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Deliberação sobre Exigência de Suspensão do Processo de Avaliação do Desempenho Docente

Os docentes abaixo-assinados da Escola Secundária/3 de Amarante, em reunião geral


extraordinária, realizada a 13 de Novembro de 2008, pelas 17 horas, no auditório do Bloco B,
deliberaram exigir a suspensão do processo de Avaliação do Desempenho Docente.

. Reafirmamos o direito a sermos submetidos a uma avaliação rigorosa.

. Reafirmamos a absoluta necessidade de repensar um modelo de avaliação conducente à


valorização e aperfeiçoamento das práticas docentes, que se reflicta numa melhoria das
aprendizagens dos alunos e na qualidade da Escola Pública.
O modelo anterior de avaliação dos docentes não constituía factor de valorização pessoal e
profissional, o novo modelo instituído pelo Decreto-Regulamentar nº 2/2008, de 10 de Janeiro é
considerado, por nós, arbitrário.

. Este modelo de avaliação foi imposto pela Tutela de forma unilateral e autista a toda uma classe
profissional sem que previamente fosse testado junto dos público-alvo, a saber avaliadores e
avaliados, e sem que fosse disponibilizada formação adequada e suficiente, em tempo útil, a todos
os agentes envolvidos.

. A Escola Secundária/3 de Amarante nas pessoas dos seus docentes, empenhou-se, desde a primeira
hora, em tornar exequível este modelo de Avaliação do Desempenho imposto pelo DR nº 2/2008.

Da experiência da tentativa da sua implementação no terreno resultou que:

1. A excessiva burocracia e complexidade inerente à aplicação deste modelo traduziu-se e traduz-se


num desgaste de energias de todo um corpo docente que, já no primeiro período, se encontra
exausto, desmotivado e muitas vezes à deriva entre ordens contraditórias sobre o que é exigido a
cada um de nós. Deste factor decorre que grande parte do corpo docente desta escola, desde
coordenadores, avaliadores e avaliados, têm cumprido horários que vão muito para além das trinta e
cinco horas semanais. Na tentativa de cumprir o que está legalmente estipulado incorre-se em
ilegalidades laborais.
Este modelo desvirtua a essência e natureza do papel e função fundamentais do docente, com claro
prejuízo para os alunos dado que não dispõem do tempo necessário para a preparação de aulas e
materiais pedagógicos adequados, nem de tempo de reflexão para o repensar de estratégias e
procedimentos, ocupados que andam em reuniões e análises de documentos diversos sobre a sua
própria avaliação e que já sofreram sucessivas alterações.
A implementação deste modelo provoca desconforto entre um corpo docente que pratica a avaliação
entre “ pares”, com avaliados e avaliadores, titulares e não titulares, colocados em situações que
potenciam a conflitualidade na escola. A situação absurda da existência de avaliadores oriundos de
grupos disciplinares que nada têm a ver com os avaliados ou o de avaliadores com formação
científico-pedagógica e académica inferior à dos avaliados.

2. A falta de imparcialidade deste modelo advém do facto do avaliador ser parte interessada na
avaliação. Por outro lado, a existência de quotas para a atribuição da menção de Muito Bom e de
Excelente desvirtua por completo o real mérito dos profissionais que, pelo seu empenho e
dedicação, a mereçam e que podem ser obrigados a ter uma outra menção inferior apenas porque a
quota se encontra já esgotada, não se valorizando assim o mérito profissional dos melhores, o que
entra na mais completa contradição com o anunciado no preâmbulo do diploma que sustenta este
modelo de avaliação, impedindo pois dessa forma o usufruto dos benefícios previstos na lei. E tal
exclui as premissas de justeza e equidade, que uma avaliação credível exige.

3. Este modelo não estimula a prática do trabalho colaborativo e da partilha, potenciando o


individualismo e egoísmo exacerbados.

4. As grelhas de avaliação contemplam parâmetros discriminatórios para os professores que


leccionam disciplinas sujeitas a avaliação externa, esquecendo-se, também, dos professores que
leccionam cursos como por exemplo os EFA.

5. Por outro lado, este corpo docente não aceita a definição de metas e objectivos que não sejam, à
partida, o sucesso de todos os discentes e compromete-se a tudo fazer para o alcançar não aceitando
no entanto ser penalizado por factores que não consegue controlar como sejam as variáveis socio-
afectivo-económicas, com reflexos directos no seu aproveitamento. Não consideram legítimo e
sério subordinar uma parte da sua avaliação ao sucesso dos seus alunos. É análogo à subordinação
da avaliação de um juiz às deliberações de Inocência por ele proferidas face a réus e crimes que ele,
à partida, desconhece por completo.

6. Não aceitando também a definição de metas e objectivos relativamente ao abandono escolar,


reiterando não aceitar ser penalizado pelas políticas seguidas por sucessivos governos que não
resolveram assimetrias gritantes entre realidades sociais, económicas e culturais das populações e
que escapam por completo à sua vontade e responsabilidade.

7. Os professores desta escola não compreendem ser penalizados por um processo de ensino-
aprendizagem que iliba completamente de qualquer responsabilidade todos os demais agentes
envolvidos (Ministério da Educação, encarregados de educação, pais, os próprios alunos).

8. A heterogeneidade de práticas implementadoras deste modelo de avaliação de escola para escola,


fomenta ambiguidades e injustiças. Daí resulta um acréscimo da insatisfação/desmotivação dos
docentes desta escola.

9. Este corpo docente rejeita por completo que as faltas por licença de maternidade, paternidade,
nojo, greve, doença e obrigações legais sejam impeditivas para a atribuição das menções de Muito
Bom e de Excelente, num atropelo completo e absoluto de direitos consignados e protegidos pela
Constituição da República Portuguesa.

Disposições finais
Pelas razões invocadas os professores abaixo-assinados deliberaram exigir a suspensão imediata
deste modelo de avaliação assim como todos os procedimentos para a sua execução.
Solicita-se à Tutela que se abra ao diálogo com os parceiros legalmente constituídos de forma a
encontrarem um modelo consensual, justo e exequível.

Amarante, 13 de Novembro de 2008

Os Docentes

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