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O QUE É FATO SOCIAL ?

Concepção de Maérlio Machado de Oliveira


Aluno do curso de Direito da Faculdade Integrada da Grande Fortaleza
www.alumac.com.br/maerlio.htm

Apesar de Auguste Comte (1798-1857) ser considerado o pai da


sociologia, Durkheim apresenta-se como um dos seus primeiros grandes
teóricos.

Émile Durkheim, sociólogo francês, nascido em Épinal (1858) e


falecido em Paris (1917) é herdeiro do positivismo, partindo da afirmação
de que "os fatos sociais devem ser tratados como coisas", forneceu
uma definição do normal e do patológico aplicável a cada sociedade.

Foi através dele que a sociologia teve sua emancipação, sendo


constituída como disciplina rigorosamente científica.

Sua preocupação foi definir com precisão o objeto, o método e as


aplicações.

Em 1895, Durkheim publica "As Regras do Método Sociológico",


onde define, com clareza, o objeto da sociologia – os fatos sociais.

Durkheim define os fatos sociais, atribuindo-lhes três características:

1. A coerção social, sendo a força que os fatos exercem sobre os


indivíduos, obrigando-os a conformarem-se às regras impostas pela
sociedade em que vivem, não havendo, contudo, a vontade ou
escolha dos indivíduos. Tal força manifesta-se quando o indivíduo
adota um determinado idioma, quando aceita determinado tipo de
formação familiar ou quando está subordinado a determinado código
de leis. A coerção é constatada pelas sanções que serão impostas ao
indivíduo, caso ele venha a se rebelar. Essas sanções, em princípio,
são espontâneas, para desvios leves, provenientes de uma
conduta não adaptada à estrutura do grupo ou da sociedade à qual
o indivíduo pertence. Desvios considerados graves sofrem coerção
através da punição (peso das leis). Essas regras são transmitidas
através da educação, seja ela formal ou informal.

"Na nossa cultura, o uso de vestimentas é algo que vem


sendo transmitido de gerações para gerações, fazendo com
que o indivíduo tenha essa prática naturalmente. Aquele que
por alguma razão não o fizer, estará sujeito a ser excluído ou
discriminado dentro do seu grupo, por não enquadrar-se aos
padrões que a própria sociedade determinou."

2. A segunda característica dos fatos sociais é que eles existem e


atuam sobre os indivíduos, cuja vontade própria independe da
vontade ou adesão consciente, sendo denominada como: exterior
aos indivíduos. As regras sociais, os costumes, as leis são
existentes antes até do nascimento das pessoas, que deverão
obedecê-las sob a pena de punições.

3. A terceira característica é a generalidade. Os fatos sociais se


manifestam através da natureza coletiva ou um estado comum ao
grupo, a exemplo, os sentimentos e a moral.

"É social todo fato que é geral."

A generalidade de um fato social, ou seja, sua unanimidade, é


garantia de normalidade na medida em que representa o consenso social,
a vontade coletiva, ou o acordo de um grupo a respeito de determinada
questão.

O normal é aquilo que é ao mesmo tempo obrigatório para o


indivíduo e superior a ele, o que significa que a sociedade e a consciência
coletiva são entidades morais, antes mesmo de ter uma existência
tangível.

Essa preponderância da sociedade sobre o indivíduo deve permitir a


realização deste, desde que consiga integrar-se a essa estrutura. Para que
reine certo consenso nessa sociedade, deve-se favorecer o
desenvolvimento de uma solidariedade entre seus membros.

Uma vez que a solidariedade varia segundo o grau de modernidade


da sociedade, a norma moral acaba definindo a norma jurídica, pois é
preciso definir, numa sociedade moderna, regras de cooperação e troca de
serviços entre os que participam do trabalho coletivo.

A partir do normal, Durkheim analisa o patológico. As sociedades


modernas são doentes porque sofrem de anomia.
Estão submetidas a mudanças tão brutais que o conhecimento
coletivo não estabelece um corpo de regulamentação adequado, seja pela
ausência de vontade (querer algo), ou ainda, pela falta de maturidade de
seus integrantes.

Ante a imensa massa de homens que uma nação moderna


representa, o indivíduo só pode sentir-se solitário: o suicídio procede de
causas sociais e não individuais.

A OBJETIVIDADE DO FATO SOCIAL

Durkheim procurou definir o método de conhecimento da sociologia.


Para ele, toda explicação científica exige que o pesquisador mantenha
uma certa distância e tenha neutralidade em relação aos fatos.

Seus valores e sentimentos pessoais poderão distorcer a realidade


dos fatos.

O sociólogo deverá manter-se neutro ante ao fato observado.

Durkheim dizia que para haver um bom resultado, o sociólogo


deveria encarar os fatos sociais como "coisas".

Com essa visão, pretendia garantir o sucesso das ciências exatas,


bem como a definição da sociologia como ciência, acabando de vez com
os "achismos", que interpretavam de maneira distorcida a realidade
social.

Para identificar um fato social é necessário que o cientista saiba


separar aqueles que apresentam características exteriores comuns, dentre
os acontecimentos gerais e repetitivos.

Anomia - É o estado de uma sociedade caracterizada pela


desintegração das normas que regem a conduta dos homens e asseguram
a ordem social; anarquia; ilegalidade.

Toda a teoria sociológica de Durkheim pretende demonstrar que os


fatos sociais têm existência própria e independem daquilo que pensa e faz
cada indivíduo em particular.

Mesmo havendo a "consciência individual", poderão ser notados


no interior de qualquer grupo ou sociedade, formas padronizadas de
conduta e pensamento.
Essa constatação está na base do que Durkheim chamou de
consciência coletiva, ou seja, é o "conjunto das crenças e dos
sentimentos comuns à média dos membros de uma mesma
sociedade" que "forma um sistema determinado com vida
própria".

Tal consciência coletiva não se baseia na consciência individual, mas


sim por toda a sociedade.

Com isso revela o "tipo psíquico da sociedade", segundo


Durkheim, não sendo apenas o produto das consciências individuais, mas
algo diferente, que se imporia aos indivíduos e perduraria através das
gerações.

Trata-se da forma moral vigente na sociedade. Surge como um


conjunto de regras fortes e estabelecidas que atribuem valor e delimitam
os atos individuais.

É, através da consciência coletiva que identificamos o que é


considerado imoral, reprovável ou criminoso.

Durkheim cria um novo campo de análise, chamado de morfologia


social, sendo a classificação das espécies sociais numa clara referência às
espécies estudadas em biologia.

Para Durkheim todas as sociedades tinham sua evolução a partir da


horda, a forma social mais simples, igualitária, reduzida a um único
segmento onde os indivíduos se assemelhavam aos átomos, ou seja,
estariam justapostos e iguais.

Foi através desse estudo que se pode criar outras espécies sociais,
identificando-as no passado e no presente. Essa classificação das
sociedades deveria ter sempre como base a observação experimental.

Horda – mito criado por Freud para dar conta da persistência de


certas realidades psíquicas.

Durkheim estabeleceu a passagem da solidariedade mecânica para


a solidariedade orgânica, como o motor de transformação de toda e
qualquer sociedade.

Para Durkheim a normalidade só pode ser entendida em função do


estágio social da sociedade em questão:

"... do ponto de vista puramente biológico, o que é normal


para o selvagem não o é sempre para o civilizado, e
vice-versa."
"Um fato social não pode, pois, ser acoimado(³) de normal
para uma espécie social determinada senão em relação
com uma fase, igualmente determinada, de seu
desenvolvimento”.

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