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TRF
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL
COMPLEMENTO DE
DIREITO ADMINISTRATIVO
PA R A TÉCNICO JUDICIÁRIO
(CÓDIGO 0635)
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Complemento de Direito Administrativo Central de Concursos / Degrau Cultural
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Central de Concursos / Degrau Cultural Complemento de Direito Administrativo
a) Poder Legislativo - tem por função típica elaborar e 5. Administração Pública e Governo
aprovar leis, bem como fiscalizar as contas dos outros
poderes e do Ministério Público. É representado: Expressam conceitos diversos segundo os aspec-
- na União: pelo Congresso Nacional, que compreende tos em que se apresentam. Governo é a expressão
o Senado Federal (81 senadores) e a Câmara dos De- política de comando, de iniciativa, de fixação de objeti-
putados (513 deputados federais). vos do Estado e de manutenção da ordem jurídica vi-
- nos Estados-membros: pela Assembléia Legislativa, gente, atuando mediante atos de soberania e autono-
composta por deputados estaduais em número que mia política na condução dos negócios públicos. Go-
varia de no mínimo 24 e no máximo 94, conforme art. verno é conduta independente que comanda com res-
27, CF. ponsabilidade constitucional e política, mas sem res-
- no Distrito Federal: pela Câmara Legislativa, com- ponsabilidade profissional pela execução. A Adminis-
posta por deputados distritais conforme art. 27, CF. tração não expressa atos de governo, mas pratica tão-
- no Município: pela Câmara Municipal, composta por somente atos de execução (denominados atos admi-
vereadores, cujo número varia de acordo com o núme- nistrativos), com maior ou menor autonomia funcional,
ro de habitantes, conforme art. 29, IV, CF. segundo a competência dos órgãos e de seus agen-
tes, sem responsabilidade constitucional ou política,
b) Poder Executivo - tem por função típica exigir o cumpri- mas com responsabilidade técnica e legal pela execu-
mento das leis, bem como, realizar a execução das ativida- ção.
des administrativas. É órgão monocrático, representado:
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É atividade neutra, normalmente vinculada à lei ou à mum. A eficácia de toda atividade administrativa está
norma técnica, sendo o instrumental de que dispõe o condicionada ao atendimento da lei. Na administração
Estado para pôr em prática as opções políticas do Go- particular é lícito fazer tudo o que a lei não proíbe, po-
verno. O Governo e a Administração, como criações rém na Administração Pública só é permitido fazer o
abstratas da Constituição e das leis, atuam por inter- que a lei autoriza.
médio de seus órgãos, de suas entidades e de seus
agentes. Princípio da Impessoalidade
É aquele que veda tratamentos discriminatórios, não
6. Princípios da Administração Pública se permitindo a prática de atos que beneficiem uma
pessoa individualizada ou uma determinada categoria
Princípios de uma ciência são as proposições bási- de pessoas. A finalidade de um ato administrativo é
cas, fundamentais, típicas, que condicionam todas as sempre o interesse social, o bem comum, pois a nor-
estruturações subsequentes. São, portanto, os alicer- ma é genérica. Outra acepção desse princípio é a de
ces da ciência. Sendo o Direito Administrativo de elabo- que os atos e provimentos praticados pelos servidores
ração pretoriana e não codificado, os princípios repre- não são a eles imputáveis, mas ao órgão ou entidade
sentam papel relevante nesse ramo do direito, permi- administrativa em nome do qual age o servidor. O prin-
tindo à Administração e ao Judiciário estabelecer o ne- cípio da impessoalidade estabelece que o administra-
cessário equilíbrio entre os direitos dos administrados dor público somente deverá praticar o seu ato para o
e as prerrogativas da Administração. fim estabelecido em lei e tendo sempre um objetivo,
Os dois princípios fundamentais e que constituem a que é o interesse público. Nesse princípio encontra-se
base estrutural de toda a Administração Pública são implícito o princípio da finalidade.
