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Iulius Exclusus:

O relato abaixo tirado do meu Livro de História de William Durant, História das
Civilizações, Vol. V (A Renascença), pág. 234-237 não pude deixar de lembrar a citação
de II Tessalonicenses 2:3-4. É incrível o poder que alguns papas (Os quais deveriam ser
os Representantes de Deus na Terra, sucessores da Cadeira de Pedro, os chefes
supremos da Igreja de Cristo na Terra) angariaram para si, fica difícil imaginar que não
houve uma Apostasia durante a Idade Média.
Para não ser tão crítico e mais imparcial com nossos irmãos Católicos, devemos
lembrar que foi este mesmo Júlio II quem financiou Miguelangelo e Rafael, os grandes
artistas da Renascença. O texto pode denotar toda a indisposição crítica de Erasmo
contra o poder do papas em seu tempo.
Leiam o texto abaixo e tirem suas próprias conclusões:
Em 1513, o papa Julio II faleceu. Apareceu em toda a Europa uma sátira,
provavelmente escrita por Erasmo de Roterdan (cônego agostiniano), o qual
temendo por sua vida negou veementemente sua autoria. Contudo, seus amigos
mais próximos acabaram classificando a obra como de sua autoria.

Iulius Exclusus:

O papa-guerreiro morto encontra as portas do paraíso fechadas para ele por um


teimoso São Pedro.

Júlio: Basta. Sou Júlio o ligurino, P.M.

Pedro: P.M.! Que é isso? Pestis máxima?

J: Pontifex Maximus, “seu” velhaco.

P: Se você é três vezes Maximus...não poderá entrar aqui se não for também
Optimus.

J: Impertinência! Você não foi mais do que Sanctus em todas estas eras – e eu
Sanctissimus, Sanctissimus Dominus, Sanctitas, a própria Santidade, com bulas para
prová-lo.

P: Não há diferença entre ser santo e ser chamado Santo?...Deixe-me olhar um


pouco mais de perto. Hum! Sinais de impiedade em abundância....Batina de padre, mas
armadura ensangüentada por baixo; olhos ferozes, boca insolente, testa impenetrável,
corpo cheio de cicatrizes de pecados, hálito carregado de vinho, saúde esgotada pela
libertinagem. Ai, ameace quanto quiser, vou dizer-lhe quem é...É Júlio, o Imperador que
voltou do inferno....

J: Pare, senão eu o excomungo....

P: Excomungar-me? Com que direito, gostaria de saber?


J: O melhor dos direitos. Você não passa de um padre, talvez nem isso – não
pode consagrar. Abra, estou dizendo!

P: Tem de mostrar seus méritos primeiro....

J: Que quer dizer por méritos?

P: Ensinou a verdadeira doutrina?

J: Eu não. Estive ocupado demais com a guerra. Há monges para cuidar da


doutrina, se isso tem alguma importância.

P: Ganhou almas para Cristo pelo simples exemplo?

J: Mandei bom número delas para o Tártaro.

P: Fez algum milagre?

J: Psiu! Os milagres estão fora de moda.

P: Foi aplicado em suas orações?

J: O invencível Júlio não devia responder a um pescador miserável. Todavia, vai


saber quem eu sou e o que sou. Primeiro, sou ligurino, e não judeu como você. Minha
mãe era irmã do grande Papa Sisto IV. O papa me fez um homem rico com o dinheiro
da Igreja. Tornei-me cardeal. Tive meus infortúnios. Tive a doença francesa (sífilis). Fui
exilado, expulso de meu país, mas sempre soube que chegaria a ser papa....Consegui,
em parte com o auxílio francês, em parte com o dinheiro que pedi emprestado a juros,
em parte com promessas. Creso não poderia ter fornecido todo o dinheiro que eu queria.
Os banqueiros o informarão a respeito. Mas eu triunfei....E fiz mais pela Igreja e por
Cristo do que qualquer papa antes de mim.

P: Que foi que você fez?

J: Aumentei as rendas. Inventei novos ofícios e os vendi....Cunhei novamente a


moeda e acumulei grandes somas por esse meio. Nada se pode fazer sem dinheiro. Em
seguida anexei Bologna à Santa Sé....Pus em luta todos os príncipes da Europa. Rasguei
tratados, e mantive grandes exércitos no campo de luta. Cobri Roma de palácios; e
deixei cinco milhões no tesouro atrás de mim...

P: Por que tomou Bologna?

J: Porque queria os rendimentos....

P: E a respeito de Ferrara?

