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Promoção da Saúde, Bem-estar e Prevenção da Doença

O cuidado de saúde tem cada vez mais enfocado a promoção da saúde, o bem-estar e
a prevenção da doença. O rápido aumento nos custos do cuidado de saúde motivou
as pessoas a procurar meios de diminuir a incidência e minimizar os resultados da
doença ou incapacidade.
Os conceitos de promoção da saúde, bem-estar e prevenção da doença estão
intimamente relacionados e, na prática, sobrepõem-se em parte. Todos estão voltados
para o futuro; as diferenças entre eles envolvem motivações e objetivos. As atividades
de promoção da saúde, como os exercícios regulares e a boa nu-trição, ajudam os
clientes a manter ou melhorar seu atual nívelde saúde. A educação de bem-estar
ensina as pessoas como cuidar de si próprias em um ambiente saudável e inclui
tópicos, como a consciência corporal, controle do estresse e auto-respon-sabilidade. O
bem-estar foi descrito como o processo contínuo e dinâmico de se empenhar para
alcançar a saúde ótima (Plawecki, 1997). As atividades de prevenção da doença,
como os programas de imunização, protegem os clientes contra ameaças reais ou
potenciais para a saúde.
As enfermeiras enfatizam a promoção da saúde, estratégias de estimulação do bem-
estar e as atividades de prevenção da doença como importantes formas de cuidados
de saúde, porque elas auxiliam os clientes na manutenção e melhoria da saúde. As
atividades de promoção da saúde motivam as pessoas a atuar positivamente, para
alcançar níveis mais estáveis de saúde. As estratégias de bem-estar são idealizadas
para ajudar as pessoas a alcançar nova compreensão e controle de sua vida. As
atividades de prevenção de doença motivam as pessoas a evitar o declínio na saúde
ou nos níveis funcionais.
O objetivo de um programa de saúde total consiste em melhorar o nível de bem-estar
de um cliente em todas as dimensões, e não apenas a saúde física. Os programas de
saúde total baseiam-se na crença de que muitos fatores podem afetar o nível de
saúde de uma pessoa. As seguintes categorias são identificadas como determinantes
importantes do estado de saúde (Edelman e Mandle, 1998):
• uso de tabaco;
• nutrição;
• uso de álcool;
• uso de droga que leva à dependência;
• dirigir veículos;
• exercício;
• sexualidade e uso de contraceptivo hormonal ou barreira;
• relacionamentos familiares;
• modificação de fator de risco;
• enfrentamento do estresse e adaptação.
A saúde pode ser influenciada por práticas individuais, como os maus hábitos
alimentares e pouco ou nenhum exercício. Ela também pode ser afetada por
estressores físicos, como um ambiente com condições de saneamento deficientes,
exposição a poluentes do ar e ambiente inseguro. Os estressores hereditários e
psicológicos, como os fatores emocionais, intelectuais, sociais, de desenvolvimento e
espirituais, também podem influenciar o nível de saúde de alguém. Os programas de
saúde total são direcionados às pessoas que estão modificando seu estilo de vida pelo
desenvolvimento de hábitos que podem melhorar seu nível de saúde. Outros
programas são voltados para problemas específicos de cuidado de saúde. Por
exemplo, existem grupos de apoio para ajudar pessoas com infecção pelo vírus da
imunodeficiência humana (HIV). Programas de exercícios estimulam os participantes a
se exercitar regularmente, a fim de reduzir seu risco de doença cardíaca. Os
programas de redução do estresse ensinam os participantes a lidar com os
estressores e reduzir o risco de múltiplas doenças, como infecções, doença
gastrintestinal e doença cardíaca.
Alguns programas de promoção da saúde, educação de bem-estar e prevenção de
doença são implementados por agências de cuidado de saúde; outros são realizados
de forma independente. Muitas corporações desenvolvem atividades de promoção de
saúde no local de trabalho para os empregados. Da mesma forma, faculdades e
centros comunitários oferecem programas de promoção da saúde e prevenção da
doença. As enfermeiras podem estar ativamente envolvidas nesses programas ou ser
consultoras ou, ainda, dar encaminhamentos. O objetivo de tais atividades consiste em
melhorar o nível de saúde do cliente através de serviços de saúde preventivos,
proteção ambiental e educação em saúde.
A promoção da saúde é um campo emergente com as tentativas pró-ativas de evitar a
enfermidade ou doença. As atividades de promoção da saúde podem ser passivas ou
ativas. Com as estratégias passivas de promoção da saúde, os indivíduos ganham a
partir das atividades dos outros, sem eles mesmos atua-rem. A fluoretação da água
potável municipal e a fortificação do leite homogeneizado com vitamina D são
exemplos de estratégias de promoção da saúde passivas. Com as estratégias ativas
de promoção da saúde, os indivíduos são motivados a adotar programas de saúde
específicos. Os programas de redução de peso e cessação do tabagismo exigem que
os clientes estejam ativamen-te envolvidos nas medidas, para melhorar seu nível atual
e futuro de bem-estar, diminuindo o risco de doença.
A saúde é adquirida e mantida, engajando-se em atividades que promovem e mantêm
o bem-estar (Plawecki, 1997). O indivíduo assume a responsabilidade pela saúde e
bem-estar, ao fazer as opções adequadas de estilo de vida. Tais opções são im-
portantes pelo fato de que afetam a qualidade de vida de uma pessoa. As opções
positivas do estilo de vida e a prevenção das opções negativas do estilo de vida
também podem desempenhar um papel na prevenção da doença. Northam (1996)
acrescenta que a prevenção da doença serve a fins humanitários bem como
económicos. A prevenção da doença pode reduzir a ansiedade, estresse, dor e
sofrimento. Ao mesmo tempo, a prevenção da doença possibilita o contínuo alcance
dos objetivos de vida, tais como trabalho, família e educação (Northam, 1996). A
prevenção da doença tem um impacto económico, já que diminui os custos dos
cuidados de saúde.
Uma compreensão sobre os fatores de risco, comportamento, modificação do fator de
risco e modificação do comportamento integra as atividades de promoção da saúde,
bem-estar e prevenção da doença. As enfermeiras, em todas as áreas de prática, fre-
quentemente têm oportunidade de auxiliar os clientes na adoção de atividades para
promover a saúde e diminuir os riscos de doença.

