Sei sulla pagina 1di 56

Philips

Lighting
Academy

As bases da luz
e da iluminação
2 As bases da luz e da iluminação
Partilhamos conhecimento para edificar o seu
negócio

Este livro é publicado pela Philips Lighting Academy: uma


organização dedicada a partilhar o conhecimento e ferramentas
para o ajudar a encontrar soluções de venda inovadoras.

Para tal, oferecemos-lhe uma gama de cursos de formação.


Todos eles exploram formas de aumentar a produtividade dos
colaboradores ao mesmo tempo que reduz o Custo Total de
Propriedade (TCO - Total Cost of Ownership) de uma instalação
luminotécnica.

O titulo deste livro é “As bases da luz e da iluminação”. Este é


também o titulo e assunto principal do primeiro módulo do curso
Professional. Outros cursos exploram novas normas de iluminação,
questões ambientais e produtos de poupança de energia. Todos os
cursos foram projectados para o ajudar a explicar aos seus clientes
as razões pelas quais uma instalação luminotécnica inovadora, os
irá beneficiar e quanto dinheiro irão poupar a longo prazo.

Para edificar o seu negócio


Disponibilizamos-lhe estes cursos para o ajudar a edificar o seu
negócio. Com o conhecimento e qualificações necessárias para
vender soluções de iluminação de alta qualidade, vai obter maior
rentabilidade. Os custos iniciais para os seus clientes podem ser
ligeiramente superiores, mas em meses, irão poupar dinheiro
através do aumento da eficiência energética e prolongado tempo
de vida da instalação.

Todos ganham: você obtem maior rentabilidade e os seus clientes


ganham em iluminação optimizada e baixos custos a longo prazo.

Desejamos-lhe sucesso.

As bases da luz e da iluminação 3


4 As bases da luz e da iluminação
Conteúdos

6 O que é boa iluminação?

8 Parte A: Luz
10 1. O que é a luz?
12 2. Comportamentos
14 3. Cor
20 4. Fontes
28 5. Fotometrias

30 Parte B: Iluminação 
32 1.Visão
36 2. Qualidade de iluminação
44 3. Sistemas de iluminação
46 4. Luminárias
48 5. Iluminação e o ambiente

52 Acerca da Philips

As bases da luz e da iluminação 5


O que é boa
iluminação?

6 As bases da luz e da iluminação


A iluminação desempenha uma função vital O resultado pode ser inferior ao adequado:
na qualidade das nossas vidas diárias. Nos condições de iluminação pouco optimizadas
escritórios, estabelecimentos de vendas, uma boa e decrescente produtividade e motivação dos
iluminação permite satisfação aos empregados, empregados, levando a um acréscimo de erros e
boa performance, conforto e segurança. Nas falhas ou, pior ainda, acidentes. Um investimento
lojas, galerias e espaços públicos, cria ambientes inicial numa instalação de iluminação propícia
e ajuda a acentuar o ambiente arquitectónico. normalmente recupera-se não só através de
Enquanto que em casa, não só ilumina as tarefas retorno de investimento, como também menores
como constrói uma atmosfera confortável e custos de exploração totais durante o seu tempo
aconchegante onde dá prazer viver. de vida.

A questão do que é efectivamente uma boa Claramente, uma boa iluminação não se faz
iluminação é algo que vem continuamente sozinha. Necessita da avaliação de vários factores
ocupando os designers de iluminação. Requisitos e circunstâncias que diferem de projecto para
básicos como o nível de iluminação, o contraste, projecto. Mas, como parte de um projecto
a distribuição de luz e a restituição cromática totalmente novo ou renovação de um esquema,
são aspectos a ter em consideração para cada para os melhores resultados, é necessária uma
situação em geral e para as actividades que estão planificação e design em cooperação com
a ter lugar naquele espaço em particular. especialistas da área da iluminação.

Mas uma boa iluminação ultrapassa a eficiência Uma boa iluminação é, ao mesmo tempo, uma
e a funcionalidade. Também deve tornar os ciência e uma arte que combina conhecimentos
espaços interiores em que vivemos, trabalhamos de física, engenharia, design, fisiologia e psicologia.
ou simplesmente estamos, agradáveis: frios ou
quentes, profissionais ou de convívio, alegres ou
solenes, ou qualquer combinação entre estes.
Ultimamente, mais e mais valor é atribuido à
influência emocional da iluminação como um
importante factor de concretização de espaços,
afectando o humor, bem estar e saúde.

E não deve ser esquecido o aspecto dos custos. Theo van Deursen
Infelizmente, as instalações de iluminação estão Presidente e Administrador executivo
entre os últimos items a ser considerados da Philips Iluminação
quando se está a elaborar um orçamento para
um projecto, com o resultado de que muitas
vezes são escolhidas alternativas mais baratas
somente para manter o total de despesas dentro
dos limites financeiros.

As bases da luz e da iluminação 7


8 As bases da luz
Parte A: Luz

As bases da luz 9
1. O que é a luz?
A luz é uma forma de energia que se manifesta através de radiação
electromagnética e está directamente interligada com outras formas de
radiação electromagnética tais como ondas de rádio, radar, micro-ondas,
infravermelhos, ultravioletas e raios-x.

Comprimento de onda e cor


A única diferença entre as diversas formas de
radiação é o seu comprimento. Radiação com
um comprimento de onda entre 380 e 780
nanometros* forma a parte visível do espectro
electromagnético, e é, portanto, referida
como luz. O olho interpreta os diferentes
comprimentos de onda dentro desta gama de
cores – passando do vermelho, pelo laranja,
Os arco-iris revelam as cores
verde, azul ao violeta quando o comprimento de
constituintes da luz do dia
onda reduz. Para aquém do vermelho é radiação
infravermelha, que é invisível ao olho mas
detectada através do calor. Os comprimentos
de onda para além do violeta, fim do espectro
de luz visível, são de radiação ultravioleta, que
embora sendo também invisível ao olho humano,
a exposição a esta pode provocar danos na visão
e na pele (como numa queimadura solar). A luz
branca é uma mistura de comprimentos de onda
visíveis, como é demonstrado, por exemplo, por
um prisma que distribui a luz branca pelas suas
Rádio receptores captam
cores constituintes.
ondas electromagnéticas com
comprimentos de onda entre
3cm e 6m

* Um nanometro é um milésimo de um milimetro

10 As bases da luz
Espectro electromagnético
106

105
750
104

103
AM radio 102
700
10
FM radio 1
Televisão 10-1
Radar 10-2 650
Micro ondas 10-3

10-4
Radiação
infravermelha 10-5 600
10-6
Radiação visivel
Radiação ultravioleta 10
-7

10-8
Raios X 550
10-9

10-10

10-11
Raios Gamma 10-12 500

10-13

10-14

10-15 450
Raios Cósmicos 10-16

10-17

10-18
400

metros – m nanometros – nm

A dupla natureza da luz


Descrever a luz como uma onda electromagnética é apenas uma
forma de ver a radiação explicando algumas das suas propriedades,
como a refracção e reflexão. Outras propriedades no entanto
podem apenas ser esclarecidas á luz da teoria quântica. Esta
descreve a luz em termos de partículas de energia indivisíveis,
conhecidas como fotões ou quantuns, que se comportam como
partículas. A teoria quântica explica propriedades como efeitos
fotoeléctricos.

As bases da luz 11
2. Comportamentos
Reflexão Superfícies espelhadas são muito boas para
Quando a luz atinge uma superfície, três dirigir os raios de luz para onde pretendermos.
possibilidades estão em aberto: ou é reflectida, Reflectores espelhados curvos são largamente
absorvida ou transmitida. Muitas vezes a utilizados para focalizar a luz, dispersando-a ou
combinação de dois e até dos três efeitos criando raios perpendiculares ou paralelos, e
ocorrem em simultâneo. A quantidade de luz todos geridos pela lei da reflexão.
reflectida depende do tipo de superfície, ângulo
de incidência e da composição do espectro da luz. Absorção
A reflexão varia de uma pequena percentagem Se a superfície do material não for totalmente
nas superficies escuras como o veludo preto, reflexiva ou se o material não for um perfeito
até 90% para superficies claras como tinta transmissor, parte da luz será absorvida. Ela
branca. A forma como a luz é reflectida também “desaparece” e é basicamente transformada
depende da textura da superfície. Superfícies em calor. A percentagem de luz absorvida por
ásperas difundem a luz, reflectindo-a em todas as uma superfície depende do ângulo de incidência
direcções. Em contraste, superfícies macias como e do comprimento de onda. A madeira é opaca
a superfície das águas paradas ou vidro polido, á luz visível. Alguns materiais são opacos a
reflectem a luz incidente directa, fazendo com algumas frequências de luz, mas transparentes a
que a superfície actue como um espelho. outras. O vidro é opaco à radiação ultravioleta
Um raio de luz a atingir uma superfície espelhada abaixo de um certo comprimento de onda, mas
num ângulo perpendicular será reflectido transparente à luz visível.
para trás no mesmo ângulo do outro lado da
perpendicular. Esta é a bem conhecida lei da Transmissão
reflexão dada por Materiais transparentes transmitem alguma da
ângulo de incidência = ângulo de reflexão luz que atinge a sua superficie, e a percentagem
de luz que é transmitida é conhecida como
transmitância. Materiais de alta transmitância tais
como água límpida ou vidro transmitem quase
toda a luz que não é reflectida. Materiais com
baixa transmitância tal como o papel, transmitem
apenas uma pequena parte desta luz.
αi αr
αr αi

