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NORMAS TÉCNICAS

MARIA MATILDE KRONKA DIAS

A normalização é uma característica essencial da atividade


humana desde os primórdios da civilização, tendo sido essencial
no desenvolvimento da linguagem falada e escrita. Outros aspectos
de normalização da atividade humana em épocas passadas podem
ser observados quando o comércio entre os povos primitivos exigiu
o estabelecimento de medidas padronizadas de peso, dimensão e
formas de pagamento.
A padronização de produtos é outro tipo de normalização
empregada há muito tempo pelo homem. Uma das primeiras tenta-
tivas de normalização de produtos foi a British Pharmacopaeia,
publicada inicialmente em 1864. Essa obra determinava a composição
ideal de drogas e de produtos químicos usados em medicamentos e,
desde então, tem sido editada regularmente (HOUGHTON,
1972). A necessidade da normalização na indústria foi sentida logo
que se iniciaram as atividades fabris e, a partir daí, a padronização
de componentes passou a ter uma função essencial em nossa
sociedade que é, basicamente, tecnológica. A economia propor-
cionada pelo emprego de normas técnicas na área industrial é
fundamental em economias baseadas no conceito de produtivi-
dade. As normas simplificam o processo de produção em massa,
asseguram a uniformidade do produto, eliminando uma variedade
desnecessária e antieconômica.
A normalização é uma atividade social e econômica a ser
promovida mediante a cooperação mútua de todos os elementos
envolvidos. O estabelecimento de uma norma deve ser baseado
no consenso geral:

A normalização é o processo de estabelecer e aplicar regras a


fim de abordar ordenadamente uma atividade específica, para o
benefício e com a participação de todos os interessados e, em
particular, de promover a otimização da economia levando em
consideração as condições funcionais e as exigências de segurança,
(REIS, [s.d.].)

A normalização é de grande importância no comércio interna-


cional. Os países em desenvolvimento, interessados via de regra em
aumentar o volume de suas exportações, devem adotar normas de
fabricação e controle de qualidade aprovadas internacionalmente,
garantindo uma melhor aceitação de seus produtos.
O papel que a normalização desempenhou na década de 90
foi fundamental para o êxito das empresas brasileiras em função
de diversos fatores, a saber: a formação de blocos econômicos;
como o dos países da União Européia, o dos chamados tigres asiáticos;
e o norte-americano; a crescente organização do consumidor brasi*1
leiro, mais exigente com a qualidade dos produtos; a exigência
normalização de produtos e serviços, explicitada no Código dt;
Defesa do Consumidor e, finalmente, a necessidade df
competitividade no mercado internacional, aberto à concorrência
externa, que tem exigido especificações de alto padrão
tecnológico.

O número de normas técnicas que um país produz pode


ser um indicador do seu grau de desenvolvimento tecnológico,
O Brasil possuía, até 1998, cerca de dez mil normas, produzidas
pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) "* e
registradas no Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial (SINMETRO). Embora seja um número alto, é
pouco significativo se comparado com alguns países desenvolvidos,
não tendo o País uma tradição na utilização de normas. Entretanto,
a globalização da economia tem levado o Brasil a desenvolver um
esforço maior na questão da normalização. Assim é que, na década
de 80, o País se mobilizou na busca da qualidade de produtos e
serviços, aderindo às normas da série ISO 9000. Essas normas
originaram-se do modelo de qualidade e produtividade do Japão,
país que desde a década de 50 tem investido no desenvolvimento
de uma industrialização voltada para a exportação — portanto,
altamente competitiva — e que, por isso mesmo, precisava oferecer
produtos mais baratos e de melhor qualidade. As normas ISO
9000 são adotadas por inúmeros países, principalmente os da
União Européia, e foram incorporadas, no início da década de
90, pela ABNT, ao conjunto de normas brasileiras. São normas
estruturais que se destinam a organizações que desejam implantar
llstemas de controle de qualidade, funcionando como comple-
mento aos requisitos para produtos e serviços definidos pelas
•ipecificações técnicas, fornecendo diretrizes para a gestão e
garantia da qualidade.

Na metade da década de 90, sob o imperativo das exigências


imbientais, surgiram as normas da série ISO 14000. A série é um
conjunto de normas que se destinam a ajudar as empresas a se
adequarem ao paradigma do crescimento responsável, no qual a
tconomia do meio ambiente se desloca da visão do impacto
ambiental como um custo adicional, que se reflete negativamente
nos balanços das empresas, e passa a ser vista como um agente
de competitividade e de novas oportunidades de negócios. Essas
normas também foram incorporadas ao conjunto de normas brasi-
leiras, e o País passa a contar com instrumentos de apoio à expor-
tação e de atendimento à pressão pública que exige não só pro-
dutos e serviços com qualidade assegurada, mas também
ambientalmente sadios e, ainda, que os recursos naturais sejam
usados de forma racional para manter as condições de vida adequadas
para as gerações atuais e futuras (DEDDING e TANAKA, 1991).
A inclusão de tópicos relativos à normalização nos currículos
de algumas escolas brasileiras de engenharia demonstra clara-
mente a preocupação em desenvolver nos especialistas maior
conscientização da importância do uso de normas técnicas.

11.1 CARACTERÍSTICAS

Segundo VEADO (I985):

Norma técnica é um documento que reflete a consolidação de uma


tecnologia; nela podem encontrar-se a definição dos parâmetros de
um produto, sua provável padronização e os métodos para sua
certificação; também pode definir as especificações de projetos, as
características das matérias-primas, os procedimentos de fabricação
e os métodos de ensaio e inspeção.

E necessário fazer uma distinção entre as normas técnicas


aqui descritas e as normas físicas, que têm uma função diversa,
tratando de grandezas físicas ou fenômenos naturais e que não
estão sujeitas a mudanças ocasionadas pelo progresso científico
e tecnológico. São as normas ou medidas de temperatura, tempo,
peso, massa, comprimento etc.
O formato físico de uma norma técnica varia muito: ela pode
aparecer como um folheto mimeografado ou impresso, sem capa,
ou como um volume encadernado, como é o caso das normas da
American Society for Testing and Materials (ASTM) ^ cuja edição
de 1998 em papel se apresenta em 62 volumes.
Deve-se estar atento para o aspecto de atualidade das normas
técnicas que são documentos dinâmicos, sempre sujeitos a revisões
e que acompanham de perto o desenvolvimento tecnológico.
A solicitação de uma norma pelos técnicos é feita em geral
por um código alfanumérico, que indica a entidade produtora e o
número da norma específica dentro dessa entidade. Assim o profis-
sional da informação poderá ser solicitado a localizar a norma BS
3012, ou NBR 6023, ou DIN 1945, que são respectivamente uma
norma britânica, uma brasileira e uma alemã.
O termo norma técnica é usado em relação a publicações que
Incluem especificações, códigos de prática, recomendações, métodos
de testes, nomenclaturas etc. A classificação dos diversos tipos de
normas brasileiras elaboradas pela ABNT pode ajudar na com-
preensão dos termos sob os quais uma norma técnica aparece, bem
como auxiliar na definição dos vários tipos de normas que existem.
Segundo o referido órgão, as normas são classificadas em:

• "classificação (CB): ordena, designa, distribui e/ou subdivide


conceitos, materiais ou objetos, segundo uma determinada
sistemática;

• especificação (EB): fixa as condições exigíveis para aceitação ti


ou recebimento de matérias-primas, produtos semi-acabados,
produtos acabados;

• método de ensaio (MB): prescreve a maneira de verificar ou


determinar características, condições ou requisitos exigidos
de um material ou produto, de acordo com a respectiva
especificação; de uma obra, instalação, de acordo com o
respectivo projeto;

• procedimento (NB): fixa condições para: a execução de cál-


culos, projetos, obras, serviços, instalações; o emprego de
materiais e produtos industriais; certos aspectos das transações
comerciais (ex.: reajustamento de preços); a elaboração de
documentos em geral, inclusive desenhos; a segurança na
execução ou na utilização de uma obra, equipamento, insta-
lação, de acordo com o respectivo projeto;

• padronização (PB): restringe a variedade pelo estabelecimento


de um conjunto metódico e preciso de condições a serem
satisfeitas com o objetivo de uniformizar características geomé-
tricas, físicas ou outras, de elementos de construção, materiais,
aparelhos, produtos industriais, desenhos e projetos;

• simbologia (SB): estabelece convenções gráficas e/ou literais


para conceitos, grandezas, sistemas ou partes de sistemas;

• terminologia (TB): define, relaciona e/ou dá a equivalência


em diversas línguas de termos técnicos empregados em um
determinado setor de atividade, visando ao estabelecimento
de uma linguagem uniforme". (BRASIL, 1978)
Essas definições, embora propostas pelo órgão brasileiro da
área, são aplicáveis a normas de outros países e mesmo a normas
internacionais.

11.2 ORGANIZAÇÕES PRODUTORAS

O grande número de normas técnicas usado em atividades


científicas e tecnológicas é produzido por uma variedade de organi-
zações tanto governamentais como privadas. Essas organizações
podem ser divididas em quatro categorias:
• organizações internacionais
O principal objetivo dessas organizações é a promoção de
atividades de normalização em nível internacional e o desenvol-
vimento de cooperação mútua entre os órgãos nacionais. As mais
conhecidas são a ISO e a International Electrotechnical
=S3
Commission (IEC) . A ISO é uma federação mundial integrada
por organismos nacionais de normalização, contando com um
representante por país. É uma organização governamental (da qual
a ABNT é membro fundador) estabelecida em I947, contando
atualmente com cerca de cem membros. A IEC é uma federação
constituída em 1906, nos moldes da ISO, atuando especificamente
na normalização internacional no campo da eletricidade. O Brasil
foi um dos primeiros países não europeus a associar-se à IEC e, como
conseqüência, fundou em 1908 o Comitê Eletrotécnico Brasileiro,
que se uniu à ABNT quando de sua criação, transformando-se no
atual Comitê Brasileiro de Eletricidade (COBEI, CB-03).

