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Introdução à vida devota - I
Caros amigos da Tradição,
Estivemos em grande dívida desde o inicio deste "Filotéia". Primeiramente, convosco, leitores, pela escassez de textos de espiritualidade, e também - por que não - com São Francisco Sales, cuja bela obra inspirou o nome do blogue.
Reconhecida a nossa falta, tratemos de extingui-la o quanto antes!
Talvez já conheçam o livro Filotéia, de São Francisco Sales. Esta obra tem a particularidade de voltar-se para aqueles que vivem no mundo e não podem levar uma vida diversa das dos outros. Nas palavras do santo:
"Acontece que muitas vezes que estas pessoas, sob o pretexto duma impossibilidade pretensa, nem sequer pensam em aspirar à devoção. Imaginam que, assim como animal algum ousa tocar naquela erva chamada Palma Christi, do mesmo modo pessoa alguma que vive no meio de negócios temporais pode fomentar pretensões à palma da piedade cristã. Mas vou mostrar-lhes que muito se enganam e que a graça é em suas operações ainda muito mais fecunda que a natureza. As madrepérolas são banhadas pelas águas do mar e contudo não são penetradas delas; perto das ilhas de Celidônia existem fontes de água doce no meio do mar; os piranetas voam por entre as chamas sem se queimar;
as almas generosas vivem no mundo sem impregnar-se do seu espírito, acham a doce fonte da devoção no meio das águas amargas das corrupções mundanas sem queimar as asas de santos desejos duma vida virtuosa.”
Certamente não será possível a transcrição de todos os textos da Filotéia, de maneira que, elegeremos um critério para a exposição dos textos aqui no blogue. Por hora, fiquem com o primeiro capítulo:
NATUREZA DA DEVOÇÃO
Aspiras à devoção, Filotéia, porque a fé te ensina ser esta uma virtude sumamente agradável à Majestade divina. Mas como os pequenos erros em que se cai ao iniciar uma empresa vão crescendo à medida que se progride e ao fim já se avultam de um modo quase irremediável, torna-se absolutamente necessário que antes de tudo procuremos saber o que seja a devoção.
Existe, pois, uma só devoção verdadeira e existem muitas que são vãs e falsas. É mister que saiba discernir uma das outras, para que não te deixes enganar e não te dês a exercícios de uma devoção tola e supersticiosa.
Um pintor por nome Aurélio, ao debuxar seus painéis, costumava desenhar neles aquelas mulheres a quem consagrava estima e apreço. É este um emblema de como cada um se afigura e traça a devoção, empregando as cores que sugerem as suas paixões e inclinações. Quem é dado ao jejum tem-se na conta de um homem devoto, quando é assíduo em jejuar, embora fomente em seu coração um ódio oculto; e, ao passo que não ousa umedecer a boca com umas gotas de vinho ou mesmo com um pouco de água, receoso de não observar a virtude da temperança, não se faz escrúpulos de sorver em largos haustos tudo o que lhe ensinuam a murmuração e a calúnia, insaciável do sangue do próximo. Uma mulher que recita diariamente um acervo de orações se considerará devota, por causa desses exercícios, ainda que, fora deles, tanto em casa como alhures, desmande a língua em palavras coléricas, arrogantes e injuriosas. Este alarga cordões da bolsa pela sua consideração com os pobres, mas cerra o coração ao amor ao próximo, a quem não quer perdoar. Aquele perdoa ao inimigo, mas satisfazer as dívidas é o que não faz sem ser obrigado à força. Todas estas pessoas têm-se por muito devotas e são talvez tidas no mundo como tais, conquanto realmente de modo algum o sejam.
Indo os soldados de Saul à casa de Davi, para, prende-lo, entreteve-os em conversa Micol, sua esposa, para ocultar-lhes a sua fuga; mandou meter num leito uma estátua coberta com as roupas de Davi e com a cabeça envolta em pelos. Feito isso,disse aos soldados que o esposo estava enfermo e que presentemente estava dormindo. É esse o erro que muitos que aparentam um exterior muito devoto e são tidos por homens realmente espirituais, mas que, na verdade, não passam de uns fantasmas de devoção.