ângulo de incidência = ângulo de reflexão

12 As bases da luz
As cores existentes na cauda dos pavões são causadas
pela interferência da luz e não por pigmentação

Refracção se está a passar é que as diferentes partes do


Se um raio de luz passa de um meio para outro filme de óleo causam diferentes comprimentos
de diferente densidade óptica (e num ângulo de onda na luz branca para interferir e produzir
que não o perpendicular à superficie entre diferentes comprimentos de onda (cores).Várias
os dois meios), o raio será “quebrado”. Este cores são geradas, dependendo da grossura do
comportamento é chamado de refracção e é filme onde a interferência ocorre. Exemplos
causado pela mudança de velocidade da luz semelhantes de interferência são encontrados
quando esta passa entre meios transparentes de quando observamos as bolas de sabão ou a
densidades ópticas diferentes. superficie de um cd.

Interferência
A onda natural de luz também leva a uma
interessante propriedade de interferência. Um
exemplo familiar disto é quando está uma fina
camada de óleo na superficie de uma piscina. Por
vezes o óleo vai aparentar uma paleta de cores
ou arco-iris, quando iluminado pela luz. O que

As bases da luz 13
3. Cor
A cor é a forma através da qual distinguimos destas cores irá produzir todas as outras cores
os diferentes comprimentos de onda de luz. O de luz, incluindo o branco.
assunto da luz é muito complicado, uma vez que
envolve tanto as características do espectro de Portanto:
luz em si, o espectro de reflectância da superficie vermelho + verde = amarelo
iluminada, bem como a percepção do observador. encarnado + azul-violeta = mangenta
verde + azul-violeta = cyan
A cor de uma fonte de luz depende da vermelho + verde + azul-violeta = branco
composição espectral da luz emitida por esta.
A cor aparente de uma superficie reflectora,
por outro lado, é determinada por duas
características: a composição espectral da
luz pela qual é iluminada, e as características
de reflectância espectral da superfície. Uma
superfície colorida é colorida porque reflecte
comprimentos de onda selectivamente. A
reflectância espectral da tinta vermelha, por
exemplo, mostra que reflecte uma grande
percentagem de comprimentos de onda
vermelhos e poucos ou nenhuns dos azuis do As cores amarelo, mangenta e cyan são
fim do espectro. Mas um objecto pintado de chamadas secundárias umas vez que resultam de
vermelho apenas pode aparentar ser vermelho se combinações das cores primárias.
a luz que nele incidir contiver radiação vermelha
suficiente, para que esta possa ser reflectida. Uma televisão a cores é um exemplo de mistura
Mais ainda, esse objecto apresentar-se-á escuro aditiva de cores em que a luz emitida dos
quando iluminado por uma fonte de luz que não fósforos vermelho, verde e azul-violeta no ecrã
contenha radiação vermelha. da televisão combina-se para produzir todas as
cores visíveis e o branco.
Misturar luz de diferentes cores
Quando feixes de luz colorida são misturados,
o resultado será sempre mais brilhante que
as cores individualmente, e se as cores certas
forem misturadas nas intensidades correctas, o
resultado será luz branca. Tal é conhecido como
mistura aditiva de cor. As três cores base da luz
são o vermelho, verde e azul-violeta. Estas são
chamadas as cores primárias e a mistura aditiva

14 As bases da luz
A mistura de cores subtractiva
A mistura de cores subtractiva ocorre por exemplo, quando as tintas são misturadas numa palete. Tal tem sempre
um resultado mais escuro que as cores iniciais e se as cores certas forem misturadas nas proporções correctas, o
resultado será o preto. A mistura de cores subtractiva de qualquer das cores de luz primárias vai sempre produzir
o preto mas a mistura de cores subtractiva das cores de luz secundárias pode produzir outras cores visíveis.

Portanto: amarelo + mangenta = vermelho


amarelo + cyan = verde
mangenta + cyan = azul-violeta
Mas o: amarelo + mangenta + cyan = preto

Um exemplo de mistura subtractiva de cor é o caso das impressoras que utilizam as cores secundárias amarelo,
mangenta e cyan ( e o preto ) para produzir toda a gama de cores impressas. Assim, as impressoras chamam
cores primárias ao amarelo, mangenta e azul cyan.

Diagrama cromático CIE


A representação gráfica da gama de cores
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8
y 1.0 1.0 visíveis pelo olho humano é dada pelo
diagrama cromático CIE*. As cores saturadas
0.9 0.9
vermelho, verde e violeta estão situadas nos
520

530 cantos do triângulo com cores espectrais


0.8 0.8

510
540 intermédias entre elas. Quanto mais nos
0.7 550 0.7
aproximarmos do centro do triângulo, mais
as cores vão ficando claras e diluídas. No
560

0.6 0.6 centro do triângulo – onde todas as cores


570

500
se encontram – fica o branco. Os valores
0.5 0.5
3.000K
580 correspondentes ás cores estão situadas
4.000K
5.000K
6.000K
2.000K
590 ao longo do eixo do x e y. Assim, cada cor
0.4 7.000K 0.4
10.000K
600 de luz pode ser definida pelos seus valores
610
20.000K 620 em x e y, que são chamados pontos de
0.3 630 0.3
490 640
650
660 cor ou coordenadas cromáticas. Também
0.2 0.2 representado neste triângulo está o Corpo
Negro Radiante, representado por uma
480
0.1 0.1 linha curva. Este indica os pontos de cor da
470
radiação emitida por um corpo negro nas
460
0 450 0
440
várias temperaturas de cor (K). Por exemplo,
k
0 0.1 430 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8

o ponto de cor a 1000K equivale á luz


* CIE = Comissão Internacional de Iluminação vermelha nos 610nm.

As bases da luz 15
Restituição cromática criar uma ambiência específica. No entanto, há
Apesar das fontes de luz poderem ter a diversas situações de iluminação onde não é
mesma aparência de cor, tal não significa tanto uma fiel e natural restituição cromática que
necessariamente que as superficies coloridas interessa mais, mas onde o nível de iluminação
tenham a mesma aparência quando expostas e eficácia são da maior importância. Portanto,
a estas. Duas luzes que aparentam o mesmo restituição cromática é um critério de grande
branco, podem ser o resultado de diferentes importância quando seleccionamos fontes de luz
misturas de comprimentos de onda. E desde que para soluções de aplicação de iluminação.
a superficie possa não reflectir os comprimentos
de onda com a mesma extensão constituinte, a Para classificar fontes de luz do ponto de vista
sua aparência de cor mudará quando exposta das propriedades de restituição cromática,
a uma ou outra luz. Um pedaço de tecido o chamado Índice de Restituição Cromática
vermelho parecerá de um vermelho verdadeiro (IRC também conhecido como Ra) foi
quando iluminado por luz branca produzida por introduzido.A escala de Ra vai de 50-100:
um espectro contínuo, mas numa mistura de
aparência igualmente branca de luz amarela e Ra = 90 - 100 Excelentes propriedades de
azul, vai parecer castanho acinzentado. Por causa restituição cromática
da ausência de comprimentos de onda vermelhos, Ra = 80 - 90 Boas propriedades de
não há vermelho no pano para reflectir para que restituição cromática
o olho repare. Ra = 60 - 80 Moderadas propriedades de
restituição cromática
A restituição cromática é um dos aspectos mais Ra < 60 Pobres propriedades de
importantes na iluminação artificial. Em algumas restituição cromática
situações as cores devem ser representadas
tão naturalmente quanto possível como com
as condições da luz do dia, no entanto noutros
casos a luz deve evidenciar cores individuais ou

Metamerismo
Metamerismo é a propriedade que permite á mesma superficie colorida, sob fontes de luz diferentes, apresentar
diferentes aparências de cor. Tal acontece como resultado de diferenças na interacção entre as propriedades
reflectivas da superficie e a composição do espectro de luz. Um fabricante de tinta, por exemplo, pode misturar
uma tonalidade particular de castanho de uma determinada forma. Outro fabricante, na tentativa de igualar esta
mesma cor, chega ao que parece a mesma cor utilizando uma diferente formula. Estas duas cores de tinta, apesar
de aparentemente iguais debaixo de uma fonte de luz, serão diferentes debaixo de outra, devido á diferença
no espectro de luz utilizado. O metamerismo pode ser minimizado utilizando produtos com a mesma tinta ou
vindos do mesmo fabricante. Muitos fabricantes limitam o número de pigmentos usados na formulação das cores
para reduzir o efeito de metamerismo.