As organizações regionais podem ser incluídas aqui. São


aquelas formadas por países membros localizados numa mesma
região e que trabalham para seu benefício mútuo. Podemos citar
como exemplos a Comissão Pan-americana de Normas Técnicas
(COPANT) e o Comitê Européen de Normalisation (CEN) -*\ Outro
exemplo é o do Comitê Mercosul de Normalização, que surgiu em
decorrência da criação do Mercosul, em 1991. Os projetos de norma
Mercosul (NM) estão submetidos a votação pelos organismos de
normalização dos países integrantes do Mercosul: Instituto Argentino
de Normalización (IRAM), ABNT do Brasil, Instituto Nacional de
Tecnologia Y Normalización (INTN) do Paraguai e Instituto
Uruguayo de Normas Técnicas (UNIT);
• organizações nacionais
A maioria dos países possui órgãos que preparam e publicam
normas a nível nacional, a fim de beneficiar a indústria e o comércio
locais. Esses órgãos, via de regra, representam seus países na ISO
e em outras entidades internacionais;
• organizações governamentais
Alguns órgãos do governo também produzem normas apli-
cáveis às suas atividades específicas;
• outras organizações
Nesse grupo estão as sociedades técnicas, associações profis-
sionais e comerciais, instituições de pesquisas etc. Também aqui
deveriam ser incluídas as indústrias ou empresas privadas que pro-
duzem suas próprias normas ou adaptam às suas necessidades as
normas editadas por outras instituições. Algumas empresas ou
grupos de empresas mantêm atividades normalizadoras permanentes
com a finalidade de orientar compras, fabricação, vendas e outras
operações para a satisfação das necessidades de seus clientes.
Como exemplos temos a American Society of Mechanical
Engineers (ASME) "*, cujas normas são bastante conhecidas no
campo da engenharia mecânica, e a Companhia Energética de
Minas Gerais (CEMIG) "e,1 no campo da engenharia elétrica.
A multiplicidade das fontes produtoras pode dificultar as tarefas
de identificar, selecionar e adquirir as normas mais adequadas.

1 1 . 3 A NORMALIZAÇÃO NO BRASIL

No Brasil, o marco inicial da normalização foi a criação da


ABNT em setembro de 1940. A ABNT é uma sociedade civil,
sem fins lucrativos, reconhecida pelo Governo Federal como
entidade de utilidade pública pela Lei 4150/1962. Seu objetivo é
promover a elaboração de documentos normativos e colaborar nas
atividades relativas à normalização, fornecendo a base necessária ao
desenvolvimento tecnológico brasileiro. É representante no Brasil
das entidades de normalização ISO e IEC.
A ABNT é constituída de 35 comitês, dois organismos de
normalização setorial e 12 órgãos especiais, atuando nas mais diversas
áreas. Essas comissões são integradas por produtores, órgãos de
defesa do consumidor, governo, entidades de classe, universidades,
escolas técnicas e outros, que analisam e discutem propostas de
projetos de normas. Obtido o consenso, o projeto é submetido à
aprovação nacional, para então passar à condição de norma técnica.
Além desses, conta com um Grupo de Apoio à Normalização
Ambiental (GANA) e comitês ISO/TC. Como exemplo, a área
de informação e documentação é representada pelo Comitê
Técnico, o ISO/TC 46 e o SC 9 que tratam especificamente de
normas para apresentação, identificação e descrição de documentos.
Uma vez aprovada, a norma é encaminhada ao Instituto
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
(INMETRO) ^ que a registra como norma brasileira. A partir daí,
a norma recebe um código de identificação formado pela abreviatura
NBR e por um número seqüencial que a individualiza (exemplo:
NBR-10520). Da primeira reunião de uma Comissão de Estudo até
o registro da norma há um processo de elaboração que demora
de seis meses a dois anos.
Até 1973, a ação governamental na área de normalização
técnica limitou-se ao apoio dado pelo Governo à ABNT, no sentido
de considerá-la como entidade de utilidade pública e de instituir
por lei a obrigatoriedade de observância de normas técnicas nos
contratos de obras e compras do Serviço Público. Naquele ano
foi criado o SINMETRO, com a finalidade de formular e executar
a política nacional nas referidas áreas. A ABNT passou a ser
identificada como Fórum Nacional, local de compatibilização dos
interesses públicos, das empresas industriais e do consumidor.
Seu objetivo principal é justamente garantir o consenso de todos
os envolvidos, direta ou indiretamente, na elaboração de normas
técnicas, através de seus comitês.
O SINMETRO, integrado por entidades públicas e privadas
que exercem atividades relacionadas com metrologia, normalização
industrial e certificação da qualidade de produtos industriais, visa
a defesa do consumidor, a conquista e a manutenção do mercado
externo, a racionalização do mercado industrial com a
compatibilização de todos os interesses comerciais, industriais e
do consumidor. O SINMETRO tem como objetivo dotar o País
de infra-estrutura de serviços tecnológicos para a qualidade e
produtividade com a criação de normas e regulamentos técnicos,
de redes de laboratórios de calibração e de ensaios e de um sistema
de certificação de conformidade.
O sistema é formado basicamente por dois órgãos, ambos
vinculados ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio,
com características e atribuições específicas. O Conselho Nacional
de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
(CONMETRO) é um colegiado interministerial que exerce a função
de órgão normativo do SINMETRO e que tem como sua secretaria
executiva o INMETRO, O CONMETRO é responsável pela coor-
denação e diretrizes gerais executivas, coordenação internacional,
planos, programação e estudos do Sistema. O INMETRO é o órgão
executivo central do sistema. No âmbito de sua ampla missão
institucional, objetiva fortalecer as empresas nacionais, aumentando
sua produtividade por meio da adoção de mecanismos destinados
à melhoria da qualidade de produtos e serviços. Sua missão é
trabalhar decisivamente para o desenvolvimento socioeconômico e
para a melhoria da qualidade de vida da sociedade brasileira, contri-
buindo para a inserção competitiva, para o avanço científico e
tecnológico do País e para a proteção do cidadão, especialmente
nos aspectos ligados à saúde, segurança e meio ambiente. Além
disso, funciona como fórum de compatibilização dos interesses
governamentais com os seguintes comitês: químico, siderúrgico,
mecânico, naval, aeronáutico, eletroeletrônico, de veículos rodo-
viários, transportes ferroviários, transportes urbanos, construção
civil, alimentos e bebidas.
Para oferecer ao CONMETRO o adequado assessoramento
técnico, foram criados os seguintes comitês: Comitê Nacional de
Normalização; Comitê Brasileiro de Certificação; Comitê Nacional
de Credenciamento; Comitê Codex Alimentarius do Brasil; Comitê
Brasileiro de Metrologia e Comitê de Coordenação de Barreiras
Técnicas ao Comércio.
No Brasil, outras entidades governamentais, prefeituras, indús-
trias e institutos de pesquisas também elaboram suas normas técnicas,
como a CEMIG e o Instituto Adolfo Lutz de São Paulo. Em alguns
casos, essas normas não estão restritas às fronteiras da entidade
que as gerou, mas se encontram disponíveis para uso de outras
organizações do mesmo ramo.

11.4 FONTES PARA IDENTIFICAÇÃO

A maioria das organizações normativas publica catálogos,


periódicos, boletins e outros materiais de divulgação de grande
utilidade no trabalho de identificação de normas. A British Standard
Institution (BSI), por exemplo, tem diversas publicações de divul-
gação: BSI News, boletim mensal que registra as normas novas e
revistas; Sectional Lists, que são listas de normas de assuntos espe-
cíficos. A Association Française de Normalisation (AFNOR) "®
publica o Courher de Ia Normalisation; a American National
Standards Institution (ANSI) "*\ o ANSI Report.
A ABNT lança anualmente o Catálogo ABNT, incluindo a relação
de todas as normas por ela aprovadas, bem como a correspondência
numérica das normas ABNT com as normas aprovadas pelo
SINMETRO. O ABNT Boletim assegura uma atualização mensal,
divulgando as normas publicadas, as normas canceladas, projetos
em estudo, além de uma variedade de normas estrangeiras. Fornece
um banco de dados com informações referenciais de todas as
Normas Brasileiras e do Mercosul, o texto completo das normas
das séries ISO 9000, I0000 e 14000. Está disponível mediante a
assinatura do Sistema CENWIM 3.0 (Controle Eletrônico de
Normas para Windows — Versão 3.0). O aplicativo do sistema é
fornecido sem custo e é um programa multiusuário, podendo ser
instalado em servidores de redes sem limitação de usuários.
Algumas empresas comerciais oferecem serviços de identi-
ficação e acesso a normas técnicas. E o caso do IHS Group
(Information Handling Services Group) ~& que torna disponível,
por meio do Worldwide Standards Service Plus Index, uma lista
contendo cerca de trezentos mil normas de mais de quatrocentas
organizações, além de documentos normativos escaneados de
cerca de oitenta organizações, tais como ANSI, ASTM, API
(Am erican Petroleum Institute), ISO, BSI, DIN (Deutsches Instituí
für Normung), AFNOR, dentre outras.
Criado em 1984, com o objetivo de auxiliar o fluxo de infor-
mações tecnológicas básicas, principalmente entre pequenas, médias
e microempresas, o SINORTEC (Sistema Nacional de Informações
sobre Normas e Regulamentos Técnicos) procura ampliar o conheci-
mento e a conseqüente utilização das normas brasileiras. O sistema
é uma fonte para identificação e aquisição de normas através de
três núcleos básicos de normas técnicas que funcionam na ABNT,
no INMETRO e no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) "*\
Esses núcleos desenvolvem uma variedade de serviços que bus-
cam atender à demanda diversificada e ágil do setor industrial e
comercial por documentos normativos, tais como: especificação
de materiais, métodos de análise e de ensaio, normas de cálculo
e de segurança, terminologia técnica, simbologia, padronização
dimensional, gestão ambiental e da qualidade, normas de produtos,
Em 1986, foi implantado no Setor de Informação sobre
Normas Técnicas (INTec) do IPT o serviço Empresa-INTec, com a
finalidade de fornecer às empresas interessadas — através de um
contrato de adesão — acesso aos serviços de documentação e
informação do INTec. Contando com um dos maiores e mais
completos acervos de normas técnicas da América Latina, possui
mais de oitocentos mil documentos normativos, entre normas
vigentes, históricas e duplicatas, de natureza industrial e/ou governa-
mental e de origem nacional, nacional-estrangeira e internacional
(DEDDING e TANAKA, 1991).
O periódico Science & Technology Libraries, em número dedicado
às normas técnicas, apresenta uma extensa relação de recursos
bibliográficos disponíveis sobre normas estrangeiras (SCIENCE &
TECHNOLOGY LIBRARIES, 1988).
A identificação de normas produzidas no âmbito de empresas
deve ser feita através de contato direto com as mesmas, já que não
existem instrumentos específicos para este fim.
A medida que a tecnologia avança, normas técnicas são
estabelecidas para cobrir novos campos, de modo a proporcionar
segurança e padronização. A importância adquirida por esse tipo
de material bibliográfico no processo de transmissão da informação
exige que se conheça a dinâmica de sua produção e se desenvolvam
meios eficientes para selecioná-lo e adquiri-lo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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versitários e Ministério da Indústria e Comércio. Secretaria Executiva do

