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Mitologia Romana

Os romanos ultrapassaram todos os outros povos na sabedoria


singular de compreender que tudo está subordinado ao governo e
direção dos deuses. Sua religião, porém, não se baseou na graça
divina e sim na confiança mútua entre Deuses e Homens; e seu
objetivo era garantir a cooperação e a benevolência dos deuses para
com os homens e manter a paz entre eles e a comunidade. Entende-
se por religião romana o conjunto de crenças, práticas e instituições
religiosas dos romanos no período situado entre o século VIII a.C. e o
começo do século IV da era cristã. Caracterizou-se pela estrita
observância de ritos e cultos aos deuses, de cujo favor dependiam a
saúde e a prosperidade, colheitas fartas e sucesso na guerra. A
piedade, portanto, não era compreendida em termos de experiência
religiosa individual e sim da fiel realização dos deveres rituais aos
deuses, concebidos como poderes abstratos e não como Divindades
Antropomórficas. Um traço característico dos romanos foi seu sentido
prático e a falta de preocupações filosóficas acerca da natureza ou da
divindade. Seus preceitos religiosos não incorporaram elementos
morais, mas consistiram apenas de diretrizes para a execução correta
dos rituais. Também não desenvolveram uma mitologia imaginativa
própria sobre a origem do universo e dos deuses; seu caráter legalista
e conservador contentou-se em cumprir com toda exatidão os ritos
tradicionalmente prescritos, organizados como atividades sociais e
cívicas. O ceticismo religioso chegou a ser uma atitude predominante
na sociedade romana em face das guerras e calamidades, que os
deuses, apesar de todas as cerimônias e oferendas, não conseguiam
afastar. O historiador Tacitus comentou amargamente que a tarefa
dos deuses era castigar e não salvar o povo romano. A índole prática
dos romanos manifestou-se também na política de conquistas, ao
incorporar ao próprio panteão os deuses dos povos vencidos. Sem
teologia elaborada, a religião romana não entrava em contradição
com essas deidades, nem os romanos tentaram impor aos
conquistados uma doutrina própria. Durante a república, no entanto,
foi proibido o ensino da Filosofia Grega, porque os filósofos eram
considerados inimigos da ordem estabelecida. Os valores dominantes
da cultura romana não foram o pensamento ou a religião, mas a
retórica e o direito. Com as crises econômicas e sociais que atingiram
o mundo romano, a antiga religião não respondeu mais às
inquietações espirituais de muitos e, a partir do século III a.C.,
começaram a se difundir religiões orientais de rico conteúdo
mitológico e forte envolvimento pessoal, mediante ritos de iniciação,
doutrinas secretas e sacrifícios cruentos. Nesse ambiente verificou-se
mais tarde a chegada dos primeiros cristãos, entre eles os apóstolos
Pedro e Paulo, com uma mensagem ética de amor e salvação. O
cristianismo conquistou o povo, mas seu irrenunciável monoteísmo
chocou-se com as cerimônias religiosas públicas, nas quais se
baseava a coesão do estado, e em especial com o culto ao imperador.
Depois de sofrer numerosas perseguições, o cristianismo foi
reconhecido pelo imperador Constantinus I no ano 313 d.C. São
escassas as fontes que permitem reconstruir a vida da primitiva
Roma, pequena cidade-estado que se formou por volta do século VIII
a.C. A descrição mais antiga é do historiador romano Marcus
Terencius Varrão, do século I a.C., mas seu testemunho já mostra a
grande influência da Cultura Grega, que motivou a reinterpretação da
tradição religiosa. No período de formação original, a religião dos
romanos já apresentava características utilitárias, em que as