NÍVEIS DE CUIDADO PREVENTIVO


O cuidado de enfermagem orientado para a promoção da saúde, bem-estar e
prevenção da doença pode ser compreendido em relação às atividades de saúde nos
níveis primário, secundário e terciário.

Prevenção Primária. É a prevenção verdadeira, a qual precede a doença ou


disfunção, e se aplica aos clientes considerados física e emocionalmente saudáveis. A
prevenção primária voltada à promoção da saúde inclui os programas de educação de
saúde, imunização bem como atividades de aptidão física e nutricional. Ela pode ser
fornecida para um indivíduo ou uma população geral, ou enfocar os indivíduos em
risco de desenvolver doenças específicas. As atividades de bem-estar (Edelman e
Mandle, 1998) são similares às atividades identificadas para a prevenção primária por
Leavell e Clark (1965). A prevenção primária inclui todos os esforços de promoção da
saúde bem como as atividades de bem-estar que focalizam a manutenção ou melhoria
da saúde geral dos indivíduos, famílias e comunidades (Edelman e Mandle, 1998).

Prevenção Secundária. Tal prevenção focaliza os indivíduos que estão vivenciando


problemas de saúde ou doenças, e que se encontram em risco de desenvolver
complicações ou agravamento das condições. As atividades são dirigidas para o
diagnóstico e intervenção imediata, reduzindo, assim, a gravidade e possibilitando que
o cliente retorne a um nível normal de saúde o mais cedo possível (Pender, 1993;
Edelman e Mandle, 1998). Grande parcela do cuidado de enfermagem, relacionado à
prevenção secundária, é fornecida em casas, hospitais ou instituições de enferrmagem
especializada. Ela comporta as técnicas de detecção e tratamento dos estágios iniciais
das doenças, para limitar a incapacidade, evitando ou retardando as consequências
da doença avançada.