CONMETRO. Normalização: histórico e informações. Brasília, 1978. 27p.


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empresa. Rio de Janeiro: CNI, 1995. 66p.

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REGAZZI FILHO, C. L. Normas técnicas: conhecendo e aplicando na sua empresa.

Rio de Janeiro: CNI, DAMPI, 1995. 60p.

REIS, M. J. L. ISO 14000: gerenciamento ambiental, um novo desafio para a sua

competitividade. São Paulo: Qualitymark, [s.d.]. 200p.

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SCIENCE & TECHNOLOGY LIBRARIES. The role of standards in sci-tech libraries.

Binghamton, N.Y.: Hatworth Press, v.9, n.2, 1988.

VEADO, J. T. A norma técnica. ABNT Notícias, Rio de Janeiro, v.3, n.25, p.3,

1985.
A PATENTE

RICARDO ORLANDI FRANÇA

A invenção é um ato intelectual que se configura por trazer


à consciência uma novidade, algo por ninguém ainda pensado a
respeito de assuntos de conteúdo técnico. A invenção muitas
vezes se materializa em produtos ou processos de fabricação e
provoca um avanço real nas atividades industriais, podendo ser por
isso bastante valorizada, tornando-se mesmo um bem econômico.
Entretanto, sendo formada por raciocínios e conhecimentos técnicos,
como uma síntese da experiência e das habilidades do inventor,
ela é, na verdade, uma propriedade intangível, volátil, impossível
de ser retida. Assim sendo, o meio elaborado pela sociedade para
assegurar a posse desse tipo de bem econômico é a patente.

12.1 DEFINIÇÃO, OBJETIVOS E CARACTERÍSTICAS

A patente de invenção é o instrumento legal destinado a


proteger a invenção aplicável à indústria, durante um prazo de tempo
definido, contra cópias e quaisquer outros usos não autorizados pelo
seu possuidor, de modo a permitir-lhe a exploração rentável dessa
nova idéia. A patente declara a existência de um monopólio
temporário, outorgado pelo Estado ao inventor ou a outrem por
ele indicado, reconhecendo-lhe o direito de propriedade e de
exploração da invenção descrita nesse documento. A patente
pode ser concedida a pessoas físicas ou jurídicas, isoladamente
ou em grupo.
São dois os objetivos clássicos do sistema patentário. O
primeiro trata de recompensar o inventor de uma novidade técnica,
que tenha necessariamente uma aplicação industrial, através da
concessão pelo estado do direito de exclusividade para a exploração
dessa invenção por um prazo determinado. Como contrapartida,
o inventor (ou quem mais detenha os direitos de propriedade da
invenção) está obrigado a explorar a patente outorgada no território
desse estado. De acordo com a interpretação atual desse princípio,
a patente dá ao seu detentor o direito de excluir outras pessoas
de todos os atos relativos à invenção, ou seja, impede a fabricação,
uso, importação e venda do produto ou processo patenteado
sem a sua devida autorização.

O segundo objetivo é a plena e universal divulgação das


inovações tecnológicas geradas pelas invenções, para possibilitar
o seu uso no benefício geral da humanidade, desenvolvendo as
artes e a indústria.
O sistema patentário, na atualidade, tem ainda outras caracte-
rísticas importantes internacionalmente reconhecidas. Uma delas é
que a patente será concedida a quem fizer o pedido (chamado
depósito de patente) primeiro, independentemente da data da
invenção. A exceção notória são os Estados Unidos, onde a autoria
de um invento é de quem provar tê-lo concebido primeiro. Na
maioria dos países presume-se que o depositante do pedido é o
real detentor dos direitos solicitados, seja ou não seu inventor.
Outra característica é que a invenção, para a qual se pede
patente, deve atender ao requisito de novidade absoluta, isto é,

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não pode ser já conhecida em lugar nenhum do mundo. Como
esse critério é muito difícil de ser aferido, considera-se para a
pesquisa da novidade as fontes escritas. Concede-se um período
de graça de 12 meses anteriores ao pedido, no qual o inventor,
ou terceiros, podem divulgar o invento, inclusive com a sua apre-
sentação em exposições internacionais oficiais, sem quebra desse
requisito.

É fundamental também que a patente represente uma


invenção, ou seja, ela não deve ser naturalmente deduzida do estágio
atual da técnica. Do mesmo modo, a patente deve necessariamente
ter alguma aplicação industrial. Assim sendo, criações intelectuais, tais
como teorias científicas, métodos matemáticos, programas de
computador e as criações estéticas, não são patenteáveis. Em
geral, considera-se ainda como não patenteável o que for contrário
à segurança e à saúde públicas, bem como os seres vivos e materiais
biológicos como são encontrados na natureza. Em alguns países
também é vedado o patenteamento de ligas metálicas e materiais
resultantes de transformações atômicas.

A questão da engenharia genética e das transformações


produzidas em seres vivos continua sendo polêmica. Algumas
nações preferem adotar uma legislação específica sobre alguns
aspectos da manipulação biológica que têm significativa repercussão
econômica, como fez o Brasil através da Lei 9.456/1997 que trata
dos cultivares vegetais.

1 2 . 2 A HISTÓRIA DO SISTEMA DE PATENTES

Desde a Antigüidade e através da Idade Média, algumas cidades


européias e da Ásia Menor especializaram-se na fabricação de artigos
iw—

que se tornaram reconhecidos em todo o mundo ocidental pela sua


originalidade, qualidade ou utilidade, resultando na transferência de
prestígio do artigo para a própria cidade. Assim foi com a produção de
vidro em Murano (Veneza), de porcelanas em Sèvres e Limoges, de
espadas em Toledo, de cutelaria em Solingen, de ourivesaria em
Florença, trazendo fama e riqueza para essas comunidades.
A conseqüência natural foi que os artesãos procuraram pro-
teger seus rentáveis negócios, agregando-se em corporações de
ofício ou guildas, de modo a obter as matérias-primas necessárias
sem sobressaltos e com uniformidade, e a escoar com maior renta-
bilidade e segurança sua produção. Eles terminaram por descobrir
que a condição sine qua non para manterem seu monopólio de
mercado, com base nos conhecimentos técnicos ímpares que
detinham, era o segredo profissional que só poderia ocorrer se
houvesse uma disciplina rígida na corporação.
Esse tipo de sociedade profissional tinha uma estrutura hierár-
quica peculiar, evoluindo o conhecimento do estágio de aprendiz
a artesão e a mestre-de-ofício, sempre baseado no sigilo sobre os
métodos de trabalho: cada aprendiz admitido tinha que jurar manter
segredo sobre as técnicas aprendidas e nunca discuti-las fora dos
limites da corporação. Nada era escrito — todas as fórmulas e
processos eram decorados, às vezes com a ajuda de cânticos e
versos mnemônicos (NICHOLAS, 1984).
A estrutura de produção das corporações constituiu-se num
importante estágio entre o artesanato e a produção industrial.
Entretanto, ao iniciar-se o modo de produção capitalista moderno,
as corporações de ofício passaram a representar um entrave ao
desenvolvimento econômico, já que os cidadãos de iniciativa, mas
fora do seu rígido esquema, quase sempre eram impedidos de
estabelecer sua indústria nas cidades. Além disso, a estrutura
corporativa burguesa conquistou uma total liberdade de ação em
relação ao sistema de poder político, na época feudal. Tomava-se
cada vez mais importante para os governantes, com a formação dos
grandes estados nacionais, ter novamente essa estrutura submetida
ao seu arbítrio (HUBERMAN, 1977). Uma maneira de reduzir essa
liberdade de ação era justamente o rompimento do sigilo de fabri-
cação, desmantelando-se sua razão de ser.
Em 1474, a República de Veneza promulgou a primeira lei
específica sobre patentes, beneficiando os fabricantes independentes
de vidro de Murano (RIMMER e GREEN, 1985), proclamando através
de uma litterae-patente, ou seja, uma carta-aberta, um compromisso
entre o Estado e um cidadão, pelo qual o governo manteria um
monopólio de manufatura para o segundo no seu território, durante
um período regular de tempo e, em troca, este divulgaria seus proce-
dimentos de fabricação. Note-se que esses procedimentos deveriam
ser recém-inventados, pois na época as corporações não abriam
mão dos seus segredos. Uma vantagem adicional para o Estado (e
também para a civilização), com a divulgação dos inventos, era o
próprio desenvolvimento da técnica, já que o regime de
autocontrole das corporações evitava a adoção de inventos que
pudessem representar um avanço de uma oficina em particular.
Assim, qualquer inovação só poderia ser posta em uso pelo consenso
dos mestres oficiais, o que era raro.

