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A Matemática na Revisão CurricularMaria Isabel Fevereiro e Maria do Carmo Belchior*

– Algumas considerações – as sugestões metodológicas que apontam claramente para a construção de conceitos
A um ano da implementação da revisão curricular no ensino secundário, torna- a partir de situações concretas; a abordagem de conceitos sob diferentes pontos de
-se urgente chamar a atenção para o lugar da Matemática no novo desenho curricular, vista e progressivos níveis de rigor e formalização; o estabelecimento de uma maior
de acordo com os princípios orientadores da Revisão Curricular, nomeadamente a ligação da Matemática com a vida real, com a tecnologia e com as questões abor-
Identidade do Ensino Secundário e a Organização Curricular Geral, que fundamentam dadas noutras disciplinas;
as principais medidas da revisão curricular: – a diversificação das formas de recolha de dados para avaliação dos alunos, recorrendo
para além dos testes a relatórios e outros trabalhos escritos nomeadamente pequenas
1. Organização curricular dos planos de estudo dos cursos Gerais e Tecnológicos, favore- composições, bem como a desempenhos orais, de modo a ir ao encontro dos objec-
cendo a integração das dimensões teóricas e práticas nos Cursos Gerais e acentuando tivos curriculares nos domínios dos conhecimentos, capacidades, atitudes e valores.
a dimensão profissionalizante nos Cursos Tecnológicos;
2. Permeabilidade entre os cursos Geral e Tecnológico, permitindo que os alunos te- Estes dois programas, sendo distintos têm diferenças no que diz respeito aos conteú-
nham reais possibilidades para alterar os seus percursos durante ou após o ciclo de dos, formas de abordagem e grau de aprofundamento no tratamento dos temas e na for-
estudos secundários; malização de conceitos.
3. Carga horária, fixando em 30 horas semanais a carga horária máxima (28h e 30m
nos 10.º/11.º anos e 22h e 30m no 12.º ano dos Cursos Gerais e 30h para os Cursos Dada a permeabilidade prevista entre os percursos dos Cursos Gerais e Tecnológicos é
Tecnológicos); dada a possibilidade de um aluno no final do 11.º ano transitar de um Curso
4. Tempos lectivos de 90 minutos, permitindo o desenvolvimento do trabalho teórico- Tecnológico para um Curso Geral e frequentar no 12.º ano a disciplina de Matemática
-prático nas disciplinas e uma gestão de programas de acordo com metodologias C, de tal forma que possa terminar o 12.º ano em pé de igualdade com os seus cole-
diversificadas; gas e se possa candidatar a um curso superior. Um aluno que pretenda fazer a transição
5. Área de Projecto/Projecto Tecnológico, de natureza interdisciplinar e transdiscipli- de um Curso Geral para um Tecnológico ou vice versa após ter completado o 12.º ano,
nar visando a realização de projectos concretos; poderá sempre fazê-lo recebendo a formação complementar necessária. A transição de
6. Valorização e reforço da dimensão experimental; um curso Tecnológico para um curso Geral também poderá ser feita logo no final do
7. Natureza do 10.º ano, em que a orientação escolar e vocacional e as estratégias de 10.º ano, tendo o aluno um reforço de três horas semanais na carga horária das disci-
recuperação e de acompanhamento dos jovens devem ter uma grande relevância plinas de natureza tecnológica.
com particular incidência nas primeiras semanas de aulas. Os alunos do Curso Geral de Ciências Sociais e Humanas e do Curso Tecnológico de
Ordenamento do Território terão de frequentar a disciplina de Matemática Aplicada às
– E a Matemática? Ciências Sociais (MACS) que se pretende que possa contribuir para uma abordagem tão
completa quanto possível de situações reais, ao desenvolver a capacidade de formular
Na nova organização curricular a disciplina de Matemática aparece com programas
e resolver matematicamente problemas e ao desenvolver a capacidade de comuni-
distintos, a Matemática A e a Matemática B, consoante se destina aos alunos dos
cação de ideias matemáticas.
Cursos Gerais (Ciências Naturais, Ciências e Tecnologias e Ciências Sócio-
-Económicas) que têm como horizonte imediato o prosseguimento de estudos ou aos A disciplina de Temas Actuais da Matemática é uma outra oportunidade de abordar
alunos dos Cursos Tecnológicos (Construção Civil, Electrotecnia, Informática, assuntos de Matemática dada a todos os alunos do 12.º ano dos cursos Gerais, inde-
Mecânica, Química e Controlo Ambiental, Ambiente e Conservação da Natureza, pendentemente do Curso que estão a frequentar e que faz parte do conjunto de disci-
Desporto, Administração, Técnicas Comerciais e Serviços Jurídicos) que têm como plinas de opção de oferta de escola (o aluno tem de escolher duas disciplinas de opção
horizonte imediato obter um emprego qualificado. Ambos os programas têm como podendo uma delas ser de oferta da escola) com programa definido a nível nacional
características fundamentais: (pode haver disciplinas de oferta de escola com programa proposto pela própria esco-
la mas homologado superiormente). Dada a sua natureza e a possibilidade de ser esco-
– a subdivisão dos Objectivos e Competências Gerais em Valores/Atitudes,
lhida por qualquer aluno, esta disciplina terá de ser tal que não exija nenhum pré-
Capacidades/Aptidões e Conhecimentos;
-requisito específico de Matemática.
– a existência de Temas Transversais com questões que devem ser abordadas à medi-
da que for aumentando a compreensão dos assuntos que constituem os Temas a * Professoras responsáveis pela Matemática no Dep. do Ensino Secundário.
estudar em cada ano; (Continua na pág. 7)
Qual a razão de semelhança entre as ga
O Livro dos Números
Mari
John H. Conway; Richard K. Guy –
Gradiva – Universidade de Aveiro

