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Mari, Viviane
Graduanda do 8º termo de Fisioterapia da FAI
Docusse, Claudia Paccini A.
Especialista em Psicomotricidade e Professora do curso de Graduação em Fisioterapia.
Francisco, Francisco Carlos de
Professor doutor do curso de graduação em Fisioterapia.
Resumo
Palavras – chave
Abstract
The present study had as objective evaluates the development children’s bearers of mental
deficiency psicomotor in APAE of Adamantina and to tell which the most significant deficits.
They were chosen four children of the feminine sex, bearers of mental deficiency of light
degree the moderate. The evaluation consisted of the application of proofs and starting from
them the graph translating the age motora children’s. The analysis of the results allowed to
conclude that the children present deficits in some aspects of your motor development motor
and for so much it would be important a reeducation psychomotor as well as orientation to
parents and teachers for an appropriate stimulation.
Key –Words
De acordo com a definição estabelecida pela OMS (1968), pode-se classificar as pessoas com
deficiência mental dentro dos seguintes níveis, baseados no QI e considerando o
comportamento adaptativo:
Pode-se dizer que a criança com retardo mental discreto terá uma inteligência e
desenvolvimento muito próximo dos limites normais, somente em ritmo mais lento, mas
sendo capazes de viver e trabalhar dentro da sociedade (Illingworth apud Sheperd, 1996).
No entanto se não for estimulada, a criança mentalmente retardada apresentará certos atrasos
previsíveis, que afetarão o seu relacionamento com os adultos e crianças de sua idade, sua
capacidade para se deslocar de um lugar para outro, e de se adequar no tempo e no espaço.
Para que ela possa ser adquirida e a criança obtenha o automatismo dos gestos é necessária a
elaboração de um programa de atividades estruturado convenientemente.
A maturação nervosa é também importante na determinação da coordenação psicomotora,
mas para que ela seja aperfeiçoada deve ser considerados a adaptação funcional, o tempo, o
meio ambiente e o treinamento.
Em alguns casos, de acordo com Davis et al. (1980), a criança coordena seus movimentos a
partir da percepção dos estímulos que o meio externo oferece.
Para Gruspun (1983), a criança a partir do nascimento começa a formar o seu conhecimento
corporal por meio de múltiplas percepções que se inicia quando ela adquire os primeiros
movimentos, pois, estes lhes permitem receber impressões táteis.
VAYER apud MELO (1997, p. 27), esclarece que “em cada fase de seu desenvolvimento a
criança é o resultado atual das relações e comunicações que realiza entre seu corpo, as outras
pessoas e a realidade das coisas”. A construção do esquema corporal, isto é, a organização das
sensações relativas a seu próprio corpo, relacionadas com os dados do mundo exterior é
indispensável para a formação da personalidade da criança. A sua personalidade e
desenvolvimento se iniciaram graças a uma progressiva tomada de consciência de seu corpo,
de seu ser, de suas possibilidades de agir e transformar o mundo à sua volta, sendo o ponto de
partida, portanto, para as diversas possibilidades de ação.
A psicomotricidade irá atuar como um suporte básico que auxilia a criança a adquirir
sensações e percepções, assim como conceitos que lhes darão o conhecimento de seu corpo e
através desse, o mundo que os rodeia.
Metodologia
Os casos escolhidos para a realização do trabalho foram quatro crianças do sexo feminino,
portadoras de deficiência mental de grau leve a moderado, com idade cronológica entre doze
e quinze anos. Elas são assistidas em período integral pela APAE de Adamantina sendo que
três das crianças estudam na mesma sala de aula, correspondente a 2ª série do ensino
fundamental e uma criança estuda na 1ª série.
As crianças foram divididas em dois grupos de acordo com o grau de deficiência mental:
Grupo 1: composto por duas crianças portadoras de deficiência mental grau leve, com idade
cronológica de treze anos e sete meses e quinze anos e cinco meses e ambas com idade
mental de sete anos. As crianças começaram a freqüentar a instituição respectivamente nos
anos de 1994 e 1999;
Grupo 2: composto por duas crianças portadoras de deficiência mental grau moderado, com
idade cronológica de doze anos e dois meses e quatorze anos e com idade mental
respectivamente a cinco e seis anos, tendo a primeira começado a freqüentar a instituição no
ano de 1999 e a outra em 1995.
A avaliação da idade mental das crianças foi realizada no ano de 1999 pela psicóloga da
APAE, segundo proposta de Viscky.
Somente uma criança do grupo portador de deficiência mental grau leve e uma do grau
moderado são atendidas no serviço de fisioterapia presente na APAE.
Materiais
Procedimentos
• Tônus muscular: (Lefevre, 1972), foi realizado através da palpação dos músculos do tronco
e membros para avaliar o tono em repouso e após movimentação passiva nos vários
segmentos dos membros superiores e membros inferiores e completados pelo balanço passivo
nos membros superiores.
A partir das idades obtidas em cada prova, construiu-se o gráfico do perfil psicomotor da
criança (anexo I), traduzindo o seu desenvolvimento e comportamento psicomotor.
Resultados e Discussões
As crianças apresentaram atraso em todas as provas com relação à idade cronológica, mas
levando-se em consideração os graus de retardo mental presente, foi realizada somente uma
comparação com suas idades mentais.
Os resultados referentes a cada grupo foram descritos juntamente com a discussão e seguem
abaixo:
Grupo 1: nas crianças desse grupo a idade mental e a motora não apresentaram grandes
diferenças, sendo que a prova que revelou um déficit bastante significativo foi a do equilíbrio,
com um atraso de 3 anos para ambas as crianças.
A falta de equilíbrio nestas crianças pode também ter uma causa psicológica, a qual pode ser
explicada pelo fato delas terem falta de confiança em si mesmas, em suas possibilidades ou
devido à impossibilidade de se concentrarem naquilo que fazem, pois há uma relação entre o
equilíbrio de um indivíduo e sua mente, para obtê-lo é necessário um controle tônico
ajustado, e as emoções estão intimamente ligadas ao tônus de fundo.
O teste de rapidez constou como idade inferior a 6 anos, pois, nenhuma das crianças
conseguiu executar a prova rapidamente no tempo proposto.
Grupo 2: houve uma grande diferença nas idades obtidas entre as crianças desse grupo. Uma
das crianças obteve idade motora superior a idade mental e a outra um déficit em quase todas
as provas revelando uma idade motora com um atraso de 1 ano e 2 meses em relação à idade
mental, sendo que esta apresentou também dificuldades para entender os comandos verbais e
receio ao executar as provas.
Para melhor esclarecimento optou-se pela discussão distinta dos resultados de cada criança
desse grupo.
A orientação espacial pode ser definida como três aspectos: a tomada de consciência do corpo
em relação ao meio, conscientização da relação das coisas entre si e a organização do
indivíduo em relação ao mundo que o cerca.
A segunda criança avaliada nesse grupo apresentou um atraso na maioria dos itens da
avaliação psicomotora e também nas provas complementares.
A prova do recorte que corresponde à idade de 6 anos foi realizada com insucesso, tendo a
criança não apresentado freio inibitório e bastante dificuldade em entender os comandos
sobre como realizar o recorte, além de apresentar sincinesias.
Na prova do esquema corporal traduzido pelo desenho da figura humana, ela apresentou
correspondência a idade mental de 5 anos, mas nas provas de controle segmentário obteve um
déficit significativo. No entanto, apresentou dominância lateral e sucesso na prova de
organização látero-espacial.
As maiores dificuldades foram encontradas na execução das provas que exigiam controle
postural estático e dinâmico, coordenação e destreza dos gestos.
Pôde-se observar que a criança é bastante insegura em realizar as atividades, o que restringe a
exploração do meio e por apresentar consciência de suas limitações fica bastante ansiosa
diante das situações que a expõem a elas.
Nas crianças débeis, os aspectos mais evoluídos de sua função motora não podem ser
desenvolvidos apenas por uma educação específica. É apenas após o domínio global do corpo
que se pode suprimir a ansiedade habitual e o não-querer, diminuir as sincinesias e as tensões,
e trazer com um controle satisfatório, a confiança indispensável para o desenvolvimento das
formas mais diferenciadas de motricidade (Picq e Vayer, 1988). A falta de concentração,
confiança e ansiedade, portanto se traduz nas perturbações das habilidades e harmonia dos
gestos.
Conclusão
A partir da análise dos resultados demonstrados neste trabalho, foi possível concluir que as
crianças portadoras de deficiência mental apresentam déficits no seu desenvolvimento
psicomotor.
Pôde-se observar também que o atraso no seu desenvolvimento motor não é decorrente
exclusivamente do grau de retardo mental presente, o que demonstra que o que pode estar
faltando para algumas dessas crianças é uma adequada estimulação de seus potenciais e
exploração do meio.
Para a criança com função cognitiva afetada a falta de incentivo para explorar as
possibilidades do ambiente é um fator decisivo para sua deficiência motora. Deixar de
estimulá-las somente por achar que não são capazes de compreender ou manifestarem
interesse limita ainda mais os seus conhecimentos.
Em razão desses resultados seria importante estar realizando com essas crianças uma
reeducação psicomotora, visando uma melhor possibilidade de adaptação, através de
atividades que ampliem sua consciência corporal e repertório motor.
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