Seguindo o modelo veneziano, vários Estados passaram a


adotar esquemas semelhantes, e o direito de patentes foi sendo
aperfeiçoado. Em 1624, o Parlamento da Inglaterra promulgou o
Statute ofMonopolies, que é a base do sistema contemporâneo
de patentes. A lei considerava como novidade inventiva qualquer
produto ou processo de manufatura não conhecido ainda no
Reino Unido, independentemente de já ser conhecido ou usado em
outros países, daí resultando diversos conflitos sobre os direitos da
novidade, cuja solução só foi possível a partir de 1714, quando a lei
passou a obrigar o inventor a providenciar a descrição completa da
sua invenção no pedido de patente, de modo a melhor esclarecer
o julgamento de pendências.
Em meados do século XIX, a prática de concessão de patentes
já estava desenvolvida e adotada como legislação nacional na maioria
dos países integrantes da Revolução Industrial. Entretanto, a proteção
aos direitos de estrangeiros não era ainda regulamentada, dificultando
a apresentação de invenções em exposições internacionais, tal
como sucedeu na Exposição de Viena de 1873, quando a negativa
dos estrangeiros em divulgar suas inovações, sem garantias de
proteção contra cópias não autorizadas, quase a inviabilizou. O
efeito imediato foi a realização do Congresso de Viena para a
Reforma das Patentes, que iniciou um entendimento sobre a
abrangência internacional da proteção legal. Continuado em Paris,
em 1878 e 1880, o movimento finalizou pela Convenção da
União de Paris para a Proteção da Propriedade Industrial de 1883,
apoiada inicialmente por apenas 14 países, mas evoluindo rapida-
mente até contar na atualidade, após dez revisões,1 com mais de
140 países membros (OMPI, 1998).

No que diz respeito ao Brasil, já na Constituição imperial de


1824 foram incluídos alguns dispositivos de forma a garantir ao
inventor nacional a propriedade das suas invenções. Em 1883, o

I. A última revisão, feita em 1967, é conhecida como Ata de Estocolmo.


Brasil continuava atento ao assunto, tendo subscrito a Convenção
da União de Paris, estando entre os países que inicialmente a
apoiaram. Desde então a legislação pertinente tem evoluído, de
acordo com a importância dada à indústria e ao intercâmbio
comercial, até a recente promulgação da Lei 9.279/1996.

1 2 . 3 0 SISTEMA DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL

O instrumento de patente de invenção é um dos principais


componentes do sistema internacional de propriedade industrial.
Este sistema é considerado como o conjunto de leis e tratados que
tem o objetivo de proteger todas as formas de ativos intangíveis da
indústria, ou seja, a riqueza não-material gerada paralelamente à
fabricação de bens materiais, e representada por valores voláteis,
tais como a tecnologia utilizada, o conceito da empresa junto à
clientela, o seu reconhecimento frente aos concorrentes etc.
Uma outra modalidade de propriedade industrial, também
importante para a indústria e o comércio, é a marca de negócio,
geralmente conhecida como marca registrada ou através do símbolo
®, com a função de atestar que a mercadoria que se está comprando
foi fabricada por determinada indústria. A marca está associada à
conquista do mercado pelo fabricante e ao seu prestígio junto ao
consumidor, e daí seu valor intrínseco.
Fazem parte também do sistema duas outras modalidades de
bens intangíveis, menos abrangentes e mais recentes em termos de
regulamentação. Uma delas é a patente de modelo de utilidade (ou
mero registro, dependendo do país), definido como a modificação
realizada num objeto já conhecido ou numa parte dele, que tenha
uso prático e seja de aplicação industrial, capaz de melhorar seu
iso ou sua fabricação. Essa modalidade se aplica à evolução e
nodernização de ferramentas, máquinas e objetos, ou ainda à
ua adaptação para novos usos.
A quarta modalidade é o registro de desenho industrial,
iefinido como o design (bi ou tridimensional) dos ornamentos
:aracterísticos de um objeto (como uma garrafa de refrigerante)
>u do conjunto de linhas e cores que podem ser aplicados ao
)bjeto (como um rótulo), de modo a destacá-lo visualmente, distin-
juindo o produto dos concorrentes.
A legislação de propriedade industrial, apesar de ser soberana
:rm cada país, tende a uniformizar seu teor e abrangência graças
IOS tratados internacionais, já que o interesse econômico sobre
:sse patrimônio transcende as fronteiras nacionais.
É interessante notar que o sistema de propriedade industrial
az parte de um outro sistema mais abrangente, o da propriedade
ntelectual, englobando todos os processos criativos humanos
;m todos os campos de atividade, regendo também os direitos
lObre a divulgação das obras literárias, artísticas, arquitetônicas e
nusicais. Os direitos sobre a propriedade intelectual na área
trtística, conhecidos como direitos autorais ou copyright ou ainda
>elo símbolo ©, são delimitados em legislação específica nos países
; organizações internacionais, a partir da Convenção de Berna
ie 1886.

I 2.4 A ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO SISTEMA DE PATENTES

É importante destacar os princípios básicos estabelecidos


)ela Convenção da União de Paris e o papel exercido pela OMPI
; pelo EPO na organização internacional do sistema de patentes.
12.4.1 A CONVENÇÃO DA UNIÃO DE PARIS

São três os princípios básicos acordados em 1883 na Con-


venção da União de Paris e chamados princípios unionistas. O
primeiro refere-se ao tratamento nacional, pelo qual os países- mem-
bros devem dar igualdade de tratamento aos inventores nacionais e
estrangeiros, na tramitação dos depósitos de patente, desde que
estes últimos sejam súditos unionistas, ou seja, originados de outros
países-membros da União. Normalmente exige-se que a documen-
tação esteja na língua do país onde se faz o depósito do pedido.
Esse status inclui tanto indivíduos como empresas.
O segundo princípio é o da prioridade unionista, pelo qual
fica garantido ao depositante de uma patente original, em qualquer
um dos países signatários, o direito de salvaguarda da novidade
em todos os demais países-membros pelo prazo de um ano, para
que tenha tempo suficiente de proceder ao depósito dessa patente
em qualquer outro país unionista que quiser. As solicitações pos-
teriores de depósito serão consideradas como tendo a mesma
data da primeira, a qual é denominada solicitação prioritária.
O terceiro princípio refere-se à independência legal, pelo
qual ressalva-se que a patente só tem validade no território do
país que a concede, mesmo sendo unionista. Cada país tem inteira
liberdade de legislar e organizar seu controle sobre a propriedade
industrial, mas na prática essa liberdade tem sido cada vez mais
restringida por tratados e por pressões políticas e econômicas,
A União de Paris estabeleceu também uma padronização
mínima dos procedimentos, requerendo dos países participantes
a organização de um escritório central para a tramitação e divulgação
das patentes. O escritório deve publicar regularmente um boletim
com os nomes dos detentores das patentes concedidas, bem como
um resumo das invenções patenteadas. A maioria dos países inclui
nessa publicação outras informações úteis, tais como índices, reivin-
dicações principais de cada patente, andamento dos protocolos etc.
A única grande modernização do sistema ocorreu recente-
mente. Até os anos 60, a descrição do invento depositado para
patenteamento (chamada especificação) ficava indisponível ao
público até que tivesse sido examinada pelo escritório nacional.
Às vezes, vários anos se passavam antes da publicação e, assim, os
inventos de patenteamento negado permaneciam desconhecidos.
Em 1964, a Holanda iniciou um novo procedimento de exame
conhecido como exame adiado (deferred examinatiorí), ou publi-
cação prévia, no qual a especificação é invariavelmente publicada
18 meses após a data de depósito, acompanhada por um relatório
de busca quanto ao aspecto de novidade, compilado pelo escritório
de patentes. O solicitante tem então algum tempo para decidir
se requer ou não a continuidade do exame de patenteabilidade
(na prática, mais da metade das solicitações não prossegue, já que
não contém novidade). Se o inventor, porém, decide continuar o
processo, e sua invenção é patenteada, a especificação é publicada
pela segunda vez com as correções necessárias. Esses dois estágios
de publicação são diferenciados pela adição das letras A ou B ao
número de série da publicação da patente (RIMMER e GREEN, 1985).

Em cada país unionista onde for feito o depósito da solicitação,


há que se cumprir todos os trâmites burocráticos previstos na
respectiva legislação nacional, principalmente quanto ao pagamento
de taxas e prazos a cumprir. Normalmente também é requerido
que o solicitante mantenha um domicílio local ou que constitua
ali um procurador. Para a redução da carga burocrática tem-se
buscado a implantação de organismos internacionais de controle
de patentes, com procedimentos centralizados e abrangentes para
a sua concessão.
A tendência atual é de que todas as nações acabem por aderir
à União, já que a criação da Organização Mundial do Comércio,
através do Tratado de Marrakech de 1994, torna obrigatório o cum-
primento das principais disposições unionistas por parte dos seus
estados-membros, através da convenção denominada TRIPS
(Trade-relatedAspects oflntellectualProperty Rights, ou assuntos de
propriedade intelectual relacionados com o comércio).

