Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Representações e Expectativas em
Relação à Televisão Digital
e ao
Dezembro 2008
Perspectivas de Implementação da
Televisão Digital em Portugal
Representações e Expectativas em Relação à Televisão Digital
2
Não obstante, verifica-se que 35,8% dos inquiridos não concorda com a afirmação
“para mim a TDT não tem vantagens” (mesmo se 42% dos respondentes optaram pela
não resposta, não deixa de ser significativo mais de um terço dos indivíduos estar
consciente de que a TDT tem benefícios associados e representa uma evolução da
televisão).
Quadro 1. Representações em relação à televisão digital e à TDT, por tipo acesso TV (%)
Das seguintes afirmações sobre a Tipo de acesso TV (% da resposta “concordo”,
televisão digital, indique com quais em cada categoria)
concorda... Antena (n=583) Cabo (n=397)
... ainda não consegui perceber o que é 79,1 64,0
... para mim a TDT não tem vantagens 23,8 18,6
... a mudança para a TDT mostra que 52,0 69,3
Portugal acompanha as principais
mudanças tecnológicas
... a televisão digital é melhor que a 32,1 52,4
analógica
... a utilização dos serviços digitais é 36,7 29,5
complicada
Fonte: Inquérito A Televisão Digital Terrestre em Portugal 2008, OberCom
Por outro lado, os inquiridos que acedem através do cabo demonstram possuir um
maior grau de literacia em relação à utilização da televisão digital, sendo que apenas
29,5% concorda com a afirmação “a utilização dos serviços digitais é complicada”
(contra 36,7% no caso dos inquiridos com antena), e 64% concorda com a “ainda não
consegui perceber o que é a televisão digital”, contra 79,1% dos respondentes que
têm acesso através de antena.
3
vantagens do novo sistema, e permitindo que seja integrada no sistema de valores de
cada indivíduo. Num segundo nível, o da atractividade dos conteúdos, é necessário
que o consumidor veja vantagens nas novas ofertas disponíveis, em termos de
conteúdos, mas também de serviços oferecidos e de custos associados. Ou seja, o
consumidor tem que perceber este novo sistema de TV como uma forma de melhorar
a sua experiência televisiva. Num terceiro nível, mais factual, relaciona-se com as
acções práticas necessárias para se poder ter a TDT em casa. Isto é, se o custo (não
só em termos económicos, mas também de tempo e facilidade de instalação e
utilização) for percepcionado como superior aos benefícios associados à televisão
digtial, o mais provável é que o consumidor opte por não aderir à nova tecnologia.
Estes três níveis deverão ser encarados de forma integrada e sucessiva, sendo que é
antes de mais necessário que a TDT penetre no sistema de valores de cada um, para
depois se apresentarem as suas vantagens, e para finalmente se proceder à
conversão na prática. No caso Português, este modelo apresenta contudo algumas
adaptações. De facto, quando questionadas acerca dos assuntos que consideram
mais relevantes ver esclarecidos numa eventual campanha de sensibilização
relativamente à TDT, os indivíduos referiram em primeiro lugar factores ligados ao
simbolismo da plataforma (tais como o que é a TDT e o switchover), mas em segundo
lugar manifestaram maior interesse em perceber as condições práticas de utilização
desta tecnologia (ou seja, informação acerca do preço e de como utilizar), sendo os
novos serviços e os conteúdos da TDT relegados para um terceiro plano.
4
Gráfico 2. "Que tipo de assuntos gostaria de ver tratados numa
eventual campanha de sensibilização em relação à TDT?" (%)
opções de tarifários e
56,5
preço da TDT
Usability do
como usar a TDT 44,8
Equipamento
processo de conversão
42,9
da TDT
5
Gráfico 3. O que pensa em relação aos novos serviços possibilitados
pela TV digital? (%)
mais opções de
21 38,1 13,1 27,7
participação
melhor qualidade de
44,4 41,1 2,4 12,1
imagem
Uma vez mais, o tipo de acesso televisivo actual revela-se uma variável importante no
seio da percepção das vantagens da televisão digital. De facto, a população cabo
mostra-se mais consciente da utilidade dos serviços oferecidos pela televisão digital (o
que revela também uma maior exigencia por parte dos consumidores), quando
comparada com a população que recebe o sinal através de antena. Assim, 53,1% dos
inquiridos com recepção através do cabo considera a melhor qualidade de imagem
proporcionada pela televisão digital “muito útil” (50,9% para o caso da melhor
qualidade de som), contra apenas 37,2% dos individuos que dispõem de acesso
através de antena (contra 35,2% no caso do som).