preocupações se centravam na satisfação das necessidades
materiais, como boas colheitas e a prosperidade da família e do
estado em tempo de paz e de guerra. Entre os deuses mais
importantes dessa época estão Júpiter, deus do céu, o maior deles;
Marte, deus da guerra; Quirino, protetor da paz, identificado depois
com Romulus; e Juno, cuja função principal era dirigir a vida das
mulheres. Outras deidades menores eram figuras vagas de funções
limitadas e claramente definidas. Como os deuses maiores, tinham
poderes sobrenaturais e, pelo culto adequado, podiam ser induzidos a
empregá-los em benefício dos adoradores. A curiosidade dos
romanos, porém, não passava desse ponto: os deuses não tinham
mitos, não formavam casais e não tinham filhos. Os romanos não
tinham também uma casta sacerdotal; seus ritos eram executados
com meticulosa exatidão por chefes de família ou magistrados civis.
Essas atividades clericais, porém, eram reguladas por colégios
sacerdotais. Na segunda metade do século VI a.C., os Etruscos
conquistaram a cidade de Roma e introduziram nas práticas religiosas
o culto às estátuas dos deuses, os templos, a adivinhação mediante o
escrutínio das entranhas de animais sacrificados e do fogo e maior
solenidade nos ritos funerários. O primitivo calendário religioso lunar,
de dez meses, foi substituído pelo calendário solar de 12 meses.
Nesse período ocorreu a incorporação de deuses que não eram
apenas etruscos. Júpiter ganhou como consortes Juno e Minerva, uma
união que resultou da influência grega, já que as duas deusas foram
identificadas como Hera e Atena, mulher e filha de Zeus. Vênus e
Diana surgiram de fontes italianas. Entre os deuses incorporados ao
panteão romano por influência etrusca estão Vulcano, deus do fogo, e
Saturno, divindade de funções originais obscuras. O Período
Republicano, do século V ao século I a.C., caracterizou-se pela
ampliação da influência da cultura grega, cujos mitos revitalizaram os
deuses romanos ou introduziram novas divindades, como Apolo, que
não tinha um equivalente romano geralmente reconhecido, e
Esculápio. Outro costume importado da Grécia foi convidar os deuses
para o banquete sagrado, o Lectisternium, no qual eram
representados por suas estátuas e associados em casais, como Júpiter
e Juno, Marte e Vênus etc. As figuras juntas nos banquetes formaram
o grupo grego popular e típico de 12 deuses. Foram introduzidos
ainda cultos orgiásticos do Oriente Médio, como o da deusa Cibele, a
Grande Mãe, e o de Dioniso, que em Roma foi identificado como Baco.
O imperador Augustus quis reavivar os cultos tradicionais - ele
mesmo foi divinizado após a morte - e reconstruir os templos antigos.
A crescente demanda por uma religião mais pessoal, porém, que nem
as religiões tradicionais gregas nem as romanas eram capazes de
satisfazer, foi atendida por vários cultos do Oriente Médio, que
prometiam a seus seguidores o favor pessoal da divindade e mesmo a
imortalidade se certas condições fossem atendidas, entre elas a
iniciação secreta em ritos misteriosos. O primeiro deles foi o de Ísis
que, embora de origem egípcia, sofreu modificações em sua
passagem pela Grécia. Depois veio o culto de Atis, consorte da
Grande Mãe, e por último o de Mitra, de origem Persa, que se tornou
o predileto dos soldados romanos. No último período do Império
Romano, desenvolveu-se de forma particular o culto ao Sol, e o
imperador Aurelianus proclamou como suprema divindade de Roma o
Sol Invicto. Mas essas tentativas de reavivar uma religião que sempre
servira aos interesses do estado fracassaram, ante a expansão do
Cristianismo que, em 391, foi declarado religião oficial do estado pelo
imperador Theodosius I, que suprimiu o culto tradicional.

DEUSES ROMANOS

CERES
A deusa cultuada pelos romanos sob o nome de Ceres é a mesma Deméter dos gregos,
divindade identificada com a agricultura e a fecundidade da Terra. Deusa do trigo, que
dá o pão, e de todos os outros cereais, Ceres é também, por extensão, a deusa do
casamento. Filha de Saturno (Cronos, para os gregos) e de Cibeles (Vesta), irmã de
Júpiter (Zeus) e mãe de Prosérpina (Perséfone), Ceres tem seu nome, de provável
origem itálica, relacionado ao verbo creare ou, talvez, ao substantivo cereal, principal
riqueza das regiões agrícolas na antiguidade. Nos primeiros tempos da civilização
romana, Ceres era cultuada juntamente com a deusa Gaia ou Gê (a Terra). Em janeiro,
por ocasião da semeadura, era oferecido a ambas o sacrifício de uma porca, com a
finalidade de expiar as transgressões e omissões cometidas quanto aos deveres piedosos
em relação aos mortos. A figura e o culto de Ceres se revigoraram nos primeiros anos da
República Romana, quando houve uma grande carestia e os oráculos sugeriram aplacar
a ira de três deuses gregos, entre os quais Deméter. Assim, a deusa grega se justapôs à
romana Ceres. O culto de Ceres preservou as características gregas originais do culto a
Deméter: eram gregas as sacerdotisas do templo e grega a língua usada nos rituais. As
principais festas da deusa eram as Cereálias, com jogos celebrados primitivamente em
ocasiões extraordinárias e depois, anualmente, de 12 a 19 de abril. Destinava-se a
comemorar o retorno de Prosérpina, filha de Ceres, à Terra. As oferendas incluíam
doces de mel, leite e o sacrifício de uma porca. No mês de agosto havia outra festa, da
qual só participavam mulheres.

CUPIDO
Identificado com Eros, o deus grego do amor, o deus romano Cupido encarnava a
paixão e o amor em todas as suas manifestações. Segundo a mitologia romana, Cupido
era filho de Vênus, a deusa do amor, e de Mercúrio, o mensageiro alado dos deuses.
Logo que nasceu, Júpiter, sabedor das perturbações que iria provocar, tentou obrigar
Vênus a se desfazer dele. Para protegê-lo, a mãe o escondeu num bosque, onde ele se
alimentou com leite de animais selvagens. Cupido era geralmente representado como
um menino alado que carregava um arco e um carcás com setas. Os ferimentos
provocados pelas setas que atirava despertavam amor ou paixão em suas vítimas. Outras
vezes representavam-no vestido com uma armadura semelhante à que usava Marte, o
deus da guerra, talvez para assim sugerir paralelos irônicos entre a guerra e o romance
ou para simbolizar a invencibilidade do amor. Embora fosse algumas vezes apresentado
como insensível e descuidado, Cupido era, em geral, tido como benéfico em razão da
felicidade que concedia aos casais, mortais ou imortais. No pior dos casos, era
considerado malicioso pelas combinações que fazia, situações em que agia orientado
por Vênus.

DIANA
Indiferente ao amor e caçadora infatigável, Diana era cultuada em
templos rústicos nas florestas, onde os caçadores lhe ofereciam
sacrifícios. Na mitologia romana, Diana é a deusa dos animais
selvagens e da caça, bem como dos animais domésticos. Filha de
Júpiter e Latona, irmã gêmea de Apolo, obteve do pai permissão para
não se casar e se manter sempre casta. Júpiter forneceu-lhe um
séquito de sessenta oceânidas e vinte ninfas que, como ela,
renunciaram ao casamento. Diana foi cedo identificada com a deusa
grega Ártemis e depois absorveu a identificação de Ártemis com
Selene (Lua) e Hécate (ou Trívia), de que derivou a caracterização
triformis dea ("deusa de três formas"), usada às vezes na literatura
latina. O mais famoso de seus santuários ficava no bosque junto ao
lago Nemi, perto de Arícia. Pela tradição, o sacerdote devia ser um
escravo fugitivo que matasse o antecessor em combate. Em Roma,
seu templo mais importante localizava-se no monte Aventino e teria
sido construído pelo rei Servius Tulius no século VI a.C. Festejavam-na
nos idos (dia 13) de agosto. Na arte romana, era em geral
representada como caçadora, com arco e aljava, acompanhada de um
cão ou cervo.

FAUNO
Protetor das lavouras e dos rebanhos, Fauno foi ocasionalmente
adorado como divindade silvestre. Os ecos e sons do bosque eram
atribuídos a sua voz. Na Mitologia Romana, os faunos são a
multiplicação tardia do deus Fauno, cujo nome deriva do latim favere,
"ser favorável", "benéfico". Fauno era representado como um ancião
de longa barba, vestido com pele de cabra, às vezes munido de uma
cornucópia. Nisto ele se assemelhava ao deus grego Pã. Na evolução
do mito, Fauno apareceu como neto de Saturno e era representado
com patas de bode, como os sátiros gregos. Nessa fase o deus se
multiplicou em numerosos faunos, semideuses representados com
chifres, cauda e cascos de bode, mortais porém longevos. Assim
como Pã, Fauno era um deus alegre. As lupercais, festas anuais que
se realizavam na Roma antiga no mês de fevereiro e que se
prolongaram pela era cristã, eram dedicadas a Fauno e destacavam
seu caráter de protetor dos pastores e dos rebanhos contra todos os
perigos, especialmente o dos lobos. Durante as lupercais, os jovens,
vestidos com peles de cabra, corriam pelas ruas de Roma, celebrando
assim os antigos ritos, segundo os quais os sacerdotes do deus
partiam de seu santuário, situado numa gruta do monte Palatino, e
dançavam ao redor dos antigos muros da cidade para pedir ao deus a
fecundidade dos campos, dos animais e dos homens. Ao lado de
Fauno, na mitologia aparece Fauna, sua esposa, irmã ou filha.
Segundo certas versões, ela teria atributos semelhantes aos do deus.

JUNO
Protetora do casamento, do parto e sobretudo da mulher em todos os
aspectos da sua vida, Juno assemelha-se à deusa grega Hera, com
quem foi universalmente identificada. Juno, na mitologia romana, era
a principal deusa e a contrapartida feminina de Júpiter, seu irmão e
marido. Com Júpiter e Minerva, formava a tríade capitolina de
divindades difundidas pelos reis Etruscos, cujo templo se erguia no
Capitólio, em Roma. Recebeu vários epítetos, segundo os papéis que
desempenhava, como, por exemplo: Juno Iterduca, que conduzia a
noiva à nova casa; Juno Lucina, a deusa do parto, que auxiliava o
nascimento das crianças; Juno Natalis, que presidia o nascimento de
cada mulher; e Juno Matronalis, que protegia a mulher casada.
Tornou-se um anjo da guarda feminino - assim como todo homem
possuía seu "gênio", toda mulher tinha sua "juno". Sua festa principal
era a Matronália, celebrada em 1º de março, data em que mulheres
casadas se reuniam e levavam oferendas ao templo de Juno Lucina.
As representações de Juno variavam de acordo com o epíteto
escolhido. Com maior freqüência, era representada de modo
semelhante à grega Hera, de pé e como matrona de austera beleza,
às vezes com características militares.
Deus supremo da mitologia romana...

JÚPITER
Deus supremo da mitologia romana, apesar de todo-poderoso,
onipresente e onisciente, Júpiter estava submetido aos desígnios do
Destino (Moira). Júpiter personificava o céu luminoso e tinha o poder
de lançar raios, dissipar nuvens e fazer cair a chuva fecundante.
Marido de Juno, sua irmã, tinha por atributos o raio, o cetro e a águia.
Em toda a Itália, era cultuado no alto dos montes. Na mitologia
romana, além de incorporar as características do Zeus grego, se
confunde com Tínia, deus etrusco. O culto a Júpiter encarnava uma
concepção moral distinta. Além de grande divindade protetora,
estava relacionado com juramentos, tratados e ligas, e era na
presença de seu sacerdote que ocorria a mais antiga e sagrada forma
de casamento. Essa ligação com a consciência, com o senso do dever
e da conduta correta nunca se perdeu ao longo da história romana.
Essa característica de Júpiter adquiriu nova força e significado com a
construção do famoso templo no Capitólio, cercado por sua árvore
sagrada, o carvalho. Era consagrado a Iuppiter Optimus Maximus (o
melhor e maior de todos os Júpiteres) e a ele estavam associadas
Juno e Minerva, no que configura a tríade capitolina. Os festejos da
consagração ocorriam no dia 13 de setembro, data que
posteriormente foi associada aos grandes jogos romanos (ludi
romani). O culto a Júpiter difundiu-se por todo o império.