A verdadeira de
Titolo originale
Filotéia (Introdução à Vida Devota) - São Francisco de Sales
Introdução à vida devota - I
Caros amigos da Tradição,
Estivemos em grande dívida desde o inicio deste "Filotéia". Primeiramente, convosco, leitores, pela escassez de textos de espiritualidade, e também - por que não - com São Francisco Sales, cuja bela obra inspirou o nome do blogue.
Reconhecida a nossa falta, tratemos de extingui-la o quanto antes!
Talvez já conheçam o livro Filotéia, de São Francisco Sales. Esta obra tem a particularidade de voltar-se para aqueles que vivem no mundo e não podem levar uma vida diversa das dos outros. Nas palavras do santo:
"Acontece que muitas vezes que estas pessoas, sob o pretexto duma impossibilidade pretensa, nem sequer pensam em aspirar à devoção. Imaginam que, assim como animal algum ousa tocar naquela erva chamada Palma Christi, do mesmo modo pessoa alguma que vive no meio de negócios temporais pode fomentar pretensões à palma da piedade cristã. Mas vou mostrar-lhes que muito se enganam e que a graça é em suas operações ainda muito mais fecunda que a natureza. As madrepérolas são banhadas pelas águas do mar e contudo não são penetradas delas; perto das ilhas de Celidônia existem fontes de água doce no meio do mar; os piranetas voam por entre as chamas sem se queimar;
as almas generosas vivem no mundo sem impregnar-se do seu espírito, acham a doce fonte da devoção no meio das águas amargas das corrupções mundanas sem queimar as asas de santos desejos duma vida virtuosa.”
Certamente não será possível a transcrição de todos os textos da Filotéia, de maneira que, elegeremos um critério para a exposição dos textos aqui no blogue. Por hora, fiquem com o primeiro capítulo:
NATUREZA DA DEVOÇÃO
Aspiras à devoção, Filotéia, porque a fé te ensina ser esta uma virtude sumamente agradável à Majestade divina. Mas como os pequenos erros em que se cai ao iniciar uma empresa vão crescendo à medida que se progride e ao fim já se avultam de um modo quase irremediável, torna-se absolutamente necessário que antes de tudo procuremos saber o que seja a devoção.
Existe, pois, uma só devoção verdadeira e existem muitas que são vãs e falsas. É mister que saiba discernir uma das outras, para que não te deixes enganar e não te dês a exercícios de uma devoção tola e supersticiosa.
Um pintor por nome Aurélio, ao debuxar seus painéis, costumava desenhar neles aquelas mulheres a quem consagrava estima e apreço. É este um emblema de como cada um se afigura e traça a devoção, empregando as cores que sugerem as suas paixões e inclinações. Quem é dado ao jejum tem-se na conta de um homem devoto, quando é assíduo em jejuar, embora fomente em seu coração um ódio oculto; e, ao passo que não ousa umedecer a boca com umas gotas de vinho ou mesmo com um pouco de água, receoso de não observar a virtude da temperança, não se faz escrúpulos de sorver em largos haustos tudo o que lhe ensinuam a murmuração e a calúnia, insaciável do sangue do próximo. Uma mulher que recita diariamente um acervo de orações se considerará devota, por causa desses exercícios, ainda que, fora deles, tanto em casa como alhures, desmande a língua em palavras coléricas, arrogantes e injuriosas. Este alarga cordões da bolsa pela sua consideração com os pobres, mas cerra o coração ao amor ao próximo, a quem não quer perdoar. Aquele perdoa ao inimigo, mas satisfazer as dívidas é o que não faz sem ser obrigado à força. Todas estas pessoas têm-se por muito devotas e são talvez tidas no mundo como tais, conquanto realmente de modo algum o sejam.
Indo os soldados de Saul à casa de Davi, para, prende-lo, entreteve-os em conversa Micol, sua esposa, para ocultar-lhes a sua fuga; mandou meter num leito uma estátua coberta com as roupas de Davi e com a cabeça envolta em pelos. Feito isso,disse aos soldados que o esposo estava enfermo e que presentemente estava dormindo. É esse o erro que muitos que aparentam um exterior muito devoto e são tidos por homens realmente espirituais, mas que, na verdade, não passam de uns fantasmas de devoção.