12.4.2 A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE PROPRIEDADE INTELECTUAL

A Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI) é um


organismo da ONU com sede em Genebra, que tem a incumbência
de administrar o Tratado de Cooperação sobre Patentes (TCP),
assinado em Washington em 1970. O tratado unifica os procedi-
mentos para que uma solicitação depositada em qualquer país signa-
tário possa ser objeto de uma busca internacional quanto ao aspecto
da novidade. A especificação e o relatório de busca são publicados 18
meses após a data de solicitação, sempre em inglês. Se o interessado
prosseguir no processo de patenteamento, a solicitação é encami-
nhada, para exame, aos escritórios dos países por ele designados. A
apresentação via TCP poderá estender os prazos de apresentação
nacional para até 30 meses. Esse tratado não interfere com a con-
cessão da patente, sempre afeta à soberania dos Estados e atua
apenas no que diz respeito à pesquisa quanto à novidade. Entretanto,
ele pode também viabilizar um exame preliminar nos aspectos de ati-
vidade inventiva e aplicação industrial, útil para os países emergentes,
que não têm uma estrutura completa de controle de patentes.
A OMPI criou o International Patent Documentation Center
(INPADOC) em 1972, com sede em Viena. Esse organismo
gerencia a base de dados computadorizada CAPRI, contendo todos
os documentos de patentes anteriores a I9752 (cerca de 15 milhões),
além da documentação atualizada de propriedade industrial de
49 países e organizações, representando 95% das patentes em
vigor no mundo.

12.4.3 EUROPEAN PATENT OFFICE

O European Patent Office (EPO) °® administra os termos da


Convenção Européia de Patentes, também chamada de Convênio
de Munique, em vigor desde 1978, permitindo que uma única soli-
citação de depósito seja feita em um de seus escritórios (Munique,
Berlim ou Haia), ou ainda, pelo escritório nacional de qualquer país
europeu conveniado. O Convênio de Munique concede a proteção
patentária em todos os países-membros na Europa designados pelo
solicitante. Uma vez concedida, a patente européia é administrada
pelo escritório nacional de cada um dos países designados, como
se fosse uma patente nacional.

1 2.5 A ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE PATENTES NO BRASIL

No Brasil, é importante destacar a lei relativa à propriedade


industrial e a atuação do INPI, fundamentais na organização de
seu sistema de patentes.

2. Anterior à padronização dos documentos definida pelo Acordo de Estrasburgo.


12.5.1 A LEI 9.279/1996
A atual lei de propriedade industrial (BRASIL, I996) foi
promulgada para atender as exigências do acordo TRIPS sobre
o comércio internacional. Ela concede os quatro tipos de privi-
légios, conforme definido anteriormente neste capítulo. O mais
importante para este estudo é a patente de invenção, com
validade máxima de 20 anos, a partir da data de depósito, e não
menos de 10 anos, a partir da concessão (para cobrir os casos de
tramitação demorada), sendo improrrogável. Outro privilégio referente
a inovações é a patente de modelo de utilidade, com validade
máxima de 15 anos, a partir da data do depósito, e não menos
de 7 anos, a partir da data de concessão, prazo também
improrrogável. Um outro prazo importante é o da publicação do
pedido de patente pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial
(INPI) •*, feita 18 meses após a data de depósito, independentemente
da concessão (sistema de exame adiado). O requerimento de
continuidade do exame deve ser feito pelo interessado no prazo
máximo de 3 anos da data de depósito, caso contrário o proces-
so é arquivado.
A lei não considera patenteáveis, por não terem aplicação
industrial, as descobertas ou teorias científicas e métodos mate-
máticos; as obras literárias, artísticas ou qualquer criação estética;
os programas de computador; as técnicas cirúrgicas, bem como
métodos terapêuticos ou de diagnóstico, e ainda o todo ou parte
de seres vivos naturais e materiais e processos biológicos como
encontrados na natureza. Também são matérias não privilegiadas
com patente no Brasil (embora possam ser invenções originais)
qualquer produção atentatória à segurança e à saúde públicas, bem
como as matérias, elementos e produtos resultantes de transformação
do núcleo atômico.
Em relação à legislação preexistente, é importante notar
que a lei atual reconhece a patenteabilidade de produtos químicos,
alimentícios, farmacêuticos e medicamentos, bem como dos
microorganismos transgênicos, ou seja, aqueles que possuem alguma
característica inédita, introduzida mediante intervenção humana
e não alcançável em condições naturais (WOLFF, 1998). A lei
reconhece também a possibilidade de uso não-autorizado de uma
patente, desde que em caráter privado, sem fins comerciais e que
não acarrete prejuízo econômico ao detentor.
A nova lei introduziu o dispositivo de certificado de adição,
para atender a casos de aperfeiçoamento feitos a posteriori numa
invenção que já está sendo objeto de exame de patente, quando
tal aperfeiçoamento não tenha condições, por si mesmo, de obter
uma patente independente.
A lei abriu ainda ao detentor a possibilidade de colocar a
patente em estado de oferta de licenciamento para terceiros,
durante o qual as taxas de anuidades reduzem-se em 50%.

12.5.2 O INSTITUTO NACIONAL DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL

O INPI, autarquia ligada ao Ministério do Desenvolvimento,


Indústria e Comércio, com sede no Rio de Janeiro, foi criado pela
Lei 5.648/1970, obedecendo às recomendações da União de Paris,
sendo portanto o escritório brasileiro encarregado do controle
da concessão de patentes e registro de marcas.
Para a concessão da patente, adotado o conceito de novidade
absoluta da invenção, torna-se necessária a consulta a coleções
especializadas para se avaliar o estágio de evolução da tecnologia
em âmbito mundial. O Centro de Documentação e Informação
Tecnológica (CEDIN) do INPI é o setor encarregado de propor-
cionar os serviços e programas para facilitar o acesso a essa infor-
mação especializada, sendo sua estrutura composta pela Divisão
de Documentação (DIDOC) e pela Divisão de Informação
Tecnológica (DINTEC).
A DIDOC tem como encargo a gestão da coleção de todos
os documentos de cunho tecnológico, em âmbito nacional e inter-
nacional, sendo, por sua vez, composta pela SADTEP-Seção de
Documentação de Patentes e pela BIDTEC-Biblioteca Técnica.
A primeira administra o Banco de Patentes que recebe mensal-
mente cerca de 30 mil documentos dos países e organizações com
os quais o Brasil mantém convênio.3 Computando-se patentes
brasileiras, o banco tem um acervo de mais de 18 milhões de
documentos de patentes. A BIDTEC é uma biblioteca especializada
em propriedade industrial e tecnologia, com cinco mil volumes.
Está encarregada também de publicar trimestralmente o boletim
Tec Informe, destinado a divulgar artigos e trabalhos técnicos na
área. A DINTEC tem como tarefa a coordenação e execução
dos programas de recuperação, análise e disseminação da informação
tecnológica, sendo composta pela SAOBUS-Seção de Orientação e
Buscas e SADIVU-Seção de Divulgação. A SAOBUS é encarregada
de pesquisas e buscas de informação tecnológica seja no Banco de
Patentes do INPI, seja em bases de dados eletrônicas. Esta seção
pode também prestar serviços remunerados de busca para qualquer

3. Austrália, Canadá, EUA, França, Grã-Bretanha, Japão, Alemanha, Suíça, Espanha, Rúllll,
Holanda, OMPleEPO.
nteressado. A SADIVU é responsável pela disseminação da
nformação tecnológica. Administra o Programa de Fornecimento
Automático de Informação Tecnológica (PROFINT) encarregado
de fornecer cópias de patentes sobre temas específicos às empre-
sas brasileiras interessadas. Desenvolve ainda três programas de disse-
minação de informação tecnológica, denominados Monitoramento
Tecnológico, Prospecção Tecnológica e Radiografia Tecnológica,
sobre temas específicos, como, por exemplo, construção civil.
Para facilitar a pesquisa de patentes, o CEDIN está implantando
bancos de dados setoriais em diversas associações de classe e
pólos industriais. Já foram estruturados os bancos dos pólos de
eletroeletrônica, em Manaus; de fundição, em São Paulo; de couros
e calçados, em Porto Alegre, e de informática, em Brasília. Além
disso, foi colocado à disposição o acesso online através da Internet
à base de patentes brasileiras a partir de 1992.

1 2.6 A PATENTE COMO FONTE DE INFORMAÇÃO TECNOLÓGICA

O documento de patente é, em tese, a mais importante fonte


primária de informação tecnológica, pois permite o conhecimento
de inovações fundamentais para a indústria, imediatamente e a partir
da descrição original do invento. Além disso, já que as patentes têm
restrição territorial (só vigoram nos países que as concederam),
cerca de 95% das patentes válidas nos países industrializados são
de domínio público nos demais, podendo ser livremente usadas
(ARAÚJO, I984). Entretanto, tem sido constatado que raramente
a patente é levada em consideração no momento da busca de
informações técnicas.
12.6.1 POSSIBILIDADES DE USO

Várias possibilidades se apresentam no uso de patentes


como fonte de informação tecnológica. Por exemplo, patentes
recém-publicadas podem atuar como indicadores do estado-da-arte,
apresentando a informação mais recente num dado setor da técnica,
pois o pedido de patente deve necessariamente demonstrar o
que preexistia e o que está sendo reivindicado como novidade.
A patente apresenta a informação técnica bem antes que as demais
fontes bibliográficas: na maioria dos casos, ela já está disponível
antes do produto entrar no mercado. Ela informa detalhadamente
sua aplicação por meio da descrição da invenção e dos necessários
diagramas e desenhos explicativos, sendo mais abrangente e
minuciosa do que os artigos de periódicos ou a documentação
do fabricante.

