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COLHEITA E PROCESSAMENTO DE SEMENTES DE

NIM
Pedro Jorge B. F. Lima
Fortaleza, junho de 2002

Desde 1998, o ESPLAR vem difundindo o plantio da árvore Nim, através de


distribuição de sementes e mudas. Atualmente, só em Tauá existem mais de
dez mil plantas de diferentes idades, pertencentes a mais de mil agricultores e
agricultoras familiares. Agora que algumas árvores começaram a produzir,
chegou a hora de buscarmos mercado para os produtos do nim e apoiarmos os
agricultores e agricultoras familiares na venda desses produtos.
Esta é portanto uma responsabilidade que nós do Esplar estamos
assumindo, juntamente com agricultores e agricultoras que, nas áreas onde
trabalhamos, se dedicaram ao plantio de nim.
Desde o final de 2001 dois agricultores de Tauá venderam sementes,
destinadas ao plantio, para duas prefeituras e para agricultores de outros
municípios do Ceará, para uma firma de São Paulo e pessoas da Bahia e Rio
Grande do Sul. Novas encomendas continuam chegando ao ESPLAR, que entra
em contato com quem está produzindo sementes para atender esses pedidos.
Quem tem comprado sementes colhidas em Tauá com a nossa orientação,
constata que se trata de produto de qualidade muito boa, graças aos cuidados
adotados na colheita e processamento das mesmas.
Estamos também procurando encontrar um modelo de prensa para
extração caseira de óleos vegetais, inclusive de nim. Com o crescimento da
produção, é possível que, até o final de 2002, os agricultores/as familiares de
Tauá e Canindé comecem a extrair o óleo das sementes de Nim, tanto para uso
próprio, como para a venda ou para a fabricação caseira de diferentes
produtos.
As sementes extraídas de frutos do nim podem ser utilizadas tanto na
produção de mudas para novos plantios, como para a extração de óleo.
No Brasil, já existe procura tanto de sementes como do óleo. Este é
procurado por algumas indústrias para a fabricação de defensivos naturais
contra pragas de plantas e animais e para a fabricação de sabonetes, pasta
de dentes, cremes para a pele e xampu para animais.

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A venda de sementes para o plantio pode ser uma boa fonte de renda
pois, até agora, sua oferta no Brasil ainda é pequena. A maior parte das
sementes plantadas no Brasil são importadas da República Dominicana e da
Nicarágua e o óleo vem da Índia.
As sementes de nim geralmente perdem a capacidade de germinar a
partir de 3 a 4 semanas depois de colhidas. Além disso se não forem
despolpadas, lavadas, secas e guardadas de maneira correta, podem mofar e
se tornarão imprestáveis tanto para o plantio como para os outros usos. Por
esta razão, para produzir mudas ou para extrair óleo, é necessário muito
cuidado durante a colheita, seleção, despolpa, lavagem, secagem e
armazenagem das sementes, para que os produtos obtidos tenham qualidade
garantida.
Agricultores/as que cultivam poucas plantas, levam vantagem em relação
a quem tem grandes áreas plantadas, porque poderão colher e beneficiar as
sementes de forma muito mais cuidadosa. Além disso, o clima seco do sertão
semi-árido favorece a produção, a secagem e a conservação das sementes de
nim.

1 - COLHEITA DOS FRUTOS


Os cachos devem ser colhidos quando pelo menos um quarto dos frutos
estiverem amarelos e o restante “de vez". Uns poucos frutos ainda estarão
verdes e devem ser descartados.
No caso dos frutos “de vez”, embora ainda não estejam amarelos as
sementes já estarão completamente desenvolvidas e podem ser aproveitadas
depois que amadurecerem.
Os frutos caídos no solo também devem ser aproveitados, mesmo
aqueles cuja polpa foi retirada por pássaros ou formigas.
Depois de colhidos deve-se separar os frutos maduros e “de vez”,
colocando cada tipo em baldes ou sacos separados, onde permanecerão por
um ou dois dias. Uma pequena fermentação que acontece nesse período
facilita a despolpa sem prejudicar a qualidade das sementes.

2 - PROCESSAMENTO
O processamento dos frutos de nim compreende seleção, despolpa,
lavagem, e secagem. São operações fáceis, mas um tanto trabalhosas que
devem ser realizadas com muito cuidado para garantir a qualidade do produto.
No nosso clima, onde as temperaturas sempre altas, a umidade existente
no fruto, na polpa e na semente, favorecem o desenvolvimento de mofo.

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Restos de polpa sobre a casca da semente também ajudam no
desenvolvimento de mofo que prejudica a germinação ou a qualidade do óleo
extraído delas.
Lugares fechados e sem ventilação, também favorecem o
desenvolvimento desses fungos.
A presença de fungos nas sementes ou nos frutos é identificada facilmente
pelo cheiro de mofo e pelas manchas escuras que se formam sobre a casca das
sementes.

2.1 – DESPOLPA E LAVAGEM

Para fazer a despolpa são necessários uma bacia, uma vasilha com água,
areia fina e uma peneira.
Coloca-se uma camada de frutos que ocupe quase todo o fundo da bacia e
em seguida um pouco de areia. Em seguida adiciona-se água aos poucos, até
formar uma espécie de mingau.
Coloca-se a palma de uma mão sobre essa mistura e pressiona-se
levemente os frutos em movimentos circulares. Aos poucos o atrito faz as
cascas e a polpa soltarem e em alguns minutos as sementes estarão limpas.
Na sequência deve-se colocar as sementes numa peneira para lavá-las.
Depois de limpas, as sementes devem ser colocadas numa outra vasilha.
Aproveita-se o momento da lavagem para separar aquelas sementes que
ainda tenham restos de polpa aderidos na casca para depois completar a
despolpa.
Ao terminar a despolpa, coloca-se um punhado de cal em uma vasilha
com água na qual as sementes limpas devem ser deixadas por uns dez
minutos. Esse tratamento com cal diminui os riscos de ataque de mofo durante
o armazenamento das sementes.
2.2 - SECAGEM

Depois de tratadas com cal, as sementes devem ser colocadas no sol por
três a quatro horas. Para isto devem ser espalhadas sobre sacos de pano ou
folhas de jornal, em uma camada bem fina.
Esse período no sol é suficiente para retirar a maior parte da umidade
existente nas sementes, cuja secagem deve ser completada à sombra, durante
dois a três dias.
Durante a secagem deve-se aproveitar para descartar alguma semente
que ainda tenha ficado com restos de polpa, com manchas escuras ou
rachadas, para não prejudicar a qualidade do produto final.

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3 - ARMAZENAMENTO

Quando as semente estiverem completamente secas, devem ser


guardadas em sacos de papel ou de pano. Nunca usar sacos de plástico ou
materiais semelhantes.
Nunca se deve usar sacos plásticos pois facilitam o aparecimento de mofo.
No caso de lotes pequenos, de dois ou três quilogramas, quando houver
demora de vários dias até a venda ou o plantio, as sementes devem ser
colocados numa geladeira, para evitar prejuízos na germinação.. Para isto
devem ser embaladas em sacos de papel ou de pano e em seguida protegidas
dentro de uma sacola de plástico, muito bem fechados.
No caso de volumes maiores, quando não é possível guardar em geladeira,
é necessário colocar os sacos em local fresco, ventilado e nunca em contato
direto com o chão. A cada semana, as sementes devem ser inspecionadas,
colocando-se a mão dentro de cada saco para verificar a temperatura e a
umidade. Se as sementes estiverem quentes ou úmidas é necessário colocá-las
novamente para secar à sombra, num lugar bem ventilado..
Se as sementes adquirirem um leve cheiro de mofo, é necessário colocá-
las outra vez para secar ao sol por uma a duas horas, de preferência em no
início da manhã, até 8 ou 9 horas e no final da tarde, a partir de 15 ou 16
horas. Sementes mofadas devem ser descartadas. Acondicionar novamente
nos sacos depois que estiverem frias.

4 – QUALIDADE DAS SEMENTES

Sementes de qualidade superior têm a casca quase branca, devem estar


bem secas e livres de mofo e de impurezas. Sementes muito pequenas,
inferiores ao tamanho médio do lote, devem ser descartadas, assim como
aquelas mofadas, manchadas e com a casca quebrada ou rachada.
Sementes sadias têm casca quase branca, inteira e o cheiro típico de Nim,
que é parecido com o cheiro do alho.
Quando destinadas ao plantio é necessário fazer um teste para determinar
a porcentagem de germinação de cada lote de sementes. Para isto, colocam-se
cem sementes para germinar em uma vasilha com terra, que deve ser deixada
à sombra e regada diariamente. A partir do oitavo dia observar e anotar o
número de sementes germinadas. Continuar essas anotações até o vigésimo
dia. O número total de plantas nascidas ao final desses vinte dias, indicará a
porcentagem de germinação. Essa informação é muito importante para o
comprador e deve constar do rótulo pregado na embalagem.

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O rótulo deve conter as seguintes informações: nome do agricultor,
localidade ou propriedade, município, ano da safra, número do lote , período da
colheita, porcentagem de germinação e peso.

FONTE DE INFORMAÇÕES
Este texto resulta da experiência adquirida pelo seu autor na realização de
todas as etapas do processamento de sementes de Nim, assim como da leitura
e adaptação de recomendações das seguintes publicações:
1 - ARBOL NIM EN NICARÁGUA – Cultivo y aprovechamiento como fuente
de insecticidas botánicos, de autoria de Anne Kathrina Gruber e Maritza
Méndez, técnicas do Proyecto Insecticida Botánico Nim, publicado em
Manágua, em 1992.
2 – EL NIM Y SUS BIOINSECTICIDAS, UNA ALTERNATIVA AGROECOLÓGICA,
elaborado em Havana, Cuba, por Jesús Estrada Ortiz, Maria T. López Díaz e
Pedro Barrios, do INIFAT.

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