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RESUMO
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Concordando com Lima (1996), que diz, que a força das teorias administrativas nos
diversos setores da sociedade apresentam forte discurso reformador e que atualmente uma
das mais novas a filosofia da qualidade total, vem sendo destacada como aplicável a
qualquer tipo de sistema de produção, organismo público, hospitais e escolas em detrimento
do grau de avanço técnico, do contexto social e de outros fatores importantes, buscando
introduzir a idéia de empresa privada em detrimento do público, seria oportuno refletir
sobre a influência que sofrem o gerenciamento de Biblioteca quando importam o discurso
da gestão da qualidade. Essas discussões estariam mais ligadas a fatores educacionais ou
são tratadas como na administração das empresas, voltadas ao setor produtivo e privado.
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Segundo Mostafa (1994) a ideologia de uma época precisa ser questionada e para
isso é preciso superar o senso comum, produzir teorias ou explicação do real em bases
científicas e isso se faz nas Universidades, deve-se fazer na Biblioteconomia e na Ciência
da Informação.
De acordo com Motta (1992) a análise de qualquer instituição que não passe pelo
nível ideológico é sempre incompleta, porque se limita ao imediatamente visível, quando
geralmente o importante está naquilo que permanece oculto.
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Se a mesma análise crítica, tão presente na produção científica das Ciências Sociais
e Humanas, como o uso da Filosofia ou da Sociologia, por exemplo, fossem
freqüentemente praticadas na Biblioteconomia e Ciência da Informação, esse aparente
ufanismo em torno do discurso da qualidade total, estaria comprometido. Esse discurso,
simplifica problemas e soluções a partir da composição de gráficos e diagramas, satisfação
do cliente, motivação e conscientização das pessoas, missão e outros termos adotados.
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Tem -se a impressão que a Biblioteconomia ressurge das cinzas para deslumbrar o
mundo moderno, globalizado, de mercado competitivo, reinventando produtos, oferecendo-
lhes uma nova aparência transformando suas identidades. A introdução das novas
tecnologias em todos os setores da sociedade implementa novas relações entre produtos,
produtores, máquinas e técnicas, mas nem sempre essas mudanças estão a favor dos
indivíduos.
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Além do mais não se pode esquecer que para estudar a implantação da qualidade em
serviços de biblioteca é preciso conhecer também as discussões sobre a qualidade da
informação. Paim (1996) apresenta importante discussão a respeito, além de uma rica
revisão de literatura.
Alguns autores como Coriat (1991) apud Lima (1991) apesar de aceitar a idéia de
universalidade do modelo japonês, afirma que ele é resultado da conjunção de fatores
específicos de um dado momento histórico atravessado pelo Japão e que a reprodução deste
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para um outro contexto seria impossível. Portanto, não parece simples transportar a idéia ou
como chama alguns esses nova filosofia de gestão, para a realidade brasileira.
a pedra de toque da qualidade total (corrente, de certa forma incluída no rol dos
estilos gerenciais neotaylorista) assenta-se na descoberta de que é possível abrir as
portas das empresas, trazendo a concorrência do mercado para o dia a dia das
relações de trabalho. Para operacionalizar isso, trataram de comparar o empenho
de um trabalhador com o do outro. Nessas circunstâncias, passaria então a viger a
lei do perde-ganha, também no microcosmo das organizações. As comparações se
registram por indicadores de produtividade e, de vez em quando, de qualidade.
Para que essa geringonça funcionasse, tiveram de ampliar os espaços de
autonomia de cada equipe. Senão ninguém tomaria iniciativas para superação do
status quo. O resto é lantejoulas. Qualidade total é isso.
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Ligado aos primeiros, Wood Jr (1994) afirma que existe material abundante sobre a
qualidade, refletindo sua importância e interesse. No entanto, quase não há produção
acadêmica sobre o assunto, podendo-se afirmar que existe certo preconceito e que os
poucos estudiosos que tratam do assunto, costumam fazê-lo de forma crítica. Os segundos,
menos conhecidos que os gurus da qualidade, implementam em seus trabalhos
contribuições críticas/ideológicas para a reflexão sobre o tema. As considerações da
psicóloga Lima (1994) em seu artigo sobre programas de qualidade total e seus impactos
sobre a qualidade de vida, constituí-se num sugestivo ponto de partida para estudos na área,
por apresentar o que ela chama de diversos aspectos mal explorados nas discussões sobre
qualidade total.
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A autora afirma que, a exemplo da grande maioria dos países ocidentais, o Brasil
também aderiu aos chamados programas de qualidade total no decorrer dos últimos anos.
Porém, até o presente momento são raras as discussões sobre a legitimidade de tais
programas, seu potencial de generalização, possibilidades de concretização de suas
propostas e benefícios suscetíveis de serem proporcionados à sociedade como um todo.
Ainda hoje, pequenas e médias empresas, ainda pagam seu tributo, onde a maioria
tem de se contentar em preencher os buracos criados pela defasagem entre a demanda em
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Por tudo isso, é possível verificar a relação entre as novas formas de gestão de
origem japonesa e o movimento operário, consistindo numa forma do capital “frear” as
atividades sindicais.
Assim, é possível observar que, questões desse nível demonstram inúmeros fatores
envolvidos nos estudos sobre o tema, principalmente quando se pretende imprimir um
discurso crítico às teorias da qualidade total. Neste final de século, o quadro econômico
recessivo dos países ditos emergentes vem se agravando.
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Portanto, não se trata apenas do maniqueísmo entre bem e mal, querer ou não
querer, crentes ou céticos, ou simplesmente incluir e excluir a Qualidade. Não é dela
isoladamente que se quer tratar. A gestão pela qualidade, enquanto política definitiva, é que
implementa através de seu discurso superficial, uma série de mecanismos diferentes dos
apresentados até então, daí o seu sucesso.
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Referencias bibliográfica
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LIMA, Maria Elizabeth A. Programas de qualidade total e seus impactos sobre a qualidade
de vida no trabalho. Rev. de Admin., São Paulo, v.29, n.4, p.64-72, out./dez 1994.
LINS, Bernardo F. E. Ferramentas básicas da qualidade. Ci.Inf., Brasília, v.22, n.2, p.153-
161, mai./ago 1993.
MOSTAFA, Solange. Cultura e ciência: a crise dos paradigmas. Transinf., v.6, n.1/2/3,
jan./dez. 1994.
MOTTA, Fernando C.P. As empresas e a transmissão da ideologia. RAE, São Paulo, v.32,
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TAYLOR, Paul. O capitalismo: sua evolução, sua lógica e sua dinâmica. 10.ed. São
Paulo: Moderna, 1987.
WOOD JR, Tomaz & URDAN, Flávio Torres. Gerenciamento da qualidade total: uma
revisão crítica. RAE, São Paulo, v.34, n.6. p.46-59, nov./dez. 1994
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