Supremacia do Interesse Público sobre o Privado e Nos termos do § 1º do Artigo 37 da Constituição Fe-
Indisponibilidade do Interesse Público. deral, “A publicação dos atos, programas, obras, servi-
ços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter cará-
Princípio da Supremacia do Interesse Público ter educativo, informativo ou de orientação social, dela
Também chamado de princípio da finalidade pública, não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que
está presente tanto no momento da elaboração da lei caracterizam promoção pessoal de autoridades ou ser-
como no momento de sua execução em concreto pela vidores públicos”.
Administração Pública. A principal distinção que se faz Esse dispositivo estabelece que deverá ser excluída
entre o direito privado e o direito público leva em conta o a promoção pessoal de autoridades ou servidores pú-
direito que se tem em vista proteger, pois o direito priva- blicos sobre suas realizações administrativas, enten-
do contém normas de interesse individual, e o direito dendo-se, inclusive, que há uma proibição da prática
público, normas de interesse público. Esse princípio do ato administrativo para satisfazer interesse privado
serve de fundamento para todo o direito público, vincu- ou para favorecer determinada pessoa ou determinada
lando a Administração em todas as suas decisões, pois situação. O ato administrativo praticado em desatendi-
os interesses públicos têm supremacia sobre os indi- mento ao interesse público estará sujeito a anulação
viduais. por desvio de finalidade.
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Pública a ser preservado em processo previamente critérios de conveniência e oportunidade, essa liberda-
declarado sigiloso, nos termos do Decreto nº 79.099 / de muitas vezes se reduz no caso específico, em que os
77”. fatos podem apontar para o administrador a melhor so-
O princípio da publicidade dos atos e contratos admi- lução. Se a decisão administrativa for manifestamente
nistrativos, além de assegurar seus efeitos externos, visa inadequada para alcançar a finalidade que a lei determi-
propiciar seu conhecimento e controle pelos interessa- na, a Administração haverá exorbitado dos limites da dis-
dos diretos e pelo povo em geral, através de meios cons- cricionariedade e o Poder Judiciário poderá corrigir a
titucionais, como ação popular, mandado de segurança, ilegalidade.
direito de petição, habeas data. É requisito de eficácia e
não é elemento formativo do ato. A publicação que pro- Princípio da Motivação
duz efeitos é a do órgão oficial da Administração Pública, Consagrado pela doutrina e pela jurisprudência, é o
e não a divulgação pela imprensa particular, televisão ou que exige que a Administração indique os fundamen-
rádio. Por órgão oficial entende-se o Diário Oficial das tos de fato e de direito de suas decisões; sua obrigato-
entidades públicas e os jornais contratados para essas riedade se justifica em qualquer tipo de ato, porque se
publicações oficiais. trata de formalidade necessária para permitir o contro-
le de legalidade dos atos administrativos. A motivação,
Princípio da Eficiência em regra, não exige formas específicas e muitas vezes
Criado pela Emenda Constitucional nº 19, é aquele pode ser feita por órgão diverso daquele que proferiu a
que dispõe sobre a eficiência do serviço prestado pela decisão, pois freqüentemente a motivação consta de
Administração Pública ao usuário. Depende de regula- pareceres, informações, laudos, relatórios, feitos por
mentação dos direitos dos usuários, previstos na pró- outros órgãos, sendo apenas indicados como funda-
pria EC 19, a ser editada por Lei Complementar. O prin- mento da decisão e, nesse caso, constituem a motiva-
cípio da eficiência impõe à Administração Pública dire- ção do ato, dele sendo parte integrante.
ta e indireta, através de seus agentes, a persecução do
bem comum, por meio do exercício de suas competên- 7. Organização da Administração Pública
cias e da busca da qualidade, primando pela adoção
de critérios legais e morais, necessários para a melhor Está correlacionada com a estrutura do Estado e a
utilização possível dos recursos públicos. forma de governo adotadas em cada país, e sendo o
A Lei nº 9.784/99, que regula o Processo Administra- Brasil uma Federação formada pela união indissolú-
tivo Federal, faz referência aos princípios da legalidade, vel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, cons-
finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalida- tituindo-se em Estado Democrático de Direito, em que
de, moralidade, ampla defesa, contraditório, seguran- se assegura autonomia político-administrativa a essas
ça jurídica, interesse público e eficiência. Outras leis pessoas, sua administração há de corresponder, es-
esparsas também trazem princípios específicos, como truturalmente, a esses postulados constitucionais.
a Lei nº 8.666/93, sobre licitação e contrato, e a Lei n.º
8.987/95, sobre concessão e permissão do serviço A organização administrativa no Estado Federal é
público. complexa porque a função administrativa é institucio-
nalmente imputada às diversas entidades governamen-
Princípio da Razoabilidade tais autônomas expressamente referidas no art. 37, CF
Previsto no artigo 111 da Constituição do Estado de (União, Estados, Distrito Federal, Municípios), e essa
São Paulo, trata-se de princípio aplicado ao direito ad- complexidade aumenta pelo fato de que cada uma de-
ministrativo como mais uma tentativa de se imporem las pode descentralizar-se.
limitações à discricionariedade administrativa, ampli-
ando-se o âmbito de apreciação do ato administrativo A Administração Pública não é constituída propria-
pelo Poder Judiciário. O que se pretende é considerar mente de serviços, mas, sim, de órgãos a serviço do
se determinada decisão, atribuída ao Poder Público, Estado, e de acordo com suas conveniências tal servi-
de aplicar discricionariamente uma norma, contribuirá ço pode ser prestado pela própria Administração (daí
efetivamente para um satisfatório atendimento dos in- chamar-se Administração Direta), ou por seus delega-
teresses públicos. A decisão discricionária do admi- dos (Administração Indireta). Assim:
nistrador será ilegítima, mesmo sem a transgressão
da norma, se for irrazoável, o que pode ocorrer quando Administração Direta ou Centralizada
não existirem os fundamentos de fato ou de direito que É o conjunto de órgãos administrativos subordina-
sustentam a decisão, ou que ela não leve em conta os dos diretamente ao Poder Executivo de cada uma da-
fatos constantes do expediente, ou os fatos públicos e quelas esferas governamentais autônomas. A presta-
notórios, ou ainda não guarde uma proporção adequa- ção dos serviços públicos é feita pela Administração
da entre os meios que emprega e o fim que a lei deseja através de suas entidades ESTATAIS – pessoas jurídi-
alcançar, ou seja, que se trate de uma medida despro- cas de direito público que integram a estrutura consti-
porcionada, excessiva, em relação ao que se deseja tucional do Estado e têm poderes políticos e adminis-
alcançar. trativos, tais sejam a União, Estados, Distrito Federal e
Municípios. Apenas a União é soberana.
Princípio da Proporcionalidade
Constitui um dos aspectos contidos no princípio da Administração Indireta ou Descentralizada
razoabilidade, pois este exige, entre outras coisas, a pro- É o conjunto dos entes personalizados que, vincula-
porcionalidade entre os meios de que se utiliza a Admi- dos a um Ministério, prestam serviços públicos ou de
nistração e os fins que ela tem que alcançar. Essa pro- interesse público. A prestação dos serviços é atribuída
porcionalidade será medida segundo padrões comuns, a pessoas jurídicas diversas da União, públicas (au-
diante do caso concreto, pois embora a norma legal con- tarquias e fundações públicas) e privadas (empresas
fira liberdade para a decisão administrativa, segundo públicas e sociedades de economia mista), vinculadas
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a um Ministério, mas administrativa e financeiramente e para fins de responsabilidade penal (art. 327, par. 1º
autônomas. do Código Penal).
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camente unânime, uma vez que a natureza jurídica de e) Controle - é um dos meios pelos quais se exercita o
tais entidades (direito privado), não as exime de obedi- poder hierárquico na fiscalização do cumprimento da lei e
ência a determinadas regras de direito público. Diante das instruções e a execução de suas atribuições, bem
do exposto, não se afigura correta a denonimação en- como os atos e o rendimento dos servidores.
tes paralelos ao Estado (paraestatais), quando nos re-
portarmos a empresas públicas e sociedades de eco- Exercícios de Fixação
nomia mista.
01. (Fiscal INSS – 1997) Quanto à estrutura da admi-
Organizações Sociais nistração pública federal, julgue os itens a seguir.