16 As bases da luz
Estas 2 figuras ilustram os principios da restituição
cromática. Na figura acima está uma lâmpada, emitindo
luz de todas as cores, iluminando um cavalinho de
baloiço. A luz reflectida do cavalinho entra no olho do
observador, formando no cérebro a imagem que se vê no
canto superior direito. Na figura abaixo a luz que chega
ao cavalinho de baloiço não tem radiação vermelha. Isto
significa que nenhuma luz vermelha vai ser reflectida
das partes vermelhas do cavalinho, aparentando estes
elementos uma cor escura ao observador como pode
ser comprovado pela imagem no canto superior direito.
Ambas as imagens demonstram a importância do
espectro de uma fonte de luz quando percepcionamos as
cores dos objectos.

Incandescente/halogéneo Sódio de baixa pressão Iodetos metálicos

As bases da luz 17
Temperatura de cor • Ambiente: branco quente cria ambientes
Apesar da luz branca ser uma mistura de cores, aconchegantes, convidativos; branco neutro
nem todos os brancos são iguais uma vez que e fresco cria um ambiente de trabalho.
dependem das suas cores constituintes. Portanto • Clima: habitantes de regiões geográficas mais
um branco com uma maior proporção de frescas tendem a preferir uma iluminação mais
vermelho vai parecer mais quente e um branco quente, enquanto que os habitantes de áreas
com uma maior proporção de azul vai parecer tropicais preferem, em geral uma iluminação
mais fresco. Para conseguir classificar os diferentes mais fresca.
tipos de luz branca, o conceito de temperatura de • Nível de iluminação necessária: Intuitivamente
cor é aplicado e é descrito como a impressão de temos a luz do dia como referência natural.
cor que um corpo negro perfeito irradia a certas A iluminação quente associamos ao fim do dia,
temperaturas. Quando um corpo negro perfeito a um nível reduzido de iluminação. Luz branca
é aquecido à temperatura de 1000K a sua cor fresca é a luz do dia sensívelmente ao meio
aparente será vermelho, a 2000-3000K vai parecer do dia. Isto quer dizer que em iluminação de
amarelo esbranquiçado, a 4000K branco neutro e interiores, baixos níveis de iluminação devem
a 5000-7000K branco fresco. Por outras palavras: ser conseguidos com luz branca quente.
quanto mais alta a temperatura de cor mais fresca Quando um nível muito elevado de iluminação
a impressão que a luz branca nos transmite. é necessário, tal deve ser conseguido com uma
luz branca neutra ou fresca.
A temperatura de cor é um aspecto importante • Esquema de cores num interior: cores como
em aplicações de iluminação – a escolha da vermelho e laranja são mostradas como
temperatura de cor é determinada pelos vantagem com luz branca quente. Cores frescas
seguintes factores: como azul e verde ficam de certo modo mais
saturadas sob uma luz branca fresca.

Exemplos de diferentes temperaturas de cor


Tipos de luz Temperatura de cor (K)
Velas 1900 – 2500
Lâmpadas de filamentos Tungsténio 2700 – 3200
Lâmpadas fluorescentes 2700 – 6500
Sódio de alta pressão 2000 – 2500
Iodetos metálicos 3000 – 5600
Mercúrio de alta pressão 3400 – 4000
Luz da Lua 4100
Luz do Dia 5000 - 5800
Luz do Dia (sol e céu limpo) 5800 - 6500
Overcast sky 6000 - 6900

18 As bases da luz
Espectro contínuo e descontínuo
Um espectro de luz em que todos os comprimentos de onda estão presentes é designado por espectro
contínuo Passa do vermelho pelo laranja, amarelo, verde, azul e violeta. A luz branca, no entanto, pode ser
também atingida por dois ou mais comprimentos de onda seleccionados estando os outros comprimentos de
onda completamente ausentes. Por exemplo, ao misturar vermelho, verde e azul, ou meramente azul e amarelo.
As fontes de luz com comprimentos de onda selccionados têm o chamado espectro descontínuo, como as
lâmpadas de descarga de gás.

Meio dia: aprox. 6000K Pôr-do-sol: aprox. 2000K

As bases da luz 19
4. Fontes
O desenvolvimento da energia eléctrica há Uma inovação mais recente é a iluminação
mais de um século revolucionou a iluminação através da emissão de diodos (LEDs).
artificial. Foi então que o gás foi substituído
como a maior fonte de iluminação artificial Lâmpadas incandescentes
pela iluminação electrica. Desde essa altura, a Como segunda fonte de iluminação mais antiga
história da luz eléctrica tem sofrido os maiores – a lâmpada incandescente – uma corrente
desenvolvimentos e inovações. Quando as eléctrica passa através de um cabo de alta
lâmpadas incandescentes apareceram pela resistência, actualmente de tungsténio, para
primeira vez no fim do século XIX, a sua eficácia* aquecer até à incandescência. Para prevenir
era somente de 3 lm/W, e foi aperfeiçoada até oxidação do cabo ou filamento como é
aos 14 lm/W de hoje. Nos anos 30 e 40 do actualmente conhecido, é contido num bolbo
século XX, o aparecimento da iluminação de de vidro com vácuo ou contendo um gás inerte
descarga de gás e fluorescente trouxe eficácia ( habitualmente uma mistura de nitrogénio e
à volta dos 30 a 35 lm/W. Este foi um enorme argon) Ao longo do tempo, a evaporação dos
melhoramento desde a lâmpada incandescente átomos de tungsténio do filamento escurece a
e mesmo hoje, a lâmpada fluorescente é ainda ampola e torna o filamento mais estreito até que
uma das mais eficientes fontes de luz branca eventualmente parte no seu ponto mais estreito,
disponíveis com eficácia até aos 100 lm/W. terminando o tempo de vida da lâmpada.

Composição espectral da lâmpada de halogéneo


200
Potência espectral - μ W/5nm/lumen

150

100

50

0
400 500 600 700
Comprimento de onda – nm

* Eficácia de uma fonte de luz = fluxo luminoso total


de uma fonte de luz por cada watt de potência
Exemplos de lâmpadas incandescentes dispendido pela fonte (Lumen por watt, lm/W)
e de halogéneo

20 As bases da luz
Lâmpada incandescente de halogéneo
Várias técnicas têm vindo a ser desenvolvidas na tentativa de eliminar a evaporação do filamento,
prolongando assim a vida da lâmpada incandescente, sendo que a de maior sucesso foi a lâmpada com
filamento de tungsténio-halogéneo. O enchimento da lâmpada incandescente contém halogéneo e átomos
de tungsténio que se vão evaporando do filamento aquecido. Uma vez que a cápsula de vidro está muito
perto do filamento, a temperature interior ronda os 250oC que previne a condensação do composto.
Em vez de se depositar no interior do vidro, o composto de tungsténio-halogéneo circula até regressar
ao filamento. No filamento há uma divisão do composto, de forma a que o tungsténio se deposita neste,
devido á temperatura de 2800-3000oC, libertando os átomos de halogéneo para recomeçar o ciclo
regenerativo. Devido ao tamanho relativamente reduzido e á inflexivel parede de quartzo, as lâmpadas de
halogéneo podem trabalhar em segurança a altas pressões, reduzindo ainda mais a evaporação do tungsténio.
Ao permitir altas temperaturas aumenta a eficácia luminosa da lâmpada até 45% em comparação com
incandescentes normais.

Iluminação de descarga de gás


Numa lâmpada de descarga de gás, uma
corrente eléctrica passa entre dois electrodos
nos extremos opostos de um tubo de vidro
selado. Colisões entre eletrões e os átomos
de gás excitam os átomos de gás até níveis
superiores de energia. Estes átomos excitados
posteriormente regressam ao seu estado natural
de energia, e libertam a energia correspondente
em forma de radiação.

Lâmpadas de baixa pressão de sódio Exemplos de lâmpadas de sódio de baixa pressão


Numa lâmpada de baixa pressão de sódio,
radiação visível é produzida directamente pela
Composição espectral da lâmpada de sódio de baixa pressão*
descarga do sódio. Ela emite a maioria da energia 2400

na parte visível do espectro em comprimentos


Potência espectral μ W/5nm/lumen

de onda de 589 e 589.6nm (o característico 1800

amarelo da luz de sódio). Quando acendem,


as lâmpadas de sódio geram inicialmente uma 1200

*SOXΣΟΧ
cor vermelha. Tal é causado pelo neon que
também está presente no depósito de gás que 600

serve para iniciar o processo de descarga. Estas


0
lâmpadas devem ter um isolamento de calor 400 500 600 700
Comprimento de onda - nm
muito eficiente, pois produzem-no em grande
quantidade. A eficácia da lâmpada é muito boa.