No ano lectivo 2002/03, entrará em vigor a nova reforma cur- Assim, para uma das aulas desdobradas de 10.º ano, levei
ricular e, com ela, novos programas para a disciplina de • um conjunto de garrafas de água, vazias, de marcas e
Matemática. capacidades diferentes, em quantidade suficiente para que
Entre os problemas que deverão ser propostos aos alunos os grupos de trabalho ficassem equilibrados em número de
(p.17), no intitulado módulo inicial, de ambos os programas garrafas, marcas e capacidades. Nenhuma das garrafas
A e B, destinados a esta disciplina no 10.º ano, figura o enun- entregues tinha 1,5 litros de capacidade.
ciado que se encontra no título. • instrumentos de medida como, réguas, esquadros e
Na brochura destinada a apoiar a unidade de Geometria do cordéis.
programa de 10.º ano, que não obriga a nenhuma tarefa mas, Entregues as garrafas aos grupos, foi enunciada a tarefa:
felizmente, sugere muitas, pode-se ler, na página 101: • Averiguar, entre as garrafas disponibilizadas, a existência
Pretende-se obter uma colecção de garrafas [...], semelhantes de pares de garrafas semelhantes entre si.
entre si, com capacidades de 0,25, 0,33, 0,5, 1 e 1,5 litros. • Calcular a razão de semelhança entre os pares eventual-
mente existentes.
A partir das medidas de uma garrafa de 0,33 litros, obtém as • Prever as dimensões de uma garrafa com capacidade de
Neste livro, dois matemáticos famosos medidas de todas as garrafas desta colecção. 1,5litros semelhante a uma delas.
exploram vários padrões de números que Encaixado na rubrica “Problemas de proporcionalidade Posta a primeira questão, desenhou-se de imediato a tendên-
aparecem em aritmética, álgebra e geome-
geométrica”, trata-se fundamentalmente de calcular a razão cia para responder a partir da função do objecto em causa, e
tria e descrevem a sua relevância tanto em
matemática como fora dela. Introduzem de semelhança (a razão entre as dimensões lineares, como a resposta não se fez esperar: “sim, pois todas servem para o
ainda o estranho mundo dos números lembra o comentário/proposta de resolução) a partir da razão mesmo fim”!
complexos, transcendentes e surreais. Este entre os volumes, identificados com as capacidades das gar- Daí a necessidade de recordar o conceito de semelhança, já
livro único relaciona factos, figuras e rafas em causa – a de 0,33 litros como padrão e cada uma
histórias como só um extraordinariamente estabelecido para figuras planas. Este primeiro passo deu
daquelas cujas dimensões pretendemos conhecer. origem desde logo a uma primeira decisão: as garrafas de
talentoso par de matemáticos e escritores
poderia fazê-lo. Mas agora esta questão já é menos facultativa do que qual- base “quadrada” jamais poderiam ser semelhantes a garrafas
quer uma das que a brochura apresenta: inserida no progra- de base circular.
ma, apesar da liberdade que o próprio programa dá quanto à Restringiu-se, assim, o campo de estudo às garrafas de base
selecção dos problemas a propor aos alunos2 assume carácter circular, pois as de base quadrada em presença tinham todas
de obrigatoriedade: ela pode não ser seleccionada mas então igual capacidade. Como decidir agora? Havia que proceder a
A Experiência Matemática deverá ser substituída por outra que contemple os mesmo medições.
Plilip J. Davis e Reuben Herch – Gradiva – conhecimentos e capacidades3. Além disso, está integrada no
Ciência Aberta Para isso, os alunos foram convidados a recolher da mesa do
“módulo inicial”...
professor o material necessário. Se não foi difícil identificar as
Este livro tem a intenção de registar Do modo como está formulada pode fazer crer que a respos- medidas a tomar, não foi tão imediato como proceder para as
a inesgotável diversidade que a experiên-
cia matemática apresenta.
ta esperada seja “sim senhor, elas são semelhantes”. obter; por fim, recorreram aos cordéis para medir o perímetro
As grandes linhas da narrativa são: Fiquei inquieta com esta questão: das bases e o esquadro para, juntamente com a régua, medir
a essência da matemática, a sua história as alturas.
e filosofia e o processo de descoberta • conhecidas as capacidades, não fica conhecida a razão de
do conhecimento matemático. Não é um semelhança? mas não é uma pergunta elementar de apli- Faltava agora dar a resposta às perguntas apresentadas, acom-
livro de Matemática, é um livro sobre cação de conhecimentos, logo não é de esperar resposta panhadas dos respectivos argumentos.
Matemática. imediata? Fizeram-se cálculos, elaboraram-se quadros.
É uma visão fundamentada do desenvolvi-
mento da Matemática.
• como é que uma questão como esta leva a uma actividade Verificou-se, então, que a razão entre os perímetros das bases
que permita consolidar e fazer uso de conhecimentos não coincidia com a razão entre as alturas e nenhuma destas
essenciais adquiridos no 3.º ciclo de modo a detectar difi - coincidia com a razão entre a capacidade das garrafas.
culdades em questões básicas e a estabelecer uma boa Procuraram-se outras relações: múltiplos? Submúltiplos? Não
articulação entre este ciclo e o ensino Secundário? parecia eficaz.
• que conexões se podem procurar evidenciar com outros
Recordaram-se as consequências métricas da semelhança de
temas e que temas são esses?
figuras planas: que relação entre os perímetros de duas figuras
A reflexão, pautada por estas interrogações e não só, levou- semelhantes? E entre as áreas dessas figuras? Fizeram-se então
-me a pensar como poderia montar uma actividade que per- conjecturas quanto aos volumes, que a seguir se validaram –
mitisse contribuir para a consecução dos objectivos do dito primeiro com a montagem de pequenos cubos, depois com a
“módulo inicial”. aplicação do formulário.