A verdadeira de
Introdução à vida devota - I
Caros amigos da Tradição,
Estivemos em grande dívida desde o inicio deste "Filotéia". Primeiramente, convosco, leitores, pela escassez de textos de espiritualidade, e também - por que não - com São Francisco Sales, cuja bela obra inspirou o nome do blogue.
Reconhecida a nossa falta, tratemos de extingui-la o quanto antes!
Talvez já conheçam o livro Filotéia, de São Francisco Sales. Esta obra tem a particularidade de voltar-se para aqueles que vivem no mundo e não podem levar uma vida diversa das dos outros. Nas palavras do santo:
"Acontece que muitas vezes que estas pessoas, sob o pretexto duma impossibilidade pretensa, nem sequer pensam em aspirar à devoção. Imaginam que, assim como animal algum ousa tocar naquela erva chamada Palma Christi, do mesmo modo pessoa alguma que vive no meio de negócios temporais pode fomentar pretensões à palma da piedade cristã. Mas vou mostrar-lhes que muito se enganam e que a graça é em suas operações ainda muito mais fecunda que a natureza. As madrepérolas são banhadas pelas águas do mar e contudo não são penetradas delas; perto das ilhas de Celidônia existem fontes de água doce no meio do mar; os piranetas voam por entre as chamas sem se queimar;
as almas generosas vivem no mundo sem impregnar-se do seu espírito, acham a doce fonte da devoção no meio das águas amargas das corrupções mundanas sem queimar as asas de santos desejos duma vida virtuosa.”
Certamente não será possível a transcrição de todos os textos da Filotéia, de maneira que, elegeremos um critério para a exposição dos textos aqui no blogue. Por hora, fiquem com o primeiro capítulo:
NATUREZA DA DEVOÇÃO
Aspiras à devoção, Filotéia, porque a fé te ensina ser esta uma virtude sumamente agradável à Majestade divina. Mas como os pequenos erros em que se cai ao iniciar uma empresa vão crescendo à medida que se progride e ao fim já se avultam de um modo quase irremediável, torna-se absolutamente necessário que antes de tudo procuremos saber o que seja a devoção.
Existe, pois, uma só devoção verdadeira e existem muitas que são vãs e falsas. É mister que saiba discernir uma das outras, para que não te deixes enganar e não te dês a exercícios de uma devoção tola e supersticiosa.
Um pintor por nome Aurélio, ao debuxar seus painéis, costumava desenhar neles aquelas mulheres a quem consagrava estima e apreço. É este um emblema de como cada um se afigura e traça a devoção, empregando as cores que sugerem as suas paixões e inclinações. Quem é dado ao jejum tem-se na conta de um homem devoto, quando é assíduo em jejuar, embora fomente em seu coração um ódio oculto; e, ao passo que não ousa umedecer a boca com umas gotas de vinho ou mesmo com um pouco de água, receoso de não observar a virtude da temperança, não se faz escrúpulos de sorver em largos haustos tudo o que lhe ensinuam a murmuração e a calúnia, insaciável do sangue do próximo. Uma mulher que recita diariamente um acervo de orações se considerará devota, por causa desses exercícios, ainda que, fora deles, tanto em casa como alhures, desmande a língua em palavras coléricas, arrogantes e injuriosas. Este alarga cordões da bolsa pela sua consideração com os pobres, mas cerra o coração ao amor ao próximo, a quem não quer perdoar. Aquele perdoa ao inimigo, mas satisfazer as dívidas é o que não faz sem ser obrigado à força. Todas estas pessoas têm-se por muito devotas e são talvez tidas no mundo como tais, conquanto realmente de modo algum o sejam.
Indo os soldados de Saul à casa de Davi, para, prende-lo, entreteve-os em conversa Micol, sua esposa, para ocultar-lhes a sua fuga; mandou meter num leito uma estátua coberta com as roupas de Davi e com a cabeça envolta em pelos. Feito isso,disse aos soldados que o esposo estava enfermo e que presentemente estava dormindo. É esse o erro que muitos que aparentam um exterior muito devoto e são tidos por homens realmente espirituais, mas que, na verdade, não passam de uns fantasmas de devoção.