As bases da luz 21
Composição espectral das lâmpadas de sódio de alta pressão*
200

*SDW-T 100W

Potência espectral μ W/5nm/lumen


150

100

50

0
400 500 600 700
Comprimento de onda - nm

Exemplos de lâmpadas de sódio de alta pressão

Lâmpadas de sódio de alta pressão


Lâmpadas de sódio de alta pressão funcionam
a uma pressão de gás muito elevada, resultando
em maiores interacções inter-átomos do que
com as lâmpadas de baixa pressão, levando a um
alargamento do padrão de radiação emitida. A
lâmpada branca SON (SDW-T) é uma lâmpada
de sódio de muito alta pressão. A característica
radiação amarela é completamente absorvida,
deixando uma luz branca muito quente, com uma
forte restituíção de cores vermelhas.

Lâmpadas fluorescentes
As lâmpadas fluorescentes (compactas) são
basicamente lâmpadas de descarga de gás de
mercúrio de baixa pressão, em que a superfície
interior do tubo de descarga está revestido
com uma mistura de compostos fluorescentes
chamados fósforos, que convertem a radiação
ultravioleta invisível emitida pela descarga
de mercúrio em radiação visível. Com a
imensidade de fósforos existentes, as lâmpadas
estão disponíveis numa vasta gama de cores
e restituição cromática, sendo utilizadas na
iluminação em geral.

22 As bases da luz
Composição espectral de lâmpadas fluorescentes*
400

Potência espectral μ W/5nm/lumen


300

200

*TLD840
100

0
400 500 600 700
Comprimento de onda

Exemplos de lâmpadas fluorescentes

Exemplos de lâmpadas fluorescentes compactas

Revestimento de fósforo
As lâmpadas fluorescentes são lâmpadas de baixa pressão de descarga de gás mercúrio com a superficie interior
revestida de fóforos. Quando radiação ultravioleta gerada pela descarga de mercúrio dentro da lâmpada atinge o
fósforo, os electrões nos átomos de fósforo sobem para um nível superior de energia. Os electrões subsequentemente
voltam ao seu nível normal, emitindo radiação com maiores comprimentos de onda, dentro da gama visível. O mais
importante factor determinante das características da luz de uma lâmpada fluorescente é o tipo e mistura dos fósforos
utilizados. Tal, determina a temperatura de cor, a restituição cromática e a eficácia luminosa da lâmpada. Alguns fósforos
mostram uma banda de emissão que cobrem quase todo o espectro visível, produzindo luz branca quando utilizado
sozinho. Frequentemente, no entanto, uma combinação de fósforos com características de cor complementares são
utilizadas. Desta forma ou uma combinação de boas características de cor com uma eficácia luminosa muito alta pode
ser obtida, ou mesmo características excelentes de cor se bem que à custa da eficácia luminosa.

As bases da luz 23
Composição espectral das lâmpadas
de mercúrio de alta pressão*
600

Potência espectral μ W/5nm/lumen


500

400
*HPL-Comfort 125W
300

200

100

Exemplos de lâmpadas de mercúrio de alta pressão 400 500 600 700


Comprimento de onda - nm

Composição espectral das lâmpadas de iodetos metálicos*


200
Potência espectral μ W/5nm/lumen

150

*HPI-T 400W
100

50

Exemplos de lâmpadas de iodetos metálicos 400 500 600 700


Comprimento de onda - nm

Lâmpadas de alta pressão de mercúrio com pó fluorescente que emite maioritariamente


As lâmpadas de alta pressão de mercúrio contém vermelho para melhorar a restituição cromática,
vapor de mercúrio confinado num tubo de aumentando cerca de 10% do fluxo luminoso.
descarga de quartzo, que opera a uma pressão
de entre 200 e 1500 kPa, em que a pressão do
processo de descarga emite uma larga proporção
da sua energia na parte visível do espectro (em
contraste com a lâmpada de baixa pressão de
mercúrio que emite predominantemente radiação
ultravioleta invisível). O tubo de descarga, que
emite uma luz branca azulada, é acomodado
dentro de outro tubo de vidro. A superfície
interior deste outro tubo pode ser revestida

24 As bases da luz
Composição espectral das lâmpadas
de iodetos metálicos em cerâmica*
200
Potência espectral μ W/5nm/lumen

150

*CDM 942 70W


100

50

Exemplos de lâmpadas de iodetos metálicos em 400 500 600 700


Comprimentos de onda – nm
cerâmica

Lâmpadas de iodetos metálicos Lâmpadas cerâmicas de iodetos metálicos


Estas lâmpadas têm vindo a ser desenvolvidas a Um desenvolvimento mais recente é a lâmpada
partir das lâmpadas de alta pressão de mercúrio, de iodetos metálicos em cerâmica que contém
adicionando outros metais na forma de sal de um tubo de descarga feito de um material
iodetos à descarga. Como cada metal possui os cerâmico em vez de quartzo. Aplicando a
seus padrões de caracteristicas de radiação, o cerâmica, a lâmpada pode ser operada uma maior
resultado é uma melhoria de eficácia e qualidade temperatura de descarga, o que também permite
de cor. uma óptima geometria do combustor. Ambas as
inovações resultaram numa melhoria substancial
das características de cor.

As bases da luz 25
Composição espectral dos LEDs
200

Potência espectral μ W/5nm/lumen


150

100

50

0
400 500 600 700
Exemplos de iluminação no estado sólido Comprimentos de onda – nm

Iluminação no estado sólido


A mais recente evolução em iluminação é
a iluminação no estado sólido baseada em Geração de luz branca através de
tecnologia de emissão de diodos (LED). O LEDs
princípio de geração de luz é semelhante ao Pela sua natureza, os LEDs, podem gerar
que acontece nas lâmpadas de descarga de gás, apenas cores monocromáticas. Portanto,
mas agora a descarga acontece num material no para criar luz branca, duas ou mais cores são
estado sólido: electrões em estado de mudança necessárias para serem combinadas. Uma
fazem com que os átomos se excitem fazendo solução para iluminação branca em LEDs é
com que voltem ao seu estado natural libertando misturar chips semicondutores vermelhos,
a energia excedente em forma de radiação. verdes e azuis num só LED, ou colocando o
A tecnologia LED já existe há alguns anos vermelho, o verde e o azul separados, mas
mas devido ao seu modesto fluxo luminoso no entanto muito próximos, provocando
e qualidade de luz monocromática, poucas uma mistura óptica da radiação emitida.
eram as suas aplicações, sendo primariamente Uma aproximação mais comum, é utilizar
utilizada como sinalização em paineis de LEDs que emitam luz azul clara e cobri-los
controlo e iluminação de trânsito. Descobertas com revestimento de fósforo que converta
tecnológicas recentes, no entanto, levaram a uma parte da luz azul clara em luz amarela,
avanços significativos na performance, incluindo a criando juntas luz branca. Estes LEDs
geração de luz branca que abriu um novo futuro brancos têm temperaturas de cor de 4500
para aplicações em iluminação geral e específica. a 8000K. Aplicando múltiplos revestimentos
As suas características são: longo tempo de vida, de fósforo, a luz azul é convertida em mais
robustez, reduzido tamanho e pouca manutenção. cores, que melhoram o índice de restituição
cromática para um nível >80 que é de bom
a excelente.

26 As bases da luz
Overview of some typical lighting sources
Tipo de lâmpada Fluxo luminoso Eficácia Temperatur Indice de Potência
luminosa a de cor restituição
cromática

(lm) (lm/W) (K) (Ra) (W)

Incandescente/ 60 – 48400 5 – 27 2700 – 3200 100 5 – 2000


halogéneo
Sódio de baixa pressão 1800 – 32500 100 – 203 1700 18 – 180

Sódio de alta pressão 1300 – 90000 50 – 130 2000, 2200, 2500 10 – 80 35 – 1000

Mercúrio de alta 1700 – 59000 35 – 60 3400, 4000, 4200 40 – 60 50 – 1000


pressão
Fluorescente 200 – 8000 60 – 105 2700, 3000, 4000, 6500 60 – 95 5 - 80

Fluorescente compacta 200 – 12000 50 – 85 2700, 3000, 4000, 6500 80 5 – 165

Iodetos metálicos 5300 – 220000 75 – 140 3000, 4000, 5600 65 – 95 70 – 2000

Iodetos metálicos 1500 – 23000 68 – 95 3000 – 4200 80 – 95 20, 35, 70,150, 250
em cerâmica
Estado sólido 10 – 170 Up to 50 3000 – 8000 up to 90 0,1 – (x)3W
lm/W

200 Sódio de baixa pressão

150 Sódio de alta pressão

Iodetos metálicos
100 Fluorescentes Fluorescentes compactas

Mercúrio de alta pressão

50
Halogéneo

Incandescentes
0
1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000

Desenvolvimento da eficácia luminosa desde 1970

Fluxo luminoso (lm)


Eficácia (lm/W) =
Potência (W)