A Lei 9.637/98 traz à baila as pessoas jurídicas de a) Embora seja pessoa jurídica de direito privado, a
direito privado que podem subsumir-se ao conceito de empresa pública federal caracteriza-se por ser
organização social. Reza o artigo 1º: “O Poder Executivo composta apenas por capital público.
poderá qualificar como organizações sociais pessoas b) Ao contrário das entidades da administração públi-
jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas ca indireta, os órgãos da administração pública dire-
atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa ci- ta têm personalidade jurídica de direito público.
entífica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção c) Fato de as sociedades de economia mista qualifi-
e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, carem-se como pessoas jurídicas de direito priva-
atendidos aos requisitos previstos nesta Lei.” Sendo do torna desnecessário que as mesmas sejam
qualificada como organização social (devendo obedi- criadas por lei específica.
ência a requisitos específicos previstos no artigo 2º), d) No direito administrativo brasileiro, autarquia con-
poderá realizar contrato de gestão com o Poder Públi- ceitua-se como um patrimônio público dotado de
co, “com vistas à formação de parceria entre as partes personalidade jurídica para a consecução de fina-
para fomento e execução de atividades relativas às áre- lidade especificada em lei.
as relacionadas no art. 1º” (art. 5º). O contrato de ges- e) A autarquia é concebida como pessoa jurídica des-
tão, elaborado de comum acordo, discriminará as atri- tinada ao desenvolvimento de atividade econômi-
buições, responsabilidades e obrigações do Poder ca pelo Estado, de modo descentralizado.
Público e da organização social (art. 6º). De relevante
consignar, ainda, que “às organizações sociais pode- 02. (Fiscal INSS – 1997) Julgue os seguintes itens,
rão ser destinados recursos orçamentários e bens pú- relativos aos princípios constitucionais da admi-
blicos necessários ao cumprimento do contrato de ges- nistração pública.
tão” (art. 12). a) Contraria o princípio constitucional de publicidade
da administração pública o fato de um fiscal de con-
8. Princípios Fundamentais da Administração Públi- tribuições previdenciárias autuar empresa exclusi-
ca Federal vamente porque o proprietário é seu desafeto.
b) No regime da Constituição de 1988, em nenhuma
O Decreto-lei nº 200/67, denominado Estatuto da hipótese haverá greve lícita no serviço público.
Reforma Administrativa Federal, tem por objetivo princi- c) No regime constitucional vigente, a perda da fun-
pal e imediato a fixação de diretrizes e princípios que ção pública e dos direitos políticos, a indisponibi-
propiciem funcionalidade e dinamismo à Administra- lidade de bens e a obrigação de ressarcir as enti-
ção Federal, haja vista que até o seu advento a organi- dades de direito público por improbidade no exer-
zação administrativa federal pecava pela excessiva con- cício de cargo público só podem ser cumulativa-
centração de atribuições nos órgãos de cúpula, agra- mente decretadas em conseqüência de condena-
vada pela falta de racionalização dos trabalhos de coor- ção criminal.
denação dos serviços, em decorrência de uma buro- d) Princípio constitucional da inacumulabilidade de
cracia inútil e custosa que alongava e retardava deci- cargos públicos não se aplica sempre que o ser-
sões governamentais. vidor ocupar um cargo federal e outro municipal.
Preocupada com o tamanho da máquina estatal, bem e) Uma vez que a licitação permite a disputa de vári-
como com a simplificação dos procedimentos admi- as pessoas que satisfaçam a critérios da lei e do
nistrativos e redução das despesas causadoras do edital, é correto afirmar que, com isso, estão sen-
déficit público, a reforma administrativa de 1967 esta- do observados os princípios constitucionais da
beleceu os princípios fundamentais que até hoje conti- isonomia, da legalidade e da impessoalidade da
nuam orientando a Administração Pública Federal, a administração pública.
saber:
a) Planejamento - é o estudo e estabelecimento das 03. (CESPE/PROCURADOR AUTÁRQUICO/INSS/ 99)
diretrizes e metas que deverão orientar a ação governa- Em relação ao regime jurídico aplicável a órgãos e
mental, através de um plano geral de governo com pro- entidade da administração pública direta e indire-
gramas setoriais e regionais de desenvolvimento. ta julgue os itens abaixo.