No caso de uma negociação de transferência de tecnologia,


o conhecimento das patentes permite a identificação tanto de
alternativas técnicas para o atendimento das necessidades da
indústria, quanto de empresas capacitadas no setor considerado.
A informação das patentes cobre praticamente todos os setores
da técnica humana, sendo sempre a informação mais atualizada
em qualquer campo industrial.
Uma análise de cunho temporal pode ser realizada sobre um
conjunto de patentes de um determinado setor industrial, indicando
como tem sido sua evolução e apontando novos caminhos de
desenvolvimento, para os quais podem ser direcionados os esforços
de modernização da indústria. Já a análise de um conjunto de patentes
de um dado setor industrial, originadas de vários países, pode indicar
tendências na evolução desse setor, de acordo com as características
lacionais, em termos de economia, recursos naturais, mercado etc,
podendo originar alertas tecnológicos para empresas e governos.
O documento de patente identifica com clareza as datas
de prioridade e de concessão da carta-patente, os inventores, os
:itulares, seus endereços etc, possibilitando um conhecimento
mediato da sua situação legal e facilitando o contato direto com
D titular para negociações sobre licenciamento ou obtenção de
cnow-how específico.
Costumeiramente, as invenções de certa importância são
patenteadas em vários países, formando a família de patentes, ou
;eja, o mesmo documento traduzido em diversas línguas, facili-
:ando desse modo sua compreensão pela escolha da língua mais
apropriada, eliminando-se esse tipo de barreira.

12.6.2 RESTRIÇÕES AO USO

Algumas restrições podem ser observadas quanto ao uso


das patentes como fonte de informação técnica. A maior delas é
D desconhecimento do tipo e da estruturação da informação nelas
:ontida. Há também a tendência em acreditar-se que as informações
"elevantes estarão disponíveis em periódicos técnicos, embora várias
pesquisas tenham demonstrado que apenas uma parcela diminuta
das informações contidas em patentes será divulgada em qualquer
Dutro meio, sem demora e integralmente. Além disso, o volume
de patentes é assombroso: são publicados anualmente mais de
jm milhão de solicitações de patentes, embora o número real de
nvenções seja menor — cerca de trezentos mil — por causa das
r
amílias de patentes. O total estimado até I990 era de 35 milhões
de documentos.
Na busca de dados tecnológicos faz-se pouco uso das citações
de patentes. Isso pode ser atribuído a vários fatores, sendo impor-
tante lembrar primeiro que em poucos países as especificações
publicadas oficialmente contêm referências. Quando ocorrem, não
têm a mesma finalidade que as referências de artigos de periódicos,
sendo feitas pelo examinador do escritório nacional de propriedade
industrial para alertar o requerente sobre outras patentes que
podem afetar a novidade de sua invenção. Além disso, não existe
uma fonte de citações de patentes, como ocorre com os artigos de
periódicos. O mais grave é que os artigos publicados em periódicos,
quando o fazem, citam deficientemente as patentes seja deixando
de mencionar dados importantes, tais como a data de prioridade ou
o código de identificação internacional CIP (Classificação Interna-
cional de Patentes), seja citando esse código de modo incompleto.
Em vários setores industriais todas as inovações são paten-
teadas. Entretanto, em outros, tais como telecomunicações, energia
nuclear, química fina e farmacêutica, isso não ocorre seja por falta
de interesse da própria indústria (que prefere a via do segredo indus-
trial), seja pela proibição legal de patenteamento de certas classes
de produtos. Desse modo, não se pode garantir que uma busca de
informação em patentes será exaustiva para toda a tecnologia em
certos campos.
Na maioria dos países, a localização física do escritório
nacional também contribui para dificultar o acesso aos bancos de
patentes, fato que tende a ser superado tanto pelo acesso remoto
via computador, quanto pela organização de coleções específicas
em bibliotecas regionais e centros industriais.
Quando se trata do Terceiro Mundo, há uma tendência em
ignorar-se os documentos locais de patenteamento, o que é um
»rro, conforme aponta ARMITAGE (1980), porque eles fornecem
dados significativos, mostrando o tipo de tecnologia que é desen-
volvida domesticamente, bem como as invenções estrangeiras que
is indústrias consideram de valor para exploração local.
O interesse dos tecnologistas quanto ao uso de patentes
:ambém é bastante restrito, por motivos um pouco diferentes
dos acima citados. Em primeiro lugar, é fato que as especificações
de patente são escritas e desenhadas pelos próprios solicitantes,
:ontendo o que eles querem dizer e não aquilo que os outros
sstão interessados em conhecer, dificultando portanto a com-
preensão por terceiros. Mesmo sendo detalhado, o documento
de patente não contém tudo e, muitas vezes, é mais rápido e
Darato colocar a invenção em uso com o auxilio do inventor do
que tentar interpretar sua descrição. Além disso, em setores
ndustriais de rápida evolução tecnológica, há o risco da
especificação estar superada já no momento da publicação.
Por último, sabendo-se que a patente é depositada antes que
o invento possa ser comercialmente explorado, nada garante o
sucesso futuro de sua exploração, trazendo um importante elemento
de incerteza quanto à sua utilidade.

12.6.3 FACILITADORES DO USO

Visando contornar vários dos obstáculos acima apontados,


alguns tratados internacionais foram implementados desde a década
de 70, uniformizando certos aspectos da informação patentária e
facilitando assim sua consulta e recuperação.

• Padronização internacional do documento de patente


Para possibilitar o acesso mais rápido e de maneira uniforme
aos dados contidos nas patentes, o Acordo.de Estrasburgo
de 1971 definiu um padrão de apresentação quanto ao seu
formato e conteúdo, bem como uma codificação por assunto,
para possibilitar sua rápida recuperação. Esse acordo foi posto
em uso desde 1975 na maioria dos países e organizações
internacionais, estando presente em quase 18 milhões de
documentos já em 1990 (SANTOS, [s.d.]).

A forma-padrão de identificação dos dados do documento


de patente é feita pelas normas ST da OMPI, divulgadas no Patent
Information and Documentation Handbook, como, por exemplo:

- Norma ST.03 - código de país com duas letras;

- Norma ST. 10 - apresentação de datas, unidades de


classificação, etc;

- Norma ST. 16 - código para identificação dos tipos de


documentos de patentes.

O documento de patente padronizado é formado pelas


seguintes partes:

- folha de rosto - contém dados bibliográficos essenciais,


tais como a classificação internacional, nomes do inventor
e do depositante, título da invenção, número da patente,
datas de depósito e de publicação, além do resumo;

- relatório descritivo - descrição pormenorizada do invento,


indicando o estado-da-técnica, o problema a ser resolvido
e como resolvê-lo. Demonstra ainda sua aplicação
industrial, podendo conter esquemas, diagramas e desenhos;
- reivindicações - delimita aquilo que vai ser protegido
pela patente, ou seja, os elementos distintivos do invento
em relação a outros;

- resumo da patente - descrição sucinta do invento, fazendo


parte da folha-de-rosto.

• Código internacional de identificação de dados bibliográficos


Para possibilitar a identificação uniforme dos dados biblio-
gráficos das patentes, foi criado o código INID (Internationally-
agreed Numbers for the Identification ofBibliographic Data on
Patent Documents), formado por dois algarismos. Alguns itens
dessa codificação são os seguintes:

número do documento 43 data da publicação da


solicitação
designação do tipo 45 data da expedição da
de documento carta-patente
nome do país onde foi 51 código CIP do assunto
feito o depósito
21 número do depósito 54 título
22 data do depósito 57 resumo ou reivindicações
31 número de depósito 71 nome do depositante
da prioridade unionista
32 data de depósito 72 nome do(s) inventor(es)
da prioridade
33 nome do país de depósito 73 nome do(s) titular(es)
da prioridade

• Classificação Internacional de Patentes


Para a recuperação da informação em patentes de invenção
e modelos de utilidade, foi criada pelo Acordo de Estrasburgo
de 1971 a codificação CIP (Classificação Internacional de
Patentes) gerida pela OMPI. Para acompanhar a contínua
evolução da técnica, a CIP vem sendo revista regularmente a
cada cinco anos, e sua 6a edição, adotada em 1995, tem
validade até 1999. Os temas estão distribuídos em mais de 64
mil entradas, sendo a classificação composta hierarquicamente
por seções (8 tipos), classes (118 tipos), subclasses (616 tipos),
grupos e subgrupos. As seções são as seguintes:

- necessidades humanas correntes;

- técnicas industriais diversas, operações de


processamento, transporte;

- química e metalurgia;

- têxteis e papel;

- construções fixas;

- mecânica, iluminação, aquecimento, armas e explosivos;

- física;

- eletricidade.

A simbologia completa da classificação compõe-se de:

Seção Classe Subclasse Grupo Subgrupo


Exemplo D 21 C 009/ 147

O exemplo acima representa o assunto branqueamento de


pasta de celulose para papel com uso de oxigênio.
Quando o assunto específico a ser coberto pela classificação
se divide entre dois ou mais conjuntos técnicos diferentes (por
exemplo: branqueamento de fibras de celulose para uso
em papel ou para uso em tecidos), o sistema usa remissivas,
mostrando onde o assunto está classificado; qualquer que
seja esse assunto, ele estará sempre num código único, sem
ambigüidade (SANTOS, [s.d.]).

A classificação CIP está disponível em CD-ROM, contendo


um guia de utilização, um índice de palavras-chave para pes-
quisa, uma tabela de concordância dos códigos entre suas
diversas edições e também uma lista de códigos válidos entre
as edições versus seu período de validade.