As bases da luz 27
5. Fotometrias
Há quatro unidades básicas de fotometria que profissionais
de iluminação utilizam para medir quantitativamente a luz:

Fluxo luminoso α α
Φ
Expressa o total de quantidade de luz a um segundo da fonte de
luz. A unidade para o fluxo luminoso é o lumen (lm)

Exemplos:
Φ • 75W lâmpada incandescente: 900 lm
• 39W lâmpada fluorescente:  3.500 lm
• 250W lâmpada de alta pressão de sódio:  30.000 lm
• 2000W lâmpada de metal halóide: 200.000 lm

I
Intensidade luminosa
Esta é definida como o fluxo de luz emitido em determinada
direcção. A unidade da intensidade luminosa é a candela (cd)

Exemplos:
I • 5W lâmpada de bicicleta sem reflector: 2,5 cd
• 5W lâmpada de bicicleta com reflector: 250 cd
• 120W lâmpada incandescente reflectora 10.000 cd
• Farol:  2.000.000 cd

Técnica de medição do fluxo luminoso


Em laboratório, o fluxo é habitualmente medido utilizando um
instrumento conhecido como a Esfera de Ulbricht – uma esfera oca
pintada de branco mate no interior para tornar totalmente difusa a
fonte de luz localizada no centro. A iluminância em qualquer parte
do interior da esfera é proporcional ao fluxo luminoso, e é por uma
pequena janela na esfera que se mede a iluminância.
Cortesia:YFU

28 As bases da luz
Iluminância
E
É a quantidade de luz que atinge uma superficie ou àrea.
A unidade para a iluminância é o lumen/m2, ou lux (lx)

Exemplos:
• Verão, à noite, céu limpo (equador): 100.000 lux
E • Num campo, debaixo de um céu estrelado:  5.000 lux
• Luz artificial, num escritório muito iluminado: 800 lux
• Lua cheia, num noite clara:  0,25 lux

Luminância
L
Descreve a emissão de luz que uma superficie emite numa
direcção específica. A unidade da luminância é expressa em cd/m2
(superficie aparente).

Exemplos:

L • Superficie do sol:
• Filamento de uma lâmpada 
1.650.000.000 cd/m2

incandescente clara: 7.000.000 cd/m2


• Lâmpada fluorescente: 5000-15.000 cd/m2
• Superficie da estrada com 
iluminação artificial: 0,5-2 cd/m2

Técnica de medição de luminâncias


Vários instrumentos conhecidos como fotometros visuais têm vindo a ser utilizados
como medidores de iluminâncias, envolvendo uma comparação entre as luminâncias
criadas por duas fontes de luz num ecrã. Todos estes foram largamente substituídos
pelo que é conhecido como fotometro físico, que utiliza técnicas eléctricas para medir
a corrente eléctrica ou voltagem gerada quando a luz cai sobre uma célula foto-sensível
(foto-emissiva, foto-voltaica, foto-condutora).
Cortesia: OPAL

As bases da luz 29
30 As bases da iluminação
Parte B: Iluminação

As bases da iluminação 31
O olho humano está preparado para responder a comprimentos de onda entre os 380 e os
780nm de espectro electromagnético. É esta gama de comprimentos que sentimos como luz.
Dentro desta estreita banda de ondas experimentamos todos os aspectos visíveis do nosso
mundo. A visão, é um dos sentidos vitais que o homem possui e para compreender como o olho
funciona e como o cérebro responde aos estímulos visuais que recebe é crucial compreender o
impacto que a luz tem nas nossas vidas.

1. Visão
O olho humano é um orgão esférico capaz de que entra no olho através do buraco no centro
girar debaixo de controlo muscular dentro da da iris chamado pupila.
cavidade do crânio. Grosseiramente funciona
como uma câmara tradicional com uma lente A estrutura da retina: bastonetes, cones e
que projecta uma imagem invertida de uma cena células ganglionares sensitivas
numa superficie sensível à luz. Esta superficie Os nervos sensiveis à luz que constituem a retina
designada de retina, consiste em mais de centenas são de dois tipos chamados bastões e cones. Os
de milhões de nervos sensíveis à luz. Estes bastonetes são muito mais numerosos que os
transmitem sinais ao cérebro que os interpreta cones e estão uniformemente afastados na parte
como informação visual. de trás do olho chamada fóvea. Os bastonetes
estão ligados ao cérebro em grupos de cerca
Para focar uma imagem na retina, as lentes do de 100 e são altamente sensíveis à luz e ao
olho podem ser forçadas a contrair-se sob movimento. São, assim os bastões que tornam o
controlo muscular, tornando-se mais convexas olho sensível, mas não são capazes de distinguir
para aumentar a sua potência. Isto é conhecido a cor.
como acomodação. Em frente à lente está a iris,
que tal como o diafragma de uma câmara, pode
abrir ou fechar para regular a quantidade de luz

Secção do olho humano

musculo ciliar sclera


choroid
iris
retina
cornea fovea central
(ponto amarelo)
pupila

câmara
anterior
32 As bases da iluminação

lentes
nervo optico
Os cones também estão distribuídos na parte por dia, levando a um desvio dia após dia do
anterior do olho mas são muito mais densos tempo da Terra. Daí resultaria num desconforto
na fóvea. Diferentes dos bastonetes, os cones semelhante ao jetlag, consequente de viagens que
estão individualmente ligados ao cérebro sendo passam por diversas fusos horários.
assim, menos sensíveis à intensidade da luz. Há
três tipos de cones, sensíveis respectivamente Adaptação
à radiação vermelha, verde e azul, que são A adaptação é um mecanismo através do qual o
responsáveis por nos dar a percepção da cor. olho muda a sua sensibilidade à luz. Isto é feito
Pessoas que não tenham um grupo de cones, ou de três formas: ajustamento da iris para alterar o
em que os cones não funcionem normalmente tamanho da pupila, ajustamento da sensibilidade
podem sofrer de cegueira parcial de cor. do nervo na retina e ajustamento da composição
Se não existirem dois grupos de cones, são química dos pigmentos fotosensíveis nos
completamente incapazes de distinguir a cor, bastonetes e cones. A adaptação à mudança do
conseguindo apenas ver em tons de cinzento. escuro para a luz leva menos de um minuto, mas
a adaptação da luz para o escuro leva entre 10 a
Para além de cones e bastões, a retina também 30 minutos.
contém células ganglionares sensíveis à luz. Estas
influenciam o nosso relógio biológico, o qual se Contraste
regula diariamente em ritmos sazonais, através de O contraste expressa a diferença de luminância
uma série de processos fisiológicos, incluindo o em àreas espaçadas de uma cena. O contraste
sistema hormonal do corpo. A luz das primeiras toma duas formas que normalmente ocorrem
horas do dia, em particular, sincroniza o relógio em simultâneo: contraste de cor e contraste de
biológico às 24 horas do ciclo de rotação da luminância.
Terra. Sem luz, o relógio biológico, prosseguiria
durante um periodo de 24 horas e 15 minutos

Contraste de luminâncias em túneis: a saída Brilhos de farois dos carros podem levar a
pode parecer mais clara do que é na realidade desconforto, tensão ocular, dores de cabeça
devido á escura área circundante no campo de e até encandeamentos.
visão. Isto pode causar perigosas dificuldades de
adaptação para os condutores. Por esta razão,
saídas (e entradas) de túneis têm muitas vezes
soluções de iluminação especiais para prevenir As bases da iluminação 33
transições abbruptas de contrastes.
Redução da capacidade de
acomodação com o aumento da idade

A capacidade do olho para detectar luminância cambiantes de cor realçam ou destroem o efeito
depende do estado de adaptação do olho, o final pretendido.
qual é comandado pela luminância geral de um
espaço. Assim, por exemplo, uma superficie Defeitos de idade na visão
branca sobreposta a um fundo preto vai parecer A visão deteriora-se com a idade – primeiro
mais clara, e um tunel não muito escuro vai lentamente e depois mais rápidamente devido
parecê-lo quando visto de fora num dia de sol. ao processo de envelhecimento dos tecidos
A causa destes efeitos de contraste apoia-se que formam o conjunto da visão. Isto inclui
no facto do olho não se conseguir adaptar falta de transparência no líquido do olho, ou
simultaneamente a diferentes luminâncias. endurecimento e amarelecimento das lentes. O
O brilho é uma sensação produzida por níveis endurecimento das lentes resulta numa redução
de luminância superiores àqueles para os quais o da capacidade de acomodação reduzida, o que
olho está preparado. Tal, pode levar a desconforto significa maior dificuldade na visão de objectos
e em casos extremos a dores de cabeça. próximos, sendo necessária a utilização de
óculos com lentes convexas, para correcção.
Cores contrastantes têm uma influência mútua. Em adição, o amarelecimento das lentes reduz
O efeito geral é que sob influência de uma a sensibilidade, aquidade visual e sensibilidade
superficie com uma cor fortemente saturada, de contraste. A soma de todas estas condições
outras superficies irão aparentar a complementar afecta o olho a uma extensão que leva uma
dessa cor. Por exemplo, flores amarelas sobre pessoa de 60 anos necessitar de 15 vezes mais
um fundo azul, parecem mais vivas do que sobre luz para desempenhar determinada tarefa visual
um fundo cinzento. Uma superficie vermelha que uma pessoa de 10 anos, com o mesmo nível
vai parecer mais saturada em contraste com de conforto e eficácia.
uma superficie verde, efeito aproveitado pelos
talhantes, ao exporem as suas carnes sobre folhas O olho enganado
verdes de alface, para lhes dar uma aparência O nosso cérebro aprendeu a interpretar
fresca e viva. Os fenómenos do contraste da cor estímulos visuais, que os olhos recebem
são de particular interesse para o decorador como uma representação do mundo à nossa
de interiores e designer de iluminação, uma vez volta. O cérebro também pode corrigir a
que determina numa vasta extensão como as imagem recebida. Como num pôr de sol, com