b) Coordenação - visa harmonizar as atividades da Ad- a) É entendimento assente na doutrina e na jurispru-
ministração, submetendo-as ao que foi planejado e evi- dência que os empregados de sociedades de eco-
tando dispersão de recursos e divergência de soluções. nomia mista não precisam prestar concurso pú-
c) Descentralização - pressupõe a existência de uma blico de provas ou de provas e títulos para ingres-
pessoa, distinta da do Estado, a qual, investida dos sar em empresas estatais porque estas se sub-
necessários poderes de Administração, exercita ativi- metem a regime jurídico próprio das empresas
dade pública ou de utilidade pública, agindo por outor- privadas.
ga ou por delegação. b) Os salários de empregados de empresas públi-
d) Delegação de Competência - visa assegurar maior cas e sociedades de economia mista que não re-
rapidez e objetividade às decisões, situando-as na pro- cebam recursos orçamentários dos entes federa-
ximidade dos fatos, pessoas ou problemas a atender. dos para pagamento de despesas de pessoal ou
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de custeio em geral não se submetem ao teto de c) as organizações sindicais.
remuneração constitucional fixado pela EC n.º 20/98. d) os chamados serviços sociais autônomos (Senai,
c) A EC n.º 20/98 prevê a impossibilidade de acumu- Senac etc).
lação de proventos de aposentadoria de servidor e) os partidos políticos.
público civil ou militar com remuneração decorrente
da ocupação de cargo, emprego ou função públi- 07. (ESAF/AGU/98) As autarquias e as empresas pú-
ca, ressalvadas as hipóteses de cargos acumulá- blicas, como integrantes da Administração Fede-
veis na forma da Constituição, os cargos eletivos ral Indireta, equiparam-se entre si pelo fato de que
e os cargos em comissão declarados em lei de ambas são:
livre nomeação e exoneração, devendo todos os a) pessoas administrativas, com personalidade jurí-
que estiverem em desacordo com essa regra op- dica própria.
tar pelos proventos de aposentadoria ou pela re- b) pessoas administrativas, sem personalidade jurí-
muneração do cargo. dica própria.
d) A autonomia gerencial orçamentária e financeira c) pessoas jurídicas de direito público interno.
das entidades da administração indireta poderá d) pessoas jurídicas de direito privado.
ser ampliada mediante contrato de gestão, a ser e) pessoas ou entidades políticas estatais.
fixado entre seus administradores e o poder públi-
co que tenha por objeto a fixação de metas de de- 08. (ESAF/ASSISTENTE JURÍDICO/AGU/99) A Adminis-
sempenho para a entidade, sendo descabido fa- tração Pública, em sentido objetivo, no exercício
lar em contrato de gestão assinado por órgãos da função administrativa, engloba as seguintes
públicos, uma vez que estes últimos não têm per- atividades, exceto:
sonalidade jurídica. a) polícia administrativa.
e) A administração pública brasileira tomada em acep- b) serviço público.
ção subjetiva, de acordo com a letra do Decreto-lei c) elaboração legislativa, com caráter inovador.
n. º 200/67, não engloba os serviços sociais autô- d) fomento a atividades privadas de interesse público.
nomos. e) intervenção no domínio público.
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e) O ordenamento jurídico não veda que um empre- d) o patrimônio, a renda e os serviços das autarqui-
gado de uma sociedade de economia mista seja, as estão sempre protegidos pela imunidade tribu-
concomitantemente, empregado de uma socieda- tária, prevista no texto constitucional vigente. As
de comercial. sociedades de economia mista e as empresas
sujeitam-se ao regime jurídico próprio da empre-
12. (ESAF/AUDITOR FORTALEZA/98) - Aplicam-se às sas privadas, inclusive quanto às obrigações tra-
fundações públicas, de natureza autárquica, as balhistas e tributárias.
seguintes prerrogativas, exceto: e) as empresas públicas podem adotar qualquer for-
a) impenhorabilidade de seu patrimônio. ma societária, entre as admitidas em direito, en-
b) privilégios de natureza processual, típicos da Fa- quanto as sociedades de economia mista terão,
zenda Pública. obrigatoriamente, a forma de sociedade anônima.
c) natureza administrativa de seus contratos
d) regime jurídico estatutário de seus servidores 16. (ESAF/PFN/98) - Sobre os conceitos de Adminis-
e) autonomia para legislar, inclusive mediante regras tração Pública, é correto afirmar:
com novidade jurídica. a) em seu sentido material, a Administração Pública
manifesta-se exclusivamente no Poder Executivo.
