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Metabolismo
A bactéria tem uma grande capacidade de síntese, no entanto, num dado momento a
célula produz apenas o material proteico de que necessita. Para atingir este objectivo,
ela recorre a mecanismos de regulação da sua própria produção proteica.
Por exemplo, se a bactéria for inoculada num meio simples (glucose) vai ter de
metabolizar este monossacarídeo de forma a obter todos os produtos de que necessita.
Então todos os processos de catabolismo e anabolismo desenvolvidos pela bactéria têm
de ser estritamente controlados para que esta não gaste recursos sem necessidade.
As enzimas reguladas
alostericamente participam em quase
todas as vias metabólicas e
geralmente catalisam uma reacção
irreversível no início da via. Quanto
à sua estrutura, são oligoméricas, ou
seja, compostas por várias cadeias
polipeptídicas. A actividade destas
enzimas pode ser controlada por um
É comum que o produto final de uma via metabólica actue como modulador alostérico
negativo da enzima que catalisa as primeiras reacções da via. Portanto quando a
concentração deste produto aumenta este age como um inibidor alostérico, diminuindo a
velocidade da reacção catalisada pela enzima e a sua própria produção final . Este
mecanismo designa-se inibição por retroalimentação ou feedback negativo. Quando o
produto final começa a ser consumido a sua concentração diminui, e deixa de exercer a
acção inibitória sobre a enzima cessando o feedback negativo.
Por exemplo a enzima aspartato carbamiltransferase sofre regulação alostérica por parte
do último produto da via, o CTP, e também pelo ATP os quais funcionam como
moduladores negativo e positivo, respectivamente, alterando a afinidade da enzima para
o seu substrato (quanto < o Km > é a afinidade).
Operão: (unidade de transcrição que só tem um RNAm com vários genes regulados pelo
mesmo promotor)
O operao lactose está sob o controlo negativo de um repressor que, ao fixar-se à região
operadora, inibe a transcrição do gene da β-galactosidase, enzima que degrada a lactose
em glucose e galactose. Na presença da lactose o repressor perde a afinidade para o
operador em virtude da mudança de conformação resultante da ligação do repressor a
este dissacarideo.
O operão triptofano está também sob o controlo negativo de um repressor, mas este só é
eficaz na presença de triptofano. Na ausência deste aminoácido o repressor não tem
afinidade para a região operadora e por isso não há inibição da transcrição. O operão
triptofano é um operão repressivel e o triptofano co-repressor.
Um operão pode ser regulado por diversos mecanismos. O operão lactose, por exemplo,
é regulado positivamente pela proteína CAP (Proteína Activadora do Catabolismo),
mutações nesta proteína inibem a síntese da β-galactosidase mesmo na presença de
lactose.
A transcrição de
um operão pode
ser controlada
por um controlo
negativo ou por
um controlo
positivo. Por
exemplo, o
operão lactose
da E. coli pode
ser também
regulado por
um controlo
positivo. Esta bactéria, num meio de cultura contendo glucose e lactose (1:10), sintetiza
muito poucas moléculas de β-galactosidase (enzima que degrada a lactose nos seus
constituintes, glucose e galactose). Contudo, quando se esgota a glucose do meio, a
produção de β-galactosidase vai gradualmente aumentando. A 1ª interpretação deste
fenómeno foi de que um catabolito da degradação da glucose seria o responsável pela
inibição da síntese do RNAm da β-galactosidase. Consequentemente, chamou-se a este
fenómeno de repressão catabólica.
Conclusão: Numa situação com glucose + lactose a E. Coli não produz AMPc, assim
não há activação do sítio CAP, logo não ocorre a transcrição.
_Capítulo 8_