6
Quadro 2. Valorização dos novos serviços oferecidos pela televisão digital,
por tipo de acesso ao serviço de televisão (%)
O que pensa em relação aos novos Tipo de acesso ao serviço de TV (% da resposta
serviços possibilitados pela televisão “muito útil”, em cada categoria)
digital? Antena (n=583) Cabo (n=397)
... maior oferta de canais 29,0 34,8
... melhor qualidade de imagem 37,2 53,1
... melhor qualidade de som 35,2 50,9
... mais interactividade 20,2 30,5
... ouvir rádio 16,5 22,4
... múltiplas emissões 15,4 23,9
... video-on-demand 9,3 17,6
... ver canais em mosaico 11,0 17,9
... compatibilidade com o PC 10,5 21,4
... maior portabilidade 11,1 20,7
... facilidade de utilização para pessoas 37,4 47,1
com necessidades especiais
... mais opções de participação 18,0 23,9
... alta definição 22,8 37,0
Fonte: Inquérito A Televisão Digital Terrestre em Portugal 2008, OberCom
7
caso o desejem: 72,1% dos inquiridos concorda com a frase “não devia ser forçado a
migrar para o digital”, e 62,6% com a afirmação “a opinião das pessoas não foi
considerada quando se decidiu o switchover”.
não devia ser forçado a migrar para o digital 72,1 6,8 21,1
Intensões de Conversão
Provavelmente devido ao desconhecimento em relação ao switchover, a população
portuguesa ainda não começou a planear o processo de conversão para o digital,
numa altura em que a maioria dos países europeus conta já com uma elevada
percentagem de lares equipados para receber a TDT. De facto, a proporção de
inquiridos que ainda não refletiu acerca de quando planeia aderir à televisão digital é
muito elevada (66,1%), existindo também um grande número de respondentes que
referiu não ter intensões de vir a aderir a esta tecnologia (17,8%). Uma vez mais,
existem diferenças entre a população cabo e a que acede através de antena, sendo
que a primeira se mostra mais interessada em aderir à TDT no curto prazo.
8
Gráfico 5. Quando planeia aderir à TDT? (%)
é caro 38,6
Por outro lado, existe uma fatia considerável da população que afirmou estar contente
com o serviço actual (17,6%), não vendo por isso razões para mudar para a televisão
digital.
9
Televisão Digital: Ausência de uma identidade defininida
Em suma, verifica-se uma ausência de representações relativamente à televisão digital
e à TDT, verificando-se por um lado uma grande proporção da categoria de resposta
“não sabe/não responde”, e por outro lado, uma dualidade entre a representação da
TDT como sinónimo de progresso e a TDT como imposição e obrigatoriedade: apesar
de 59,3% dos inquiridos concordar com a afirmação “a mudança para a TDT mostra
que Portugal acompanha as principais mudanças tecnológicas” (gráfico 1), 72,1%
considera que não deveria ser “forçado” a migrar para o digital (gráfico 4).
Tal leva-nos a considerar que existe uma ausência de envolvimento emocional no
processo de migração para o digital, observando-se uma escassa percepção dos
benefícios que por si só justificariam a adesão a este novo sistema de transmissão
televisiva. Assim, as condições de desenvolvimento de uma procura sustentável para
o mercado da televisão digital em geral, e da TDT em específico ficam em risco. Para
evitar tal cenário, será essencial considerar a esfera do acesso (conhecimento, custo e
usability) assim como compreender os factores humanos subjacentes à adopção ou
rejeição de uma dada tecnologia (nomeadamente, identificar as reais necessidades
dos utilizadores, fomentar o aumento do grau de awareness em relação à plataforma,
e oferecer benefícios que sejam percepcionados como uma verdadeira melhoria da
experiência televisiva).
Bibliografia
DIGITAL TELEVISION PROJECT (2004), Atitudes to Digital Television, The Generics Groups, UK,
disponível em
http://www.digitaltelevision.gov.uk/pdf_documents/publications/Attitudes_to_Digital_Television.pdf
IMPULSA TDT (2008), Estudio Cualitativo sobre valoración y aptitud a la TDT, disponível em
http://www.impulsatdt.es/pdf/CUALITATIVO-PRESENTACION.pdf
10
Ficha Técnica
Questionário “A Televisão Digital Gustavo Cardoso, Rita Espanha, Rita Cheta e Vera
Terrestre em Portugal 2008” Araújo
11