Prevenção Terciária. Prevenção que ocorre quando um defeito ou incapacidade é


permanente e irreversível. Ela envolve a minimização dos efeitos da doença ou
incapacidade, a longo prazo, através de intervenções direcionadas à prevenção das
complicações e deterioração (Edelman e Mandle, 1998). As ativida-des são dirigidas
para a reabilitação em vez do diagnóstico e tratamento. Neste nível, o cuidado volta-se
para ajudar os clientes a conseguir o mais alto nível de desempenho possível apesar
das limitações causadas pela doença ou comprometimento. Este nível de cuidado é
chamado de cuidado preventivo, porque envolve a prevenção da incapacidade
adicional ou do desempenho reduzido.

Fatores de Risco

Um fator de risco é qualquer situação, hábito, condição social ou ambiental, condição


fisiológica ou psicológica, condição de desenvolvimento ou intelectual, ou condição
espiritual ou outra variável que possam aumentar a vulnerabilidade de uma pessoa ou
grupo a uma doença ou acidente. A presença dos fatores de risco não significa que
uma doença irá se desenvolver, porém tais fatores aumentam as possibilidades de que
um indivíduo venha a vivenciar determinada doença ou disfunção. As enfermeiras e
outros profissionais de saúde ficam preocupados com os fatores de risco, às vezes
chamados de riscos de saúde, por diversos motivos. Os fatores de risco
desempenham um papel importante em como a enfermeira identifica o estado de
saúde de um cliente. Eles também podem influenciar as crenças e as práticas de
saúde, quando uma pessoa está ciente da presença deles. Os fatores de risco podem
ser classificados nas seguintes categorias inter-rela-cionadas: fatores genéticos e
fisiológicos, idade, ambiente físico e estilo de vida.

fatores genéticos e fisiológicos

Os fatores de risco fisiológicos envolvem o funcionamento físico do corpo.


Determinadas condições físicas, como estar grávida ou com excesso de peso, impõem
maior estresse sobre os sistemas fisiológicos (p. ex., o sistema circulatório),
aumentando a suscetibilidade à doença nestas áreas. A hereditariedade, ou predis-
posição genética à doença específica, é um importante fator de risco físico. Por
exemplo, uma pessoa com história familiar de diabetes melito está em risco de
desenvolver a doença em um período mais adiante na vida. Outros fatores de risco
genéticos documentados são as histórias familiares de câncer, cardiopatia, doença
renal ou doença mental.
IDADE

A idade aumenta ou diminui a suscetibilidade a determinadas doenças (p. ex., o risco


de cardiopatia torna-se maior com a idade para ambos os sexos). Os riscos de
defeitos congénitos e de complicações na gravidez aumentam nas mulheres que
engravidam depois de 35 anos de idade. Muitos tipos de câncer são mais possíveis
nas pessoas com mais de 45 anos de idade que nas pessoas mais jovens. Os fatores
de risco etários estão, com frequência, muito associados a outros fatores de risco,
como a história familiar e os hábitos pessoais. As enfermeiras precisam educar seus
clientes sobre a importância das avaliações regularmente programadas para seus
grupos etários.

IDADE

O ambiente físico em que uma pessoa trabalha ou vive pode aumentar a probabilidade
de que certas doenças ocorram. Por exemplo, alguns tipos de câncer e outras
doenças são mais prováveis de se desenvolver, quando os trabalhadores da indústria
são expostos a determinadas substâncias químicas ou quando as pessoas vivem
próximo a depósitos de descarga de resíduos tóxicos. Os rastreamentos para estes
fatores de risco, com base no ambiente, são dirigidos para os efeitos de curto prazo da
exposição e para o potencial de efeitos de longo prazo (Edelman e Mandle, 1998).
Blackburn (1994) relata que os pesquisadores demonstraram de que modo o baixo
rendimento atua como um importante risco de saúde, aumentando a exposição aos
riscos de saúde, como más condições de moradia, poluição (ar, água, ruído), falta de
áreas seguras de lazer e redes de suporte social deficientes. Por exemplo, em casa, o
ambiente pode incluir condições que geram riscos para o indivíduo ou família, como
moradias sujas, mal-aquecidas ou ventiladas, ou, ainda, com muita aglomeração. Es-
tas condições podem aumentar a probabilidade de que as infecções e outras doenças
sejam contraídas e disseminadas.