12.7 ACESSO ELETRÔNICO À INFORMAÇÃO DE PATENTES

Não há dúvida de que o esforço internacional continuamente


despendido para organizar e uniformizar a informação técnica contida
em patentes indica a necessidade de metabolizá-la desde a fonte
primária. Isso agora é possível através da sua estruturação lógica
computadorizada, resultando num-nível otimizado de coerência
e inteligibilidade para essa enorme massa de dados e aumentando
assim seu valor de uso.
A leitura isolada de uma patente certamente não trará o
esclarecimento total do assunto desejado pelo pesquisador. É
então imprescindível o uso intensivo de métodos computacionais,
pesquisando as bases de dados especializadas para possibilitar a
descoberta das inter-relações desses dados. Essas relações se
estruturam finalmente como conhecimento estratégico, para ser
aplicado seja em desenvolvimento técnico, seja para
monitoramento do estado-da-arte e ainda outros usos, como
indicam os trabalhos de ROSTAING (I996) e SANTOS (I997).
Há dois tipos de bases de dados que devem ser considerados
para a realização de pesquisas. Do primeiro tipo são as bases de
dados exclusivamente sobre patentes, pertencentes a organizações
internacionais, como o EPO e a OMPI, ou ainda a organizações
comerciais especializadas, como a Derwent Information. Do segundo
tipo são as bases de dados de resumos de artigos de periódicos e
outros tipos de documentos, que cobrem também patentes,
como a Chemical Abstracts.
Geralmente, as patentes anteriores ao início dos anos 70,
época de surgimento dos primeiros bancos de dados em compu-
tador, não estão bem cobertas. As principais exceções são a base
Claims/Us Patent Abstracts, cobrindo patentes americanas em
geral, a partir de 1963; a base WPI, da Derwent, cobrindo patentes
farmacêuticas após 1963; a base USCIass também de patentes
americanas, desde 1798, mas usando somente os códigos de classi-
ficação do US Patent Office, e a base CAPRIdo INPADOC.
Nas bases de dados as buscas podem ser divididas, grosso
modo, em três categorias: por assunto, por nome ou ainda por
números ou datas de referência. Essa última é usual apenas para
estabelecer uma concordância entre a data de solicitação e a da
publicação, ou para montar a família de patentes.
Na busca por assunto, a maioria das bases exige o uso de
combinações de palavras-chave, termos ou classes de patentes,
concatenadas por operadores booleanos (and, or, not etc) para gerar
referências relevantes. Algumas bases são pesquisadas usando-se
palavras ou termos definidos pela própria organização provedora,
enquanto outras usam as próprias palavras do título, das reivin-
dicações ou do resumo da patente. Portanto, é preciso conhecer o
sistema de indexação da base antes de realizar a pesquisa.
E importante notar que algumas bases cobrem campos
específicos da tecnologia e contêm referências de patentes, junta-
mente com outros assuntos derivados de periódicos de resumos,
sendo preferíveis quando são usados termos que, numa base
geral, produziriam recuperações indesejáveis.
Nas bases de dados exclusivos de patentes, o código de
classificação pode ser o nacional ou CIP, mas podem também
existir sistemas de códigos próprios adicionais para melhorar o
desempenho. O único código nacional que ainda é usual é o
americano; entretanto, é necessário cuidado com a sua escolha,
já que sua atualização, segundo a revisão periódica do Manual of
Classifícation, não acontece em todas as bases.
Ao se pesquisar pela CIP também é preciso ter atenção. A
identidade de um subgrupo pode ser perdida numa referência
descuidada, levando a sérias imprecisões, uma vez que a hierarquia
entre os seus grupos depende do número de pontos precedendo
o título do subgrupo, e não exclusivamente da numeração deste,
sempre que os títulos de grupos e subgrupos forem iguais (essa
codificação por pontos foi definida para economia de espaço de
armazenagem magnética). Por exemplo:

- D 21 C-003/00 (grupo): redução química em pasta de


celulose;

- D 21 C-003/04 (subgrupo): • com ácidos, sais ácidos ou


anidridos ácidos;

- D 21 C-003/06 (subgrupo): •• anidridos ou ácidos


sulfurosos; bissulfitos;

- D 21 C-003/08 (subgrupo):... bissulfito de cálcio.


A pesquisa exclusiva pela CIP deve também levar em conta
as idiossincrasias do examinador do escritório nacional em cada
país, ao definir o assunto da patente e, portanto, ao conferir-lhe
um código próprio. Esse efeito pode ser reduzido examinando-se
toda a família de patentes equivalentes.
Na busca por nomes, pode-se pesquisar o inventor, o reque-
rente ou a empresa na maioria das bases. Os números e datas de
depósito e de publicação também podem ser pesquisados, mas
podem ser encontradas dificuldades, pela natureza não uniforme
desses dados de referência. Há restrições de ordem comercial
em algumas bases para pesquisa a partir da data de prioridade
unionista, não se permitindo montar a família de patentes sem o
pagamento de uma taxa extra, como as bases INPADOC e INPI-3
(escritório central da França).

No Brasil, a SAOBUS realiza costumeiramente a recuperação


informatizada online nos bancos de dados Dialog °S5, Questel-
Orbit •* e STN, acessando mais de 190 milhões de itens de infor-
mação em cerca de seiscentas bases de dados internacionais.
Algumas organizações, tais como o EPO e o INPADOC,
tornam disponíveis suas bases de dados em CD-ROM, permitindo
o acesso offline. Cientes da principal desvantagem desse formato
— desatualização das informações — elas produzem reedições
periódicas dos discos, fornecendo-as por assinatura.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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13
LITERATURA COMERCIAL

EDUARDO WENSE DIAS


BERNADETE SANTOS CAMPELLO

Literatura comercial (trade literatura) é o nome utilizado por


profissionais da informação para designar o material produzido
por empresas e outras organizações, com o objetivo de promover
a venda de seus produtos e serviços. São catálogos de fabricantes
e de produtos, na forma de folhetos, folders ou brochuras e, mais
recentemente, de sítios na Internet.
Empresas de projetos, de construção civil e indústrias neces-
sitam desse tipo de informação, pois suas atividades dependem do
conhecimento e da avaliação adequada de uma série de produtos
e serviços. Engenheiros e técnicos são obrigados a se manter
atualizados sobre novos produtos disponíveis no mercado pois, se
especificarem um produto obsoleto ou contratarem um serviço
inadequado, haverá certamente prejuízo para a empresa.

Outra função da literatura comercial é a de servir como fonte


de informação histórica. Uma boa coleção de catálogos de fabri-
cantes pode constituir um excelente instrumento de pesquisa para
historiadores que queiram estudar o desenvolvimento
tecnológico, tomando como base os produtos industrializados,
Essa tendência tem levado muitas bibliotecas a darem um tratamento
bibliográfico mais sofisticado às suas coleções de catálogos de
fabricantes. Quando essas coleções são grandes, é comum a
existência de guias que as descrevem e orientam os interessados
em como usá-las. Em bibliotecas onde a função da literatura
comercial é atender usuários que necessitam fazer especificação de
materiais, as coleções são organizadas de forma a permitir a recu-
peração rápida e eficiente dos documentos.

13.1 CARACTERÍSTICAS

A literatura comercial aparece comumente sob a forma de


folhetos, folders ou brochuras, denominados de catálogos de fabri-
cantes ou catálogos de produtos, onde são descritas as caracterís-
ticas de um ou mais produtos de determinada empresa.
A quantidade de informação técnica contida nesse tipo de
material pode variar mas, de maneira geral, considerando-se que
o interesse final é a venda, os catálogos procuram apresentar todas
as características importantes do produto anunciado, de modo a
facilitar a tarefa do técnico ou do administrador responsável pela
decisão sobre qual produto será especificado. Algumas vezes,
tendo em vista a complexidade de certos produtos, as informações
dos catálogos têm que ser complementadas pessoalmente pelos
vendedores.
A natureza efêmera dessas informações e as rápidas mudanças
a que estão sujeitas fazem da Internet um canal excepcional para
sua divulgação. Embora planejada inicialmente como um canal de
informação acadêmica e de pesquisa, a Internet revelou enorme
potencialidade de aplicação comercial, hoje reconhecida por todos.
Com isso, a divulgação de produtos em sítios na rede tornou-se
uma prática comum a milhares de empresas.
A organização de uma coleção tradicional de literatura
comercial, na forma impressa, exige certos cuidados em todas as
etapas, desde a aquisição até o armazenamento. Embora seja gra-
tuito e considerando-se também o fato de que, quando solicitado,
os fornecedores têm sempre interesse em enviá-lo rapidamente,
a aquisição deste tipo de material exige um controle constante,
tanto do que foi pedido como do que foi efetivamente recebido.
Além disso, é necessário acrescentar sempre novos produtos ou
fabricantes, o que vai exigir uma constante monitoração do mer-
cado fornecedor.

A rápida desatualização que ocorre com uma coleção impressa


de literatura comercial, refletindo a obsolescência veloz dos pro-
dutos industriais na atualidade, exige uma constante renovação
da coleção. Entretanto, isso não significa que o descarte deva ser
feito tão logo o produto seja substituído por outro; em geral, o
catálogo que descreve um produto especificado em determinado
projeto deve ser mantido no acervo, mesmo que o produto tenha
saído de fabricação, pois ele constitui uma documentação
comprobatória em eventuais disputas judiciais relacionadas com
o projeto.

Finalmente, há a questão do armazenamento, que exige


cuidados especiais, tendo em vista a grande variedade de formatos
dos catálogos.

