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Pomadas para pele podem causar

alergia em crianças
Médicos alertam para uso sem orientação profissional e por
períodos longos

Antibióticos e antialérgicos de uso tópico aumentam as


chances de reações alérgicas quando aplicados durante vários
dias consecutivos

RACHEL BOTELHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Sem conhecer os riscos, muitos pais recorrem corriqueiramente a


pomadas para a pele, como Caladryl, Nebacetin e Therasona, sem
orientação médica e durante um período prolongado. Esse uso
indiscriminado pode causar alergias, alertam especialistas.
"A pessoa traz o filho com uma patologia de pele, eu prescrevo a
pomada, e ela se torna parte do seu arsenal terapêutico. Quando a
criança apresenta qualquer lesão ou ferida, ela aplica a pomada",
diz o pediatra Evandro Roberto Baldacci, do Instituto da Criança do
Hospital das Clínicas de São Paulo.

O que muitos pais desconhecem é que os antialérgicos tópicos,


como Caladryl, não são indicados nem para crianças mais velhas.
"Há um consenso entre alergistas, dermatologistas e pediatras de
que substâncias anti-histamínicas [como os antialérgicos também
são chamados] podem criar uma sensibilidade ao produto com o
tempo, o que pode fazer com que as crianças desenvolvam alergia
a antialérgicos, inclusive os ministrados por via oral", diz Rubens
Marcelo Souza Leite, presidente do Departamento de Dermatologia
da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Segundo Souza Leite, antibióticos e antialérgicos de uso tópico


aumentam as chances de o paciente desenvolver reações alérgicas
quando aplicados por mais de cinco dias. "Elas aparecem na pele,
mas, se a pessoa tiver histórico de alergia respiratória, podem
desencadear crise de rinite ou asma." Antibióticos de uso local,
como Nebacetin, podem ainda irritar a pele. "Por isso, também não
são recomendados até a pré-adolescência, enquanto o sistema de
defesa ainda está sendo criado. Na verdade, não recomendamos o
uso nem em adultos", diz Souza Leite.

A coordenadora do Ambulatório de Dermatopediatria da Faculdade


de Ciências Médicas da Unicamp, Maria Beatriz Taube, também é
contra o uso de Caladryl, mas defende o Nebacetin. Para ela, o
produto pode ser aplicado até em bebês, a critério médico, desde
que a pele esteja inflamada. "Se a criança não tiver inflamação, a
pomada altera a flora de microrganismos presente em situações
normais na pele, levando a uma infecção por fungo", diz.

De mãe para filha


A comerciante Vanessa Figueiredo Romão, 29, recorre ao
medicamento sempre que a filha Maria Luísa, 3, é picada por
insetos ou fica "empipocada". "Nunca ouvi falar de reação. Minha
avó e minha mãe passavam em mim, então acabo passando nela",
afirma.

No caso dos corticóides, como Therasona, o problema está no uso


inadequado, sem acompanhamento médico e por período
indeterminado -combinação que favorece lesões. Segundo Evandro
Roberto Baldacci, do HC, o uso de qualquer pomada por mais de
cinco dias é considerado prolongado. "Às vezes, recebo pacientes
que estão passando há mais de um mês", diz. Assim como nos
EUA, esses medicamentos são vendidos sem receita no Brasil.

Outro lado
Eli Lakryc, diretor médico da Johnson & Johnson, fabricante de
Caladryl, afirma que desconhece estudos clínicos que relacionem o
uso de anti-histamínico tópico com aumento de intolerância ao
medicamento ou com processos alérgicos no futuro. Segundo ele,
Caladryl é contra-indicado para crianças menores de dois anos e
não deve ser usado por mais de sete dias sem orientação médica.
"Usado de acordo com a indicação de bula, é seguro." A Nycomed
Pharma, fabricante de Nebacetin, afirma que as reações alérgicas
locais podem ocorrer em 1,5% dos pacientes, como descrito na
bula.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/saude/sd1212200801.htm

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Cuidado com os medicamentos sintéticos!
Existem opções seguras na medicina homeopática, e outras
modalidades terapêuticas, como a fitoterapia, a medicina
ortomolecular, medicina tradicional chinesa, medicina ayurvédica
etc... para se ter saúde e qualidade de vida. Não agrida o seu
organismo, não se intoxique, não enfraqueça o seu sistema
imunológico tomando antibióticos de maneira indiscriminada...
Informe-se!