Inf o r Ma t
2
rafas de água de 33cl, 50cl, 75cl e 1,5l? 1

História Concisa das Matemáticas


Costa*
Dirk J. Struik – Gradiva – Ciência Aberta
“Amatemática é uma grande aventura nas
ideias; a sua história reflecte alguns
Voltando às medidas tiradas, foi comparada a raiz cúbica da culdades na obtenção das medidas necessárias. Na primeira dos mais nobres pensamentos de inúmeras
turma, porém, a postura não foi a mesma. Mostravam-se sur- gerações”. Este livro descreve as principais
razão entre as capacidades com a razão entre os comprimentos.
tendências do desenvolvimento das
preendidos com as tarefas com que se deparavam; pareciam
Bom, restava voltar às perguntas iniciais. matemáticas, através das épocas
interrogar-se a todo o momento: mas isto é uma aula de e do ambiente social e cultural
Curiosamente, um grupo de alunos concluiu que as garrafas Matemática? Davam a ideia que estavam pouco habituados a em que ocorreram.
eram semelhantes e um outro grupo concluiu que as mesmas manipular materiais e menos ainda a aulas experimentais;
garrafas não eram semelhantes. Mas independentemente da para eles, a actividade de uma aula de Matemática parecia
conclusão, todos tiveram oportunidade de calcular, como tra- restringir-se à cópia do exercício acabado de resolver no
balho “de casa”, as dimensões da garrafa com um litro e meio quadro: nem trabalho com autonomia nem actividades inves-
de capacidade, na condição de ser semelhante a cada uma tigativas os interessavam. O estudo lá se fez, mas sempre
das que se encontravam na mesa. Finalmente, foi realçado comandado pelo professor; cada fase não só realçou falta de
que o interesse da actividade estava no processo e não na domínio dos conteúdos programáticos do ensino básico,
conclusão: de facto, se se tivessem dado ao cuidado de trocar como ainda revelou dificuldade em os transferir para uma
as rolhas, verificariam que elas eram permutáveis, o que anu- outra situação.
laria liminarmente qualquer dúvida quanto à resposta a dar à
Esta observação levanta uma dúvida: a imagem criada a par-
primeira pergunta. Igualmente, abreviaríamos bastante o tra-
tir desta turma será um caso particular ou o ensino básico não
balho se nos detivéssemos sobre os rótulos.
permite outra formação ao aluno? Ou seja: qual é, afinal, o
Esta actividade revestiu-se de alguma importância a diversos perfil do aluno que concluiu o 3º ciclo do ensino básico?
níveis.
E se não se trata de um caso particular, mais uma dúvida
A nível dos conteúdos, permitiu não só recordar um conceito surge: será uma boa actividade para o aluno principiar um
como ainda estendê-lo a outra dimensão, questionar o papel novo ano lectivo, eventualmente numa outra escola e com
dos valores aproximados e dos valores exactos, discutir a um novo professor? E para o professor?
influência do grau de aproximação adoptado na conclusão
Aqui fica a questão: que responda quem souber. Cinco Equações que Mudaram o Mundo
final de uma tarefa, introduzir as operações com radicais – a
Contudo, é bom lembrar que, implementada a Revisão Michael Guillen – Gradiva
propósito da necessidade de usar valores exactos – e ainda
usar unidades de volume e de capacidade, fazendo dentro Curricular, o enquadramento é outro: a duração de um tempo "Amatemática é talvez a linguagem global
delas referência a submúltiplos da unidade fundamental bem lectivo favorece as actividades experimentais, o que só por si mais bem sucedida de sempre. Embora não
permite que os alunos vão adquirindo ao longo do ano uma nos tenha permitido construir uma torre
como à conversão de umas nas outras.
de Babel, tornou possíveis feitos
postura diferente da que foi encontrada na tal turma. Por
A nível das atitudes, também teve o seu papel: o que se espera anteriormente tidos como irrealizáveis:
outro lado, o número de escolas com os laboratórios de
do aluno, quando se pretende que ele responda a questões a electricidade, os aviões, a bomba
matemática vai aumentando, o que permite que seja cada vez nuclear, a chegada à Lua e a compreensão
como esta? Que perspectivas de sucesso lhe restam? Ou per-
maior o número de alunos que vêem a disciplina de da natureza da vida e da morte.
guntando de outro modo: como e o que é que se avalia em
matemática em ambiente laboratorial. Finalmente, este pro- O tema deste livro é a descoberta
actividades deste tipo? Uma actividade destas, quando desen-
blema não tem que ser um dos primeiros a ser resolvido: das cinco equações que conduziram,
volvida não presencialmente deve ser acompanhada de um em última análise, a estas realizações
nunca é demais repetir, que cabe ao professor, conhecedor da
comentário esclarecedor, justificando as opções tomadas? extraordinárias.”
realidade em que está integrado, tomar as opções que mais se
Parece, então, tratar-se de uma actividade relevante face os coadunam aos alunos a quem elas se destinam, determinar o
objectivos do programa. momento e as condições em que deve propor o desenvolvi-
Falta ainda avaliar a experiência levada a cabo. mento de cada uma das actividades. Há que as escolher com
cuidado: sugestões não faltam, quer no programa quer nas
Esta actividade foi desenvolvida em duas turmas, uma com 17 brochuras.
e outra com 26 alunos, que, obviamente, divide em dois
turnos uma vez por semana. Não é elevado o número de * Escola Secundária de Augusto Gomes/Matosinhos. Janeiro, 2001.
alunos com classificação negativa no 9.º ano em qualquer das 1
As referências ao programa baseiam-se na versão quase final, importada em 27
turmas (descontando os alunos que estão a repetir o 10.º ano, de Janeiro de 2001, em documento da responsabilidade da Equipa Técnica do
essa percentagem é de 4,5 e 13,3, respectivamente). Reajustamento no endereço http://www.terravista.pt/Agua Alto/5783.
2
Alguns destes problemas poderão ser substituídos, com vantagem, por actividades
Não teve igual sucesso nos três ambientes em que decorreu. As ou problemas ligados ao mundo real, propostos e planificados por um grupo de
professores do conselho de turma de modo a integrar na sua resolução conheci -
reacções na segunda turma não foram diferentes das que seria mentos de várias disciplinas. (v.p.17)
de esperar: os grupos, embora com diferentes graus de empe- 3
Esta lista pode ser parcial ou totalmente substituída por outra que, em termos
nho, agarraram de imediato a tarefa. As fases da resolução do gerais, contemple os mesmos conhecimentos e capacidades; esses outros proble -
mas deverão, de preferência, ser retirados de documentos oficiais relativos ao
problema foram revelando hesitação na abordagem do mesmo, Ensino Básico, como os programas oficias do 3.º ciclo ou o texto “AMatemática
necessidade de clarificação do conceito de semelhança e difi- na Educação Básica” (v.p.17).

I n fo r M at
3
PROGRAMA AJUSTADO DE MATEMÁTICA 1. Qual era a área de infecção quando foi iniciado o

Introdução
Neste trabalho escolhi um problema de aplicação
tratamento? E ao fim do 1.º dia?
2. Mostre que se pode escrever A (t) = 6 + 2 .

Comentário: Através dos conhecimentos sobre


5t
t +1 “A Área de P
tirado do manual do 12.º ano, Infinito 12 , volume 2, polinómios, os alunos podem verificar as vantagens, João Antó
página 129, da Editora Areal, para fazer uma gene- do ponto de vista computacional, em transformar
ralização envolvendo outros conteúdos, propondo a expressões como a dada, e ainda que esta simplifi-
resolução de questões com recurso à tecnologia ou cação permite estudar e concluir intuitivamente o
sem ela, de modo a comparar e complementar dife- comportamento no infinito de uma função racional,
rentes modos de abordagem, explorando o trata- sem necessidade de recorrer ao gráfico. Associar, geometricamente, ao declive da recta
mento gráfico e analítico, relacionando vários aspec- tangente ao gráfico no ponto de abcissa considerado
Recordar que D/d = q + r/d, revendo o algoritmo da
tos do estudo das funções. (t=0).
divisão.
Trata-se duma proposta de actividade que pedagogi- Os alunos podem traçar esta recta tangente no
A decomposição também pode ser obtida por:
camente pode ser aproveitada para usar na sala de esboço gráfico e mesmo recorrer ao modo de dese-
aula, com o grau de desenvolvimento e extensão que 6(t 2 +1) +5t 5t nho da calculadora (Sketch) e confirmar com
A (t) = =6+ , dividindo ambos “Derivative” o valor obtido analiticamente, assim
se pretender, a nível do 11.º/12.º anos, ao longo de t 2 +1 t +12

mais do que uma aula, em trabalho de grupo ou de como em “Table”.


pares. os membros por t2 + 1 (t 2 + 1 ≠ 0, ∀ t ∈ |R). Deslocando o cursor ao longo da curva analisa-se a
Penso que também poderá ser um documento para 3. Compare a rapidez do aumento da infecção no variação das derivadas e o posicionamento das rectas
trabalhar em termos de formação em reunião de 1.º dia com a rapidez na sua diminuição durante tangentes.
Acompanhamento Local, ou em sessão de trabalho o 2.º dia. Que pode concluir? E o que se passou no Conhecendo o declive e o ponto de tangência à
do 1.º grupo na escola, preparando actividades para 3.º dia?
curva, (0; 6), é razoável solicitar que os alunos
Apresente os cálculos que justificam as suas
a sala de aula, discutindo as diversidades metodoló- escrevam uma equação desta recta:
respostas.
gicas na sua aplicação e o grau de aprofundamento y – 6 = 5x ⇔ y = 5x + 6
Este ponto invoca a relação da rapidez de variação
dos conteúdos de acordo com o programa, assim
com a t.m.v. de uma função num intervalo. Outra exploração seria ainda determinar a inclinação
como algumas conexões, embora superficiais, com a
geometria e trigonometria. A observação da monotonia da função nos intervalos da recta tangente, recorrendo à tecla “tang” da cal-
indicados, com apoio no esboço gráfico obtido com culadora, e relacionar a inclinação com o sinal do
O suporte tecnológico previsto e comentado é virado a calculadora, ajuda a retirar as conclusões : declive.
exclusivamente para as calculadoras. No entanto, é
pertinente a adaptação e exploração com uso do – O sinal positivo da 1.ª taxa e o crescimento da 5. Entre que período de tempo (dias, horas e minu -
computador, através, por exemplo, do programa função em [0; 1], permite traduzir que a infecção tos) teve o doente uma área de infecção superior
Modellus. aumenta no 1.º dia. a 7 cm 2?
– O sinal negativo da 2.ª taxa e o decrescimento da Resolva graficamente com apoio na calculadora e
Os conteúdos do programa abrangidos são: função em [1; 2], leva-nos a concluir que a confirme os resultados analiticamente.
– Estudo de funções racionais, envolvendo poli- infecção estava já a diminuir no 2.º dia, com a Sempre que nos cálculos intermédios proceder a
nómios do 1.º/2.º graus, sob aspectos analíticos, rapidez inferior à do aumento no 1.º dia, pois arredondamentos, conserve no mínimo 3 casas
numéricos e gráficos. |– 0,5 | < 2,5. decimais.
– Inequações fraccionárias. Pretende-se que o aluno, recorrendo à calculadora,
– Limites e indeterminações. Aproveitar para, mais uma vez, esclarecer que o sinal esboce o gráfico da função num rectângulo de visu-
– Assímptotas. Continuidade. Limites nos ramos da t.m.v. [a; b] não garante o crescimento/decresci- alização adequado, e determine com os procedimen-
infinitos. mento de uma função nesse intervalo [a; b]. E o que tos disponíveis, os pontos de intersecção do gráfico
– Teorema de Bolzano – Cauchy. se passa com o recíproco ? com a recta horizontal A (t) = 7 , como consta na
– Noção de taxa média de variação, taxa de varia- Por exemplo t.m.v. [0; 3] = (6 – 7,5)/3 = – 0,5 < 0 e figura no fim do trabalho.
ção/derivada. Interpretação geométrica. a função não é monótona em [0 ; 3] ! A conversão nas unidades solicitadas e a data de
– Função derivada e regras de derivação. 4. Qual foi a taxa de variação inicial da propagação referência (0 horas do dia 10 de Fevereiro), leva-nos
– Primeira derivada e sentido de variação. Extremos da infecção ? a responder que a área de infecção foi superior a
relativos. Determine-a analiticamente e interprete geome - 7 cm no período compreendido entre as 5 horas e
– Segunda derivada e concavidades. tricamente. 01 minuto do dia 10 de Fevereiro e as 18 horas e 59
– Integração do estudo do Cálculo Diferencial num O aluno deve identificar a taxa de variação instan- minutos do dia 14 de Fevereiro.
contexto histórico. tânea (em t = 0 , neste caso) com a noção de derivada 0,209×24 h ~ 5,016 h e 0,016×60 min. ~ 0,96 ~ 1 min
Actividade da função A (t) para t = 0 .
4,791×24 h ~ 18,984 h e 0,984 × 60 min ~ 59 min.
“A área A de pele, afectada por uma infecção Este valor pode ser obtido por definição:
cutânea, ao longo dos primeiros dez dias após o iní- Analiticamente a resolução da inequação :
cio de um tratamento, é dada pela função A(t ) − A(0)
A’ (0) = lim 5t
t→0 t A (t) > 7⇔6 + > 7 ⇔ – t + 5 t –1 > 0 (com
t2+ 1
6t +5t + 6
2
ou A’ (0) = hlim A(0 +h) − A(0) t2 + 1 > 0, ∀ t).
A (t) = , com t em dias e A em cm. →0 h
t 2 +1 A determinação dos zeros da função quadrática pode
A nível do 11.º ano deve ser trabalhada como o valor ser obtida através da fórmula resolvente da equação
O tratamento iniciou-se às 0 horas do dia 10 de para que tende a t.m.v. em [0,0 + h] quando a ampli- do 2.º grau e/ou pode ser efectuada com recurso ao
Fevereiro de 2000.” tude do intervalo tende para zero. menu de “equações” da calculadora.

