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Pede atenção sobre o desrespeito ao preceito constitucional da liberdade de culto sofrido apenas
pelos evangélicos em todas as suas atividades.
Marcelo Di Rezende Bernardes
13/10/2006
Há priscas eras, já dizia Willian Wallace, Coração Valente da Escócia e O Martelo dos Ingleses,
onde ao ser informado que poderia ter seu direito de ir e vir tolhido, com galhardia definiu: "E Nós
voltaremos aqui, para dizer a Nossos Inimigos, que até pode ser que eles tomem nossas vidas, mas
eles JAMAIS deverão tomar nossa LIBERDADE!!!"
Em tempos modernos, é sabido que o conceito de liberdade atingiu a sua plenitude principalmente
no continente americano e europeu, surgindo daí, outras facetas desta que é considerada por muitos,
como o mais valioso dos bens do homem.
Atendo ao tópico deste singelo texto, percebemos que é certa e valiosa a conquista de uma
ramificação da liberdade pleiteada por Willian Wallace, ou seja, a de livremente podermos exercer
nosso direito de culto pelo mundo, este, constitucionalmente exercido em nosso país, sob a garantia
de proteção da Lei máxima do Brasil, no seu artigo 5°, inciso VI, que estabelece como direito
fundamental a liberdade de consciência e de crença, ficando assegurado ainda, o livre exercício dos
cultos religiosos e a proteção aos locais de culto e suas liturgias.
Creio que todos nós, pelo menos aqueles tementes a Deus, concordam que Jesus Cristo, filho de
DEUS, representou e fielmente representa, alguém cujo exemplo representa ímpar inspiração de
cunho moral, sendo que a nossa própria Constituição, já desde o seu início, é categórica ao pedir a
proteção de Deus para a promulgação de seu Estatuto Magno, norteador de todos os valores vivos
da Nação, caracterizando então, o fenômeno religioso, marca indelével na alma brasílica.
Contudo, em que pesem tão magnânimos e irretocáveis dizeres, verificamos e aqui lamentamos, que
em especial contra aqueles que têm a sua crença na religião evangélica, é verificada uma espécie de
preconceito aberto e gratuito e que atinge a dantes citada liberdade constitucional de culto destas
pessoas.
Pois bem, para ficarmos em apenas duas situações, temos o famoso caso do transporte de dinheiro
feito por representativa Igreja Evangélica não só do Brasil, mas do mundo, e que foi tão
equivocadamente divulgado por parte da imprensa que, mesmo sabendo que transportar dinheiro em
espécie, moeda nacional ou estrangeira, independentemente da quantidade, é ato lícito, inexistindo
norma proibitiva, tampouco criminalizadora para tanto, fez um injusto estardalhaço na divulgação
desta matéria.
Assim, mesmo se tratando de um ato legal, restou claro pelo brevemente dito acima, que na fatídica
e ilegal apreensão não existiam, como de fato não existe, nenhum único argumento que pudesse
caracterizar qualquer atividade supostamente criminosa e que pudessem ser imputadas aos
evangélicos, até porque a origem lícita da moeda desde o início estava provada.
Todavia, ainda no caso citado, mesmo estando ausentes os elementos caracterizadores de qualquer
suposto crime, em razão do forte preconceito que os líderes praticantes desta religião sofrem, alguns
deles foram injustamente presos e acusados por crime que sequer existe; e de conseqüência, todos
aqueles que professam seu culto, por todo o país, humilhados, achincalhados, chegando até a ser
vilipendiados na sua honra moral.
Mais recentemente, outro inusitado caso a ser lembrado de flagrante preconceito contra os
evangélicos, digase, mesmo lembrando do que expressa o ordenamento dito sobre a liberdade de
culto que é diariamente violada pelo preconceito, é que hoje uma igreja só poderá funcionar em
determinado local, dentre outros requisitos, se tiver a aquiescência e “benção” dos moradores da
vizinhança, pois, em caso contrário, a instalação e funcionamento dos locais de culto é vetada.
Ora, mesmo admitindose que tais exigências podem ter o seu fundamento nos Estatutos das
Cidades, no tocante ao aspecto específico em que trata as igrejas, este tipo de pretensão fere os
preceitos constitucionais ditos, pois, se uma igreja fica sujeita à decisão pessoal dos vizinhos, pode
se dizer que tais pessoas estão acima da Constituição, o que em hipótese alguma podemos anuir.
Será que se fosse para abrir um, digamos, simples bar, tais exigências seriam feitas? Por certo que
não.
Desta forma, além do inconstitucional obstáculo ao exercício religioso, resta clarividente que esta
medida somente traz prejuízos à população como um todo, pois, voltando à comparação
mencionada, não é difícil dizer dos prejuízos que a abertura de um bar trará à vizinhança, ao passo
que a instalação de uma igreja oferta às pessoas caminhos ativos que dignificam o exercício dos
cristãos em todas as suas dimensões.
Pessoalmente, antes de mais nada, digo que não professo a religião evangélica, nem tampouco
busco provocar simpatia para a mesma, apenas quero crer sim no respeito que deve existir para a
irrestrita liberdade de culto, religião e pensamento, e que isso valha para todas as religiões e suas
igrejas ou templos, principalmente no país em que vivemos.
Por último, deixo meu repúdio com vigor a este abuso e preconceito gratuito que se cometem contra
aqueles que resolveram abraçar qualquer honrada religião, em especial, a evangélica, e cito ao final
a muito apropriada a este tema, frase da Rainha Sigrith, da Suécia que, ao se recusar ser batizada
antes de se casar com o rei norueguês Olaf Tryggvarsson, disse: "Eu não intento em abandonar a fé
que eu tenho e meus afins (kindreds) diante de mim, e com isso, nem irei fazer objeção a sua
crença, no Deus que você prefere." Amém!