HOMEOPATIA

A homeopatia hoje
François Choffat,
É clínico geral, ensina homeopatia na Suiça

“Para saber o que é a homeopatia em nossa época, é preciso


falar de sua extensão e de suas diferentes escolas. Curiosamente,
a Índia é o país do mundo em que há o maior número de
homeopatas. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recenseia
nesse país mais de trinta mil médicos saídos das cinco faculdades
homeopáticas. Existem, além disso, cerca de oitenta mil
homeopatas não-médicos formados também em escolas oficiais, de
algum modo homeopatas de pés descalços. Por que essa
predileção da Índia? Sem dúvida porque a cultura tradicional não-
dualista não rejeitou esse enxerto colonial. O fenômeno foi facilitado
pelo elevado nível de alfabetização, com o inglês como único laço
lingüístico entre todas as etnias. Todas as obras de homeopatia
foram traduzidas para o inglês, e a Índia é atualmente o primeiro
editor mundial dessa disciplina. Por outro lado, a homeopatia é
barata em suas investigações e prescrições. Pôde-se constatar, em
larga escala, sua eficácia no tratamento do cólera, da varíola, da
febre tifóide ou da difteria.
Historicamente, a homeopatia é primordialmente européia,
francesa, sobretudo pelo número de seus clínicos, e também
britânica; a família real sempre teve um homeopata em sua
cabeceira. Na Alemanha e na Suíça, a medicina antroposófica
emprega medicamentos dinamizados, mas de acordo com um
método que lembra mais a lei das assinaturas do que o princípio
das semelhanças. Todos os países da Europa Ocidental têm suas
escolas. Nos Estados Unidos, a homeopatia praticamente
desapareceu depois de um grande impulso no começo deste
século. Encontram-se escolas importantes na América do Sul, no
México e sobretudo em Buenos Aires.
Infelizmente, não basta arrolar seus clínicos para conhecer a
extensão da homeopatia. Trata-se de uma arte exigente, quase
nunca ensinada e pouco praticada à cabeceira de um doente. O
médico deve formar-se na própria prática, dedicar tempo a ela; as
consultas requerem disponibilidade de espírito e exigem um sentido
clínico aguçado; a rotina mata a homeopatia! É verdade que é
grande a tentação de simplificar, de contentar-se com receitas, de
dar cinco ou dez, de dar vinte medicamentos ao mesmo tempo, ou
então de prescrever misturas inteiramente voltadas “contra tosse”,
“para a bexiga e os rins” etc. O próprio Hahnemann já alertava os
alunos para essa distorção que despreza os princípios de
individualização do paciente e de unicidade do medicamento.
A fabricação dos remédios homeopáticos está ao alcance de toda
pessoa paciente e conscienciosa; não haveria, portanto,
necessidade de licença. E, como o produto final é barato, não
deveria ser possível fazer disso uma indústria farmacêutica
florescente.
Contudo, grandes laboratórios franceses tiveram sucesso em
introduzir a homeopatia no circuito comercial. Eles estão em vias de
tornar-se multinacionais. Seus segredo? Muito simples! Fabricar
remédios não experimentados e promovê-los com um nome-
fantasia, subvencionar “sociedades de medicina natural” e, para
favorecer a extensão da prescrição homeopática assim concebida,
organizar cursos de formação intensiva, graças aos quais dizem ser
possível aprender homeopatia em quinze dias e receitar remédios
para inúmeras doenças! São essas empresas e esses receitadores
que tornam a homeopatia conhecida do grande público hoje, dando
a imagem de uma medicina simplista e pouco eficaz.
Uma experiência pessoal: uma paciente tomava todos os dias, há
seis meses, cerca de quinze medicamentos homeopáticos para
perturbações da menopausa que não “tinham ainda melhorado”.
Sua confiança nessa prescrição só rivalizava com sua paciência.
Como passava férias perto de minha casa, ela veio me ver para
renovar sua receita. Eu lhe propus um tratamento mais clássico,
com uma única ingestão do produto adequado (que não estava em
sua lista). Ela viu suas ondas de calor desaparecerem por um longo
período.
Existem felizmente escolas de homeopatia unicistas, também
denominadas “hahnemanianas”. Pierre Schmidt, em Genebra,
contribuiu muito para valorizar o unicismo na Europa. Ele formou
alunos na França e na Suíça. Tive o privilégio de fazer o curso de
um de seus alunos, o Dr. René Casez. Continuo a aperfeiçoar-me
junto a George Vithoulkas, que supervisiona um centro de
tratamento em Atenas. Ele aperfeiçoou um sistema de ensino por
meio de fitas de vídeo que permite uma formação como “à
cabeceira do paciente”, embora conservando a intimidade
necessária à consulta homeopática. Graças a esse sistema, pode-
se, seguindo as aulas, acompanhar um paciente por várias
consultas e avaliar o efeito da prescrição a longo prazo. Alguns
alunos de Vithoulkas abriram vários centros de ensino e de
tratamento na Europa e na Califórnia. Esse uso judicioso de um
moderno meio de comunicação contribui para rejuvenescer a
homeopatia.
A informática também tem um papel a desempenhar na
classificação, na verificação e nas consultas às matérias médicas,
que não são senão bancos de dados. Os grandes repertórios
podem também ser consultados por computador, oi que, embora
possibilite uma economia de tempo, não dispensa o homeopata da
obrigação de uma formação rigorosa. O desvelamento dos sintomas
homeopáticos é uma arte sutil que exige uma experiência, uma
atenção sensorial e um discernimento de que um computador
nunca poderá nos dispensar.
A grande dificuldade da homeopatia provém do fato de ela não ser
reconhecida oficialmente nos países como uma disciplina médica
genuína. Veremos adiante os obstáculos a esse reconhecimento.
Ela é tolerada, mas não há critérios profissionais estritos. Não existe
consenso entre os homeopatas; eles se agrupam em associações
amiúde rivais, que divergem em termos de suas concepções
fundamentais. Atualmente, a homeopatia parece impulsionada por
uma onda fortuita, fruto da decepção das esperanças colocadas na
medicina convencional.
Outras terapias antigas passam por uma revalorização, e novas
técnicas aparecem na mesma corrente de contestação e de
criatividade. Uma popularização desse tipo favorece o
charlatanismo, que de resto nunca poupou a medicina tampouco.
Mas ela traz muitas esperanças, não podendo a libertação
intelectual que representa surgir senão no âmbito de certa
desordem. Diante de todas as promessas dessas novas terapias,
assim como diante das da medicina, o público deve aprender a
julgar com base nos fatos, e não nas aparências, a experimentar
por si mesmo, a tornar-se adulto em face dos profissionais da
saúde.”
Páginas 44 a 58 do livro: “Homeopatia e Medicina” Um novo debate,
Dr. François Choffat, 326 páginas, Edições Loyola, São Paulo, Brasil,
1996.

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