A verdadeira de
O DE SALES
ne de Genebra
S. FRANCI
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FILOTEIA
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Introdugao 4 Vida Devota
| FREI JOAO JOSE P. DE CASTRO, 0. F. M.
Vir EDIGAO
1958
EDITORA, VOZES LIMITADA, PETROPOLIS, R. J,
RIO DE JANEIRO — SKQ PAULO
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OS DIREITOS RESERVADOS
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Francisco de Sales, que em si
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a estudos sérios
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se até por um voto perpétao
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pais que contr
ndo de nobre familia,
hoje Franca,
anos o jovert Francisco passow a feliz ado
Até aos 17
S6 entao é que
foi cursar as aulas do colégio de Annecy.
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puro e jntacto
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a sui
to esméro e
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de vontade, &ntregou-
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vida.
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1999799992999 997999999993999393393933399910 Filotéia :
reita de honrarias e dignidades no mundo, Fran+
cisco, porém, j4 tinha decidido dedicar-se ao es-
tado ‘eclesidstico e viver imicamente para Deus, 0
tinico objeto de sew amor. Inquebrantével neste
propésito, apesar de t6das as contradigées do pai
e parentes, dominou tédas as dificuldades, e aos
18 de dezembro de 1593 recebeu o Sacerdécio
das maos do bispo de Genebra, Dom Claudio
Granier,
Entre os muitos trabalhos que assumiu em sua
atividade de padre, merecem especial mencao: a
reconciliagao dos habitantes de Chablas com a
Igreja ¢ A sua viagem a Paris, onde pregou os
sermaes quaresmais,
Falecendo em breve o bispo_D. Granier, todos
os olhos se volveram para Francisco, como _o
seu mais digno sucessor; e 0 Papa, que nao
ignorava gs herdicas virfudes do zeloso sacer-
dote, néo'duvidou um instante em dar 0 con-
sentimento,
Em 1602, depois de umi retiro espiritual de 20
dias, Francisco foi sagrado bispo de Genebra,
diocese essa que se tornou até a sua morte a are-
na de muitas lutas e trabaihos em prol das ove-
thas do rebanho de Cristo. A custa de muita ab-
negagao tornava-se tudo para todos, a fim de ga-
nhar a todos para Jesus Cristo. Uma caridade
santa e sempre igual, que se manifestava prin
cipalmente para com’ os clérigos subalternos e
para com os pobres e desamparados, uma hu-
mildade e uma simplicidade de coracao inexcedi-
veis, uma mansidao e paciéncia inalteraveis em
todas as vicissitudes da vida — cis ai os seus
tragos mais caracteristicos. A Congregacdo das
8. Francisco un
Visitan por éle juntamente com
Santa Francisca de Chantal, sua filha espiritual,
é um monumento perene de seu espirito belis-
simo e de seu coracio todo terno e compassivo.
A sua vida, tao cheia de trabalhos, foi rela-
tivamente curta, Aos 55 anos de idadé ja entre-
gava a alma nas m4os do Criador, de seu Deus,
linico objeto de seu amor, aos 28 de dezembro
de 1622, Canonizado em ‘1665, pelo Papa Ale-
xandre VII, e Pio IX, em 1877, acedendo ao pe-
dido de muitos bispos, elevou-o a dignidade de
Doutor da Igreja. Em 1923, foi deciarado por
Pio XI Padrociro da Boa Imprensa e dos jor-
nalistas catdlicos.
Obras. — No meio de_suas_miltiplas e impor-
tantissimas ocupacées, Sao Francisco de Sales
achou, entretanto, tempo bastante para uma gran-
de e’ preciosissima atividade literaria, exarando
excelentes obras de ascética crist4, que primam
principalmente pela suavidade, solidez, simplici-
dade e uma sublime elevacdo de espirito.
Eis aqui as principais:
1. Filote
» ou Introducéo A vida devota.
2. Teotimo ou Tratado do amor de Deus.
3. Controvérsias.
Instrugdes as Inmas da Visitacao.
Cartas (cérea de 2,000).
Para a apreciacio dessas_ obras, limitamo-nos
aqui a transcrever alguns textos de insignes au-
tores que néo acham palavras para encomi
condignamente: