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ÍNDICE
CAPÍTULO I.......................................................................................................................................6
CONSIDERAÇÕES GERAIS.......................................................................................... .........................6
1.1. CONCEITOS.........................................................................................................................................................6
1.2. TERRITÓRIO ADUANEIRO, ZONA PRIMÁRIA E ZONA SECUNDÁRIA....................................................6
1.3. ZONA DE VIGILÂNCIA ADUANEIRA.............................................................................................................7
1.4. PORTOS, AEROPORTOS E PONTOS DE FRONTEIRA ALFANDEGADOS .................................................7
1.5. EXERCÍCIO DA AUTORIDADE ADUANEIRA ...............................................................................................8
1.6. ÁREA DE ATUAÇÃO E PRINCIPAIS AÇÕES..................................................................................................9
1.6.1. Portos Alfandegados:.....................................................................................................................................9
1.6.2. Aeroportos Alfandegados.............................................................................................................................10
1.6.3. Pontos de Fronteiras Alfandegados..............................................................................................................10
1.6.4. Zonas de Vigilância Aduaneira - ZVA.........................................................................................................10
1.6.5. Área de Livre Comércio - ALC ..................................................................................................................11
1.6.6. Zona Franca de Manaus - ZFM ..................................................................................................................11
1.6.7. Estação Aduaneira de Interior - EADI .......................................................................................................12
1.6.8. Zonas de Processamento de Exportação - ZPE .........................................................................................12
CAPÍTULO II....................................................................................................................................13
PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS.......................................................................... .......................13
2.1. ORGANIZAÇÃO, CONTROLE E AVALIAÇÃO ............................................................................................13
2.1.1. Planejamento................................................................................................................................................13
2.1.2. Base de Operações........................................................................................................................................13
2.1.3. Livro de Ocorrências....................................................................................................................................13
2.1.4. Controle e Avaliação das Atividades............................................................................................................13
2.1.5. Veículos Utilizados.......................................................................................................................................14
2.1.6. Normas de Segurança..................................................................................................................................14
2.1.7. Organização.................................................................................................................................................14
2.1.8. Trabalho em Equipe.....................................................................................................................................15
2.1.9. Profissionalismo...........................................................................................................................................15
2.2. PERFIS DE RISCO E SUA ELABORAÇÃO...................................................................................................16
2.3. TÉCNICAS DE ABORDAGEM E ENTREVISTA DE PESSOAS..................................................................16
2.3.1. Abordagem...................................................................................................................................................17
2.3.2. Entrevista.....................................................................................................................................................17
2.3.2.1. Objetivos................................................................................................................................................17
2.3.2.2. Procedimentos.......................................................................................................................................18
2.3.3. A Técnica dos 5 Quês...................................................................................................................................19
2.3.4. Comportamentos Sintomáticos....................................................................................................................20
2.4. TÉCNICAS DE REVISTA DE PESSOAS.........................................................................................................20
2.4.1. Considerações...............................................................................................................................................20
2.4.2. Procedimentos..............................................................................................................................................21
CAPÍTULO III..................................................................................................................................21
FISCALIZAÇÃO ADUANEIRA......................................................................................... ....................21
3.1. FORMAS DE FISCALIZAÇÃO .......................................................................................................................21
3.1.1. Vigilância.....................................................................................................................................................22
3.1.2. Ronda...........................................................................................................................................................22
3.1.3. Patrulhamento ............................................................................................................................................23
3.1.4. Barreira........................................................................................................................................................23
3.1.5. Blitz..............................................................................................................................................................24
3.2 FORMAÇÃO E ESTRUTURAÇÃO DE EQUIPES...........................................................................................24
3.2.1. Pessoal Necessário........................................................................................................................................24
3.2.2. Funções e Divisão do Trabalho....................................................................................................................25
3.3. LOGÍSTICA........................................................................................................................................................25
3.3.1. Uniformes.....................................................................................................................................................26
3.3.2. Equipamentos...............................................................................................................................................26
CAPÍTULO IV..................................................................................................................................28
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CAPÍTULO I
CONSIDERAÇÕES GERAIS
1.1. CONCEITOS
Introdução
Controle
Fiscalização
Conforme define Roosevelt Baldomir Sosa, em seu livro Comentários à Lei Aduaneira,
“território aduaneiro é aquele sob jurisdição de Alfândega. Exercer jurisdição significa exercer o
direito aplicado - no caso do Direito Aduaneiro - pela autoridade administrativa própria, nos limites
de sua competência, sobre um dado território.”
Conforme o Regulamento Aduaneiro (RA), aprovado pelo Decreto nº. 91.030/1985, temos:
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Regulamento Aduaneiro:
Regulamento Aduaneiro:
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Constituição Federal:
Regulamento Aduaneiro:
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Também a Portaria/MF nº. 227, de 03.09.1998, no artigo 1º, inciso XIX determina:
As ações nessa área visam, entre outros objetivos, a controlar a aproximação de embarcações
umas das outras, impedir as operações clandestinas de carga e descarga, inclusive o transbordo e a
baldeação, assegurar que as mercadorias de importação ou exportação sejam conduzidas diretamente
para o local habilitado, cuidar para que as operações de embarque e desembarque de bagagem se
procedam conforme as rotinas estabelecidas e controlar o acesso e a movimentação de veículos,
pessoas e cargas.
Áreas de atuação:
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A exemplo dos procedimentos adotados nos portos, as ações têm o objetivo controlar e
fiscalizar o fluxo regular de mercadorias e bagagens no interior da Zona Primária, objetivando coibir
práticas que contrariem os interesses da Fazenda Nacional. Estas exigem, no curso de sua execução,
especial atenção dos integrantes das equipes de fiscalização, em virtude da elevada quantidade de
pessoas (viajantes, tripulantes, empregados de companhias aéreas e dos serviços de apoio à aviação
etc.) que circulam na área dos aeroportos e da grande diversidade de itens manuseados no interior da
referida área.
Áreas de atuação:
− pátios de estacionamento de aeronaves;
− depósitos, armazéns, hangares e terminais de carga aérea (TECA);
− áreas de embarque e desembarque de bagagens;
− portões de acesso às áreas internas;
− áreas de movimentação de pessoas; e
− áreas de movimentação de veículos e mercadorias.
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Constituem áreas de livre comércio de importação e exportação aquelas que, sob regime
fiscal especial, são criadas por lei com a finalidade de promover o desenvolvimento de regiões
fronteiriças específicas da Região Norte do País e de incrementar as relações bilaterais com os países
vizinhos, segundo a política de integração latino-americana.
Até o momento foram criadas as seguintes áreas de livre comércio, no território brasileiro:
− Tabatinga (AM);
− Guajará-Mirim (RO);
− Pacaraima (RR);
− Bonfim (RR);
− Macapá e Santana (AP);
− Basiléia e Cruzeiro do Sul (AC)
Fiscalização e controle:
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Nestas áreas a vigilância e repressão deve ser concentrada nas entradas e saídas dos locais
onde se realiza a conferência física, nas áreas de transbordo das cargas, nos armazéns e nas áreas
adjacentes, devendo a autoridade aduaneira ter especial atenção para a circulação de pessoas ou
veículos no recinto.
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CAPÍTULO II
PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS
2.1.1. PLANEJAMENTO
Em cada repartição aduaneira deve ser criada uma base de operações, com a finalidade de
coordenar a execução das atividades de prevenção e repressão ao contrabando e ao descaminho.
A base de operações deve contar com meios de comunicação, que permitam sua interligação
com postos fiscais, pontos de vigilância, postos de observação e demais equipes.
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O controle das atividades será efetuado através da escala de serviços e dos registros do livro
de ocorrências. Na vigilância, o controle dar-se-á, também, através do monitoramento efetuado pela
ronda.
Será formalizado relatório com base nos resultados obtidos e nos registros feitos no livro de
ocorrências.
Por ocasião das atividades de vigilância e repressão, deverá ser informada periodicamente à
base de operações a posição da viatura ou embarcação.
Deverão ser utilizados mapas e cartas náuticas preparados de forma a permitir o uso de
código para localização de determinados pontos ou veículos.
Na eventualidade de ataque armado, a equipe deverá afastar-se e solicitar reforço, mantendo-
se fora do alcance dos agressores.
Deve-se evitar o deslocamento de embarcações quando as condições de navegação não
ofereçam segurança.
Deve-se evitar também qualquer ação que exponha a riscos desnecessários as pessoas,
veículos e equipamentos empregados nas atividades de prevenção e repressão ao contrabando.
2.1.7. ORGANIZAÇÃO
Para uma operação ser bem sucedida, ela deverá ser altamente organizada e sistemática.
Toda operação será precedida de uma reunião, onde devem ser discutidos e definidos todos
os detalhes. Será definido o trabalho a ser realizado, a distribuição das tarefas e o posicionamento
dos participantes. Durante a operação, cada membro da equipe deve ter sempre presente qual é a sua
função.
É essencial um reconhecimento prévio do local onde se vai trabalhar, para se traçar um plano
de trabalho. Todos os locais deverão ser cuidadosamente examinados, inclusive banheiros. Deve-se
fazer também uma “limpeza de área”, ou seja, dela retirar todos os objetos indesejáveis e as pessoas
estranhas ao trabalho.
Ao final da operação, far-se-á outra reunião de avaliação. Nesta oportunidade devem ser
esclarecidas as dúvidas e os problemas surgidos durante a operação, através de uma autocrítica séria,
com levantamento dos erros cometidos, lavrando-se um relatório final. Esse relatório, além de
memória, servirá como base para futuros trabalhos.
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2.1.9. PROFISSIONALISMO
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É importante lembrar que o servidor aduaneiro não julga pessoas em hipótese alguma, apenas
detecta infrações fiscais e autua os transgressores. A legislação aduaneira não prevê o “mau” e o
“bom” infrator. A Carta Magna prescreve, em seu art. 5º, caput, que “todos são iguais perante a lei,
sem distinção de qualquer natureza”, determinando o inciso III do mesmo art. 5º que “ninguém
será submetido a tortura nem tratamento desumano ou degradante”. Portanto, não pode haver
discriminação de qualquer espécie e esse mero cumprimento do ditame constitucional traz uma
conseqüência operativa importante e essencial para o servidor: seu “olho clínico” deverá estar
sempre atento, mesmo quando pareça não haver infração.
O perfil do profissional dessa área deve ser uma composição de três fatores: postura (a
aparência, a forma de agir e de falar), técnica (os conhecimentos específicos) e experiência (a prática
no trabalho).
O perfil é o aspecto geral de uma pessoa, incluindo aparência física, vestuário, idade,
formação escolar, tipo de bagagem. É tão mais completo em detalhes quanto mais informações se
consegue juntar ao longo do tempo e é obtido de um somatório de dados colhidos durante as
diversas autuações referentes a cada tipo de infração. Isso quer dizer que quem pratica o descaminho
de microcomputador não tem o mesmo perfil de um contrabandista de cocaína.
Ao contrário do que se pensa à primeira vista, não é estatisticamente uma média, mas sim
uma freqüência modal. Isto é, o perfil é obtido do maior número de ocorrências de cada detalhe. A
média não tem sentido, pois seria o mesmo que dizer que se três contrabandistas usavam sapatos
vermelhos e sete usavam sapatos pretos, então o perfil tem sapatos marrom-escuros. Neste caso
particular, o perfil tem sapatos pretos.
Para se formular o perfil, os dados de cada autuação devem ser anotados em relatórios
sumários. Todos os relatórios são juntados a posteriori, procurando-se, nos diversos casos, as
situações comuns. Faz-se o somatório delas e extraem-se as ocorrências de maior freqüência, que
são, em síntese, o perfil.
Muitas vezes, um dado que parece sem importância pode ser a chave para um perfil, por isso
o relatório sumário da autuação, em termos ideais, deve conter o máximo de detalhes possível. O
funcionário que flagrou o infrator é quem deve preencher o relatório, pois apenas ele viu certos
detalhes que outros não viram.
O perfil tem validade apenas temporária. Os infratores, ao perceberem que o seu modus
operandi foi descoberto, procuram mudá-lo rapidamente. Como o perfil é dinâmico, a coleta de
dados para estabelecê-lo deve se processar em caráter permanente.
A técnica dos perfis de riscos tem caráter auxiliar e nunca deve ser entendida como uma
solução para a vigilância aduaneira. Em geral, todas as técnicas de vigilância funcionam de forma
conjunta e superposta na mente daquele que efetua a fiscalização aduaneira.
O perfil é importante porque, para determinado tipo de infração, dá mais agilidade ao
trabalho. Onde o número de viajantes é muito grande, torna-se essencial a utilização de métodos de
seleção para abordagem, tais como: perfil, amostragem aleatória e a intuição do servidor.
Todos nós utilizamos intuitivamente a técnica dos perfis. Por exemplo, quando o supervisor
de bancada do aeroporto interfere no sistema automático do seletor de amostra, acionando o canal
vermelho para um passageiro, isso se deve a alguma característica visual que ele considerou suspeita.
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2.3.1. ABORDAGEM
2.3.2. ENTREVISTA
2.3.2.1. Objetivos
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reação involuntária do corpo do entrevistado. Essa técnica parte do princípio de que o corpo
também fala.
O objetivo final é identificar incoerências nas respostas e conseqüentemente selecionar
aqueles de maior risco, isto é, com maiores evidências de estarem cometendo alguma infração. E,
com isso, partir para a busca propriamente dita.
2.3.2.2. Procedimentos
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Deve-se olhar sempre nos olhos do entrevistado, com firmeza e segurança, porém sem
agressividade, utilizando voz firme e clara e em volume suficiente para ser ouvido, pronunciando as
palavras com precisão e procurando ser objetivo.
O servidor, na tentativa de embaraço por parte do abordado, poderá fornecer informações
básicas sobre o seu trabalho, como por exemplo:
− “a legislação nos autoriza a fiscalizar bagagens e veículos, a fim de impedir a ocorrência
de crimes e contravenções. Esta verificação é a única forma de nos certificarmos de que
não estão ocorrendo tais infrações.”
− “a realização desta busca não implica em uma acusação. Simplesmente existem fatores
diversos que nos levam a fazer este tipo de inspeção aleatória.”
− “é somente através de buscas e inspeções que se pode proteger o senhor e sua família
contra a entrada de drogas perigosas no País, contra a entrada clandestina de armas e
materiais perigosos; proteger a indústria nacional e o nível de emprego contra a
concorrência estrangeira injusta; proteger a agropecuária contra a entrada de doenças e
insetos transmissores; proteger a saúde de sua própria família contra a entrada de
alimentos e remédios contaminados. A busca serve para saber efetivamente se alguém está
ou não violando a lei.”
− “se o senhor não foi tratado com respeito e dignidade, tem o direito de apresentar sua
reclamação, por escrito, mencionando a data, a hora aproximada do dia e identificação do
funcionário envolvido.”
Quando se diz que a entrevista segue um roteiro, na verdade, refere-se à técnica dos 5 Q.
Quem faz o roteiro é o próprio entrevistador, mas seguindo a lógica das cinco perguntas-chaves. São
elas:
− Quem?
− Que lugar?
− Quando?
− Por Quê?
− Que coisas?
As cinco perguntas-chaves tentam montar uma história completa sobre o trajeto do
entrevistado, averiguando sua veracidade. É bom lembrar que a forma e a seqüência em que se vai
perguntar serão definidas pelo próprio servidor. É claro que as perguntas não serão feitas ao viajante
de forma direta como aqui apresentada. Vejamos cada pergunta separadamente:
− Quem?
Visa a saber a identidade do passageiro, sua ocupação, renda, educação, cidadania,
residência, se é proprietário do veículo no qual viaja, etc.
− Que lugar?
Procura descobrir se provém de zona suspeita ou a ela se destina, onde vive, itinerário
percorrido, destino final, etc.
− Quando?
Visa a relacionar o percurso com alguma ocorrência específica de ilícito. Deve-se verificar a
freqüência das viagens, a duração, etc.
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− Por quê?
Procura identificar o propósito da viagem e verificar se combina com o “quem”. Viajante
independente ou parte de grupo? Traz amostras comerciais, cartão de visita, mapas, revistas
turísticas, lembranças de viagem, postais?
− Que coisas?
Visa a relacionar as coisas que o viajante traz consigo com suas condições sócio-econômicas
e com a viagem realizada. Que objetos traz, seu preço, para que servem, lhe pertencem?
As perguntas que vão sendo feitas durante a entrevista podem ser classificadas em quatro
grupos, de acordo com as reações corporais: neutras, sintomáticas, de controle e relevantes.
Neutras
São perguntas que não visam a despertar nenhuma reação no entrevistado. Podem ser usadas
para trazer o cidadão de volta à calma, depois de uma situação de tensão, comparando sua
linguagem corporal com suas reações aos demais tipos de perguntas. Por exemplo: “Você fez boa
viagem?”, “Está chovendo por lá?”.
Sintomáticas
São utilizadas para verificar se algum elemento está causando uma reação estressante na
pessoa. Exemplos: “Você está se sentindo bem?”, “Há alguma coisa errada?”, “Você está
nervoso?”.
De Controle
É um recurso usado para estimular uma mentira como resposta, com o objetivo de se
comparar reações, isto é, como o entrevistado reage quando está mentindo. Por exemplo: “O senhor
declarou todos os bens de sua bagagem?”, “O senhor já enganou alguma autoridade?”, “O senhor
alguma vez já descumpriu uma norma de trânsito?”.
Relevantes
São perguntas que vão direto ao ponto. Algumas vezes o suspeito se descontrola e se
denuncia, quando é mencionado explicitamente o ilícito que ele está praticando. Além disso, ajudam
na análise das reações. Exemplos: “Você está trazendo algo proibido?”, “Você está trazendo
cocaína?”, “Tem alguma arma ou munição com você?”.
2.4.1. CONSIDERAÇÕES
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2.4.2. PROCEDIMENTOS
Sempre que houver necessidade de revista a pessoas, esta deverá der solicitada à autoridade
policial presente. Não sendo possível, será realizada preferencialmente por dois servidores, sendo
que um manterá a segurança dando cobertura ao que executa o procedimento.
Por respeito à dignidade da pessoa, mulher será revistada por mulher e homem por homem.
Não havendo pessoa do mesmo sexo do(a) revistado(a) entre os servidores, e sendo considerada
essencial a revista pessoal, será solicitada a ajuda de uma pessoa que esteja próxima. Tal revista será
orientada pelo servidor.
Deve-se comunicar à pessoa que lhe será feita a revista pessoal, de forma clara e objetiva,
colocando-se o suspeito de frente para a parede com as duas mãos escoradas nessa. O corpo deverá
ficar distante da parede mantendo a pessoa em desequilíbrio. Ao mesmo tempo as duas pernas
deverão ser afastadas, de forma a impedir que o suspeito possa agir rápido, caso tenha intenção de
agredir o servidor.
Não havendo parede disponível, a revista poderá ser feita com a pessoa deitada ao solo.
Neste caso a pessoa será colocada de bruços, com os braços e pernas abertos.
A revista deve iniciar-se pela cabeça (especialmente quando há suspeita de ocultação de
droga) descendo até o pé. Todo o corpo e o vestuário deverão ser tateados cuidadosamente,
procurando-se objetos ocultos em todas a dobras e cavidades. Será verificada criteriosamente a
região genital.
Durante a revista será determinado que a pessoa esvazie os bolsos e bolsas, sendo os objetos
colocados ao lado, um a um, depois de examinados. Se necessário, poderão ser retiradas algumas
peças do vestuário, como casaco e calçados.
Concluída a revista, com segurança, dar prosseguimento ao trabalho, tomando as
providências que se fizerem necessárias em função dos resultados obtidos.
CAPÍTULO III
FISCALIZAÇÃO ADUANEIRA
As atividades de combate aos ilícitos aduaneiros são exercidas através das ações de
Vigilância, Ronda, Patrulhamento, Barreira e Blitz. Estas operações se diferenciam em seus
aspectos de abrangência, duração, local de realização e enfoque fiscal.
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− manter contato com postos de observação, com a base da operação e com outras equipes,
relatando a ocorrência de eventuais atividades e/ou deslocamento de veículos ou
embarcações consideradas suspeitas, assim como outras ocorrências de caráter urgente;
3.1.1. VIGILÂNCIA
Consiste em manter sob observação e controle, em caráter permanente ou não, nos postos
fiscais, pontos de vigilância e postos de observação determinados, a entrada, a saída e a
movimentação de pessoas, veículos e mercadorias.
Rotinas
− cumprir as rotinas básicas comuns (citadas no item 3.1);
− exercer o controle sobre pessoas com acesso autorizado em áreas alfandegadas,
procedendo à revista em caso de suspeita de condução de mercadorias estrangeiras
controladas ou proibidas;
− exercer o controle sobre a entrada e saída de veículos de carga e/ou passageiros, inclusive
sobre fornecedores de mercadorias e serviços de bordo, procedendo à verificação na
entrada e a revista na saída;
− orientar as pessoas que ingressarem nas áreas alfandegadas, passageiros e tripulantes,
sobre o trânsito com mercadorias e objetos de uso pessoal;
− exercer, à vista de cópia da lista de tripulantes, o controle sobre os seus objetos pessoais
conduzidos para fora da zona primária;
− registrar, em listas próprias, quando do retorno de tripulante ou passageiro em trânsito, a
falta de objeto pessoal cuja saída condicional tenha sido autorizada;
− relatar a ocorrência de eventuais faltas ou extravios por parte de passageiros ou
tripulantes;
− exercer vigilância nos portalós de navios sobre a movimentação de tripulantes,
passageiros, estivadores, conferentes e outras pessoas que entrarem na embarcação ou
dela saírem;
− exercer vigilância sobre o convés de navios, estendendo-se a ambos os bordos.
3.1.2. RONDA
Rotinas
− cumprir as rotinas básicas comuns (citadas no item 3.1);
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3.1.3. PATRULHAMENTO
Rotinas
− cumprir as rotinas básicas comuns (citadas no item 3.1);
− acompanhar ou, conforme o caso, interceptar veículos suspeitos;
− proceder a buscas, averiguar denúncias e verificar mercadorias, realizando a apreensão de
bens em situação irregular;
− transportar as mercadorias apreendidas no veículo utilizado na patrulha ou requisitar à
base de operações que providencie quanto ao seu transporte;
− apreender as embarcações encontradas em situação irregular quanto às normas do
Regulamento do Tráfego Marítimo e encaminhá-las, formalmente, à Capitania dos Portos
ou sua representação jurisdicionante.
3.1.4. BARREIRA
Rotinas
− cumprir as rotinas básicas comuns (citadas no item 3.1);
− orientar as pessoas que ingressarem na área de fiscalização sobre como será realizada a
vistoria de bens e/ou veículos;
− orientar os interessados sobre a apresentação de documentos;
− inspecionar mercadorias apresentadas e proceder à busca nos veículos selecionados.
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3.1.5. BLITZ
Rotinas
− cumprir as rotinas básicas comuns (citadas no item 3.1);
− identificar o responsável pelo estabelecimento a ser fiscalizado;
− posicionar-se de forma a controlar as entradas/saídas do estabelecimento;
− estabelecer a prioridade em relação aos recintos a serem vistoriados, como por exemplo o
setor de contabilidade de uma empresa, a fim de evitar que livros e documentos sejam
escondidos ou destruídos;
− entrevistar o responsável pelo estabelecimento, a fim de obter o máximo de informações
possível antes da vistoria propriamente dita;
− instruir o responsável pelo estabelecimento acerca da apresentação de documentos fiscais
(Os documentos normais para aquisição legal de bens importados são a Nota Fiscal de aquisição, a
Declaração de Importação (DI) ou Declaração Simplificada de Importação (DSI), sendo que as DI e DSI
deverão estar acompanhadas dos DARF de recolhimento dos tributos, se for o caso);
− recolher, mediante termo de retenção, documentos e livros, para fins de exame ulterior
mais acurado, se necessário (Art. 419 do RIPI);
− diante de afirmação de que os documentos estejam com o contador, as mercadorias
deverão ser apreendidas e os documentos apresentados posteriormente;
− além dos crimes de contrabando e descaminho, se ocorrerem alterações, como
desobediência, desacato ou embaraço ao trabalho fiscal, poderão ser feitas prisões em
flagrante, por decisão do chefe da equipe. Para isso é crucial uma boa coordenação com
as forças policiais;
− constituir fiel depositário de bens que não possam ser removidos do local.
Composição da equipe:
02 AFRFs
10 TRFs
04 pessoal de apoio (outras categorias)
02 carregadores
04 motoristas
AFRFs
01 chefe de equipe;
01 substituto do chefe
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TRFs
06 com conhecimento de mercadorias;
02 com experiência em busca, para vistoria de veículos;
02 responsáveis pela segurança, organização de filas e controle de pessoas.
Pessoal de Apoio
04 embaladores de mercadorias, para ajudar na lacração e transporte dos volumes
02 carregadores.
04 motoristas.
Deve ser feita uma reunião preparatória, cuja principal função é a de estabelecer a divisão
das tarefas e definir as funções de cada membro da equipe, o qual deve cumprir rigorosamente o que
lhe foi atribuído. Nesta ocasião também deverá ser esclarecida a forma de condução dos trabalhos
O chefe da equipe deverá manter o controle geral das atividades, não assumindo a
execução de tarefas específicas. O chefe que se envolve em alguma tarefa específica perde a noção
do todo e passa a comprometer a estabilidade da equipe. Todas as dúvidas de maior complexidade e
situações inusitadas serão resolvidas pelo chefe.
O substituto do chefe cumprirá uma tarefa específica e funcionará como um assessor. Na
ausência do titular, o substituto assume as funções desse. Ele deve também ser responsável, o quanto
possível, pela lavratura dos termos, dos autos de infração, dos relatórios provisórios e pelos registros
de ocorrências.
Os servidores com conhecimento em mercadorias trabalham na vistoria dessas, fazendo
retenções, acondicionando-as e lacrando os volumes. Devem também anotar os dados necessários ao
preenchimento dos relatórios, termos e autos de infração.
Os pessoal designado para as buscas ficará disponível para realizar vistorias minuciosas
nos veículos e também para fazer a seleção de veículos a serem vistoriados. Entre uma busca e outra,
esses servidores colaborarão com a equipe de segurança.
Os responsáveis pela segurança devem observar, particularmente, as bancadas, onde os
funcionários estarão concentrados em fazer a vistoria de mercadorias, além de organizarem as filas,
acompanhando as atitudes das pessoas abordadas. São atribuições desses também instruir e
esclarecer os passageiros sobre o trabalho, a legislação fiscal etc., cuidando para que não se criem
situações de tumulto.
Os embaladores de mercadorias trabalham junto às bancadas, sob orientação de quem esteja
vistoriando as mercadorias, acondicionando-as nas caixas.
Os carregadores, por sua vez, têm por função carregar os volumes apreendidos e
descarregá-los no depósito, zelando pela integridade dos volumes e dos selos de lacração.
Os motoristas têm por função dirigir as viaturas e cuidar para que estas estejam sempre em
condições de trafegabilidade. Será também o responsável pela carga no trajeto desta até o depósito.
Devem se apresentar antes de todos os demais membros da equipe e somente estarão dispensados
após a entrega dos respectivos veículos, vazios, na garagem. Os motoristas estão impedidos de se
envolverem em trabalhos fiscais ou manterem contatos com os passageiros. É dever desses descansar
durante a realização dos trabalhos, pois assim estarão em condições de dirigir os veículos quando
necessário.
3.3. LOGÍSTICA
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3.3.1. UNIFORMES
3.3.2. EQUIPAMENTOS
São vários os equipamentos que uma equipe de fiscalização necessita para realizar bem o seu
trabalho.
A diversidade e a quantidade de equipamentos especiais e ferramentas serão determinadas em
função das peculiaridades de cada operação, considerando-se, principalmente, o objetivo do
trabalho.
Enumeramos a seguir dois grupos: individuais e coletivos.
Individuais
− capa de chuva;
− lanterna;
− colete a prova de balas;
− capacete de proteção;
− algemas;
− distintivos da Alfândega;
Coletivos
− Material de Embalagem
− sacos plásticos para coleta de amostras ou evidências;
− sacos para embalar mercadorias;
− caixas de papelão;
− lacres;
− selos de lacração;
− Material de Expediente
− pincel atômico e caneta;
− fita adesiva;
− grampeador;
− formulários de trabalho.
− Equipamentos de Comunicação
− rádios de comunicação portáteis;
− rádios de comunicação para viaturas;
− telefone celular, baterias de reserva e carregadores;
− multímetro - para medir a carga de baterias de rádio;
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27
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CAPÍTULO IV
BUSCA ADUANEIRA
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Seja sistemático. É fundamental ter previamente estabelecida uma seqüência de passos para a
busca. Nunca inicie por qualquer lugar ou passe de um lugar para outro sem qualquer critério. Isso
impedirá que algum local fique sem ser verificado e também que um mesmo local seja verificado
mais de uma vez. Evite a ação desordenada, a busca assistemática nos locais onde suspeita que
estejam escondidas mercadorias.
O tempo e a profundidade da ação dependem das condições reais. É uma decisão exclusiva
do servidor. Em qualquer busca, é essencial manter os sentidos em alerta: olhar tudo, detectar odores
estranhos, escutar, usar o tato, sempre procurando evitar acidentes.
Devem-se usar luvas sempre que se tratar de situações perigosas para o contato manual. O
único sentido que não deverá ser usado é o do paladar. Nunca leve nada à boca para provar, isso
pode causar sérios danos à saúde. É essencial usar a imaginação e ser persistente.
Ao se planejar a operação deve ser prevista a forma de lidar com situações de risco. Na
reunião prévia à ação, o chefe deve orientar sobre estes procedimentos. A segurança do servidor
deve ser a principal preocupação ao se estabelecer estas diretrizes.
Um servidor nunca deve ser colocado em uma posição em que tenha que escoltar sozinho
pessoas armadas, perigosas e fugitivos para inspeção. Se não houver disponibilidade de assistência, e
se o servidor sentir que a situação não é segura, o veículo deve ser liberado.
Se um veículo recusar-se a parar, não tente impedi-lo. Procure lembrar-se de tantos detalhes
quanto possível sobre o veículo e os ocupantes.
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MANUAL DE VIGIL ÂNCIA E REPRESS ÃO
Os critérios de seleção de ônibus devem ser exclusivamente técnicos. É melhor que apenas o
Supervisor tenha conhecimento do critério de seleção que está sendo usado em cada momento.
Havendo muitos ônibus em determinado horário, torna-se necessário selecionar os que serão
fiscalizados. Nesta seleção é importante não deixar formar filas muito grandes, pois isso pode gerar
problemas, inclusive de segurança para o trânsito.
Nos horários da noite e da madrugada, por estarem as pessoas geralmente dormindo, não há
grande dificuldade em manter-se os ônibus parados por longos períodos. Durante o dia isso deve ser
evitado, pelo fato de poder haver tumultos, pois muita gente fica circulando pela área de trabalho.
Cada ônibus liberado sem ser fiscalizado deve ser claramente identificado para que todos os
membros da equipe o saibam. Alguns servidores devem controlar a fila dos ônibus, pois os
motoristas aproveitam-se de situações de desorganização para evadirem-se da barreira sem serem
fiscalizados.
4.4.4.1. Gerais
− a abordagem de um veículo será feita por uma equipe de no mínimo duas pessoas;
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MANUAL DE VIGIL ÂNCIA E REPRESS ÃO
− um dos servidores ficará controlando o(s) ocupante(s) do veículo e poderá, enquanto isso,
tentar obter algum dado, sem, no entanto, perder o controle da situação;
− solicitar ao motorista que acompanhe toda a busca. Havendo recusa por parte desse, a
busca será feita na presença de testemunhas;
− se houver necessidade, conduzir o(s) ocupante(s) com sua(s) respectiva(s) bagagem(ns)
até o local da fiscalização;
− nesse trabalho, sempre deverá haver alguém dando cobertura, pois o funcionário que
realiza a busca estará concentrado em sua tarefa;
− constatada quantidade relevante de mercadorias ilegais, presença de substâncias
entorpecentes, drogas ou apenas a suspeita de ocultação de mercadorias e/ou drogas,
realizar um exame minucioso do veículo (atentar para o item 4.3 Aspectos a Serem
Observados na Busca).
4.4.4.4. Em Ônibus
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MANUAL DE VIGIL ÂNCIA E REPRESS ÃO
Busca Rápida
− examinar os documentos do veículo e a lista de passageiros;
− proceder a uma busca em vários pontos do bagageiro, por amostragem;
− nesta vistoria superficial, o que o fiscal procura são volumes suspeitos, odores estranhos,
alçapões ou fundos falsos, parafusos novos ou recém mexidos, formas que não combinem
com o todo, etc.;
− alguns volumes podem chamar a atenção do servidor, pelo tamanho ou por conterem
mercadoria suspeita, principalmente quando tenham controles com numeração seqüencial.
Normalmente as empresas de ônibus de linha regular marcam em cada bagagem o número
do assento correspondente, o que permite identificar seu proprietário;
− Entra-se no ônibus, sem alarme, e verifica-se também as bagagens de mão dos
proprietários dos volumes cujos tíquetes foram anotados. Juntam-se todos os volumes, na
presença dos proprietários, procedendo-se ao exame dos mesmos e à autuação se for o
caso;
Busca Minuciosa
− numa busca mais aprofundada, deve-se esclarecer aos passageiros tudo o que vai ser feito,
de forma firme e clara;
− determinar aos passageiros que retirem todas suas mercadorias do ônibus e aguardem fora
do veículo, em local definido, esclarecendo que as bagagens de mão que se constituírem
de bens estrangeiros, quando deixadas dentro do coletivo podem ser consideradas como
abandonadas;
− após a saída dos passageiros, pode-se remover o ônibus para um local um pouco distante
dos passageiros, mas não fora da visão do chefe da equipe e nem dos responsáveis pela
segurança;
− enquanto os passageiros se dirigem à fiscalização, com suas bagagens, o ônibus será
vistoriado minuciosamente, interna e externamente, por servidores encarregados desta
tarefa, acompanhados pelo motorista ou outro funcionário da empresa (atentar para o item
4.3 Aspectos a Serem Observados na Busca);
− em algumas circunstâncias, pode-se proceder à apreensão do veículo e/ou prisão dos
envolvidos, lavrando-se os termos e autos pertinentes, e documentando-se a situação
adequadamente (inclusive com fotos), como nos casos de fundo falso, presença de
entorpecentes, etc.;
− as pessoas que forem sendo liberadas aguardarão em local determinado, afastadas da
bancada, não devendo retornar ao veículo, até que seja finalizada a busca naquele. Em
hipótese alguma deve-se permitir o contato entre passageiros já liberados e os demais,
ainda por verificar.
Observações
− como em todo trabalho de repressão, a ordem, a tranqüilidade, a firmeza e a clareza são
fundamentais para se obter resultados satisfatórios, sem incidentes indesejáveis;
− deve-se ter em mente que, em um ônibus, se está trabalhando com um coletivo de pessoas,
que sempre age como grupo e que pode se rebelar contra a falta de tato de qualquer
funcionário. Portanto, o respeito, a educação e a polidez vêm sempre em primeiro lugar,
sem nunca se abrir mão da firmeza e segurança;
− o aprofundamento da vistoria de bagagem em ônibus está relacionado com o tempo
disponível e o tipo de ônibus. Em regra geral, faz-se uma busca rápida em ônibus de linha
regular e minuciosa em ônibus de turismo;
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− no caso de liberação de um ônibus sem ser feita a busca, deve ser esclarecido aos
passageiros que o veículo está sendo liberado da fiscalização por motivos exclusivamente
técnicos;
A estrutura principal de um navio compõe-se de inúmeras partes, que são introduzidas para
resistência, estanqueidade ou segurança.
Grosso modo, um navio pode ser comparado a uma caixa, formada pelo chapeado do
costado e pelos conveses. Essas partes estão seguras umas às outras pelas cavernas, longarinas,
quilha, vaus, pés-de-carneiro, etc.
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Meia-nau (NN) – parte do casco compreendida entre a proa e a popa. As palavras proa,
popa e meia-nau não definem uma parte determinada do casco, e sim região de tamanho
indeterminado;
Vante e ré – diz-se que qualquer coisa é de vante ou está a vante (AV), quando está na proa,
e é de ré ou está a ré (AR), quando esta na popa. Se um objeto está mais para a proa que
outro, diz-se que está por ante-a-vante (AAV) dele; se está mais para a popa, diz-se por ante-
a-ré (AAR);
Obras vivas (OV) ou carena – parte do casco do plano de flutuação em plena carga, isto é,
a parte que fica imersa. Carena é um termo empregado muitas vezes em lugar de obras vivas,
mas significa com mais propriedade o invólucro do casco nas obras vivas;
Obras mortas (OM) – parte do casco que fica acima do plano de flutuação em plena carga e
que está sempre emersa;
Linha d’água – é uma faixa pintada com tinta especial no casco dos navios, de proa a popa.
Sua aresta inferior é a linha de flutuação leve;
Costado – invólucro do casco acima da linha d’água;
Bochechas – partes curvas do costado de um e de outro bordo;
Amura – o mesmo que bochecha. Amura é também uma direção qualquer entre a proa e o
través;
Borda – é o limite superior do costado, que pode terminar na altura do convés (se recebe
balaustrada) ou elevar-se um pouco mais, constituindo a borda-falsa;
Borda-falsa – parapeito do navio no convés, de chapas mais leves que as outras do costado.
Tem por fim proteger o pessoal e o material que estiver no convés, evitando que caiam ao
mar. Na borda-falsa há sempre saídas d’água;
Alhetas – partes curvas do costado, de um e de outro bordo, junto à popa;
Superestrutura – construção feita no convés principal, estendendo-se ou não de um a outro
bordo e cuja cobertura é, em geral, ainda convés;
Castelo da proa ou castelo – superestrutura na parte externa da proa, acompanhada de
elevação da borda;
Tombadilho – superestrutura na parte externa da popa, acompanhada de elevação da borda;
Superestrutura central – superestrutura a meia-nau, também chamada incorretamente
espardeque (do inglês “spardeck”);
Talhamer – aresta externa da proa de um navio, que corta o mar;
Apêndices – partes relativamente pequenas do casco de um navio, projetando-se além da
superfície exterior do chapeamento da carena. Os apêndices compreendem geralmente as
seguintes peças : a parte saliente da quilha maciça, da roda de proa e do cadeste; o leme, as
bolinas, os hélices, os pés-de-galinha dos eixos, a parte dos eixos do costado, o cadaste
exterior e a soleira da clara do hélice;
Calado – é a distância vertical entre a superfície da água e a parte mais baixa do navio
naquele ponto. Geralmente medem-se calado mínimo, que corresponde à condição de
deslocamento leve, até o calado máximo, que corresponde à condição de deslocamento em
plena carga;
Escada de calado – em todos os navios, a boreste e a bombordo, a vante e a ré, e algumas
vezes a meia-nau, são escritas no costado as escalas numéricas para leitura dos calados.
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Os navios são ditos de Longo Curso e de Cabotagem, em relação à navegação que realizam.
Segundo o Regulamento para o Tráfego Marítimo, a navegação mercante é classificada em:
Longo Curso - entre portos do Brasil e os portos estrangeiros;
Grande Cabotagem - entre os portos brasileiros e entre estes e os portos da Costa Atlântica
da América do Sul, das Antilhas e da Costa Leste da América Central, excluídos os portos de
Porto Rico e Ilhas Virgens;
Pequena Cabotagem - entre os portos brasileiros, não se afastando a embarcação mais de
20 (vinte) milhas da costa e fazendo escala em portos cuja distância não exceda a 400
(quatrocentas) milhas, considerando-se também de pequena cabotagem a navegação realizada
com fins comerciais entre a costa e as ilhas oceânicas brasileiras.
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4.5.4.1. Gases
O acúmulo de gases perigosos em tanques, porões, carvoeiros, etc. constitui um dos perigos
encontrados a bordo de navios.
Os espaços que contêm esses gases algumas vezes apresentam baixa percentagem de
oxigênio, a ponto de representar perigo de asfixia ou sufocação a pessoas que neles penetrem sem a
devida proteção, além do perigo da exposição aos efeitos dos gases nocivos.
Antes de o servidor entrar em compartimentos perigosos, deve ser feito o teste de sua
atmosfera. Os testes deverão ser feitos de uma das seguintes maneiras:
− gases explosivos ou combustíveis: por meio de explosímetro elétrico, indicador Burrel ou
lâmpada de segurança;
− insuficiência de oxigênio: por meio de lâmpada de segurança;
− anidrido carbônico: por meio de aparelho específico, que indica o percentual de 0 a 5 %.
Caso não seja possível fazer os testes, os servidores que entrarem no compartimento devem
usar máscaras com mangueiras de ar ligadas ou, ainda, se for o caso, máscara ou tambor gerador de
oxigênio.
As máscaras contra gases, por meio de um filtro, normalmente carvão, possibilitam ao
homem respirar em atmosferas contaminadas, separando e retendo gases irritantes e tóxicos.
No caso de baixa percentagem de oxigênio, essas máscaras não são eficazes, porque, embora
separem os gases nocivos, não suprem o oxigênio necessário à sobrevivência, que falta na atmosfera
ambiente.
Por este motivo, em combate a incêndios e em compartimentos que possuam gases
venenosos ou deficiência de oxigênio, usam-se, com grandes vantagens e ótimos resultados, três
tipos de máscaras ou conjuntos de respiração. Cada um deles, por processos diversos, supre ao
indivíduo uma atmosfera artificial limitada, na qual esse permanece respirando isolado do meio
ambiente:
− sistema com mangueira de ar comprimido;
− máscara autônoma de ar comprimido;
− máscara autônoma de oxigênio.
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atmosfera.
Monóxido de carbono – é o mais perigoso dos gases comuns. A respiração, por poucos
segundos, de ar que contenha 2% de monóxido de carbono acarreta perda da consciência, seguindo-
se de morte em 3 ou 4 minutos. O monóxido de carbono não dá sinal de sua presença, não é visível e
nem tem cheiro.
Outros gases – cloro, amônio, gás sulfídrico e sulfeto de hidrogênio são maléficos e podem
ser produzidos por várias condições.
Um incêndio na carga pode criar uma atmosfera perigosa, não apenas pela fumaça produzida
e o oxigênio reduzido, mas também pelos gases nocivos originados da carga queimada. Madeira
queimada libera alta porcentagem de monóxido de carbono. Borracha queimada produz dióxido de
enxofre e monóxido de carbono. A fumaça constitui um perigo adicional à falta de oxigênio e à
presença de gases venenosos, além de ser muito irritante. A asfixia e tosse, resultantes da inalação de
ar carregado de fumaça, algumas vezes impedem que o ar chegue aos pulmões, provocando a
sufocação.
Os tanques a bordo que permanecerem fechados por longo período podem ser perigosos se
entrar, mesmo quando não contenham resíduos de óleo ou de outra carga qualquer. Pode não haver
nenhuma indicação visível ou odor no ar contido nos tanques, que indique deficiência de oxigênio.
Isso torna a situação particularmente perigosa, pois um homem, entrando desavisadamente neste
compartimento, pode perder a consciência quase que imediatamente, sem aviso ou indício de espécie
alguma. Recomenda-se, antes de penetrar em recintos fechados (duplos-fundos, pique-tanques),
proceder a aeração, utilizando o ar comprimido do próprio navio.
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O gás dos esgotos, em presença do ar, pode atingir uma mistura explosiva. Ele resulta da
putrefação de substâncias orgânicas, tais como: cereais, algodão, papel, couros, etc.
Os gases comprimidos em ampolas, como o acetileno e o hidrogênio, podem causar
explosões em casos de vazamentos, principalmente quando misturados com oxigênio.
Como vimos, é de suma importância verificar a existência de gases explosivos em
compartimentos, quando nestes houver necessidade de trabalhar com maçaricos ou fogos de
qualquer espécie.
Insuficiência de oxigênio
A deficiência de oxigênio pode resultar da retirada deste do ar ou de sua diluição por outro
gás. Geralmente o anidrido carbônico (CO2), por ser mais pesado que o ar, expulsa-o, diminuindo a
concentração de oxigênio a um nível mínimo. A percentagem abaixo de 16 % de oxigênio pode
provocar desmaios e em alguns casos ser fatal.
A formação de ferrugem, ou oxidação lenta do ferro, pode reduzir a percentagem do
oxigênio em tanques vazios e fechados.
O carvão, os cereais, a maioria das substâncias orgânicas, as tintas frescas e o fogo ou
combustão abafada reduzem a presença de oxigênio no ambiente.
Os compartimentos a serem examinados deverão ser necessariamente testados quanto à
insuficiência de oxigênio. Este teste poderá ser feito com lâmpada de segurança, cujo resultado pode
ser avaliado conforme a seguinte tabela:
Gases Venenosos
Em navios com variedade de carga podem aparecer gases venenosos, conseqüentes da
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− observar o casco (ver se há algum sinal ou desenho indicativo, e se o nome do navio foi
colocado sobreposto a outro);
− observar a bandeira ( verificar se é de país de risco);
− observar a movimentação da tripulação ao constatar a presença da fiscalização;
− antes da inspeção, é necessário saber como aplicar a legislação, bem como assegurar-se de
que não seja violada nenhuma norma. Deve-se também saber o que procurar;
− preparar a busca, examinando, sistematicamente, a documentação recolhida na visita
aduaneira;
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Para que a busca em uma aeronave seja bem sucedida, é fundamental à equipe de fiscalização
conhecer o fluxo correto das mercadorias e das bagagens, dominar as técnicas de entrevista e de
avaliação de perfis.
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Quanto a pessoas
Se estiverem entrando, verificar se são funcionários credenciados pela INFRAERO e se
portam o crachá de identificação. Em caso negativo, somente permitir a entrada com autorização
expressa do Inspetor e da autoridade aeroportuária. Se estiverem saindo, verificar se portam algum
volume, identificá-lo e proceder segundo a legislação aduaneira.
Quanto a animais
A presença de animais em aeroportos, como por exemplo cães farejadores de entorpecentes,
utilizados pelas autoridades policiais em inspeção, deverá ter sido previamente autorizada pelo
Inspetor da Receita Federal.
No caso da circulação de animais como mercadoria, os mesmos deverão estar acobertados
pelos documentos pertinentes de importação ou exportação. Note-se que, no caso de animais de
estimação trazidos como bagagem, estes deverão ter atestado sanitário.
Quanto aos animais silvestres, observar as restrições quanto à sua importação e exportação.
(Ver itens 6.4 e 6.5.1).
Quanto a veículos
Na entrada deve-se verificar se possui o cartão de credenciamento emitido pela INFRAERO.
Veículos sem cartão de credenciamento só poderão adentrar com autorização expressa do
Inspetor ou das autoridades aeroportuárias.
O veículo, além de sua sinalização normal, deverá ter sinalização no teto do mesmo, para
utilização noturna.
Tanto na entrada quanto na saída de veículos, atentar para volumes que os mesmos estejam
conduzindo.
Caso se trate de veículo procedente de Zona Franca de Manaus, o mesmo deverá estar
amparado por documento de saída temporária ou definitiva, expedido pela autoridade alfandegária
de Manaus.
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No geral, a técnica de abordagem num aeroporto é a mesma utilizada para veículos terrestres
e embarcações.
O que difere, basicamente, são dois aspectos:
− necessidade de rapidez da abordagem e da decisão a ser tomada;
− o interesse diferenciado em relação a cada um dos usuários do aeroporto.
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aduaneira, salvo se existirem fundadas razões para se supor que contenha objetos diversos dos
referidos no parágrafo primeiro do mencionado artigo.”
Documentação
A carga doméstica deve estar acompanhada do conhecimento aéreo, emitido pela
transportadora, e da nota fiscal.
A carga internacional deve estar acompanhada do conhecimento aéreo (air waybill - AWB) e
da fatura comercial.
Acompanhamento da Carga
Acompanhar cargas internacionais ou domésticas é, antes de tudo, observar e registrar os
seus fluxos. É recomendável estabelecer procedimentos padronizados para cada tipo de aeronave em
razão de sua procedência e da carga que transporta.
Controle da bagagem
As malas podem se selecionadas pelos indícios detectados em seu exame, com uso de
aparelho de Raio X , ou pelos critérios abaixo:
− peso - malas excessivamente pesadas, independentemente do tamanho que tenham;
− características externas - malas ou caixas demasiadamente protegidas por invólucros
plásticos e baús e outros acondicionamentos não comumente usados por passageiros em
geral;
− quantidade - várias unidades de malas idênticas ou parecidas, e com etiquetas seqüenciais.
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CAPÍTULO V
Noções Gerais
São considerados ilícitos fiscais tanto as infrações comuns, sem conotação de dolo (intenção
do agente), quanto as mais graves, tais como as fraudes, o descaminho e o contrabando. É
interessante lembrar que estes últimos exemplos de ilícitos têm sua repercussão na esfera penal, ou
seja, os infratores, além de responderem a processo administrativo perante a Secretaria Receita
Federal, respondem paralelamente a processo-crime.
Conforme o artigo 136 da Lei nº. 5.l72/1966 (CTN), a responsabilidade por infrações da
legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e
extensão dos efeitos do ato.
Ainda, o artigo 499 do Regulamento Aduaneiro dispõe: “constitui infração toda a ação ou
omissão, voluntária ou involuntária, que importe inobservância, por parte da pessoa natural ou
jurídica, de norma estabelecida ou disciplinada neste Regulamento ou em ato administrativo de
caráter normativo destinado a completá-lo.”
Isto, em outras palavras, significa que, se foi praticado ato que esteja precisamente
enquadrado em algum dispositivo como infração fiscal, o agente ou responsável será autuado, sem se
levar em consideração a intenção com que o praticou. A caracterização do dolo, se houver, poderá
servir apenas para sujeitar o autuado a processo penal paralelo e algumas vezes, também, para
agravar a penalidade que lhe for imposta.
A fraude fiscal, segundo o artigo 454 do Decreto nº. 2.637/1998 (RIPI/98) é qualquer ação
ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato
gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais,
de modo a reduzir o montante do imposto devido, ou evitar ou diferir o seu pagamento. Assim, para
que haja a fraude, é imprescindível a existência de dolo, o qual não se presume, mas tem que ser
provado.
Exemplos típicos de fraude fiscal são as cambiais, onde o infrator tenta efetuar uma operação
mediante transações fictícias, sem a importação ou a exportação real de mercadorias. O
subfaturamento e o superfaturamento também são exemplos de fraudes cambiais. Em ambas as
situações haverá um desvio de divisas da economia oficial para a clandestina, podendo redundar ou
não em diminuição da arrecadação de tributos.
Podem também ser consideradas fraudes fiscais, entre outras, a falsificação de autenticação
bancária em DARFs, a emissão de nota fiscal falsa ou com CNPJ de empresa já baixada ou cancelada
e a manutenção de contabilidade paralela.
5.1.2. CONTRABANDO
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Muito embora o Código Penal tenha “englobado” os delitos do artigo 334, caput, não se
pode negar que o crime de contrabando, tem maior gravidade que o de descaminho, pois vai atingir
diretamente vários bens, tutelados ou protegidos. Essa é a visão do renomado jurista Samuel
Monteiro, em seu livro “Dos Crimes Fazendários”, edição 1998, págs. 405 e 414, onde também
define este crime como sendo o ingresso de mercadorias de importação proibida no Território
Nacional, cujo momento de ocorrência se dá quando tais bens cruzam a faixa de fronteira, penetram
no mar territorial brasileiro ou no espaço aéreo nacional.
O combate ao contrabando é uma das atribuições da fiscalização aduaneira, que deverá dar o
conhecimento do fato (contrabando), através de representação fiscal para fins penais, ao Ministério
Público Federal, para as providências de sua alçada.
A Polícia Federal também tem a função de prevenir e reprimir o contrabando, como
competência definida nas suas atribuições constitucionais, devendo encaminhar à SRF, para os
procedimentos administrativos, os bens e ou mercadorias apreendidas.
Nessas circunstâncias, cabe à SRF a formalização do processo administrativo com a
penalidade cabível (perdimento da mercadoria). Ao mesmo tempo, a atuação da Polícia Federal
limita-se à esfera penal (inquérito). As duas esferas (administrativa e penal) são independentes e os
dois processos ocorrem com total autonomia.
Conforme o Código Penal Brasileiro (Decreto-Lei n.º 2.848, de 7/12/40) os crimes de
contrabando e descaminho são definidos como:
“Art. 39. Será considerado contrabando a saída de mercadorias da Zona Franca sem a
autorização legal expedida pelas autoridades competentes.”
O Regulamento Aduaneiro/1985:
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“Art. 515 - Também será objeto da pena de perdimento a mercadoria que, nos termos de
lei, tratado ou convenção internacional, firmado pelo Brasil, seja proibida de sair do
território aduaneiro, e cuja exportação for tentada.”
Também a Portaria/MF nº. 227, de 03.09.1998, no artigo 1º, inciso XIX determina:
5.1.3. DESCAMINHO
5.1.4. RESISTÊNCIA
“Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário
competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio.”
Comentários: “É indispensável, pois, que o agente empregue força física ou ameaça. (...) a
violência deve ser exercida contra a pessoa do funcionário ou de quem o auxilia. A ameaça pode ser
real (brandir um punhal, apontar uma arma de fogo) ou verbal (promessa de um mal). Não
caracteriza o crime em análise, portanto, a mera recusa em acompanhar os detentores; o ato de
simples indisciplina; a recusa em ingressar em viatura policial e o uso de palavrões; o espernear ou
esbravejar.” (Júlio Fabbrini Mirabete, "Manual de Direito Penal”, Volume 3, Editora Atlas).
5.1.5. DESOBEDIÊNCIA
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5.1.6. DESACATO
“Art. 336 - Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou conspurcar edital afixado por
ordem de funcionário público; violar ou inutilizar selo ou sinal empregado, por
determinação legal ou por ordem de funcionário público, para identificar ou cerrar
qualquer objeto.”
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(amarrado, colado, pregado, etc.). (...) É indispensável que os selos ou sinais sejam exigíveis por lei,
ou que tenham sido empregados por funcionários competentes para identificar ou cerrar (fechar)
qualquer objeto.” (Júlio Fabbrini Mirabete, "Manual de Direito Penal”, Volume 3, Editora Atlas).
5.4.1. INTRODUÇÃO
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Ocorrendo crime, o servidor poderá dar voz de prisão e tomar providências para deter o
suposto criminoso. Ter sempre em mente que o delito não é cometido contra a pessoa do servidor,
mas sim contra a administração pública.
Ao efetuar-se a prisão, deve-se informar em voz clara e na presença de testemunhas os
direitos constitucionais do detido:
“ O senhor(a) tem o direito de permanecer calado(a) e tudo o que disser poderá ser usado
contra o senhor(a). O senhor(a) tem direito a um advogado e se não puder pagá-lo, a poder
público providenciará um. O senhor(a) tem direito a um telefonema.”
Nas operações de vigilância e repressão, deve-se ter por regra a presença de alguém
representando força policial, que ficará responsável pela imobilização da pessoa detida e demais
providências subseqüentes.
Lavrar termo historiando a ocorrência quando for feita a entrega da pessoa à autoridade
policial, mediante comprovante. Em se tratando de apreensão de droga lavrar o Termo de Apreensão
de Substâncias Entorpecentes e Drogas Afins ( ver item 5.5.5 - Termos).
“Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de
autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei”.
“Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem
quer que seja encontrado em flagrante delito”.
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Testemunha
“A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento
do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou,
durante o dia, por determinação judicial.”
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Também a Portaria/MF nº. 227, de 03.09.1998, no artigo 1º, inciso XIX determina:
O art. 3º da mesma lei (regulamentada pelo Decreto nº. 78.992, de 21.12.1976) prevê a
criação do Sistema Nacional de Prevenção, Fiscalização e Repressão de Entorpecentes. Neste
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Sistema, está incluído o Sistema de Controle Aduaneiro da Receita Federal, e foi instituído pelo
Decreto nº. 85.110, de 02.09.1970.
A Medida Provisória nº. 1.794-13, de 20.05.1999, altera o artigo 3º antes referido, dando-
lhe a seguinte redação:
Não cabe à Aduana atuar sobre o consumo de drogas, sobre sua produção, seu comércio
doméstico, etc. Como a sua competência é subsidiária, a Aduana atua em apoio à Polícia Federal.
Todo material eventualmente apreendido e os suspeitos detidos devem ser encaminhados à Polícia
Federal para lavratura do competente inquérito policial.
Quando houver servidores da Polícia Federal trabalhando em conjunto na operação, poder-
se-á solicitar que os mesmos já iniciem os trâmites legais, inclusive quanto à apreensão das
substâncias suspeitas e detenção de indivíduos.
5.5.1. DEFINIÇÕES
Droga é toda substância simples ou composta, natural ou sintética, que pode modificar a
saúde dos seres vivos e por isso é utilizada na preparação de medicamentos, como meio de
diagnóstico, etc.
Droga perigosa é a droga que, apesar de algumas vezes possuir propriedades que a tornem
apropriada ao uso médico, é empregada para produzir estupor, ou seja, alteração do estado psíquico.
Por essa razão, as drogas perigosas são também chamadas de entorpecentes ou estupefacientes.
Essas substâncias podem causar às pessoas que as consomem os seguintes estados:
− bem-estar, gosto pela substância;
− hábito, costume, desejo de uso;
− necessidade do produto, ânsia, necessidade de aumento das doses;
− perda do senso moral e do pudor;
− incursão na senda do crime; e
− sofrimento pela abstinência, mais doloroso que a sede.
Dentre as drogas perigosas encontram-se também os psicotrópicos, que são capazes de criar
ilusões ou alucinações, como é o caso da dietilamida de ácido lisérgico (LSD).
Toxicomania é definida pela Organização Mundial da Saúde como um estado de intoxicação
aguda ou crônica, prejudicial para o indivíduo e para a sociedade, produzida pela administração
repetida de um ou mais tipos de drogas.
A toxicomania apresenta três características:
Tolerância - necessidade de seguir aumentando progressivamente as doses para obter o
mesmo efeito;
Dependência psíquica - é um estado decorrente do consumo habitual de uma droga, cuja
supressão provoca transtornos de caráter emocional ou da personalidade do indivíduo só
contornados com o uso dessa droga;
Dependência física - é a necessidade do uso de determinada droga para impedir o
aparecimento de sintomas somáticos. Ao suspender-se bruscamente a administração da
droga, produz-se a síndrome de abstinência, isto é, o conjunto de sintomas e reações que se
manifestam pela falta da droga no organismo.
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MANUAL DE VIGIL ÂNCIA E REPRESS ÃO
Drogas alucinógenas
− maconha;
− haxixe;
− LSD.
Drogas estimulantes
− cocaína;
− crack
− anfetaminas.
Drogas depressoras
− ópio;
− morfina;
− heroína;
− barbitúricos.
Produz-se a cocaína a partir das folhas de coca, cultivada principalmente nas regiões andinas
da América do Sul (Colômbia, Bolívia e Peru). Seu nome científico é erytroxylon coca.
A cocaína é um alcalóide obtido por processo de laboratório. Apresenta-se como um sal
branco vitrificado, facilmente solúvel em água.
Existem várias formas de se produzir a cocaína. Entretanto é importante saber quais as
substâncias mais comumente usadas na sua produção, denominadas de precursores. Cal virgem,
querosene, ácido sulfúrico, amoníaco e permanganato de potássio são elementos empregados na
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produção da pasta de cocaína, que é uma substância básica intermediária, bastante impura. Para se
chegar ao produto final, ou seja, o sal de cocaína, empregam-se, ainda, álcool, acetona, éter e ácido
clorídrico.
A proporção de cocaína obtida a partir da folha de coca é de aproximadamente 90 kg de
folha para 1 kg de pasta básica e 0,55 kg de cloridrato de cocaína.
A cocaína pode ser distribuída para consumo adicionada a ácido bórico, tartárico,
bicarbonato de sódio, talco, maizena, pó de mármore e outros similares. Hoje, está sendo
largamente consumida uma forma impura de cocaína, devido a seu processo de produção muito
barato, conhecida como crack (apresentado sob a forma de pedras).
As formas de administração da cocaína são por via nasal (a mais comum), endovenosa,
intramuscular, oral ou ainda pelo fumo (crack).
Os efeitos estimulantes da cocaína produzem excitabilidade, verborragia e redução de
cansaço. Pode produzir uma sensação de euforia e de aumento de força física.
Em grandes doses, a cocaína produz medo, ansiedade e alucinações. Dilata as pupilas,
aumenta a pulsação e a pressão arterial. Ao período de estimulação segue um período de depressão.
Em grandes doses repetidas pode reduzir a tal ponto o ritmo respiratório e o ritmo cardíaco, que a
morte sobrevém fatalmente. Produz forte dependência psíquica.
Os principais centros produtores de cocaína são Bolívia, Peru e Colômbia, sendo que os
centros consumidores mais conhecidos são os EUA, Canadá e Europa. O Brasil, embora hoje já se
situe como um grande centro consumidor, é considerado mais como um país de trânsito, devido ao
fato de situar-se estrategicamente entre os centros produtores e os consumidores.
A maconha ou marijuana é uma droga natural, pertencente ao grupo das drogas alucinógenas,
extraída da planta de cânhamo, conhecida com o nome científico de cannabis sativa lineu, originária
das montanhas do Himalaia e cultivável em qualquer clima temperado do mundo.
A planta produz uma resina intoxicante muito potente que contém a parte ativa denominada
cientificamente tetra-hidrocanabinol (THC). Essa resina concentra-se principalmente nas folhas e
nas flores das extremidades da planta feminina, constituindo-se a floração no momento em que a
mesma apresenta a maior concentração de THC.
A maconha, assim como os derivados da mesma, apresenta-se de diferentes formas.
Encontra-se geralmente misturada com as partes menos ativas da planta, tais como ramos e
sementes; algumas vezes, em forma natural seca; em forma de “pães” e “tijolos”, e também
moída, semelhante ao orégano (picadura de maconha).
No momento de sua colheita, a maconha apresenta uma cor verde clara e, à medida que vai
secando, vai ficando escura. Seu cheiro, embora se pareça com o do capim seco, é mais
penetrante e característico, sendo inconfundível para o conhecedor, lembrando o perfume
patchouli.
O haxixe é um concentrado extraído da mesma matéria-prima e que, como droga ativa, é seis
a oito vezes mais potente que a maconha. É encontrado sob diferentes formas: em bolinhas,
principalmente, ou pedras e outros moldes, e sua cor varia de marrom escuro até quase negro.
O cheiro é da maconha, porém mais forte e penetrante.
Dada a grande compactação que pode conseguir, o haxixe pode também aparecer
dissimulado, moldado em formas de estatuetas, pratos decorativos e outros objetos.
Todos os preparados da Cannabis usualmente são fumados por meio de cigarros ou
cachimbos. Pode ainda ser administrada por via oral ou nasal, por inalação.
As primeiras sensações do usuário são de euforia e exaltação do ânimo; posteriormente, vai
perdendo a noção de tempo e de distância. Fisiologicamente, o usuário apresenta um leve aumento
da pulsação, a fala torna-se lerda e apresenta certas incoerências; há queda da temperatura do corpo,
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MANUAL DE VIGIL ÂNCIA E REPRESS ÃO
inflamação da mucosa e dos brônquios e perda de coordenação dos pés e das mãos. Há ainda
retardamento do raciocínio com conseqüente dificuldade na execução de tarefas que exijam
coordenação de idéias e reflexos rápidos.
Não produz tolerância ou dependência física. Depois de longo tempo de uso, costuma
desenvolver dependência psíquica.
Para se identificar uma droga de forma conclusiva deve-se recorrer aos serviços de um
laboratório especializado. Não obstante, para que o servidor aduaneiro possa identificar uma droga
no momento e no lugar dos procedimentos, de forma rápida e com uma grande porcentagem de
segurança, existem certos tipos de reativos que são de fácil manuseio e transporte.
O servidor deverá empregar o reativo correspondente à droga suspeita, utilizando-se, para
tanto, dos conhecimentos que possua sobre as características próprias de cada droga.
Em hipótese alguma, no exame de substâncias suspeitas, deve-se usar o sentido do paladar,
uma vez que existem drogas muito potentes que podem provocar efeitos tóxicos e também
substâncias que podem ser venenosas.
Dado o fato de que, no tráfico de entorpecentes, nem sempre a droga é encontrada pura, pois
muitas vezes ela já estará “cortada” (adulterada pela adição de outras substâncias, para aumentar seu
peso e, conseqüentemente, seu valor), é preciso repetir a prova com outra porção de substância, no
caso em que a reação do primeiro teste seja negativa. Já ocorreram situações em que as partículas
testadas não eram da droga suspeita e sim de uma porção do produto empregado para “cortá-la” ou
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MANUAL DE VIGIL ÂNCIA E REPRESS ÃO
misturá-la, por exemplo, a lactose, na cocaína. Nos casos de drogas que tenham semelhança com
outras, deve-se ter o cuidado de realizar o teste com os demais reativos.
No âmbito da Secretaria da Receita Federal usam-se, como instrumento de trabalho, kits com
narcotestes, isto é, reativos contidos em ampolas embutidas em tubos plásticos e que trazem uma
identificação específica para os tipos de drogas em que deverão ser usados.
Para realizar os testes com os reativos empregam-se pequenas porções da droga, seja em pó
ou em estado líquido. Quando a droga apresenta-se compactada em tabletes, pedras, “pães” ou em
folhas, flores, etc., deve-se fracioná-la em pequenos pedaços e triturá-los até convertê-los em pó.
Deve-se ter especial cuidado com o transporte e o manuseio dos reativos, dado que alguns
deles constituem-se em substâncias químicas muito nocivas para a saúde (ex.: ácido sulfúrico) e,
além disso, podem ocasionar danos materiais.
Durante a execução dos testes recomenda-se colocar o tubo dentro de um saco plástico
transparente, quebrar as ampolas de vidro distante do rosto, usar luvas, e nunca virar o tubo ou
sacudi-lo na vertical.
Ainda, levando-se em conta os cuidados com a segurança pessoal, tão logo se chegue ao
resultado do teste, é recomendável que o responsável pela operação se assegure de que os produtos
finais não venham a causar qualquer dano a si próprio, a outrem ou ao meio ambiente.
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MANUAL DE VIGIL ÂNCIA E REPRESS ÃO
5.5.5. TERMOS
Exemplo 02 - “Pó branco, sem odor, tratando-se provavelmente da droga conhecida pelo
nome de cocaína, embalada em dois pequenos sacos plásticos, pesando, no total,
aproximadamente - não em balança de precisão - 200 g.”
61
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1 - JURISDIÇÃO FISCAL
SRRF .........RF
DRF/IRF .......
Unidade Local: (código)
2 - ORIGEM DA AÇÃO FISCALIZADORA
(___) Denúncia (___) Suspeita (___) Revisão de Rotina
(___) Programa /Ato:______________________________________________________
3 - AÇÃO FISCAL - DADOS DA LAVRATURA
Hora/Minuto: Dia/Mês/Ano:
Local:
4 - RESPONSÁVEL / PORTADOR
Nome: CPF:
CI nº. : Org. Exp. Data Emissão:
Endereço: CEP:
Filiação:
Nacionalidade: Passaporte nº. :
Procedência: Destino:
5 - DADOS DO VEÍCULO TRANSPORTADOR
Meio de Transporte: Nº. Vôo: Identificação:
Categoria: Procedência:
Origem: Destino:
Nome do Proprietário/Transp.:
Endereço: CNPJ/CPF:
6 - DESCRIÇÃO SUCINTA DO MATERIAL SUSPEITO
8 - CONTEXTO
62
MANUAL DE VIGIL ÂNCIA E REPRESS ÃO
No uso das atribuições que nos são conferidas pela legislação vigente, em especial pelo artigo
9º do Decreto n.º 85.110, de 02 de setembro de 1980, apreendemos as substâncias e bens
relacionadas no Anexo, parte integrante deste Termo, encontrados em poder da pessoa qualificada
no anverso e nas circunstâncias descritas. Referidas substâncias apresentam características que
ensejam a sua inclusão na lista de produtos capazes de causar dependência física ou psíquica
elaborada pela Divisão Nacional de Vigilância Sanitária de Medicamentos - DIMED, do Ministério
da Saúde, portanto nas condições previstas nos artigos 12, 34, 36 e 40 da Lei n.º 6.368, de 21 de
outubro de 1976.
9 - AUTORIDADE FISCAL
Nome:
Cargo: Assinatura:
10 - RESPONSÁVEL/PORTADOR
Nome: Assinatura:
Autoridade Fiscal
(assinatura/cargo/matrícula)
Autoridade Policial
(assinatura/cargo/matrícula)
Este termo é usado para relacionar as drogas e mercadorias que estão sendo entregues à
autoridade policial. Observar o preenchimento dos itens abaixo, conforme exemplificado:
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MANUAL DE VIGIL ÂNCIA E REPRESS ÃO
Exemplo 02 - “Pó branco, sem odor, tratando-se provavelmente da droga conhecida pelo
nome de cocaína, embalada em dois pequenos sacos plásticos. Unidade: g Peso
bruto aprox.: 200 Vlr. Presumido: pode-se deixar em branco.
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MANUAL DE VIGIL ÂNCIA E REPRESS ÃO
1 - JURISDIÇÃO FISCAL
SRRF .........RF
DRF/IRF .......
Unidade Local: (código)
2 - PORTADOR/RESPONSÁVEL
Nome:
CPF: Nº. do Processo:
3 - ESPECIFICAÇÃO DAS SUBSTÂNCIAS
5 - AUTORIDADE FISCAL
Nome:
Cargo: Assinatura:
Nome:
Cargo: Assinatura:
6 - RECIBO DA CUSTÓDIA
Nome:
Data: Assinatura: Cargo:
CAPÍTULO VI
65
MANUAL DE VIGIL ÂNCIA E REPRESS ÃO
LEGISLAÇÃO E PROCEDIMENTOS
6.1. BAGAGEM
6.1.1. CONCEITO
Dispõe o art. 4º da IN/SRF nº. 117/1998 que não incidirão impostos sobre os bens
compreendidos no conceito de bagagem:
− de origem nacional;
− de origem estrangeira:
− comprovadamente saídos do País como bagagem, quando do seu retorno, ainda
que portados por terceiros, independentemente do prazo de permanência no
exterior e das razões de sua saída;
− remetidos ao exterior, pelo viajante, para conserto, reparo ou restauração, quando
do seu retorno; e
66
MANUAL DE VIGIL ÂNCIA E REPRESS ÃO
Conforme o disposto no art. 5º da IN/SRF nº. 117/1998, a isenção aplicável aos bens que
constituam bagagem de viajante procedente do exterior abrange o imposto de importação e o
imposto sobre produtos industrializados.
A bagagem acompanhada está isenta relativamente a (art. 6º):
− livros, folhetos e periódicos;
− roupas e outros artigos de vestuário, artigos de higiene e de toucador, e calçados, para
uso próprio do viajante, em quantidade e qualidade compatíveis com a duração e a
finalidade da sua permanência no exterior;
− outros bens, observado o limite de valor global de:
− US$ 500,00 (quinhentos dólares dos Estados Unidos) ou o equivalente em outra
moeda, quando o viajante ingressar no País por via aérea ou marítima;
− US$ 150,00 (cento e cinqüenta dólares dos Estados Unidos) ou o equivalente em
outra moeda, quando o viajante ingressar no País por via terrestre, fluvial ou
lacustre.
Ainda, conforme o parágrafo único do artigo 6º, é vedada a transferência, total ou parcial, do
limite de isenção para outro viajante, inclusive pessoa da família.
O direito à isenção somente poderá ser exercido uma vez a cada trinta dias (art. 7º).
A bagagem desacompanhada está isenta de impostos relativamente a livros, folhetos e
periódicos, e, desde que usados, roupas e outros artigos de vestuário, artigos de higiene e de
toucador, e calçados (art. 8º).
67
MANUAL DE VIGIL ÂNCIA E REPRESS ÃO
Todo o viajante procedente do exterior, residente ou não, qualquer que seja a via de
transporte está obrigado a apresentar à fiscalização aduaneira Declaração de Bagagem Acompanhada
- DBA (art. 15 da IN/SRF 117/1998 e 2º da IN/SRF 120/1998). Esta declaração foi instituída pelo
art. 1º IN/SRF 120/1998.
Conforme os dispositivos citados:
− no caso de menores de dezesseis anos, prestará a declaração o pai ou o responsável. Se
estiverem desacompanhados, ficam dispensados da apresentação de declaração de
bagagem, sem prejuízo dos procedimentos de verificação a serem exercidos pela
fiscalização aduaneira;
− se os bens pertencerem a pessoa falecida no exterior, a declaração será prestada pelo
sucessor ou pelo administrador do espólio;
− os bens adquiridos em loja franca, por ocasião da chegada do viajante ao País, não devem
ser declarados em DBA.
O valor dos bens integrantes de bagagem será o valor de aquisição constante de fatura ou
nota de compra. Na falta deste valor, serão utilizados catálogos, listas de preços, ou outros
indicadores (art. 21 e parágrafo único da IN/SRF n° 117/1998).
Caso o viajante pretenda transferir bens desembaraçados com isenção, deverá submeter-se
ao pagamento prévio dos impostos incidentes sobre a importação corrigido monetariamente (art. 108
e 137 do Regulamento Aduaneiro).
Cálculo dos Impostos
Os impostos serão calculados segundo o regime comum de importação, reduzidos
proporcionalmente à depreciação do valor dos bens, na forma prevista nos parágrafos 1° e 2° do
artigo 139 do Regulamento Aduaneiro.
Itens a observar:
−a taxa de câmbio e alíquotas de tributos a serem utilizadas serão as vigentes na data do
desembaraço como bagagem;
−o valor do imposto pago no desembaraço como bagagem será deduzido do valor apurado
para a transferência;
−o valor pago na data do desembaraço como bagagem está sujeito à correção monetária.
Todavia, atualmente não há índice de correção monetária. A taxa SELIC também não se
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MANUAL DE VIGIL ÂNCIA E REPRESS ÃO
aplica, pois refere-se a débitos não pagos no vencimento, e neste caso, o vencimento do
imposto resultante do cálculo coincide com a data da transferência do bem;
−se o valor resultante da aplicação do regime comum de importação for menor do que aquele
pago no desembaraço como bagagem, não haverá tributo a ser pago ou restituído;
−se houver saldo de imposto a pagar, os DARFs deverão ser separados por imposto (IPI e
II), e recolhidos previamente ao deferimento do pedido de transferência do bem.
Sem prejuízo da autorização da autoridade aduaneira, a transferência ou cessão de uso a
pessoa ou entidade que goze de igual tratamento tributário far-se-á sem o pagamento de impostos.
Quem deve entrar com o processo, pleiteando a transferência, é o viajante de gozou do
benefício da isenção. Observe-se que o art. 1º do Decreto-Lei nº. 2.472/1988, ao alterar o art. 32
do Decreto-Lei nº. 37/1966, estabeleceu parágrafo único, que fixou como responsável solidário o
adquirente ou cessionário da mercadoria beneficiada com isenção.
Os bens desembaraçados como bagagem transferidos sem o prévio pagamento dos tributos e
a autorização da autoridade aduaneira estarão sujeitos às seguintes penalidades:
− nos casos de bens que tenham sido objeto de isenção de caráter especial, caberá a pena de
perdimento, conforme artigos 105, inciso XIII do Decreto-Lei nº. 37/1966 e 23, inciso
IV e parágrafo único do Decreto-Lei nº. 1.455/1976 (consolidados no art. 514, inc XIII
do Regulamento Aduaneiro);
− nos casos de bens que tenham sido objeto de isenção de caráter geral concedida a
qualquer viajante procedente do exterior, nos termos do artigos 5º e 6º da IN/SRF
117/1998, caberá, além dos tributos incidentes, a aplicação das seguintes multas (tendo
em vista o disposto no parágrafo único do artigo 514 do RA):
− 50% prevista no artigo 106, inciso II, alínea “a” do Decreto-Lei nº. 37/1966
(consolidado no artigo 521, inc. II, alínea “a” do Regulamento Aduaneiro);
− 200% prevista no artigo 3º do Decreto-Lei nº. 1123/70 (consolidado no artigo
529, inc. IV do Regulamento Aduaneiro), além do imposto incidente, conforme
artigo 137 do RA.
O viajante que estiver trazendo bens estrangeiros de valor superior ao limite de isenção,
previsto na IN/SRF 117/1998, e for abordado na zona secundária, deverá apresentar DBA
( Declaração de Bagagem Acompanhada ) e, conforme o caso, DARF autenticado, de acordo com os
artigos 15 e 16 da IN/SRF 117/1998 e art. 2º da IN/SRF 120/1998. À mercadoria em situação
irregular, será aplicada a pena de perdimento, não sendo previsto na zona secundária o pagamento
de tributos para a sua regularização.
Penalidade: Perdimento de toda a mercadoria estrangeira trazida como bagagem, e não
somente da parte que exceder à isenção.
Termo: Termo de Lacração de Volumes, Termo de Apreensão, ou Auto de Infração e Termo
de Apreensão e Guarda Fiscal (AITAGF), conforme o caso.
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MANUAL DE VIGIL ÂNCIA E REPRESS ÃO
Enquadramento Legal: artigos 105, inciso X do Decreto-Lei nº. 37/1966 e 23, inciso IV e
parágrafo único do Decreto-Lei nº. 1.455/1976 (consolidados no art. 514, inc X do
Regulamento Aduaneiro, aprovado pelo Decreto n° 91.030/1985) combinado com os artigos
14, inc. I, 15 e 16, inc. V da IN/SRF 117/1998.
O artigo 3º, inciso I da IN/SRF nº. 117/1998 exclui do conceito de bagagem os bens cuja
quantidade, natureza ou variedade configure importação ou exportação com fim comercial ou
industrial. No entanto não faz referência específica a estas quantidades permitidas, devendo-se então
tomar como parâmetro o próprio conceito de bagagem, ou seja, bens novos ou usados destinados a
uso ou consumo pessoal do viajante.
Pelo artigo 230 do Regulamento Aduaneiro, aplicar-se-á a tais bens o regime de importação
comum. No caso destes bens serem encontrados em zona secundária, sem terem sido
desembaraçados dessa forma, será aplicada sobre os mesmos a pena de perdimento.
Penalidade: Perdimento da mercadoria estrangeira que revelar tal finalidade.
Termo: Termo de Lacração de Volumes, Termo de Apreensão, ou AITAGF, conforme o
caso.
Enquadramento Legal: artigos 105, inciso X do Decreto-Lei nº. 37/1966 e 23, inciso IV e
parágrafo único do Decreto-Lei nº. 1.455/1976 (consolidados no art. 514, inc X do
Regulamento Aduaneiro, aprovado pelo Decreto n° 91.030/1985) combinado com o artigo
3º, inc. I e 16, inc. IV da IN/SRF 117/1998.
De acordo com a IN/SRF nº. 117/1998, o direito a isenção em relação aos bens integrantes
de bagagem, aos quais se aplicam os limites de US$ 500.00 e US$ 150.00 (art. 6º, inc III), não
poderá ser utilizado mais de uma vez:
− a cada 30 dias, no caso de viajante (art. 7º);
− a cada ano, no caso de tripulante de navio, nas condições do artigo 13.
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MANUAL DE VIGIL ÂNCIA E REPRESS ÃO
A importação de cigarros será efetuada com observância dos dispositivos da Lei nº.
9.532/1997, pela qual o importador, além de ser inscrito no Registro Especial, instituído pelo artigo
1º do Decreto-Lei nº. 1.593/1977, deve constituir-se sob a forma de sociedade. A inobservância por
ocasião do desembaraço aduaneiro, das condições previstas no artigo 50, inciso I da referida Lei,
sujeitará o infrator à pena de perdimento.
Os cigarros de origem estrangeira podem ser trazidos como bagagem. Todavia, quando
enquadrados como destinação comercial ou em valor superior ao limite de isenção, encontrados na
zona secundária, estarão sujeitos à pena de perdimento e multa.
Penalidade: Perdimento e multa pecuniária de R$ 0,7375 por maço.
Termo: Termo de Lacração de Volumes, Termo de Apreensão, ou AITAGF, conforme o
caso.
Enquadramento Legal:
Perdimento: art. 2º e 3º e parágrafo 1º do Decreto-Lei nº. 399, de 30.12.1968,
(consolidados no art. 519 ‘caput’ do Regulamento Aduaneiro), combinado com os
artigos 3º, inc I, 14, inc. I, 16, inc. IV e V.
Multa: art. 3º e parágrafo 1º do Decreto-Lei nº. 399, de 30.12.1968, (consolidados
no art. 519, parágrafo único do Regulamento Aduaneiro), atualizado pelas Leis
8.178/91, art. 21; 8.218/91, art. 10; 8.383/91, art. 3º; 8.981/1995, art. 99; e
9.249/1995, art. 30, do que resultou a multa de valor fixo de R$ 0,7375 por maço de
cigarro.
Valoração: Conforme orientação da DIANA/10ª RF - Memorando Circular nº.
08/052/1999, para fins de valoração, os cigarros estrangeiros serão enquadrados em
classes, da mesma forma que os cigarros nacionais, de acordo com as especificações
constantes no artigo 2º do Decreto nº. 3.070/1999. Para formalização do Auto de
Infração que propõe o perdimento, o valor a ser atribuído será o menor valor
correspondente a cada classe, informado pelos fabricantes dos cigarros nacionais.
Para a Representação Fiscal para Fins Penais, o valor do Imposto de Importação que
deixou de ser recolhido será calculado com base no valor informado no Auto de
Infração. O valor do IPI será o correspondente à classe em que o cigarro foi
enquadrado.
71
MANUAL DE VIGIL ÂNCIA E REPRESS ÃO
Art. 6º da Norma de Aplicação do Mercosul , item 1 - "Fica proibido importar sob este
regime mercadorias que não constituam bagagem, assim como aquelas que estejam sujeitas
a proibições ou restrições de caráter não econômico."
Conforme o art. 15 da Lei n.º 9.437, de 20.02.1997, regulamentada pelo Decreto 2.222, de
08.05.1997, é vedada a importação de brinquedo que se confunda com arma de fogo:
72
MANUAL DE VIGIL ÂNCIA E REPRESS ÃO
"Art. 2º - Para os efeitos desta Portaria, considera-se resíduo todo o material nos
estados sólido e semi-sólido que resulta de atividades de comunidades de origem:
industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição.
§ 3° - Cabe destacar como resíduos cuja importação é proibida:
(...)
III- os pneumáticos usados (pneus meia vida).”
“Art. 4° - Os Resíduos Inertes - Classe III não estão sujeitos a restrições de importação, à
exceção dos pneumáticos usados cuja importação é proibida.”
Observe-se que, quanto aos pneus recauchutados não usados, não há proibição à
importação, conforme Nota COANA/COLAD/DILEG N° 18/1998.
73
MANUAL DE VIGIL ÂNCIA E REPRESS ÃO
Os bens controlados poderão ser trazidos como bagagem. Porém, conforme o artigo
6º, item 2 da Norma de Aplicação Relativa ao Regime de Bagagem no Mercosul, aprovada pela
Resolução Mercosul/CMC/Decisão nº. 18/1994, referendada pelo Decreto nº. 1.765/1995 (art. 18
da Portaria/MF n.º 39/1995), estão sujeitos à anuência do órgão competente, sem o que serão
considerados irregulares.
Também a IN/SRF nº. 117/1998, em seu artigo 37, dispõe:
Ainda, em seu artigo 16, inciso I, a IN/SRF nº. 117/1998 enumera os casos de bens cuja
declaração é obrigatória, quando trazidos como bagagem:
“Art. 16 - O viajante deverá dirigir-se ao canal ‘bens a declarar’ quando estiver trazendo:
I - animais, plantas, sementes, alimentos e medicamentos sujeitos a inspeção
sanitária, armas e munições;”
Estes bens, quando encontrados na zona secundária sem comprovação de sua regular
introdução no País, estão sujeitos a apreensão e aplicação da pena de perdimento.
Seguem abaixo alguns exemplos.
74
MANUAL DE VIGIL ÂNCIA E REPRESS ÃO
6.5.1. ANIMAIS
No seu art. 9º esclarece que a importação de animais vivos, está sujeita à autorização prévia
do Ministério da Agricultura, que se manifestará quanto às exigências zoosanitárias do país de
procedência.
A Portaria da Secretaria de Defesa Agropecuária nº. 182/1998 dispõe sobre os produtos
agropecuários sujeitos à anuência do Ministério da Agricultura e do Abastecimento.
A Lei nº. 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que dispõe sobre as sanções penais e
administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente e esclarece no Capítulo
V “Dos crimes contra o Meio Ambiente”, mais precisamente os art. 29, 30 e 31:
“Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou
em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade
competente, ou em desacordo com a obtida:
Pena – detenção de seis meses a um ano, e multa.
§ 1º Incorre nas mesmas penas:
(...)
III – quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, tem em
cativeiro ou depósito, utiliza ou transporta ovos, larvas ou espécimes da
fauna silvestre, nativa ou em rota migratória, bem como produtos e objetos
dela oriundos, provenientes de criadouros não autorizados ou sem a devida
licença, permissão ou autorização da autoridade competente.
Art. 30. Exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e répteis em bruto, sem a
autorização da autoridade ambiental competente.
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.
Art. 31. Introduzir espécime animal no país, sem parecer técnico oficial favorável e licença
expedida por autoridade competente:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.”
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não submetidos a regime especial de controle e em quantidade para uso individual, que não se
destinem a revenda ou comércio.
Os produtos submetidos a regime especial de controle foram elencados na Portaria SVS n°
344/1998, cuja lista foi atualizada pela Resolução nº. 147, de 28.05.1999. Dentre esses, salientam-
se as seguintes substâncias: psicotrópicas, entorpecentes, anabolizantes, retinóicas,
imunossupressoras e anti-retrovirais, e produtos precursores para fabricação e síntese de
entorpecentes e psicotrópicos.
Ainda o art. 46 do Decreto nº. 2.222, de 08.05.1997, que regulamenta a Lei nº.
9.437/1997, que instituiu o Sistema Nacional de Armas - SINARM, tem o seguinte teor:
A relação dos produtos controlados está anexa ao citado Regulamento (R-105), entre os
quais se pode destacar:
− acessórios e peças de armas
− armas de fogo em geral
− armas de pressão
− munições e seus acessórios
− estopins, espoletas, etc.
O desembaraço desses produtos controlados, como bagagem, está previsto no Decreto nº.
2.998/1999, acima citado, nos artigos 218 a 220. Segundo essa norma, os bens devem ser
apresentados à fiscalização, quando de sua entrada no País, ficando retidos nas repartições fiscais,
mediante termo. Os interessados devem então dirigir requerimento ao comandante da Região
Militar(RM), apresentando os documentos pertinentes, solicitando o desembaraço dos bens. O
comandante da RM é quem autoriza a conferência aduaneira por parte do Ministério Exército e
determina que seja feita a comunicação à Secretaria da Receita Federal, por meio da Guia de
Desembaraço Alfandegário, cuja cópia servirá ao interessado para que providencie o registro das
armas junto aos órgãos competentes. Este registro precede o desembaraço no âmbito da Receita.
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“Art. 240. Têm competência para efetuar a apreensão de produtos controlados, nas áreas
de sua atuação, consoante a legislação em vigor:
I - as autoridades alfandegárias;
(...)
Art. 241. O produto controlado será apreendido quando:
(...)
IV - Sujeito a licença de importação ou desembaraço alfandegário , tiver entrado
ilegalmente no país;
(...)
Art. 245. Aos produtos controlados apreendidos pelas autoridades alfandegárias será
aplicada a legislação específica, cumpridas as prescrições deste Regulamento.”
Quando o viajante estiver de posse de bens estrangeiros sujeitos a declaração por escrito na
entrada do País, porém, com parte destes declarados e outra parte não, libera-se aquilo que estiver
coberto por DBA. Os demais bens, exceto os de uso e consumo pessoal, estão sujeitos à pena de
perdimento, pelo disposto no Art. 514, inc. X.
Se houver a apreensão ou lacração dos volumes, deve constar no Termo que o viajante já
utilizou a cota de isenção nesta data, e as caraterísticas dos bens declarados.
Excetuam-se deste procedimento os casos previstos no art.514, inc. XI, quando a mercadoria
tenha sido desembaraçada com pagamento de parte dos tributos, mediante artifício doloso.
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5l3, inciso V, do RA) e da mercadoria (art. 514, inciso X, do RA), excluindo-se a aplicação do art.
464 do Decreto n.º 2.637/1998 (RIPI).
Mercadoria acondicionada em fundo falso ou de qualquer modo oculta, constatando-se que
inequivocamente houve a participação do preposto da empresa (guia, motorista, etc.): cabe a
apreensão da mercadoria e do veículo, em nome da empresa transportadora (Mercadoria: art. 514,
inciso III ou XVIII, conforme o caso e veículo: art. 513, inc. V, ambos do RA).
Quanto ao cigarro nacional destinado à exportação, quando não identificado o proprietário, a
responsabilidade será atribuída à empresa transportadora, conforme previsto no parágrafo único do
artigo 467 do Decreto nº. 2.637/1998 (RIPI). O perdimento e a multa serão baseados nos artigos
263, 467 e 483 do mesmo Decreto, conforme item 6.3.1- Cigarros nacionais destinados à
exportação. Note-se que neste caso não se configura o abandono.
Sobre os bens levados ao exterior pelo viajante, desde que declarados conforme o artigo 6º
da IN/SRF nº. 120/1998 (DST), não incidirão impostos quando de seu retorno, independentemente
do prazo de sua permanência no exterior e das razões de sua saída. Essa regra é válida inclusive para
os bens que tenham sido remetidos ao exterior para conserto. Também não incidem impostos sobre
aqueles enviados ao Brasil em razão de garantia, para substituição de outro, anteriormente trazido
pelo viajante (Art. 384 do Regulamento Aduaneiro, art. 4° da IN/SRF n° 117/1998). A simples
emissão da DST não comprova a regularidade do bem. Na reunião sistêmica aduaneira, realizada na
10ª RF, em agosto/1999, decidiu-se recomendar às unidades que não seja exigida comprovação da
regular aquisição do bem quando do registro da DST.
O veículo estrangeiro que adentrar no País, estará sujeito ao regime de admissão temporária,
que poderá ser concedido formalmente ou não. A concessão do regime independe de formalidade nos
seguintes casos (art. 6º da IN/SRF nº. 164/1998 e Portaria/MF nº. 16/1995):
− veículos utilizados exclusivamente no transporte internacional de cargas ou passageiros,
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Motorista estrangeiro
Residente no Brasil :
Não existe norma que permita ao estrangeiro residente no País, introduzir veículo estrangeiro
sem que o mesmo tenha sido objeto de importação regular.
Motorista brasileiro
Residente no Brasil:
Só é admitida a importação regular.
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Os veículos estrangeiros que entrarem no País, atendidas as condições do art. 5º, parágrafo
3º, inc. I da IN/SRF 164/1998 deverão ser submetidos ao regime de admissão temporária, através de
DSI.
O art. 1º do Decreto-Lei nº. 2.472/1988, ao alterar o art. 102 do Decreto-Lei nº. 37/1966,
estabeleceu parágrafo 2º, que esclarece que a denúncia espontânea exclui somente as penalidades de
natureza tributária.
Sobre o assunto, pronuncia-se o jurista Sacha Calmon Navarro Coelho em sua obra “ Teoria
e Prática das Multas Tributárias”, 2ª edição, editora Forense - RJ, 1995, à pagina 59, item 6.1
-apreensões de mercadorias (efeitos fiscais irregulares):
“...No campo dos impostos aduaneiros, entretanto, ainda quando o dominus das
mercadorias é conhecido e estas são apreendidas em função de contrabando ou descaminho
- que são delitos previstos no Código Penal - não são devolvidas e delas apropria-se o
Estado. O perder o dono a coisa e o dela apropriar-se o Estado, contudo, não traduzem
sanção tributária. O fundamento a ação do Estado, neste caso, finca pé em normas de
direito administrativo e de direito penal (cf. art. 5º, XLV).”
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Depreende-se daí que a pena de perdimento não está abrangida no conceito de penalidades
de natureza tributária, não havendo, portanto, a possibilidade de regularização de bens, na zona
secundária, mediante a apresentação espontânea.
Os aparelhos detectores de radar não têm sua importação proibida. O que existe é a
proibição da circulação de veículos que os estejam portanto, conforme artigo 1º da Resolução
CONTRAN nº. 528, de 26.12.1977. Essa vedação, entretanto, por si só, não é suficiente para
justificar proibição quanto à importação de tais aparelhos.
Nesse sentido já se pronunciou a DISIT/10ª RF, no parecer nº. 16, de 24 de junho de 1999,
ratificado pela Informação COANA/CONOF/DINOR nº. 025/1999, de 20.08.1999, ficando
estabelecido que não deverão ser apreendidos tais equipamentos quando encontrados em bagagem
de viajante procedente do exterior. O procedimento, nesse caso, quando da entrada no Território
Nacional, é o de encaminhá-los ao regime de importação comum, observando-se todos os trâmites
regulamentares do despacho.
Em decorrência do exposto, depreende-se que, quando estes aparelhos forem encontrados
em zona secundária sem comprovação de sua importação regular deverão ser apreendidos, com
proposta de pena de perdimento, pelo artigo 514, inc. X, do Regulamento Aduaneiro.
Os Termos de Lacração, Apreensão e Auto de Infração serão preenchidos em três vias, sendo
uma para instruir o processo, uma para a representação fiscal para fins penais e outra para o
contribuinte. Para instruir o processo de Representação Fiscal para Fins Penais, aconselha-se sempre
que possível juntar via original dos documentos comprobatórios.
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