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Musicoterapia UFM G

Mt. Renato Tocantins Sampaio renatots@musica.ufmg.br

Maio de 2012

Qual o lugar da música em nossas vidas?

Qual a sua importância?


Qual a relação da música com nossas experiências (e memórias)?

Qual a relação da música com a nossa saúde?


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Fenômeno humano Relacionado à cultura Transcende tempo, espaço e cultura O ato de cantar é universal
Traço humano adquirido cedo e espontaneamente (ontogeneticamente e filogeneticamente)  Modo de expressão quase onipresente  Uso mais complexo do som (do que a fala)

“Nem a apreciação nem a capacidade de produzir música são faculdades inúteis para o ser humano no seu dia-a-dia. Elas devem ser listadas entre as coisas mais misteriosas com as quais ele é dotado” Darwin (1871 – Descent of Men)

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Filogenético: não há consenso sobre quem surge primeiro Ontogenético: habilidade de cantar e outras habilidades musicais estão presentes desde os primeiros dias de vida e, algumas desde a vida intrauterina  Reconhecimento de timbres e padrões melódicos (Peretz, 2009)  Preferência por consonância (Peretz, 2009)  Características prosódicas de choro de neonatos (Mampe et alt., 2009)  Entre outros Processamento cerebral da música é mais amplo do que da fala, apesar de haverem áreas em comum (Patel, 2008; Peretz, 2008)

Inserir diagrama Peretz processamento música

(Peretz, Champod, Hyde, 2003)

Vivemos num mundo que privilegia a linguagem verbal, mas nem todo processo comunicativo e nem toda a experiência pode ser expressa por meio da fala

Humberto Maturana (2001): Construímos nosso mundo na linguagem (verbal) e, deste modo, pensamos, refletimos e explicamos nossas experiências na linguagem Hans-Georg Gadamer: Não é a linguagem que está a serviço do homem, mas sim o homem que está a serviço da linguagem.

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Percepção da vibração sonora (acústica e tátil) Percepção de padrões sonoros: pulso (beat), cadências, ciclos etc. Processamento cerebral do estímulo sonoromusical Estímulo a movimento e sincronia Lembranças e reminiscências Despertar de emoções Etc.

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Estímulo e organização do movimento, incluindo energização Lembranças e reminiscências Expressão de conceitos, ideias, afetos etc. Entrar em comunicação (compartilhar uma experiência) Ingresso em estados não usuais de consciência, incluindo a experiência estética Vivenciar (e organizar) o transcorrer do tempo

Musicoterapia é a utilização da música e/ou de seus elementos (som, ritmo, melodia e harmonia), por um musicoterapeuta qualificado, com um cliente ou um grupo, em um processo destinado a facilitar e promover comunicação, relacionamento, aprendizado, mobilização, expressão, organização e outros objetivos terapêuticos relevantes, a fim de atender as necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais, e cognitivas. A Musicoterapia busca desenvolver potenciais e/ou restaurar funções do indivíduo para que ele, ou ela, alcance uma melhor integração intrapessoal e/ou interpessoal, e consequentemente, uma melhor qualidade de vida, através de prevenção, reabilitação ou tratamento. (WFMT, 1996)

Práticas de Música e Saúde e/ou Música e Modificação de Comportamento são realizadas desde a antiguidade
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xamãs canto gregoriano música funcional música de trabalho (Costa, 2008)

Ideologias pré-científicas

Ordem cósmica, harmonia da natureza e do homem expressa na proporção

Ideologia néo-rousseauístas

Precedência onto e filogenética da música à fala, recuperação de uma espontaneidade perdida


Séc XV e retomado a partir do séc XIX – integração da várias atividades humanas (afetividade, funções viscerais, sentidos, imaginação, linguagem etc.)

Influência globalizante da Música


Música como meio privilegiado de expressão de sentimentos, emoções e afetos


Música atinge o mundo afetivo antes de passar pelo intermédio das representações

Interior

Individual

Música Subjetiva

Música Objetiva Música Estética Música Transpessoal

Exterior Individual

Música Coletiva Interior Coletivo

Música Universal Exterior


Coletivo

A origem da Musicoterapia está estabelecida em 3 eixos:


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Música e Rituais de Cura Música nos Hospitais (1ª metade do séc. XX) Música na Educação Especial

Origem na escuta Influenciada (determinada ?) por


Abordagem teórica (noção de Homem e Saúde)  Experiência Clínica  Percepção de si naquele momento (Awereness)  Formação Musical  Musicalidade Clínica (Sampaio e Sampaio, 2005)

Estado Atual

mudança experiência musical no contexto de uma relação terapêutica

Estado Pretendido

(Sampaio e Sampaio, 2005)

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entrevista inicial e avaliação diagnóstica musicoterapêutica objetivos terapêuticos atendimento / desenvolvimento do processo avaliação do processo alta e/ou encaminhamento

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Improvisação Re-criação Composição Audição

Obs.: Perspectiva do paciente

Musicoterapeuta estabelece diálogo musical ou na música com o cliente


clínica música

terapeuta

cliente

Sampaio, 2007

Estudo e compreensão de fenômenos musicais pessoais e de comunidades Situações clínicas


Cuidados Paliativos  Doenças degenerativas  Crianças com necessidades especiais  Hospitalizações  Entre outros

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Proximidade da morte Conflito existencial profundo Abandono e impotência