34 As bases da iluminação
a sua distinta luz avermelhada – o mundo é uma vez que toma a impressão mais brilhante
percepcionado nas suas cores “normais”. Uma de toda a cena em conta. Por outro lado,
superfície cinzenta sob um sol intenso pode ter exceptuando condições especiais, a imagem visual
maior luminância do que uma superfície branca pode pregar partidas ao cérebro, como as ilusões
à sombra, mas o cérebro não terá quaisquer ópticas.
problemas em distinguir entre as duas sombras,

A B C
A B C
A B C
A B C

D E F
D E F
D E F
D E F

G H
G H
G H
G H

Exemplos de ilusões opticas:


A e B - ilusões de tamanho,
C e D – ilusões de paralelismo,
E e F – ilusões de profundidade,
G (espiral aparente) e
H – ilusões de movimento, e
I ilusão de percepção de brilhos
(pontos brancos aparentam conter
I
pontos negros).
I
I
As bases da iluminação 35
I
2. Qualidade de iluminação
Uma boa qualidade de iluminação é um factor anos. Em geral, a quantidade de luz necessária
crucial para a concretização de tarefas em casa aumenta com a rapidez com que a informação
e no trabalho. Também afecta profundamente visual é apresentada e diminui com o tamanho
o nosso humor (como confirmam estudos dos objectos que estão a ser observados. Uma
recentes), a nossa saúde e bem estar. Incorpora bola de tennis, por exemplo, é mais pequena
uma combinação de diversos critérios como que uma de futebol e move-se mais depressa.
o nível de iluminação, contraste de luminância, Consequentemente, os níveis de iluminação
brilho e distribuição espacial da luz, cor e necessários para jogar bem são mais elevados no
restituição cromática. ténis que no futebol. E um processo de produção
que envolva a detecção de detalhes de objectos
a. Nível de iluminação pequenos necessita de maior iluminância que
O nível de iluminação deve ser sempre elevado um em que os requisitos visuais sejam menos
o bastante para garantir performance visual exigentes.
suficiente para as tarefas em mão. Pesquisas
demonstram que a melhoria dos níveis de b. Contraste de luminância
iluminação de um nível baixo ou moderado para O contraste de luminância, ou distribuição de
um nível alto aumenta a rapidez e exactidão com luminância dentro do campo de visão, é um
que os objectos são detectados e reconhecidos. critério extremamente importante da qualidade
Num escritório ou fábrica, a performance de iluminação. Se os contrastes de luminância
visual de uma pessoa depende da qualidade de são demasiado baixos, o resultado será uma cena
iluminação e das capacidades de visão da pessoa. visual inerte e plana sem pontos de interesse.
Aqui, a idade é um critério importante, uma vez Contrastes demasiado elevados, distraem e
que com a idade se perdem capacidades visuais trazem problemas de adaptação ao olho quando
– como atrás foi dito, uma pessoa com 60 anos se muda de um alvo visual para outro. Contrastes
necessita de 15 vezes mais luz para desenvolver bem equilibrados proporcionam uma cena visual
a mesma tarefa visual que uma pessoa de 10 harmoniosa, produzindo satisfação e conforto.

O squash requer altos


níveis de iluminação

36 As bases da iluminação
Como regra geral em situações interiores, podem
ser tidos como satisfatórios os resultados de
índice de contraste de luminância ( o índice entre
a luminância maior e menor ) no campo de visão
não devem ser maiores do que 3 e menores que
1/3.

c. Restrição de brilho
O brilho é a sensação produzida pelos níveis
de ofuscamento dentro do campo visual que Para o xadrês, não são
sejam consideravelmente superiores ao que necessaries altos níveis
os olhos estão preparados. Tal, pode conduzir de iluminação
a uma performance visual reduzida e ao
desconforto. Muito brilho pode levar a queixas
como velamentos, dores nos olhos e cabeça. É
portanto importante limitar o brilho para evitar
erros, fadiga e acidentes. O grau de restrição de
brilho depende bastante da qualidade óptica das
luminárias utilizadas em combinação com o tipo
de lâmpada. Graças às suas dimensões mais largas,
as lâmpadas fluorescentes têm menos luminâncias
que lâmpadas de descarga de alta intensidade,
sendo mais fácil de evitar o brilho com estas
lâmpadas.

As bases da iluminação 37
d. Distribuição espacial da luz
Um importante critério da qualidade de
iluminação é a forma como a luz é espacialmente
distribuida, uma vez que é isso que determina
o padrão de iluminancias que deverá ser criado.
As recomendações de iluminância aplicáveis à
iluminação interior podem ser implementadas
de diversas formas. As fontes de luz podem ser
espalhadas equidistantemente utilizando um
sistema de iluminação geral difusa; pode ser
Contrastes de luminâncias
concentrada em determinadas áreas utilizando
muito baixos causam ambientes
iluminação direccionada, ou pode ser distribuida
enfadonhos
pelo espaço com pequenos apontamentos onde
necessário utilizando uma combinação dos dois
sistemas mencionados.

e. Cor e restituição cromática


Um objecto é visto como colorido devido ao
facto de reflectir parte da faixa de ondas da
luz que incide nele. A forma como as cores à
nossa volta são restituídas depende da cor da
composição da iluminação. Uma restituição
Demasiados contrastes de cromática apropriada é importante quando
luminâncias resultam em problemas os objectos devem ser vistos na sua cor de
de adaptação aparência natural. De uma forma geral, a
iluminação empregue nos interiores deve ser
escolhida de forma a que os objectos familiares
(comida, bebida, pessoas) pareçam agradáveis
e naturais. Uma escolha acertada da fonte de
iluminação (restituição cromática de pelo menos
Ra 80), evita fàcilmente este problema. Existem
situações em que a restituição cromática tem
pouca ou nenhuma importância. A iluminação
das estradas é um exemplo, o propósito aqui é
distinguir os objectos na estrada, sendo que as
Contrastes de luminâncias superfícies coloridas têm pouca influência nisso.
equilibrados criam o ambiente certo

38 As bases da iluminação
Iluminação e economia
A qualidade de iluminação em qualquer situação é
inevitávelmente relacionada ao factor económico,
uma vez que é uma tentação nos projectos de
novos escritórios e construções industriais, e
mesmo em renovações, deixar as considerações
sobre iluminação para último plano. Tal, pode
resultar na instalação de um sistema de
Flickering
iluminação mais barato para não ultrapassar os
Um critério de qualidade que não
orçamentos, resultando numa iluminação inferior,
é muitas vezes mencionado é a
pessoal insatisfeito e produtividade reduzida.
frequência da operação da lâmpada.
Algumas pessoas experienciam
Pocurar uma solução de iluminação de baixos
dores de cabeça devido ás oscilações
custos pode ser falsa economia. Ao longo da vida
no funcionamento das lâmpadas
de uma instalação típica de iluminação, os custos
fluorescentes com balastros
da electricidade consumida vai ser muito superior
convencionais (50Hz). Lâmpadas
ao custo da instalação e manutenção. Portanto,
fluorescentes que trabalhem com
escolher um sistema de iluminação pensando
balastros electrónicos de alta
sòmente nos custos da instalação, raramente é o
frequência (30kHz), não demonstram
sistema mais económico a longo prazo. Utilizando
este fenómeno de oscilação sendo
as fontes de luz mais eficientes, que podem não
os incidentes como dores de
ser necessàriamente o mais barato, pode resultar
cabeça reduzidos a um número
no sistema de custos mais baixos no geral.
significativamente mais baixo.
Claro que balastros electrónicos
Uma instalação de iluminação bem desenhada
de alta frequência são também
vai oferecer iluminação optimizada, onde
recomendados devido ao facto de
necessária, com atenção às tarefas que serão
serem mais eficientes resultando num
desempenhadas, e onde for apropriado,
prolongamento da vida da lâmpada.
acentuação de pormenores arquitectónicos.
Ao mesmo tempo será efectivo em termos de
custos, uma vez que não oferece mais do que é
necessário. Por exemplo, nas indústrias onde boa
restituição cromática não é essencial, a escolha
de lâmpadas com uma restituição cromática
superior a um índice de 90 seria uma despesa
desnecessária, e lâmpadas com um índice de
80 poderiam ser adequadas. A solução ideal de
iluminação, é uma especìficamente escolhida
para as necessidades do cliente tendo todos os
factores em consideração.
As bases da iluminação 39
Iluminação no local de trabalho alerta e saúde dos trabalhadores industriais
Boa iluminação numa função e no local de são estimulados com uma boa qualidade
trabalho é essencial para um desempenho de iluminação. Este efeito não pode ser
de funções optimizado, especialmente com excessivamente acentuado devido ao facto de
uma população progressivamente envelhecida. baixos níveis de concentração do trabalhador
Pesquisas sobre a qualidade e quantidade de e altos níveis de fadiga causarem um número
iluminação nas ultimas décadas tem mostrado considerável de acidentes. Para além da
que desenvolvimentos na qualidade da luz de um performance visual e acidentes, a iluminação
nível baixo e moderado aumentam a velocidade tem uma forte influência na criação de um
e eficácia com que os objectos são detectados ambiente de trabalho estimulante. Hoje, muita
e reconhecidos. enfase é dada ao design de interiores do espaço
de trabalho, mas o papel da iluminação não é
Riscos de acidente no local de trabalho são desprezível. Enquanto pode realçar elementos
também reduzidos quando há uma maior positivos do design, a iluminação pode diminuir
consciência de situações potencialmente alguns elementos, como por exemplo pobre
perigosas e quando o humor, estado de restituição cromática ou efeitos de brilho.