J: O duque era um miserável ingrato. Acusou-me de simonia [Simonia: Para


quem não sabe, refere-se ao pecado de compra/venda de posições ou cargos
eclesiásticos, em refer6encia a Simão, o mago, que ofereceu dinheiro a Pedro e João
para comprar o sacerdócio (Atos 8:9-24)], chamou-me pederasta....Eu queria o ducado
de Ferrara para um filho que tinha, em quem se poderia confiar, que seria fiel à Igreja, e
que acabava de apunhalar o cardeal de Pávia.

P: Como? Papas com esposas e filhos?

J: Esposas? Não, esposas não, mas por que não filhos?...

P: Foi culpado dos crimes de que o acusavam?

J: Isso não vem ao caso....

P: Não haverá meio de remover um mau papa?

J: Absurdo! Quem pode remover a mais alta de todas as autoridades?...Um papa


só pode ser corrigido por um concílio geral, mas nenhum concílio geral poder ser
convocado sem o consentimento do papa....Portanto ele não pode ser deposto por crime
algum.

P: Por assassínio, não?

J: Não, nem mesmo que fosse parricídio.

P: Por adultério, não?

J: Nem por incesto.

P: Nem por simonia?

J: Nem por 600 atos de simonia.

P: Nem por envenenamento?

J: Não, sem por sacrilégio.

P: Nem por todos esses crimes reunidos em uma só pessoa?

J: Acrescente-lhe mais 600, não há força que possa depor o papa.

P: Um privilégio novo para meus sucessores – ser o pior dos homens, e ainda
ficar livre de castigo. Infeliz da Igreja que não pode sacudir um tal monstro dos
ombros....O povo devia insurgir-se de pedras na mão e arrancar os miolos de um patife
desses....Se Satanás precisasse de vigário não poderia encontrar um mais adequado do
que você. Qual a prova que apresentou de ser apóstolo?

J: Não é apostólico ampliar a Igreja de Cristo?...

P: Como foi que você ampliou a Igreja?

J: Enchi Roma de palácios...tropas de criados, exércitos, cargos....


P: A Igreja não tinha nada disso quando foi fundada por Cristo....

J: Está pensando naquele tempo antigo quando se morria de fome como papa,
com um punhado de pobres bispos perseguidos à sua volta. O tempo mudou tudo....Veja
agora nossas igrejas suntuosas....bispos que parecem reis....cardeais luxuosamente
servidos, cavalos e mulas arreadas de ouro e pedrarias e ferrados de ouro e prata. Acima
de tudo, eu, o Supremo Pontífice, carregado sobre os ombros dos soldados em uma
cadeira de ouro, acenando majestosamente a mão a multidões adoradoras. Ouça o ruído
do canhão, as notas das trombetas, o rufar dos tambores. Observe as máquinas militares,
a populaça gritando, as tochas acesas na rua e na praça, e os reis da terra raramente
admitidos a beijar os pés de minha Santidade....Olhe para tudo isso, e diga-me, não é
magnífico?... Está percebendo que pobre bispo miserável você é, comparado a mim?

P: Miserável insolente! A fraude, a usura e a esperteza te fizeram papa....Levei a


Roma gentílica a reconhecer Cristo; tu a tornaste gentílica novamente. Paulo não falou
das cidades que atacou, nas legiões que matou...falou em naufrágios, prisões, desgraças,
aflições; estes foram seus verdadeiros triunfos apostólicos, essas foram as glórias de um
general cristão. Quando se gabava era das almas que resgatara de Satanás, não de sua
pilha de ducados....

J: Tudo isso é novidade para mim.

P: É possível. Com os teus tratados e protocolos, teus exércitos e tuas vitórias,


não tinhas tempo para ler os Evangelhos....Fingias ser cristão, mas não és melhor do que
um turco (grande ofensa ser assim chamado no século XVI!); pensas como um turco, és
licencioso como um turco. Se há alguma diferença, tu és pior....

J: Então não quer abrir o portão?

P: Antes para qualquer outra pessoa do que para gente como tu....

J: Se não ceder tomarei seu lugar à força. Neste momento estão fazendo uma
bela destruição lá embaixo; em breve terei 60,000 fantasmas subordinados a mim.

P: Oh homem miserável! Oh miserável Igreja! Não me surpreende que agora tão


poucos se apresentem aqui pedindo para entrar, quando a Igreja tem tais governantes.
NO entanto deve haver bondade no mundo, também, quando tal poço de iniqüidades
pode ser venerado apenas porque traz o nome de papa. (II Tess. 2:3-4)

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