Música como comunicação – tornar comum a experiência de duas ou mais pessoas


(re)conexão entre as pessoas  (re)conexão com o mundo

Musicoterapeuta: R.T.S. Hospital Público (SP) – enfermaria pediátrica (cardiologia)


P., 6 anos, sexo masculino – música como experiência de transcorrer no tempo  J. 46 anos, sexo masculino, pai de F. (3 anos) – aceitação da situação e do tratamento

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S., 54 anos, divorciada, 3 filhas Disfunção da Articulação Temporomandibular com dor crônica (aprox. 8 anos) IES interior de SP – projeto multidisciplinar Musicoterapia receptiva breve
Caráter inicialmente sintomático  Possibilidade de resignificar a sua vida

Público
Paciente  Familiares / Cuidadores  Equipe de Saúde

Foco
Alívio e Manejo de Sintomas (fisiológicos e psicofisiológicos)  Expressão e Elaboração de sentimentos, dor, ideias  Facilitação da Comunicação (compartilhar)  Vivência de uma experiência temporal rica (não cronológica)  Re-significação da experiência de vida e de morte

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Escuta para recreação, distração etc.) Musicoterapia Vibroacústica Entrainment (canto e ritmo) Recriação de canções (jogo de tensões e distensões musicais) Composição de Canções Presente Musical (canção da literatura, improviso, composição etc.) Improvisação referencial e não-referencial Música e Imagem Escuta para ação / relaxamento

Musicoterapeuta: Ana Cristina Sampaio e estagiária Paciente oncológico, sexo masculino, 10 anos + acompanhante (mãe)
Resistência inicial  Improvisação  Canção com mãe  Presente musical

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Supervisor: Renato Tocantins Sampaio Estagiário (8º período) Paciente: 63 anos, sexo feminino, câncer ovário + metastase Entrevista com paciente e filha Composição de canção para paciente e família Cantar junto a história da pessoa

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Musicoterapeuta: Renato T. Sampaio + estagiário (8º período) Paciente: 22 anos, Duchene 1ª fase (4 sessões): samba 2ª fase (4 sessões): composição

Hoje acordei animado para a vida Peguei a estrada, fui pra Minas Gerais Tudo era lindo, o lugar tinha água E o verde da natureza me deixou feliz...

Encontrei os amigos e a família Esqueci os problemas da vida Tudo era lindo, o lugar tinha água E o verde da natureza me deixou feliz...

O amor que eu desejo ter E é necessário pra viver melhor O amor... que eu espero Espero que seja bom pra nós dois

Que seja forte e verdadeiro Que seja lindo e sincero Que seja forte e verdadeiro E todo mundo sonha em ter ...

Empoderamento 1ª composição – descrição da situação de vida 2º composição – expressão de desejo


Amor: relação homem-mulher, fraterno etc.


Pertencimento Novas formas de se colocar no mundo (novas possibilidades) – ajustamentos criativo

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Musicoterapeuta: R.T.S. Paciente: R., consultório particular, 2 anos após morte do pai

Crises de choro “fora do contexto” Raiva não elaborada

1ª fase (aprox. 1 mês): improvisação nãoreferencial 2ª fase (aprox. 3 meses): improvisação referencial (instrumental e vocal) e ciclo de canções

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Muitos exemplos, principalmente em Inglês Diversidade de settings e quadros Alguns exemplos


Lee, Hartley – HIV/AIDS  Aldridge, O`Callagham, Hanser - Oncologia  Bright – Demência  Entre outros

COSTA, C. O Despertar Para o Outro. São Paulo: Summus, 1989. COSTA, C. História da Musicoterapia no Rio de Janeiro: 1955-2005. Rio de Janeiro: AMT-RJ, 2008. MAMPE, B.; FRIEDERICI, A; CHRISTOPHE, A.; WERMKE, K. Newborns' Cry Melody Is Shaped by Their Native Language. Current Biology, vol. 19 (23): 1994-1997, 2009. MATURANA, H. Cognição Ciência e Vida Cotidiana. Belo Horizonte: UFMG, 2001. PATEL, A. Music, Language and the Brain. New York: Oxford, 2008.

PERETZ, I.; CHAMPOD, A.S.; HYDE, K. Varieties of Musical Disorders. The Montreal Battery of Evaluation of Amusia. Ann.N.Y.Acad.Sci., 999: 58-75, 2003. PERETZ, I. Musical Disorders. From behavior to genes. Current Directions in Psychological Science , vol. 17, pp. 329-333, 2008. PERETZ, I. Towards a neurobiology of musical emotions. In: JUSLIN, P.; SLOBODA, J. (Eds.), Handbook of Music and Emotion: Theory, research, applications. Oxford: Oxford University Press, 2009. SAMPAIO, R. Considerações sobre a Linguagem na Prática Clínica Musicoterapêutica numa Abordagem Gestáltica. XVII Encontro Nacional da ANPPOM, Anais... Instituto de Artes – Unesp, São Paulo, 2007.

SAMPAIO, R.T.; SAMPAIO, A.C.P. Apontamentos em Musicoterapia, vol. 1. São Paulo: Apontamentos, 2005. SAMPAIO, R.T.: SAMPAIO, A.C.P. Musicoterapia e Cuidados Paliativos. In: SANTOS, F.S. Cuidados Paliativos: Diretarizes, Humanização e Alivio de Sintomas. São Paulo: Atheneu, 2010.

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