16
15
14
tendência geral
13
12
11
Número de pessoas feridas

10
9
Ferimentos
8
distensões, nódoas negras, cotos
7
6 fracturas
5 esmagamentos, contuses
4 cortes e outros ferimentos
3 queimaduras, escaldamentos
2
1
0
150-249 250-249 350-449 450-549 550-649 650-749 750-849 850-949 950-1049 Lux
Iluminância

Número de acidentes em diferentes funções industriais devido aos


níveis de iluminação (347 acidentes investigados no total). [Völker, S.,
Rüschenschmidt, H., und Gall, D., “Beleuchtung und Unfallgeschehen
am Arbeitsplatz”, Zeitschrift für die Berufsgenossenschaften, (1995).]

40 As bases da iluminação
Regulamentos de iluminação trabalho interiores e as suas áreas associadas em
Regulamentos de iluminação para quartos e para termos de quantidade e qualidade de iluminação.
actividades nos locais de trabalho interiores são Adicionalmente são dadas recomendações para a
especificados no CEN (European Committee for prática de uma boa iluminação.
Standardisation) Modelo Europeu EN 12464-
1 Iluminação de locais de trabalho. O modelo, O modelo europeu EN 12464-1 para o segmento
que está activo desde 2002, constitui uma de escritório lista quatro parametros para
norma europeia para todos os membros da UE, actividades e desempenho de funções nos
sobrepondo-se aos regulamentos nacionais. O interiores: nível de iluminancia mantido (Em),
modelo especifica os requisitos para sistemas uniformidade (Emin/Eav), restrição de brilhos
de iluminação para quase todos os locais de (UGR) e restituição cromática (Ra).

Escritórios
Tipo de interior, tarefa ou actividade Iluminância Restrições de brilhos
Preencher, copier, etc. 300 19
Escrever, teclar, ler, processor dados 500 19
Desenho técnico 750 19
Trabalho em CAD 500 16
Salas de reuniões ou conferências 500 19
Recepções 300 22

500 lux
> 500 lux > 300 lux > 200 lux
300 lux uniformidade > 0.7 uniformidade > 0.5
200 lux
3600 mm

500 mm

4800 mm

As bases da iluminação 41
A variedade de aplicações
indústriais é imensa. Apenas
como um exemplo, a tabela
abaixo dá-nos uma ideia dos
requerimentos Segundo a
EN 12464-1 para a indústria
eléctrica. Estão disponíveis
tabelas de normas para os
segmentos indústriais mais
relevantes.

Indústria eléctrica
Tipo de interior, tarefa ou actividade Iluminância Restrição de Indice de
brilhos restituição
cromática

Produção de cablagens 300 25 80


Indicação
- espiral grande 300 25 80
- espiral média 500 22 80
- espiral pequena 750 19 80
Produção de cablagens 300 25 80
Galvanização 300 25 80
Montagem
- Rude: transformadores grandes 300 25 80
- Média: paineis de comando 500 22 80
- Fino: telefones 750 19 80
- Precisão: equipamento de medição 1000 16 80
Afinação, ensaios e testes electrónicos 1500 16 80

42 As bases da iluminação
As bases da iluminação 43
3. Sistemas de iluminação
Um sistema de instalação de iluminação faz mais do
que revelar-nos a nossa envolvente para que possamos
trabalhar eficazmente e em segurança. Nos nossos dias,
a iluminação é também vista como uma forma de criar
uma atmosfera agradável nos interiores como um todo,
e como meio de conseguir condições confortáveis para
viver e trabalhar. A iluminação acentua as qualidades
decorativas e funcionais do espaço e das suas proporções.
Não está lá somente para melhorar a percepção visual,
mas também para determinar uma atmosfera emocional:
quente ou fria, empresarial ou informal, alegre ou solene.
Este é a tarefa do designer de iluminação, e é conseguida
através da criação de sistemas de iluminação confortáveis
e estimulantes.

Iluminação geral Iluminação arquitectónica


A iluminação geral produz um nível uniforme A iluminação arquitectónica pretende
de iluminação sobre uma vasta área. Em alguns acentuar pormenores e elementos
quartos, por exemplo closets, despensas, específicos do espaço em si, como
arrecadações e garagens uma luminária ou um paredes, tectos, pavimentos, etc, em
grupo de luminárias podem produzir toda a detrimento dos objectos presentes.
iluminação necessária. Estas áreas interiores Luminárias para iluminação arquitectónica
tendem a ser áreas em que o estilo e aparência produzem habitualmente apenas modesta
da sala é secundária para os objectos que têm quantidade de iluminação, sendo muitas
de ser iluminados, sendo os custos um factor vezes escolhidas pela sua aparência, com
determinante. O requisito é para uma boa luminárias complementares a conseguir o
distribuição de iluminação geral, iluminação espaço geral ou iluminação de tarefas.
horizontal sem sombras.

44 As bases da iluminação
Iluminação de tarefas
Como o nome sugere, esta iluminação destina-
se a uma área específica de trabalho, como
secretárias. A iluminação de tarefas reduz a
necessidade de iluminação geral muito forte,
conseguindo iluminação de qualidade para
espaços especificos, apontadas directamente para
o local de trabalho. A maior parte das iluminações
são locais e direccionadas.

Iluminação acentuada
Esta iluminação é utilizada para para realçar um
pormenor específico dentro de uma sala, sejam
objectos de arte num museu ou ofertas especiais
em lojas. Este tipo de iluminação não deve criar
grandes contrastes.

Iluminação ambiente
Este tipo de iluminação é utilizado para criar
ambientes dentro de um espaço, seja ele para
conviver ou trabalhar. É normalmente uma
combinação de geral – arquitectónica – tarefa, e
iluminação acentuada para criar uma atmosfera
muito específica numa sala.

As bases da iluminação 45
4. Luminárias
Enquanto a lâmpada é a fonte primária de
luz, reflectores e lamelas são necessário para
ajudar a propagar a luz, direccionando-a quando
necessário. A luminária é o aparelho que
desempenha estas funções. A luminária pode
também servir como reflector para brilhos e
proteger a lâmpada. Contém elementos para
distribuir, filtrar e transformar a luz emitida pela
lâmpada e inclui todos os requisitos necessários
para fixar e proteger a lâmpada e para a ligar a
uma fonte de energia.