Inf or Ma t
4
9. Usando a calculadora e editando o gráfico da É também uma oportunidade para os professores dis-

le Infectada” segunda derivada, determine as coordenadas dos


pontos de inflexão, caso existam, da curva repre -
sentativa da área de infecção.
Interprete geometricamente.
cutirem a elaboração de uma grelha de avaliação,
que à semelhança do que aconteceu nas provas de
exame/modelo, poderá assentar numa tabela de
dupla entrada com níveis de desempenho relaciona-
uito Minga Não é de exigir um procedimento analítico, bastante dos com os conteúdos e a forma do texto.
pesado, já que o recurso ás funções da calculadora
Nos conteúdos parece-me importante referir :
(d2/dx2), quer graficamente ou em tabela, permite
obter os valores aproximados dos zeros da segunda – o alastramento da infecção e a rapidez no 1.º dia
derivada e observar a variação do seu sinal para esta- até atingir o valor máximo.
É possível rever a variação do sinal de uma função belecer o sentido das concavidades do gráfico da – a diminuição da infecção e a respectiva rapidez.
quadrática ou com apoio gráfico, chegar ao conjun- extensão de A (t) a |R . – o período aproximado em que a acção do trata-
to solução ]0,209 ; 4,791[ . mento estabilizou.
10. Afunção A (t) será um bom modelo matemático
Também podemos propor a análise desta questão – a confrontação da validade do modelo para além
para caracterizar a evolução da infecção para um
através de um estudo numérico na tabela da calcu- de um determinado período de tempo decorrido.
período superior a 10 dias? Justifique.
ladora. É de aconselhar uma análise gráfica bem como Quanto à forma da redacção devem ser ponderadas a
6. Determine, recorrendo à sua calculadora, qual foi numérica na tabela da calculadora, para identificar a sua clareza, estrutura e os erros de sintaxe, de pon-
a área máxima atingida pela infecção e quando existência de uma assímptota horizontal ao gráfico. tuação e de ortografia.
ocorreu ? Aproveitar para rever as considerações analíticas
Notas:
Explique como procedeu. sobre as assímptotas e o estudo do comportamento no
A partir do gráfico, usando a função “trace” ou infinito, a partir da decomposição proposta no ponto A propósito das questões sobre as derivadas, pode-se
“calc”, ou recorrendo a uma tabela, os alunos podem 2, assim como a indeterminação. propor uma pequena pesquisa histórica sobre o
indicar as coordenadas do ponto pedido, frisando Cálculo Diferencial, referindo essencialmente os seus
que nas suas vizinhanças a função passa de crescente 5t
dois percursores :
a decrescente. lim A (t) = 6 + lim = 6.
t→+∞ t→+∞ t +1
2 – Isaac Newton (1642-1727), com a necessidade de
7. Mostre que o alastramento (a taxa de variação) da Referir que para valores de t muito grandes, a dis- resolver problemas de Mecânica, designadamente
área infectada é dada, em qualquer instante tância entre os pontos da curva e da recta y = 6 vai determinação de velocidades (derivar) ou determi-
t ∈ [0, 10], por: diminuindo sucessivamente tornando-se tão próxima nação dos deslocamentos a partir das velocidades
de zero quanto se queira, ou seja, o gráfico tende a ( integrar ou primitivar).
5(1 −t 2 )
f(t)= confundir-se com a recta horizontal y = 6 . – Gottfried Leibniz (1646-1716), nas questões de for-
(t 2 +1) 2
malização da linguagem e das notações.
Pretende-se que o aluno identifique f (t) como sendo A (t) – 6 → 0.
É importante a referência a José Anastácio da Cunha
a função derivada de A (t) e que a obtenha aplican- O mesmo quando t → – ∞. (1744-1787), que foi o primeiro matemático a apre-
do as regras de derivação. 11. Mostre, sem recorrer à calculadora e sem resolver sentar uma definição moderna de derivada –
8. Recorrendo exclusivamente a processos analíti - qualquer equação por qualquer processo, que há
cos, estude a variação da extensão a |R da função pelo menos um instante no período compreendido “Chama-se derivada da função G (x), em cada ponto x,
que nos dá a área de pele afectada. entre os dias 10 e 13 de Fevereiro, em que a área a grandeza G’(x) que faz com que a diferença entre
É a oportunidade de relacionar a variação quanto à da infecção é de exactamente 7,456 cm 2. G( x + h) − G( x)
o quociente e G’(x) seja um infini-
monotonia e os extremos relativos com o sinal da Pretende-se a aplicação do teorema de Bolzano- h
primeira derivada. -Cauchy e o estudo da continuidade de uma função tésimo ou seja zero, quando h for um infinitésimo.”
O aluno deve justificar que o estudo do sinal se reduz racional num dado intervalo do seu domínio, [0 ; 3],
após a conversão para este caso. Para além de consultas a Enciclopédias e à publi-
ao da função quadrática 1 – t 2 que se anula em t = ±1, cação Galeria de Matemáticos, devem ser consul-
e concluir que o valor máximo de 8,5 cm é atingi- A (t) tadas as obras:
do ao fim do 1.º dia e que o valor mínimo de 3,5 se 8,5
obtém para t = – 1. A (t)=7 – “História Concisa das Matemáticas”, Dirk Struik,
7 Edit. Gradiva, Lisboa, 1999.
t ∈ |R –∞ –1 1 +∞ 6 – “O essencial sobre a História das Matemáticas em
A’ (t) – 0 + 0 – Portugal”, Tiago de Oliveira, Edit. INCM, Lisboa,
3,5 1989.
A (t) Decrescente 3,5 Crescente 8,5 Decrescente
min. máx.
–1 0 0,204 1 4,791 t Na Internet podem ser consultados os seguintes sites,
a propósito da História das Matemáticas e das
Na calculadora, no rectângulo [– 5 ; 5] × [– 2 ; 10], biografias de alguns matemáticos que se notabi-
12. Numa breve composição, que não exceda as dez
podem ser comparados em simultâneo os gráficos da lizaram na História do Cálculo Diferencial:
linhas aproximadamente, comente a evolução da
função A (t) e da sua derivada A’ (t), e confirmar a – http://www.history.mcs.st-and.ac.uk/~history/mathematicians/Newton.html
infecção no que respeita à área de pele infectada,
correspondência entre os extremos da função e os – http://www.history.mcs.st-and.ac.uk/~history/mathematicians/Leibniz.html
no período de tempo considerado. – http://www.history.mcs.st-and.ac.uk/~history/mathematicians/Cunha.htlm
zeros da derivada, intervalos de monotonia e o sinal
O aluno deve escrever um texto que trate de forma e http://www.mat.uc.pt/~jaimecs/hmp/X0003_HMP2.html
da derivada. objectiva os conteúdos matemáticos mais relevantes
Pode também ser indicado o contradomínio da abordados ao longo da actividade e que melhor se Sobre as derivadas pode consultar :
função [3,5 ; 8,5] . enquadrem no contexto real deste modelo. – http://www.archives.math.utk.edu/visual.calculus/2

I n fo r M at
5
O Departamento do Ensino Secundário acaba de editar um CD-ROM
e respectiva brochura contendo indicações de utilização no âmbito do
projecto CRIAR. Este projecto, de autoria de Augusto Guimarães, tem por
objectivo principal apoiar os alunos na aquisição de conceitos estruturantes
essenciais necessários para o desenvolvimento das aprendizagens de
Matemática do Secundário. O software que constitui o projecto CRIAR é
baseado na tecnologia Internet e foi especialmente concebido para ser
utilizado no Centro de Recursos da escola permitindo que cada aluno possa
trabalhar individualmente, sob orientação de um professor responsável.

PERGUNTASFREQUENTES No final de cada módulo há sempre um teste diagnóstico com


Há conceitos matemáticos em que
a História da Matemática possa
A nossa o qual o aluno pode testar os seus conhecimentos sobre o
assunto acabado de estudar.
No entanto, é importante um acompanhamento do professor,

experiência
evidenciar, aos estudantes, como eles
foram usados , descobertos , explorados alguém que diga “trabalho o módulo tal…”, ou que pergunte
e desenvolvidos e, só depois, finalmente, “que dificuldades tiveste no módulo…?”. E principalmente
definidos? alguém que na aula ou nos trabalhos escritos, ao detectar
No caso das derivadas há vários exemplos,
que agora reconhecemos como derivadas,
em que estas primeiro foram usadas, bem
com o CRIAR lacunas ou esquecimentos, dê a indicação para ir ao CRIAR e
estudar um determinado módulo.
Este já é o segundo ano que trabalhamos com o programa
como as suas propriedades, para resolver Graça e Acácio 1 CRIAR.
problemas e aplicações da Matemática.
É gratificante observar um aluno que tem enormes dificul-
A evolução dos números complexos Há muito que um grupo de professores da Escola Secundária
também seguiu o padrão atrás referido.
dades em resolver equações do 1.º e 2.º graus, trabalhar com
Emídio Navarro (ESEN) vinha a sentir de ano para ano a o respectivo módulo e passadas uma hora e tal não só con-
Girolamo Cardano começou relutante- urgência de a Escola possibilitar/oferecer aos alunos um segue ultrapassar as suas dúvidas com um pouco ou nenhum
mente a usar números complexos quando
espaço e instrumentos de ajuda ao trabalho individual ou em apoio do professor, mas também e principalmente melhora a
viu que valores negativos apareciam
debaixo do sinal de radical. grupo na área da Matemática. sua auto estima e acredita que se quiser, consegue!
Na sua obra “Ars Magna” (1545), expõe De há uns anos a esta parte todos nos queixamos e lamenta- Esta situação aconteceu com alguns alunos dos 10.º e 11.º
a resolução das equações do 3.º grau mos a “má preparação” dos alunos, em particular no 10.º ano.
de acordo com a fórmula, dita de Ferro-
anos, tanto deste ano como do ano anterior.
-Tartaglia-Cardano, que Tartaglia lhe deu Por outro lado também defendemos que o sucesso e o Outras situações também vulgares acontecem quando, no iní-
em verso, e que Cardano tentou aproveitamento depende essencialmente da vontade de cada cio do 10.º ano e 11.º alguns alunos esqueceram relações em
demonstrar (de acordo com os padrões um dos alunos. triângulos, casos notáveis, etc.
da época, e sem definições precisas)
e aplicou a outros casos. Nesta obra Foi o sentir de uma quase impotência para alterar o estado de Podem ser situações que não faz sentido o professor do 10.º
aparece um problema que leva a uma insucesso na Matemática que o colega Guimarães, em boa ou 11.º ano abordar e trabalhar na aula! São pré-requisitos!
equação do 2.º grau: Determinar dois hora, deitou mão à obra e nasceu, há 2 ou 3 anos, o CRIAR. Ora, encaminhando estes alunos para o trabalho com o
números cuja soma seja 10 e o produto 40. É uma ferramenta extremamente útil para o trabalho com os programa, tendo o cuidado de lhes indicar os módulos que
A sua resolução levou Cardano alunos numa sala de estudo 2. hão-de explorar, seguramente desenvolverão a sua auto-
a considerar expressões 5 + √ – 15 -confiança, resolverão os seus problemas, além de que nós
e 5 – √ – 15. Embora dissesse Como dissemos atrás, tem que ser o aluno a querer ultrapas-
professores sentir-nos-emos, também, mais “aliviados”.
que o problema não tinha solução sar as suas lacunas ou desenvolver/explorar mais este ou
e que o resultado era “tão subtil quanto aquele assunto. Acresce que, no CRIAR, dispomos de outros módulos como
inútil”. “cálculo mental” que podem ajudar a desenvolver outras
Também um problema como “Sendo v No entanto a Escola deve-lhe fornecer material tecnológico e
capacidades.
o volume de um cubo de aresta x e v´ humano para que possa desenvolver as suas capacidades.
o volume de um parelelepípedo rectângulo Com “jogos” aparentemente inocentes e simples apura-se o
O CRIAR pretende desempenhar exactamente estas funções. cálculo mental, desenvolvem-se noçõe e relações de quanti-
de área da base 3 e altura igual à aresta
do cubo pretendia-se determinar x Está dividido em módulos/temas. dade, etc.
de modo que v = v´+1” implicava que para Penso que são bons exercícios também para o professor. Ao
Cada um deles é tratado desde as noções mais elementares
o resolver se tornava necessário utilizar
até situações mais complexas, apelando sempre à experimen- jogar, às vezes sentimos que até nem somos tão bons como
a fórmula de Ferro-Tartaglia-Cardano
já referida e a sua resolução dependia tação e visualização, com animações e interactividade, com pensávamos – uma derivada complicada ou um integral não
de encontrar o valor de √ – 0,75. desafios para ir mais longe e fazer “descobertas”! nos assustam, mas um simples joguinho de fracções obriga-
Mas “esta raiz não existe!”, o que nos a parar e a pensar…
significava que o problema era impossível.
Só que o problema não era impossível! E qual o papel do professor aqui?
Se por exemplo x=1,5, o volume v E como é que motivamos os alunos para um trabalho deste
O trabalho com o CRIAR, em princípio dispensa o professor tipo?
seria 3,375, inferior a v´ + 1, que neste
– a abordagem dos temas é simples, o grau de complesidade
caso seria 5,5. Mas se x = 3 Aqui faz sentido contar uma “história verdadeira”:
obteríamos v = 27 e v´ + 1 = 10,
vai aumentando devagar, sempre com propostas de questões
logo deveria existir um valor de x onde a ajuda não é dar a solução ou a resolução, mas sim No ano anterior, para informarmos os alunos tanto da existên-
em que v e v´ + 1 se igualassem indicar um possível caminho, dar pistas… cia da sala de estudo como do software CRIAR, convidámos

In f or Ma t
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o colega Guimarães para mostrar e apresentar o programa aos Vale a pena pegar no CD, que deve ter chegado há pouco à
Directores de Turma, a fim de que estes ficassem sensibiliza- Escola, ou ir à página do professor de Matemática do DES e
dos e fizessem a divulgação tanto aos alunos como aos fazer o download do programa (enquanto aguardamos que
Encarregados de Educação. Em relação aos colegas de chegue) e depois, cada um, sozinho, explorá-lo! Vai, com
Matemática, também durante uma ou duas tardes e com o certeza, concluir que, além de um óptimo apoio ao aluno,
autor, explorámos o CRIAR. também lá encontra muita coisa que pode utilizar nas aulas.
Não obstante esta dinamização, tivemos relativamente Portanto, mesmo que não esteja ainda minimamente conven-
poucos “clientes”, principalmente o 10.º ano! É de referir que cido, seja curioso! dispense alguma tempos para o conhecer.
nenhum dos elementos do referido projecto leccionava,
Depois disso tenha a certeza que não vai resistir, e logo em
naquele ano, o 10.º ano. e esse valor teria que ser a solução
Setembro vai falar nele aos seus alunos.
Como no ano anterior não resultou, este ano 2000/2001 da equação x 3 = 3x + 1, logo esta terá
resolvemos, na primeira semana de aulas, propor aos colegas Um dos módulos que aparece no CRIAR refere-se aos proble- que ter solução!
de Matemática com turmas do 10.º ano que uma das suas mas do “módulo inicial” do Reajustamento e a uma proposta
aulas fosse “dada” pelo Guimarães, na sala de estudo, para de animação e resolução. Que concluir?
que os alunos ficassem a conhecer o CRIAR, e sentissem a É de salientar que, para trabalhar com os alunos, não precisa Repare-se que a necessidade de ir mais
mais valia que poderiam ter, trabalhando com ele. longe surge na resolução da equação do
de uma sala. Basta um cantinho com 2 ou 3 computadores. 3.º grau ( e não do 2.º grau) quando se
Deste modo metade das turmas do 10.º ano sentiram, viram e
Todas as propostas de trabalho e exercícios do CRIAR podem ser descobriu que afinal existia uma solução.
perceberam o que tinham ao seu dispor…
Este facto salienta como o progresso da
Paralelamente tivemos encontros com os Directores de Turma alterados e adaptados facilmente por cada um dos professores.
Matemática se não realiza sempre em
dos 10.º e 11.º anos e fizemos um convite aos Pais para Seja curioso e Bom trabalho. obediência a um plano lógico
conhecerem e se inteirarem acerca do que a Escola oferecia, http://www.mat-no-sec.org de desenvolvimento interno mas muitas
pois pensamos que aqueles podem e devem ter bastante (Página de Apoio ao Professor de Matemática – DES) vezes pelas pressões exteriores
influência no sentido de também orientar os seus filhos no http://criar.no-sapo.pt que a obrigam a procurar, às apalpadelas,
trabalho e no estudo. (Página de apoio ao CRIAR – da responsabilidade do autor) o seu caminho.
Uma geração mais tarde, Raphael Bombelli
Este ano, principalmente até metade do 2.º período, houve pedro.delgado@netvisão.pt (endereço da Graça)
descobriu os números complexos
uma procura e um trabalho com o CRIAR já quase satis- mop1839@mail.telepac.pt (endereço do autor do programa) analisando o caso irredutível das equações
fatório. cúbicas quando as suas três raízes eram
1
Elementos do Projecto Marte 2002 e professores acompanhantes do distrito de todas reais não nulas e apareciam valores
Viseu. negativos debaixo do radical ao utilizar a
De dois anos de trabalho com o CRIAR que testemunhos 2
A ESEN, tem uma sala criada no âmbito do Projecto MARTE 2002, que envolve fórmula de Ferro-Tartaglia-Cardano.
podemos deixar? professores de Matemática e Física
Durante os 3 séculos seguintes muitos
matemáticos exploraram e desenvolveram
vários aspectos dos complexos.
Por exemplo, em conjunção com trabalhos
(Continuação da pág. 1) O Departamento do Ensino Secundário tem previsto um con- em Geometria Analítica, Cálculo
junto de medidas de apoio aos professores de Matemática, no e Álgebra, matemáticos como René
Para além das disciplinas atrás mencionadas, a Matemática
âmbito da revisão curricular, que passam pela informação e Descartes; Isaac Newton, G.W. Leibniz,
poderá ainda ter um papel fundamental no percurso dos Leonard Euler; Jean Alembert, Carl F. Gauss
alunos do Ensino Secundário através do contributo que divulgação atempada dos programas e materiais de apoio à
