
Josevaldo Rodrigues Silva Maria Sebastiana Azevedo Nascimento
Juliano Marilene Marques Moreira
Julieta Guterrez de Abreu Ferreira Marinezia Gonçalves Rabelo
Julsimara Rosa Pereira Costa Pinheiro Marlea de Jesus Mendonça
Laura Cristina Torres Souza Nívla Marinho
Lauriceda Moraes da Silva Odete dos Santos Pereira
Lúcia de Fátima da Silva Franco Raimunda da Conceição Silva
Lucilene Bezerra Rodrigues Raimundo de Sousa Soares
Magnólia de Jesus C. Mendes Ranyere Gomes de Souza
Maria Aldina da Conceição Costa Roberval Ferreira Campos
Maria Anita Rodrigues Romana Alves
Maria Antonia Aguiar Lima Rosa Laura Cutrim Costa 73
Maria Aranisa de Oliveira Rosa Souza da Silva
Maria Celeste da Silva Rosalva Costa Coelho
Maria Celeste de Sousa Silva Sheila Maria Silva Ferreira
Maria da Conceição Cruz da Cunha Silvestre da Cruz Pereira
Maria da Conceição dos Santos Serqueira Silvia Carmem Pereira
Maria da Graça Ferreira Torres Sonia Maria Ribeiro S. Costa
Maria da Luz Ferreira Lima Terezinha de Jesus Pereira dos Santos Sobrinho
Maria das Graças Silva Barros Verônica Pereira Santos A metodologia do projeto Saberes e Sabores foi
Maria de Sousa Oliveira Vitória Maria Rodrigues desenvolvida por Eduardo Barroso Neto através da
empresa: Ser Criativo Empreendimentos Cultu-
Maria do Carmo Silva Fonseca Yuri de Sousa Lima
rais do Brasil Ltda em cooperação com o Instituto
Maria do Rosário Paiva D’Amanhã, sendo prevista sua implantação em várias
Maria Domingos Abreu Barros regiões do Brasil e alguns países da América Latina.
Maria Edvanda do Nascimento Para maiores esclarecimentos: barrosodesign@hot-
Maria Eronize de Oliveira mail.com

Potrebbero piacerti anche