Onde a luminária for designada para lâmpadas de


descarga de gás, também contém o sistema de
balastro electrico ou equipamento para conduzir
a lâmpada e mantendo segurança electrica. Tal
pode ser electromagnetico ou mais comum
Exemplo de luminária de encastrar e
nos nossos dias, balastros electronicos que são
pendente
compactos, pesam menos e oferecem beneficios
significativos no controlo, poupança de energia,
qualidade de luz e arranque da lâmpada.
O vasto objectivo das luminárias pode ser
sub-dividido em várias categorias, cada uma
com especificas aplicações:

Tipos de luminárias:
• Luminárias de encastrar
• Luminárias salientes
• Luminárias de suspensão
• Up lights
• Down lights
• Spots / projectores
• Luminárias decorativas
• Free-floor-standing luminaries
• Trunking lighting systems

46 As bases da iluminação
O estilo e construção da luminária reflecte a ingresso, inflamabilidade, radiação UV, etc.
função para qual foi desenhada, podendo servir Um membro autorizado do fabricante ou o seu
de iluminação industrial até lojas com designs representante autorizado deve emitir a chamada
e estilos topo de gama e ainda iluminação Declaração de Conformidade que, entre outros
arquitectónica. requesitos, deve incluir as especificações do
produto. Se o fabricante tiver a possibilidade de
Segurança concretizar o teste completo das especificações
As luminárias (como as lâmpadas, equipamentos relevantes do produto, tem o direito de o fazer.
e controlos) têm de serguir as normas de Fazer testes num laboratório, numa terceira
segurança europeias, desenvolvidas por corpos parte, não é obrigatório, mas é aconselhavel
governamentais oficiais. Estas incluem para verificar a fiabilidade deste. O fabricante acarta
cada luminária regras rigidas e standards toda a responsabilidade legal em todos os
relativos a segurança electrica, interferência estragos de produtos que não foram verficados.
electromagnética, protecção de impacto e

Equipamento
Componentes básicos de uma luminária

Suporte de lâmpada
& posição de
funcionamento

Compartimento

Reflector

Fonte de luz

Escudo lamela

As bases da iluminação 47
5. Iluminação e o ambiente
A importância ambiental da iluminação tem minimas de mercúrio). Apontamos em manter
vindo a receber mais atenção. A legislação os recursos naturais, para que as nossas crianças
impõe objectivos para a redução do efeito de possam disfrutar do estilo de vida que temos
estufa, redução ou eliminação de substâncias hoje.
perigosas como o mercúrio e chumbo, e a
necessária reciclagem das lâmpadas. Os custos da MASTER - total enquadramento com a
electricidade vão aumentar devido á necessidade futura legislação ambiental
de investir mais em energias renováveis e menos A escolha do melhor tipo de lâmpada do
em petróleo. A maior parte das empresas nosso portfolio de produtos, vai depender das
identificaram a sustentabilidade como parte das necessidades individuais de cada cliente, quer ele
suas estratégias empresariais e sistemas de gestão procure os beneficios de poupança a curto ou a
ambiental. A boa notícia é o facto da Philips ter longo prazo.
vindo a desenvolver produtos que se enquadram Se um cliente procurar o menor custo total
dentro da actual e futura legislação, o que também de propriedade a longo prazo, combinado com
vai reduzir no Custo Total de Propriedade (TCO uma performance superior técnica e ambiental
- Total Cost of Ownership). É um facto que todos em termos de qualidade de luz, tempo de vida,
vamos beneficiar de comprar produtos “verdes”. fiabilidade e total enquadramento na presente e
Você, pelas melhores margens, os utilizadores futura legislação ambiental, as nossas lâmpadas
finais pelos baixos custos da iluminação e a MASTER são sempre a melhor escolha possível.
sociedade pela menor poluição ambiental.
Definir uma boa performance ambiental
Sustentabilidade - a chave para todos os Definimos a performance ambiental dos nossos
nossos futuros produtos em seis áreas chave para a tornar mais
A sustentabilidade demonstra o nosso evidente:
compromisso para com o futuro. Todas as • Eficiência energética para redução da emissão
nossas soluções de iluminação são um equilibrio de CO2 das centrais eléctricas
entre requisitos sociais (segurança, bem estar), • Tempos de vida prolongados e de confiança
económicos (menores custos de propriedade) para redução de desperdícios
e ambientais (redução de CO2, quantidades • Redução ou eliminação de substâncias perigosas
que excedam a legislação
• Packaging simples, leve e reciclável para facilitar
o transporte e reciclagem
• Possibilidade de reciclagem de componentes
para produtos semelhantes
• Miniaturização para minimizar o peso do
A Philips foi lider de Mercado em Corporate Sustainability
produto, poupando nos materiais
no Dow Jones Sustainability Index tanto em 2004 como
em 2005

48 As bases da iluminação
Acerca da Philips As Green Flagship são a garantia de que os
Os produtos MASTER com o seu extraordinário seus clientes irão escolher o melhor produto
comportamento numa ou em mais destas ambiental da gama disponível no mercado.
áreas descrevem boa performance ambiental,
designados por produtos Green Flagship. Os produtos Green Flagship podem ser
reconhecidos através do simbolo e nas áreas
verdes em que eles sobressaem.

Eficiência energética

Fiabilidade

Substâncias perigosas

Um produto Green Flagship supera concorrentes,


Embalagem
antecessores ou um diferente tipo de produto para
a mesma aplicação, em pelo menos uma área chave Reciclagem
green, e é ainda assim igual em todas as outras áreas
Peso
principais.

Reduzimos o mercúrio ao minimo possível


na indústia
Esta é a forma como respondemos á legislação
“Restrição do uso de certas substâncias
perigosas” (RoHS, 2002/95/EC, efectiva a partir
de 1-7-2006).
As seguintes substâncias perigosas devem ser
banidas por esta directiva da União Europeia.
• Chumbo
• Mercúrio
• Cádmio
• Cromo hexavalente
• Polybrominated Biphenyls (PBB)
• Polybrominated Diphenyls Ethers (PBDE)

As bases da iluminação 49
Todos os produtos de iluminação estão incluídos
mas algumas aplicações estão isentas.

Substância perigosa Aplicações Valor


Mercúrio
Produtos de poupança de energia < 5 mg
lâmpadas fluorescentes para iluminação geral
• cores standard < 10 mg
• Cores 80 - vida normal < 5 mg
• Cores 80 - longa vida < 8 mg
Lâmpadas fluorescentes para aplicações especiais Isento
lâmpadas de descarga de alta intensidade Isento
Chumbo
Vidro em componentes electrónicos (e.g. arrancadores) Isento
Vidro em tubos fluorescentes Isento
Altas temperaturas de soldadura Isento
Componentes electronicos cerâmicos (e.g. drivers) Isento

A Philips sempre marcou o ritmo da redução de


conteúdos de mercúrio. As nossas lâmpadas
fluorescentes estão de encontro, e todas as
fluorescentes MASTER ultrapassam os valores
definidos no RoHS. Utilizamos os nossos
conhecimentos no consumo e dosagem do
mercúrio para ultrapassar os limites. Desde
Setembro de 2005 que estamos a trazer ao
mercado produtos com conteúdos de mercúrio
consideravelmente reduzidos - a um nível record.
Substâncias como chumbo no vidro e materiais
radioactivos nos arrancadores foram eliminados
mesmo quando estavam isentos no RoHS.

Pode reconhecer as melhores classes de produtos


através de:
No produto: Na embalagem:

Produto Green flagship Minimo mercúrio Minimo mercúrio Sem carga Sem radioctividade

50 As bases da iluminação
As bases da iluminação 51
Acerca da Philips

Royal Philips Electronics da Holanda é uma das maiores A companhia pretende ser reconhecida por financiadores
companhias electronicas do mundo e a maior da europa, por marcar o passo na industria da iluminação, como
com vendas de 30 bilhões de euros em 2005. É um lider o melhor parceiro para concretizar negócios e como
global em televisões a cores, iluminação, maquinas de responsável pela sustentabilidade da sociedade.
barbear electricas, sistemas para diagnósticos médicos e
monotorização dos pacientes e produtos TV one-chip. Os produtos incluem uma gama completa de lâmpadas
Os seus 164.500 empregados em mais de 60 países estão incandescentes e de halogénio, lâmpadas compactas e
activos em àreas como a iluminação, electronicos de fluorescentes, lâmpadas especiais e de descarga de alta
consumo, electrodomésticos, semicondutores e sistemas intensidade de gás, iluminação baseada ememissão de
médicos. A Philips é cotada na NYSE, Amesterdão e diodos (LEDs), fixadores, balastros, iluminação elctronica e
outras bolsas. lâmpadas automotor.

A Philips lighting, uma divisão da Philips electronics e


número um no Mercado global da iluminação, batalha
para melhorar a qualidade de vida com soluções
apelativas e efectivas baseadas num entendimento das
necessidades das pessoas, nos seus desejos e aspirações.

52 As bases da iluminação
As bases da iluminação 53
Notas:

54 As bases da luz e da iluminação


Notas:

As bases da luz e da iluminação 55


Philips Portuguesa S.A.
Rua Dr. António Loureiro Borges, edificio 5
Arquiparque
Miraflores

©2008 Koninklijke Philips Electronics N.V.


Todos os direitos reservados. A reprodução da totalidade ou de parte deste documento é
proibida sem o consentimento prévio por escrito do proprietários dos direitos de autor. As
informações apresentadas neste documento não representam qualquer cotação ou contrato,
foram avaliadas como credíveis e fiáveis e podem ser alteradas sem aviso prévio. O editor não
será responsável por qualquer consequência da sua utilização. A publicação, assim, não cede nem
implica qualquer licença de patente ou outros direitos propriedade intelectuais ou industriais.
Número de ordem do documento: 3222 635 58581

Potrebbero piacerti anche