ESTILO DE VIDA

Muitas atividades, hábitos e práticas envolvem fatores de risco. As práticas de estilo de


vida também podem ter efeitos positivos ou negativos sobre a saúde. As práticas com
potenciais efeitos negativos são os fatores de risco, tais como a alimentação excessiva
ou deficiente, o sono e o repouso insuficientes, além da higiene pessoal precária.
Outros hábitos que colocam uma pessoa em risco de doença são o uso de tabaco,
abuso de álcool ou droga, e atividades que envolvem ameaça de lesão, como o pára-
quedismo ou alpinismo. Alguns hábitos são fatores de risco para doenças específicas.
Por exemplo, o banho de sol excessivo aumenta o risco de câncer da pele,
aumentando o peso excessivo o risco de doença cardiovascular. Estes fatores de risco
relativos ao estilo de vida ganharam maior atenção, porque se sabe que muitas das
principais causas de morte nos Estados Unidos são relacionadas com os hábitos ou
padrões de estilo de vida, o que também representa enorme impacto sobre a
economia dos custos do cuidado de saúde. Por isso, é importante compreender o
impacto dos comportamentos do estilo de vida sobre o estado de saúde. As enfer-
meiras podem educar seus clientes e o público sobre os comportamentos de estilo de
vida que promovem a saúde.
O estresse pode ser um fator de risco de estilo de vida, quando intenso ou prolongado,
ou se a pessoa é incapaz de lidar adequadamente com os eventos da vida. Ele pode
ameaçar a saúde mental (estresse emocional) bem como o bem-estar físico (estresse
fisiológico). Ambos podem ter uma parcela no desenvolvimento de uma doença e
afetar a capacidade de adaptação às potenciais alterações associadas a uma doença,
bem como a capacidade de sobreviver a uma doença com risco de vida. O estresse
também pode interferir nas atividades de promoção da saúde e capacidade de
implementar as modificações necessárias no estilo de vida. Os estressores
emocionais podem resultar de eventos da vida, como o divórcio, gravidez, morte de
um cônjuge ou membro da família, e instabilidade financeira. Os estressores ligados
ao emprego, por exemplo, podem sobrecarregar as habilidades cognitivas e a
capacidade de tomada de decisão de uma pessoa, levando à "sobrecarga mental" ou
"estafa" (ver Cap. 30). O estresse também pode ameaçar o bem-estar físico, sendo
associado a doenças, como a doença cardíaca, câncer e distúrbios gastrintestinais
(Pender, 1996). Os estressores de vida devem ser revistos como parte de uma análise
abrangente sobre os fatores de risco.
O objetivo da identificação dos fatores de risco é apenas auxiliar os clientes na
percepção das áreas em sua vida que podem ser modificadas ou, até mesmo,
eliminadas, para promover o bem-estar e evitar a doença. As apreciações mais
abrangentes sobre o risco de saúde, usando as diversas formas disponíveis de
avaliação de risco de saúde, podem ser feitas, para estimar os riscos de saúde
específicos de uma pessoa com base na presença de vários fatores de risco (Edelman
e Mandle, 1998). É importante compreender que a implementação de uma avaliação
de risco de saúde deve estar associada a programas educacionais e a outros recursos
comunitários, de modo a resultar nas alterações necessárias no estilo de vida e na
redução do risco (Pender, 1996).