13. (ESAF/COMEX/98) - Tratando-se de Administração b) o conjunto de órgãos e entidades integrantes da
Pública, assinale a afirmativa falsa. Administração é compreendido no conceito funci-
a) A autarquia pode exercer poder de polícia admi- onal de Administração Pública.
nistrativa. c) administração Pública, em seu sentido objetivo,
b) A criação de empresa pública depende de lei auto- não se manifesta no Poder Legislativo.
rizativa, mas sua personalidade advém do regis- d) no sentido orgânico, Administração Pública con-
tro competente. funde-se com a atividade administrativa.
c) O órgão público decorre do fenômeno da descen- e) a Administração Pública, materialmente, expres-
tralização. sa uma das funções tripartites do Estado.
d) As fundações públicas devem ter por objeto ativi-
dades de natureza social ou científica. 17. (ESAF/PFN/98) - Quanto às empresas estatais é
e) Os bens das autarquias não estão sujeitos a pe- incorreto afirmar:
nhora. a) o regime de pessoal da empresa pública é o da
Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT
14. (ESAF/FISCAL TRABALHO/98) - O contexto de Ad- b) a sociedade de economia mista não pode usufruir
ministração Pública, que a Constituição Federal privilégios fiscais não extensíveis ao setor privado.
subordina à observância dos princípios fundamen- c) o patrimônio da empresa pública e o da socieda-
tais de legalidade, impessoalidade, moralidade e de de economia mista têm a mesma natureza jurí-
publicidade (é): dica.
a) abrange órgãos e entidades dos Três Poderes das d) a empresa pública pode adotar qualquer forma ju-
áreas federal, estadual, distrital e municipal. rídica admitida em Direito.
b) abrange só os órgãos públicos da estrutura da e) a composição do capital é a única diferença entre
União, dos Estados e dos Municípios. empresa pública e sociedade de economia mista.
c) restrito ao âmbito federal.
d) restrito aos Poderes Executivos federal, estadual
e municipal.
e) restrito ao Poder Executivo Federal.
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ÓRGÃOS PÚBLICOS
1. Conceito Exemplos: Ministérios; Secretarias de Estado e de
Município; Consultoria-Geral da República.
São centros de competência administrativa, instituí-
dos para o desempenho de funções estatais, através c) Órgãos superiores - são os que detêm poder de
de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa direção, controle, decisão e comando, mas sempre
jurídica a que pertencem. sujeitos à subordinação e ao controle hierárquico de
uma chefia. Pertencem aos órgãos independentes ou
2. Teoria do Órgão Público aos autônomos e não gozam de autonomia adminis-
trativa nem financeira.
Considerando que o Estado é pessoa jurídica e que, Exemplos: Departamentos; Coordenadorias; Divi-
como tal, não dispõe de vontade própria, ele atua sem- sões; Gabinetes; Inspetorias.
pre por meio de pessoas físicas, que são os agentes
públicos. Essa teoria ainda está em formação entre os d) Órgãos subalternos - são os que se acham subordi-
doutrinadores, que a diversificam na sua apresenta- nados hierarquicamente a órgãos superiores de deci-
ção, como sendo aquela segundo a qual as pessoas são, exercendo função de execução e realizando servi-
jurídicas expressam a sua vontade através de seus pró- ços de rotina.
prios órgãos, titularizados por seus agentes (pessoas Exemplos: Portarias; Seção de expediente; de mate-
humanas), na forma de sua organização interna. O ór- rial; de pessoal; Zeladoria.
gão é parte integrante do corpo da entidade e, assim,
todas as suas manifestações de vontade são conside- II. Quanto à estrutura:
radas como da própria entidade.
Os órgãos integram a estrutura do Estado e das de- a) Órgãos simples - ou unitários - são os constituídos
mais pessoas jurídicas como partes desse, sem per- por um só centro de atribuições, sem subdivisões in-
sonalidade jurídica nem vontade própria, que são atri- ternas.
butos do corpo e não das partes, mas na área de suas Exemplo: Seções (são integradas a órgãos maiores).
atribuições e nos limites de sua competência funcional
expressam a vontade da entidade a que pertencem e a b) Órgãos compostos - são os que reúnem na sua
vinculam por seus atos, manifestados através de seus estrutura outros órgãos menores, com função principal
agentes. idêntica.
Exemplo: Secretaria da Educação (órgão maior que
A teoria do órgão, na concepção de Hely L. Meirelles, reúne na sua estrutura muitas unidades escolares, ór-
veio substituir as superadas teorias do mandato (con- gãos de pessoal, de material, de transporte etc., ou
sidera o agente como mandatário da pessoa jurídica) e seja, é órgão composto constituído por vários outros
da representação (considera o agente como represen- órgãos que compreendem vários outros, até chegar aos
tante da pessoa), pelas quais se pretendeu explicar órgãos unitários, em que não existem mais divisões).
como se atribuiriam ao Estado e às demais pessoas
jurídicas públicas os atos das pessoas humanas que III. Quanto à atuação funcional (ou quanto à composi-
agissem em seu nome. ção):
3. Classificação dos Órgãos Públicos a) Órgãos singulares - ou unipessoais - são os que
atuam e decidem através de um único agente, que é
Os órgãos públicos se classificam de acordo com seu chefe e representante.
vários critérios, estabelecidos em função das múltiplas Exemplos: Presidência da República, Prefeitura Mu-
atividades governamentais e administrativas, a saber: nicipal, Governadorias dos Estados, Diretoria de uma
escola.
I. Quanto à posição estatal:
b) Órgãos colegiados - ou coletivos - ou pluripessoais
a) Órgãos independentes - são os originários da Cons- - são todos aqueles que atuam e decidem pela mani-
tituição e representativos dos três Poderes do Estado, festação conjunta e majoritária da vontade de seus
sem subordinação hierárquica ou funcional, apenas membros, prevalecendo a decisão da maioria.
sujeitos ao controle constitucional de um Poder pelo Exemplos: Corporações Legislativas; Tribunais; Co-
outro. Suas atribuições são exercidas por agentes polí- missões.
ticos.
Exemplos: Corporações Legislativas, Chefias de Exe-
cutivo; Tribunais Judiciários e os Juízes Singulares;
Ministério Público e Tribunais de Contas.
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Exercícios de Fixação c) expressam apenas a vontade da entidade estatal
a que pertencem, porém executam com total auto-
01. (ESAF/ASSISTENTE JURÍDICO/AGU/99) Pela teo- nomia as suas funções específicas.
ria do órgão, entende-se que a vontade da pessoa d) são unidades autônomas, por isso mesmo dota-
jurídica manifesta-se por meio dos agentes que das de personalidade jurídica própria.
compõem os órgãos de sua estrutura. Por esta e) são órgãos independentes e exercem precipua-
teoria, a vinculação da vontade órgão e agente se mente funções políticas.
dá mediante:
a) representação. 08. O Tribunal de Contas do Distrito Federal pode ser
b) usurpação. classificado como órgão:
c) mandato. a) autônomo.
d) delegação. b) independente.
e) imputação. c) superior.
d) subalterno.
02. (ESAF/ASSISTENTE JURÍDICO/AGU/99) São ór- e) singular.
gãos da Administração Pública, sem personalida-
de jurídica, exceto: 09. Os Ministérios são órgãos:
a) Departamento de Polícia Federal. a) independentes.
b) Estado Maior das Forças Armadas. b) superiores.
c) Imprensa Nacional. c) subalternos.
d) Escola Nacional de Administração Pública. d) singulares.
e) Conselho Monetário Nacional. e) autônomos.