MARTE
Povo conquistador, que construiu um vasto império do Ocidente ao
Oriente, os romanos encontraram em Marte, o deus da guerra, a
personificação do ideal de soldado que tanto perseguiam. Marte,
antiga divindade romana, cedia a primazia em importância apenas a
Júpiter, e com o correr do tempo, tornou-se deus da guerra e
assimilou todas as lendas relativas ao grego Ares. Seus atributos
eram a lança e a tocha ardente. Suas festas ocorriam na primavera e
no outono, início e fim dos períodos agrícola e militar. Em 15 de
outubro, realizava-se uma competição de carros puxados por dois
cavalos e, em 19 de outubro, o Armilustrium assinalava a purificação
das armas de guerra, que eram guardadas durante o inverno. Até a
época de Augustus, Marte contava com apenas dois templos em
Roma: um no Campus Martius, onde se realizavam as manobras
militares; e outro fora de Porta Capena. Dentro da cidade havia um
santuário onde se guardavam as lanças sagradas do deus. Sob o
governo de Augustus, o culto de Marte ganhou novo ímpeto: além de
tradicional guardião dos assuntos militares do estado, ele se tornou,
com o nome de Mars Ultor (Marte o Vingador), guardião pessoal do
imperador. Seu culto às vezes rivalizou com o de Júpiter Capitolino e,
por volta do ano 250 d.C., Marte era o mais importante dos deuses
militares venerados pelas legiões romanas.

MERCÚRIO
As palavras comércio, mercado e mercenário derivam do latim merx
(mercadoria), da mesma forma que Mercúrio, deus alado que protegia
os negócios e os lucros. Mercúrio, na religião romana, era o deus das
mercadorias e dos mercadores. Correspondia a Hermes, o veloz
mensageiro dos deuses na Mitologia Grega e de quem assimilou as
façanhas heróicas. Embora não fosse primitivamente italiano, seu
culto logo se difundiu. Em 495 a.C., foi consagrado o templo no monte
Aventino, em Roma, em que Mercúrio era venerado juntamente com a
deusa Maia, identificada como sua mãe por associação à grega Maia,
mãe de Hermes. Ambos eram festejados no dia 15 de maio, dia da
consagração do templo e importante especialmente para os
mercadores. Na arte romana Mercúrio era representado de pé, em
geral nu e carregando uma bolsa cheia, símbolo dos lucros mercantis.
Os artistas, porém, tinham liberdade de tomar os atributos do grego
Hermes independentemente de sua adequação à divindade romana e
com freqüência apresentavam Mercúrio com sandálias aladas,
capacete alado e nas mãos um caduceu, bastão mágico usado pelo
deus para propiciar fortuna.
MINERVA
Em Roma como na Grécia, Minerva era a deusa protetora dos
flautistas e de todos os que trabalhavam em atividades que exigiam
certa habilidade manual e algum pendor artístico. Minerva era a
deusa romana dos trabalhos manuais, das profissões, das artes e,
posteriormente, da guerra. Identificava-se com a grega Atena e
alguns estudiosos acreditam que seu culto, que se difundiu em Roma,
seja proveniente da Etrúria. Com Júpiter e Juno, constituía a tríade
capitolina, venerada no templo do Capitólio. Minerva era cultuada em
vários templos em Roma. Em seu santuário no monte Aventino
reuniam-se corporações de artistas, entre eles poetas dramáticos e
atores. O culto de Minerva como deusa da guerra superou o de Marte.
A festa conhecida como Quinquatrus, celebrada no quinto dia após os
idos (dia 15) de março, era originalmente dedicada a Marte, mas foi
completamente tomada por Minerva, provavelmente por ser a data
da fundação de seu templo no Aventino. Posteriormente, prolongou-se
o feriado por cinco dias para incluir o dia 23 de março, o Tubilustrium,
ou purificação dos clarins. O primeiro dia era dedicado à lustração das
armas para anunciar a nova temporada militar, e os quatro seguintes
destinavam-se a espetáculos de gladiadores. Havia também o
Quinquatrus menor, celebrado em 13 de junho, dia dos flautistas, cuja
divindade protetora era Minerva. O templo que Pompeu construiu em
sua honra com os espólios dos vencidos no Oriente mostra que
Minerva era identificada com Atena Nice, que concedia a vitória.
Durante o período de Domitianus, que reivindicava sua especial
proteção, o culto a Minerva atingiu sua maior popularidade em Roma.
O imperador instituiu jogos, acompanhados de representações
teatrais e concursos de oratória e poesia. Inspirado nesses festejos, o
imperador Hadrianus fundou em Roma o Ateneu (Athenaeum),
dedicado a promover atividades intelectuais.

NETUNO
Enquanto seu equivalente grego Posêidon tinha caráter violento e
multifacetário, o deus romano Netuno conservou-se simplesmente
como o senhor dos mares e das águas correntes. Na mitologia
romana, Netuno era originalmente o deus da água doce. No começo
do século IV a.C., identificado com o grego Posêidon, tornou-se a
divindade do mar. Salácia, sua contrapartida feminina, originalmente
talvez a deusa das fontes, foi então identificada com a grega Anfitrite,
esposa de Posêidon, e passou a personificar as águas do mar. As
Netunálias, festas celebradas em honra de Netuno, estão registradas
nos calendários mais antigos. Realizavam-se no auge do verão, em 23
de julho, época em que a água escasseava, a fim de propiciar a
divindade da água doce. Havia um templo de Netuno no Circo
Flamínio, em Roma, construído ou amplamente restaurado por Cneu
Domitius Enobarbus, cônsul em 32 a.C. Uma de suas características
era um grupo escultórico de divindades marinhas conduzidas por
Posêidon e Tétis, realizado pelo arquiteto e escultor grego Escopas.
Nas artes plásticas, Netuno foi em geral representado como o grego
Posêidon: um velho forte e barbado, com o tridente, acompanhado
por golfinhos ou cavalos-marinhos.

VÊNUS
Objeto de admiração tanto pela beleza como pelas aventuras amorosas em que se
envolveu com deuses e mortais, Vênus é associada a todos os aspectos da condição
feminina. Vênus é uma antiga deusa pré-romana da península itálica, ligada aos campos
cultivados e jardins. Não há registro de que tenha sido venerada na Roma primitiva,
governada pelos etruscos, mas entre os grupos latinos da península, no entanto, seu
culto parece provir de tempos remotos. Em Roma, logo foi identificada com Afrodite,
deusa grega do amor. Não se entende bem essa associação, talvez devida, em parte, à
fundação de um templo romano em louvor de Vênus durante o festival de Júpiter (o
Zeus grego, pai de Afrodite). Razão mais forte teria sido o acolhimento em Roma do
culto a Afrodite, proveniente da cidade siciliana de Erice, resultado da identificação de
uma deusa-mãe oriental com a divindade grega. Em 215 a.C., um templo foi consagrado
no Capitólio a essa divindade híbrida, que se tornou conhecida como Vênus Ericina.
Mais tarde o culto de Vênus difundiu-se por todo o Mediterrâneo. Como divindade
romana, Vênus não tinha mitologia própria. Incorporou a de Afrodite e assim foi
identificada com diversas deusas estrangeiras. Resultado notável dessa transformação
foi o fato de seu nome ter sido dado a um dos planetas do sistema solar, inicialmente
batizado com o nome da deusa babilônica Ishtar e, depois, de Afrodite. Associada ao
amor e à beleza feminina, Vênus foi um dos temas preferidos na arte de todos os
tempos.

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