Modificação de Fator de Risco e Comportamentos de Saúde Modificáveis

A identificação dos fatores de risco constitui a primeira etapa nas atividades de


promoção da saúde, educação do bem-estar e prevenção da doença. Os riscos de
saúde devem ser discutidos com o cliente após um histórico de enfermagem
abrangente; em seguida, o cliente pode decidir se deseja manter ou melhorar seu
estado de saúde, empreendendo ações de redução de risco (Edelman e Mandle,
1998). A modificação do fator de risco, as atividades de promoção da saúde ou
prevenção da doença, ou, ainda, qualquer programa que tente modificar
comportamentos de estilo de vida não-saudáveis podem ser considerados como uma
estratégia de bem-estar. Precisam ser enfatizadas as estratégias de bem-estar que
ensinam os clientes a se cuidar de maneira mais saudável, pois têm a capacidade de
aumentar a qualidade de vida, bem como a diminuir os potenciais altos custos dos
problemas de saúde não-controlados.
As tentativas de mudanças podem ser voltadas para a cessação de um
comportamento comprometedor da saúde (uso de tabaco, uso excessivo de álcool) ou
para a adoção de comportamento saudável (dieta saudável, exercício) (Pender, 1996).
É difícil modificar o comportamento de saúde, principalmente os comportamentos
entranhados nos padrões de estilo de vida. O papel das enfermeiras, baseado em um
modelo de promoção da saúde para a identificação dos comportamentos de risco e na
implementação do processo de mudança, não pode ser subestimado, pois é a
enfermeira quem fica a maior parte do tempo em contato direto com os clientes.
A compreensão sobre o processo de modificação dos comportamentos pode ajudar as
enfermeiras a apoiar a difícil mudança de comportamento de saúde em seus
clientes. Acredita-se que a mudança envolva um movimento através de uma série de
estágios. Prochaska e DiClemente (1992) assim como Conn (1994) identificaram cinco
estágios de mudança, desde a ausência de intenção para a mudança (pré-
contemplação) até a manutenção de um comportamento modificado (estágio de
manutenção). À medida que os indivíduos tentam uma alteração no comportamento,
ocorre, com frequência, a recidiva seguida por reciclagem através dos estágios.
Quando a recidiva acontece, a pessoa retorna ao estágio de contemplação ou pré-
contemplação, antes de tentar novamente a mudança. A recidiva pode ser percebida
como um processo de aprendizagem, e o que é aprendido a partir da recidiva pode ser
aplicado na próxima tentativa de mudança. É importante compreender o que acontece
nos vários estágios do processo de mudança, a fim de regular, no tempo, a
implementação das intervenções (estratégias de bem-estar) de maneira adequada e
para prestar os cuidados apropriados em cada estágio (Pender, 1996).
Muitos programas de mudança de comportamento são idealizados (e têm
possibilidade de sucesso) para as pessoas prontas a empreender a ação em relação
aos seus problemas de comportamento de saúde. Apenas uma minoria das pessoas
se encontra nesse estágio de ação (Prochaska, 1991). Um trabalho adicional precisa
ser realizado, a fim de idealizar intervenções e estratégias de bem-estar para pessoas
em todos os estágios de mudança do comportamento de saúde. As mudanças serão
mantidas com o passar do tempo apenas quando estiverem integradas no estilo de
vida total do indivíduo. A manutenção de estilos de vida saudáveis pode evitar
hospitalizações e diminuir potencialmente o custo do cuidado de saúde. As
enfermeiras podem ajudar os clientes em sua adaptação a um estilo de vida
modificável e mais saudável.

Mal-estar

O mal-estar é um estado em que o desempenho físico, emocional, intelectual, social,


de desenvolvimento ou espiritual de uma pessoa está diminuído ou comprometido em
comparação com a experiência prévia. O câncer é um processo de doença, mas um
cliente com leucemia que esteja respondendo ao tratamento pode continuar a
desempenhar da forma usual, e uma cliente com câncer da mama, que esteja se
preparando para a cirurgia, pode-se mostrar afetada em dimensões diferentes da
física.
Por conseguinte, o mal-estar não é sinónimo de doença; embora as enfermeiras
devam estar familiarizadas com os diferentes tipos de doença e seus tratamentos, elas
precisam preocupar-se mais com o mal-estar, o qual pode incluir a doença, mas tam-
bém os efeitos sobre o desempenho e o bem-estar em todas as dimensões.