03. (ESAF/PFN/98) - O órgão administrativo tem as 10. No que se refere à relação entre órgão público e
seguintes características, exceto: agente público, o direito brasileiro adota a teoria:
a) competência. a) da representação.
b) personalidade jurídica. b) da legalidade.
c) estrutura. c) do mandato.
d) quadro de servidores. d) do órgão.
e) poderes funcionais. e) da impessoalidade.
04. As unidades que agem pelo Estado, nos limites para 11. Assinale a alternativa correta:
os quais foram criados por lei, denominam-se: a) Os órgãos superiores são os de direção e contro-
a) cargos públicos. le sujeitos ao controle hierárquico, sem autono-
b) agentes públicos. mia administrativa e financeira.
c) órgãos públicos. b) Os órgãos subalternos são os originários da Cons-
d) poderes do Estado. tituição, sem qualquer subordinação hierárquica.
c) Os órgãos subalternos possuem capacidade ad-
05. (AFTN-96) As seguintes afirmativas sobre órgão ministrativa, técnica e financeira.
público são corretas, exceto: d) Os órgãos singulares são as autarquias e as so-
a) Integra a estrutura de uma pessoa jurídica. ciedades de economia mista.
b) Possui patrimônio próprio. e) Os órgãos públicos confundem-se com a pessoa
c) Pode expressar capacidade judiciária. jurídica que representam.
d) Não possui personalidade jurídica.
e) Apresenta competência própria.
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AGENTES PÚBLICOS
1. Conceitos Agentes Honoríficos
São cidadãos convocados, designados ou nomea-
São todas as pessoas físicas incumbidas, definitiva dos para prestar, transitoriamente, determinados servi-
ou transitoriamente, do exercício de alguma função es- ços ao Estado, em razão de sua condição cívica, de sua
tatal. São todos aqueles que, de alguma forma, pres- honorabilidade ou de sua notória capacidade profissi-
tam um serviço público. Dividem-se em: onal, mas sem qualquer vínculo empregatício ou esta-
tutário e, normalmente, sem remuneração. Tais servi-
Agentes Políticos ços constituem o chamado múnus público, como, por exem-
São aqueles que ocupam os primeiros escalões do plo, jurado, mesário eleitoral, etc.
governo, investidos em cargos, funções, mandatos ou
comissões, por nomeação, eleição, designação ou Agentes Delegados
delegação para o exercício de atribuições constitucio- São particulares que recebem a incumbência da exe-
nais. Desempenham atribuições estabelecidas na cução de determinada atividade, obra ou serviço públi-
Constituição e em leis especiais, não são servidores co, e o realizam em nome próprio, por sua conta e risco,
públicos e, portanto, não se sujeitam a um regime jurí- mas segundo as normas do Estado e sob a permanen-
dico. São as autoridades públicas e supremas do Go- te fiscalização do delegante. Esses agentes não são
verno e da Administração na área de sua atuação, pois servidores públicos, nem honoríficos, nem representan-
não estão hierarquizadas, sujeitando-se apenas aos tes do Estado. Nessa categoria encontram-se os con-
graus e limites constitucionais e legais de jurisdição. cessionários e permissionários de obras e serviços
Ex: Chefes do Executivo e seus auxiliares imediatos, públicos, os serventuários de ofícios ou cartórios não
membros das Corporações Legislativas, membros do estatizados, os leiloeiros, os tradutores e intérpretes
Poder Judiciário, do Ministério Público, dos Tribunais públicos, as demais pessoas que recebem delega-
de Contas, os representantes diplomáticos etc. ção para a prática de alguma atividade estatal ou ser-
viço de interesse coletivo.
Agentes Administrativos
São todos aqueles que se vinculam ao Estado ou às Agentes Credenciados
suas entidades autárquicas e fundacionais por rela- São particulares que recebem a incumbência da
ções profissionais, sujeitos à hierarquia funcional e ao execução de determinada atividade, porém por conta
regime jurídico único da entidade estatal a que servem. e risco da própria administração pública. Exemplo:
São investidos a título de emprego e com retribuição advogado credenciado para contencioso internacional
pecuniária, incluindo-se nessa categoria os dirigentes que envolva a Petrobrás.
de entidades paraestatais. São unicamente servidores
públicos, com maior ou menor hierarquia, sujeitos a
um regime jurídico e a hierarquia funcional.
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