e Bernhard Riemann todos empregaram
poderá dar na disciplina da Área de Projecto dos Cursos implementação dos mesmos (grande parte desta informação
números complexos para descrever as suas
Gerais e do Projecto Tecnológico dos Cursos Tecnológicos, estará na “Página de Apoio ao Professor de Matemática” em equações, formulação de funções
dado que os projectos que aí serão desenvolvidos pelos http://www.mat-no-sec.org ) e pela disponibilização de for- logarítmicas e exponenciais e utilizaram-nos
alunos devem estar relacionados com o seu plano de estudos mação adequada quer seja através do acompanhamento local como ferramentas analíticas
quer seja através de acções de formação implementadas em para a resolução de problemas reais.
para que possam estudar, resolver problemas e compreen-
Gasper Wessel, Jean Argand e Carl F. Gauss
derem fenómenos do mundo que os rodeia. estreita colaboração com os Centros de Formação. contribuíram de forma crucial para
o desenvolvimento aceitação
A Matemática na Revisão Curricular
e compreensão dos números complexos
Nome Curso Formação Duração Carga Horária quando os representaram geometricamente
Mat. A Cursos Gerais Específica Trienal 4.5h/semana no plano real como o fazemos hoje.
3 temp. de 90m Finalmente, William Rowan Hamilton
Mat. B Cursos Tecnológicos Específica Trienal 3/semana estabeleceu a teoria dos números
2 temp. de 90m complexos quando os definiu em termos
Mat. Aplicada Curso G. de Ciências Específica Bienal 4.5h/semana de pares ordenados de números reais
às Ciências Sociais Sociais e Humanas 3 temp. de 90m de forma análoga à de qualquer livro
Curso T. de Ordenamento Científico- Trienal 3/semana dos nossos dias. Esta definição e as regras
do Território Tecnológica 2 temp. de 90m para o cálculo podem ser encontradas
Temas Actuais Cursos Gerais Específica Anual 4.5h/semana em artigos de 1837 “The Theory
da Matemática Opção (12.ºano) 4.5h/semana of Conjugate Functions, or Algebraic
(nível nacional) 3 temp. de 90m Couples; with a Preliminary
Matemática C Transição do Curso Geral Específica Anual 7.5h/semana and Elementary essay on Algebra
para o Curso Tecnológico (12.º ano) 5 temp. de 90m as Science of Pure Time”.

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FICHA TÉCNICA

Editor:
Departamento do Ensino Secundário [DES]
Director: Anabela Neves
Coordenação: Maria do Carmo Belchior
e Isabel Fevereiro
Design Gráfico: DELTAGRAPHOS;Design e
Publicidade, Lda. O Departamento do Ensino Secundário (DES) criou um espaço na internet, destinado aos professores
Fotolito, impressão e acabamento: de Matemática do secundário, com informações úteis à prática pedagógica, contribuindo para a sua
Medigráfica, Lda. auto-formação e actualização.
Periodicidade: Trimestral
Para aceder a este espaço, basta abrir a página do DES no endereço, http://www.des.min-edu.pt e
Tiragem: 4000 exemplares
clicar em seguida no “apoio ao professor de Matemática” ou ir directamente ao endereço
ISSN: 0874-0844
http://www.mat-no-sec.org
Depósito Legal: 143 753/99
Lisboa 1998 Poderá então encontrar:
Distribuição gratuita
Toda a correspondência deve ser enviada para
InforMAT
Avenida 24 de Julho, 138,50.º
1391 Lisboa
Tax: 21 393 81 08
maria.belchior@des.min-edu.pt – Apresentação de actividades a desenvolver na sala de aula
isabel.fevereiro@des.min-edu.pt
O programa de Matemática do Ensino Secundário actual-
mente em vigor. e de actividades interactivas prontas a serem utilizadas
– O programa de modelação modellus.
– O projecto CRIAR.

As opiniões expressas nos textos apresentados


nesta publicação são da responsabilidade dos
autores e não reflectem necessariamente a opi-
nião do Departamento do Ensino Secundário ou
do Ministério da Educação – As 10 Brochuras de apoio à concretização das orientações – Alguns endereços de páginas da Internet nacionais e inter-
curriculares: nacionais com informações úteis sobre a Matemática e a
• Funções do 10.º, 11.º e 12.º ano; Geometria do 10.º e Educação Matemática
11.º ano; E finalmente
• Trigonometria e Números Complexos; Estatística;
• Probabilidades e Combinatória; Didáctica e Projectos.

Destaques com notícias e informações sempre úteis

O boletim Informat n.os 4, 5, 6 e 7 contendo informações, e


artigos de divulgação e debate do ensino da Matemática.

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