DOENÇA AGUDA E DOENÇA CRÓNICA

As doenças agudas e crónicas têm o potencial para gerar risco de vida. Uma doença
aguda geralmente possui uma curta duração e é grave. Os sintomas aparecem de
maneira repentina, são intensos e, com frequência, diminuem depois de período
relativamente curto. Uma doença aguda pode afetar o desempenho em qualquer
dimensão. Uma doença crônica persiste, em geral, por mais de seis meses, e pode
afetar o desempenho em qualquer dimensão. O cliente pode variar entre o
desempenho máximo e as graves recidivas de saúde que podem constituir ameaça à
vida. Uma pessoa com doença crónica é similar a uma pessoa com uma incapacidade,
já que ambas apresentam limitações (de graus variados) na função, resultando de
processo patológico ou de lesão. Mechanic (1995) observa que "uma doença
incapacitante crónica interfere nas contínuas adaptações de vida, ao tornar o
desempenho de tarefas rotineiras mais desafiador". Além disso, as cercanias sociais e
o ambiente físico em que o indivíduo vive podem ter impacto sobre as capacidades,
motivação e manutenção psicológica da pessoa incapacitada.
As doenças crónicas e as incapacidades permanecem como um importante problema
de saúde na América do Norte para idosos e crianças. As questões do enfrentamento
do estresse e da convivência com uma doença crónica podem ser complexas e
insuportáveis. Um importante papel da enfermeira consiste na educação em saúde
voltada para ajudar os clientes a controlar suas doenças ou incapacidades. O objetivo
do controle de uma doença crónica é diminuir a ocorrência dos sintomas ou melhorar a
tolerância a eles. Em um estudo recente, McWilliam e colaboradores (1996)
demonstraram que as pessoas idosas com doenças crónicas tenderam a focalizar não
suas doenças crónicas, mas as próprias atividades e atitudes em relação à doença. Ao
focalizar a vida e a saúde do cliente, as enfermeiras podem auxiliar os clientes na
criação de alternativas e soluções para responder positivamente aos desafios no
ambiente (McWilliam e colaboradores, 1996). Estimulando o bem-estar, as enfermeiras
podem ajudar a melhorar a qualidade de vida para os clientes que vivem com doenças
crónicas ou incapacidades.

COMPORTAMENTO DE DOENÇA

As pessoas doentes geralmente agem de maneira que os sociólogos clínicos chamam


de comportamento de doença, que envolve o modo pelo qual as pessoas monitoram
seus corpos, definem e interpretam seus sintomas, empreendem ações de remediação
e usam o sistema de saúde (Mechanic, 1982). A história pessoal, as situações sociais,
as normas sociais bem como as oportunidades e restrições das instituições
comunitárias podem, sem exceção, afetar o comportamento de doença (Mechanic,
1995). Embora exista grande variabilidade na maneira pela qual as pessoas reagem a
uma doença, o comportamento de doença demonstrado na enfermidade pode ser
empregado para controlar as adversi-dades da vida (Mechanic, 1995). Em outras
palavras, quando as pessoas se percebem como doentes, os comportamentos de do-
ença podem ser mecanismos de adaptação. Por exemplo, o comportamento de
doença pode resultar na liberação dos clientes de suas funções, expectativas sociais
ou responsabilidades. Para uma dona de casa, por exemplo, a gripe pode ser
percebida como um estressor adicional ou constituir liberação temporária das respon-
sabilidades domésticas e de cuidar dos filhos.
O comportamento de doença pode-se tornar anormal, quando desproporcional ao
problema atual, e o cliente persiste no papel de doente (Clark e Smith, 1997). Por
exemplo, um papel normal de doente durante a fase aguda após um acidente vascular
cerebral pode ser a recusa de atividade física. Esse comportamento pode ser
inadequado, caso persista durante a reabilitação (Clark e Smith, 1997). Beckingham
(1995) acredita que, para muitos clientes, um período de "convalescença" é
necessário depois de uma doença. É um processo gradual e pessoal em que os cli-
entes se recuperam em sua própria velocidade e, quando curados, são capazes de
abolir o papel de doente (Beckingham, 1995).

