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SEIS CHAPÉUS PARA PENSAR

Edward de Bono*

O coração do pensamento lateral está na possibilidade de mudar a qualquer momento, passar da própria
posição para a dos outros para observar como é a realidade de um ângulo diferente. É como se todos
olhassem na mesma direção, mas alternadamente.

Tenho uma história que pode explicar isso: um homem pintou a metade de seu carro de preto e a outra
metade de branco. Quando perguntaram por que ele havia feito isso ele respondeu: “parece-me
engraçado, quando houver um acidente vou me divertir vendo as testemunhas se contradizendo nos
tribunais”.

No pensamento lateral, em algum momento, os fragmentos vêm na mesma direção. A tradição ocidental
da argumentação prega que a melhor forma de chegar a uma conclusão é a dialética, ou seja, frente a
uma posição tomada iniciar a argumentação. Supõe-se, então, que a discussão que assim começa serve
para eleger a melhor opção.

Freqüentemente, não obstante, cada interlocutor se enclausura em sua própria opinião e se empenha em
vencer a discussão antes mesmo de fazer uma análise mais profunda do caso. Uma forma de se livrar das
ataduras da discussão clássica é aplicar a técnica dos seis chapéus para pensar, uma para cada maneira
de enfocar a situação.

Branco: o chapéu branco é o chapéu da informação, totalmente neutro. Com ele é necessário deixar de
lado as propostas e as conclusões para se concentrar nos dados que dispomos para analisar a questão,
nos que faltam e como obtê-los. Se as informações não estiverem de acordo entre si, não se discute,
guarda-se tudo em paralelo e abre-se o debate.

Vermelho: o chapéu vermelho representa os sentimentos, as emoções e a intuição. É o fogo, o calor. Nas
questões de negócios, hipoteticamente, esses fatores não intervêm, mas sempre há os que se disfarçam
de “razões” lógicas. Com o chapéu vermelho é possível se expressar com liberdade, sem a necessidade
de dar explicação ou se justificar. Antes das primeiras eleições na África do Sul aplicaram esta técnica nas
reuniões com os chefes de todos os comitês que concordavam com a paz e eram obrigados a lidar com
problemas locais constantemente. Sempre começavam com o chapéu vermelho, pois preferiam que os
envolvidos expressassem seus sentimentos primeiro para depois continuar com a reunião.

Preto: assim como a toga dos juízes, o chapéu preto simboliza a precaução, a avaliação do risco e
também o juízo crítico. É um excelente chapéu, mas pode se converter em perigo se for utilizado em
excesso. Ele evita os erros, previne as decisões irracionais e contribui para a ponderação, ressalta o que
pode e o que não se pode fazer e explica as razões pelas quais a decisão não será proveitosa. É o chapéu
mais usado e, talvez, o de maior utilidade direta, desde que não se caia na cautela excessiva e negativa,
pois se evita os equívocos mas se mata a criatividade.

Amarelo: lógico e positivo, é o chapéu que permite ver o valor e os benefícios das idéias de uma forma
lógica e real. Enquanto o cérebro aceita com naturalidade o chapéu preto, faz um grande esforço para
desenvolver a atitude sensível e os valores do chapéu amarelo. É uma perda de tempo tentar ser criativo
se não é capaz de ver a força das idéias. Este chapéu exige maior esforço que qualquer outro porque os
benefícios nem sempre são óbvios e exigem um trabalho de busca rigoroso.

Verde: o chapéu verde significa crescimento, energia e criatividade. Com ele todos devem ser criativos,
desenvolver novas idéias, buscar alternativas e outras possibilidades não exploradas. Compreende desde
a provocação até o impulso. Não se trata de apenas uma pessoa ser criativa enquanto as demais esperam
para criticá-la; o esforço da criatividade deve ser de todos.
O uso constante desse chapéu, o das “possibilidades”, foi o responsável pelos lucros, há dois mil anos,
de uma das grandes civilizações: a China. A pólvora, o papel e o bronze cresciam aceleradamente e se
tivessem mantido o ritmo teriam levado uma vantagem considerável sobre o mundo ocidental, mas com o
advento do mandarim, os chineses deixaram de pensar nas possibilidades. A roda parou. Acadêmica, a
nova dinastia necessitava mais descrever que desenvolver hipóteses ou arriscar um esquema de
possibilidades.

Azul: é o último dos chapéus e representa a visão global, o firmamento, o controle, a serenidade e a
gerência do pensamento. Ele ajusta o foco, define o problema e forma as questões. Normalmente, quem
o usa é o líder, justamente por ser o responsável pela produtividade do processo de pensamento.

Em uma discussão, você pode pedir a alguém para pôr ou tirar um chapéu de acordo com a pretensão
naquele instante, mas no pensamento lateral, em algum momento, todos utilizam o mesmo chapéu.
Quais os efeitos produzidos? A total aceleração dos processos.
* Edward de Bono é reconhecido internacionalmente como a maior autoridade em Criatividade
e Inovação da atualidade. É o criador de conceitos práticos que têm proporcionado melhorias
significativas na performance de executivos e empresas em todo o mundo como Dupont, 3M,
Citibank, Saatchi & Saatchi e NTT DoCoMo.

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