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Academia Brasileira de Neurologia ensina como dormir bem Por Adriana Bifulco São Paulo, 20
(AE) - Um sono tranqüilo faz qualquer um recuperar as energias. O mesmo, no entanto, não se
pode dizer das noites passadas em claro.
Por conta do Dia Nacional do Sono, 21 de março, a Academia Brasileira de Neurologia vai promover a
Semana Nacional do Sono a partir de amanhã (21) e até o dia 28 para ensinar a população brasileira a
adotar pelo menos uma semana de bons hábitos para aprender a dormir melhor.
"Essa campanha tem o objetivo de fazer o indivíduo ver a cama para descansar, repousar e viver o dia
seguinte. Não para planejar o que vai fazer. Ao mudar os hábitos as pessoas vão sentir a diferença já no
oitavo dia", afirma Gilmar Fernandes do Prado, coordenador do evento, neurologista, membro titular da
Academia Brasileira de Neurologia e professor da Unifesp. "Dormir bem tornou-se uma questão de saúde
pública nos dias atuais", afirma.
Segundo o médico, o ideal para os adultos são em torno de sete horas e meia de sono. Rosa Hasan,
neurologista que atua na área de Medicina do Sono no Hospital das Clínicas, no Hospital São Luiz-Itaim e
é professora na Faculdade de Medicina do ABC, especifica que, na infância, são necessárias de 9 a 10
horas de sono. "Já crianças em idade escolar precisam dormir de 8 a 9 horas. E os adolescentes de 9 a
dez horas".
Dormir menos de seis horas, de acordo com Prado, pode causar hipertensão, irritabilidade e alterações
no humor. A memória e os reflexos ficam bastante prejudicados e também há déficit de atenção.
Além disso, segundo Rosa Hasan, a falta de sono provoca alteração no metabolismo, levando à
obesidade. "Ninguém deve se privar do sono, principalmente motoristas, profissionais que operam
máquinas de precisão e estudantes", enfatiza.
As doenças do sono têm impacto na qualidade de vida e na saúde, segundo a neurologista. "Quem tem
apnéia, por exemplo, deve tratar esse mal para conseguir dormir direito, pois ela aumenta o risco de
problemas cardiovasculares".
Insônia - A insônia pode ser provocada por vários fatores que variam de expectativas (viagens,
compromissos, reuniões de trabalho, provas), problemas clínicos e emocionais passageiros. Os critérios
utilizados para definir se alguém tem insônia são o tempo, a freqüência e o período que a pessoa demora
para dormir ou voltar a dormir superior a 30 minutos. Esta dificuldade em iniciar ou manter o sono deve
ocorrer pelo menos três vezes por semana e já deve estar ocorrendo há seis meses para ser
caracterizada como insônia.
Segundo estudos, as mulheres são as que mais sofrem com esse problema. "Principalmente no período
peri-menopausa (que engloba a pré-menopausa até um ano após a menopausa) e na menopausa.
Socialmente e psicologicamente a mulher é mais dividida, mais sobrecarregada", justifica Rosa. "Homens
ou mulheres, ninguém deve achar que dormir mal é normal. É um problema grave de saúde que deve ser
tratado. E o médico neurologista é o profissional indicado para resolver esse problema", finaliza.
Boxe 1: DICAS PARA UMA BOA NOITE DE SONO
Confira, na seqüencia, as orientações da Academia Brasileira de Neurologia que devem ser adotadas
durante sete dias. De acordo com os especialistas, somente após quatro semanas a pessoa notará
resultados mais significativos. "Esses hábitos devem ser utilizados todos os dias, formando uma rotina. E
mesmo que a pessoa sinta dificuldades, deve insistir", enfatiza Prado.