Variáveis que Influenciam o Comportamento de Doente. Da mesma maneira que o


comportamento de saúde é afetado por variáveis internas e externas, o mesmo
acontece com o comportamento de doença. As influências dessas variáveis, bem
como do estágio de comportamento de doença em que se encontra o cliente, podem
afetar a probabilidade de procurar o cuidado de saúde, a adesão à terapia e, portanto,
os resultados de saúde. Com base em uma compreensão sobre estas variáveis e
comportamentos, as enfermeiras podem planejar cuidado individualizado para assistir
os clientes na adequação às suas doenças nos diversos estágios da doença. O
objetivo de enfermagem consiste em promover o desempenho ótimo em todas as
dimensões durante uma doença.

Variáveis Internas. As que influenciam a maneira pela qual os clientes se comportam,


quando estão doentes, são constituídas por suas percepções dos sintomas e pela
natureza da doença. Se os clientes acreditam que os sintomas de suas doenças
rompem as rotinas normais, é mais provável que procurem a assistência de cuidado
de saúde do que se não percebessem os sintomas como sendo rupturas. Quando os
clientes acreditam que os sintomas são graves ou, talvez, com risco de vida, também
é mais provável que procurem assistência. As pessoas que acordam devido a dores
torácicas compressivas no meio da noite geralmente percebem este sintoma como
potencialmente grave e com risco de vida, ficando elas, provavelmente, motivadas a
procurar assistência. Entretanto, esta percepção também pode ter o efeito oposto. Os
indivíduos podem temer a doença grave, reagir por negá-la e não procurar a
assistência médica.
A natureza da doença, quer aguda, quer crónica, também pode afetar o
comportamento de doença do cliente. Os clientes com doenças agudas são mais
prováveis de procurar o cuidado de saúde e aderir prontamente à terapia. Por outro
lado, um cliente com doença crónica, em que os sintomas podem não ser curados,
mas apenas parcialmente aliviados, pode não se sentir motivado a aderir ao plano de
terapia. Os clientes cronicamente doentes podem-se tornar menos envolvidos
ativamente em seu cuidado, experimentar maior frustração e aderir menos
prontamente ao cuidado. Como, em geral, as enfermeiras despendem mais tempo que
os outros profissionais de saúde com os clientes cronicamente doentes, elas se
encontram na posição ímpar de ser capazes de assistir estes clientes na superação
dos problemas relacionados ao comportamento de doença.
A capacidade de adaptação do cliente bem como seu locus de controle são as outras
variáveis internas que afetam a maneira pela qual o cliente irá se comportar, quando
doente.

Variáveis Externas. As que influenciam o comportamento de doença do cliente são a


visibilidade dos sintomas, o grupo social, a base cultural, as variáveis económicas, o
acesso ao sistema de cuidado de saúde e o suporte social. A percepção dos sintomas
de uma doença pode afetar a imagem corporal e o comportamento de doença. Um
cliente com um sintoma perceptível pode ter maior probabilidade de procurar
assistência do que um cliente sem este sintoma perceptível.
Os grupos sociais do cliente podem auxiliá-lo no reconhecimento da ameaça de
doença ou apoiar a negação da doença potencial. Famílias, amigos e colegas de
trabalho podem influenciar, sem exceção, o comportamento de doença do cliente.
Com frequência, o cliente reage positivamente ao apoio social, praticando
comportamentos de saúde positivos. A herança étnica e cultural da pessoa a ensina a
como ser saudável, reconhecer a doença e estar doente. Os efeitos da doença e sua
interpretação variam de acordo com as circunstâncias culturais.
As variáveis económicas influenciam o modo pelo qual o cliente reage à doença. Por
causa de restrições económicas, o cliente pode retardar o tratamento e, em muitos
casos, continuar a realizar as atividades diárias. O acesso dos clientes ao sistema de
cuidado de saúde é intimamente relacionado a fatores económicos. O sistema de
cuidado de saúde é um sistema socioeconômi-co no qual os clientes devem entrar,
interagir e dele sair. Para muitos clientes, entrar no sistema é complexo ou confuso,
podendo alguns clientes procurar cuidados médicos não-emergenciais em um serviço
de emergência, porque não sabem como obter, de outra maneira, os serviços de
saúde. A proximidade física dos clientes com uma instituição de cuidado de saúde
frequentemente influencia a brevidade com que entram no sistema, depois de decidir
procurar o cuidado.

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