13.2 FONTES PARA IDENTIFICAÇÃO

A identificação e a localização de literatura comercial podem


ser feitas de diversas formas. Técnicos e especialistas constituem
a primeira fonte a ser consultada, pois estão constantemente
recebendo informações e em permanente contato com os forne-
cedores. Os periódicos especializados, que trazem publicidade
de produtos relacionados a sua área de especialização, são também
uma boa fonte, se a coleção estiver atualizada. Alguns facilitam o
trabalho de solicitação de catálogos, pois inserem em suas páginas
cartões de pedidos de informações suplementares sobre os pro-
dutos que anunciam. Feiras e exposições também são excelentes
fontes para obtenção de literatura comercial, considerando-se que
dão especial destaque às últimas novidades do setor de atuação.
Além dos catálogos produzidos pelas empresas para publici-
dade de seus próprios produtos, existem organizações especializadas
que reúnem informações sobre produtos de diversos fabricantes
em uma única publicação, facilitando o trabalho de identificação.
O Noticiário de Equipamentos Industriais (NEI) °® é um exemplo.
Publicado desde 1960, pelo Grupo Lund, divulga todas as novidades
em produtos e equipamentos industriais brasileiros e internacionais.
Com o nome de NEI Brasil desde' 1974, a publicação, em formato
tablóide, funciona também como um elo entre fabricantes e com-
pradores, fornecendo, a pedido dos interessados, informações
sobre os produtos que divulga. O NEI Spanish Latin America é a
versão em língua espanhola do NEI Brasil, sendo destinado aos
países hispano-americanos.
Os diretórios ou listas de empresas ou de produtos comerciais
e industriais são fontes importantes para obtenção de literatura
comercial. Nos Estados Unidos, existem editoras que publicam
esses diretórios há mais de 80 anos, como é o caso da Thomas
Publishing Company "». Atualmente, publica 24 guias de compras, 29
periódicos de novos produtos, dois serviços de troca de informação
sobre produtos, uma revista sobre automação de fábricas, três guias
de seleção de software, e uma publicação para ajudar compradores
a selecionar as modalidades mais eficientes de transporte, em
termos de custo-benefício, para seus fretes. Muitas dessas publi-
cações estão disponíveis tanto na forma impressa, quanto em
CD-ROM e em formatos Internet. A Thomas, aliás, está presente
na Internet, com um sítio onde é possível obter informações sobre
cerca de 1,5 milhões produtos e serviços.
Um tipo diferente de serviço é oferecido por organizações
como o IHS Group, que especializou-se no fornecimento dos
próprios catálogos de fabricantes, através de microforma ou de
CD-ROM. A IHS possui uma base dados com cerca de 13 milhões
de páginas, incluindo mais de nove milhões de imagens e, diaria-
mente, atualiza esse enorme acervo, que cresce na proporção de
mais de trezentas imagens por mês.

1 3 . 3 PUBLICAÇÕES DE EMPRESAS

Há um conjunto de publicações de empresas que pode ser


considerado uma forma de literatura comercial, embora sua finalidade
seja bem diferente da dos catálogos de produtos. São publicações,
geralmente periódicas, destinadas a vender não o produto, mas a
imagem da empresa. Algumas são destinadas a um público interno,
ou seja, aos empregados ou membros da organização, enquanto
outras visam atingir ao público externo, que são os clientes e
fornecedores (atuais e potenciais), assim como pessoas a quem
a empresa deseja manter informadas a respeito de sua atuação.
Há ainda publicações híbridas cuja finalidade é atingir esses dois
tipos de audiência. As publicações de empresa têm, portanto,
uma clara função de relações públicas e não diretamente de venda.
Há quem tenha ido buscar as origens desse tipo de publicação
no século II a.C, com as cartas regias da dinastia chinesa Han
(REDDICK & ROWELL, citados por WALKER, 1974), que tinham
a função de manter a corte informada sobre as decisões do impe-
rador. Já no século XVII, durante a dinastia Tang, transformam-se
em jornais oficiais e assim podem ser consideradas precursoras dos
modernos house organs, que é o tipo mais conhecido de publicação
de empresa. Um outro precursor, na modalidade de publicação
interna, foi o Lowell Ofíering, publicado de 1840 a 1847 pelas
funcionárias do Lowell Cotton Mills; entretanto, não se encaixa
perfeitamente no conceito moderno, porque não era patrocinado
pela empresa.

O house organ (ou house Journal)1 é uma espécie de magazine


ou revista contendo material informativo sobre a empresa ou de
interesse para a imagem da mesma. O primeiro house organ surgiu
nos Estados Unidos, em 1887; foi o NCR Factory News, da empresa
National Cash Register, voltado para os empregados e publicado
até a década de 80, já com o nome de NCR World. O primeiro jornal
de empresa destinado ao público externo foi também publicado nos
Estados Unidos, em 1865, pela The Travelers Insurance
Companies, em Hartford, Connecticut. Chamava-se The Travelers
Record, e sua tiragem inicial de cinqüenta mil exemplares é um
indicador da importância desse tipo de publicação.

I. Parece não existir qualquer tradução aceitável para esse termo em língua portuguesa, sendo
praxe na literatura conservar-se o termo original inglês.
A expansão do chamado jornalismo empresarial é um fato
observado em diversos países. Essa evolução pode ser constatada
em relação a vários fatores: o crescimento do setor nas empresas;
a utilização de sofisticada tecnologia eletrônica na sua produção;
e a mudança na forma e conteúdo das publicações, que de neutras
passam a assumir o papel de agentes de mudanças culturais para
seu público alvo, assumindo um papel abrangente de catalisador
de opiniões, posturas e imagens para as empresas. Essa ampliação
do papel do jornalismo empresarial levou ao aparecimento de
um profissional com conhecimentos mais amplos e à utilização
de novas formas e linguagens de comunicação, que abrangem a
multimídia e seus inúmeros recursos.
No Brasil, esse tipo de publicação teve origem no início do
século XX. Os primeiros jornais de empresa no Brasil seguiam o
modelo de seus congêneres europeus e americanos e foram, prova-
velmente, uma forma de reação do empresariado ao surgimento
do jornalismo operário, que constituía uma das formas de forta-
lecimento do movimento operário.
As publicações de empresas aparecem geralmente na forma
de publicação periódica e podem apresentar os mesmos problemas
que afetam o periódico científico, mas de maneira mais aguda: irregu-
laridade, atraso e interrupção de publicação, mudanças freqüentes de
título e formato, normalização bibliográfica falha e outras. As dificul-
dades de seleção e aquisição são as mesmas já mencionadas com
relação aos catálogos de fabricantes.
Os sítios de empresas na Internet podem também cumprir
um papel semelhante ao dos house organs. São veículos mais que
apropriados para divulgar todo tipo de informação sobre a empresa
que possa ser do interesse de suas várias clientelas, com as vantagens
já sobejamente conhecidas que o meio eletrônico tem sobre os
meios impressos como canal de comunicação.
As publicações de empresas têm algumas organizações repre-
sentativas, a maior delas sendo a International Association of
Business Communicators, sediada em San Francisco, Califórnia
(Estados Unidos). No Brasil, foi fundada em 1987 a Associação Brasi-
leira de Editores de Revistas e Jornais de Empresas (ABERJE "*) que
atualmente denomina-se Associação Brasileira de Comunicação
Empresarial com sede na cidade de São Paulo. A ABERJE publica
trimestralmente a Revista de Comunicação Empresarial, considerada
no mercado como publicação de referência na área de comunicação
de empresas no Brasil. Quizenalmente, publica o NewsletterAção Aberje,
veículo de divulgação das principais notícias da comunicação empre-
sarial, parcerias e programas de desenvolvimento, que traz ainda uma
seção dedicada à divulgação de cursos e palestras para o mês.

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14
REVISÕES DE LITERATURA

DAISY PIRES NORONHA


SUELI MARA SOARES PINTO FERREIRA

A necessidade de atualização e de aquisição de novos


conhecimentos exige do pesquisador uma busca constante de
informações obtidas em variadas fontes. Dado o acúmulo de
informação existente hoje e sua dispersão física, este acompa-
nhamento se torna mais e mais difícil, não somente pela impossi-
bilidade de se acessar tudo o que existe e controlar toda a biblio-
grafia, como principalmente pela própria impossibilidade física —
limitação humana — de absorver toda a informação relevante e
disponível. Várias são as ferramentas de que os cientistas neces-
sitam e se utilizam hoje para identificar, conhecer e acompanhar
o desenvolvimento de pesquisas em suas áreas de atuação. Uma
dessas é a revisão.
Trabalhos de revisão são estudos que analisam a produção
bibliográfica em determinada área temática, dentro de um recorte
de tempo, fornecendo uma visão geral ou um relatório do estado-
da-arte sobre um tópico específico, evidenciando novas idéias,
métodos, subtemas que têm recebido maior ou menor ênfase na
literatura selecionada. Assim, a consulta a um trabalho de revis3o
propicia ao pesquisador tomar conhecimento, em uma única fonte,
do que ocorreu ou está ocorrendo periodicamente no campo
estudado, podendo substituir a consulta a uma série de outros
trabalhos. As revisões podem também contribuir com sugestões
de idéias para o desenvolvimento de novos projetos de pesquisa.
Ao lado de bibliografias especializadas, índices e abstracts, servem
como fontes na identificação de trabalhos de interesse do pesqui-
sador.
Segundo BRUNNING, citado por VIRGO (1971. p.278),

uma boa revisão contém uma boa bibliografia; assim, as referências


citadas nas revisões constituem-se, em larga escala, em uma biblio-
grafia de bibliografias e, como tal, representa um recurso adicional
para acesso a grande volume de literatura, sendo, muitas vezes, o
meio mais rápido para se identificar literatura específica de um
assunto específico.

A necessidade de uma produção sistemática de revisões é


indiscutível. A função dos revisores e compiladores — de digerir,
consolidar, simplificar, analisar, comparar informações dispersas e
reempacotá-las de modo a torná-las úteis para dada categoria de
usuários — é uma atividade essencial para que ocorra o efetivo
uso da informação e do conhecimento e para que não se percam
itens relevantes.

A revisão só pode ser feita por especialistas que, além de


coletar a literatura, analisam o assunto, acrescentando o seu próprio
conhecimento ou domínio da área para o desenvolvimento da
mesma. A revisão desempenha importante papel na transferência
da informação entre cientistas e os seus pares, conforme atestam
algumas pesquisas realizadas sobre sua utilização (BUTKOVICH,
l996;SAYERSetal„ 1990).
14. 1 CARACTERÍSTICAS

As revisões podem ser classificadas segundo seu propósito,


abrangência, função e tipo de análise desenvolvida.
Quanto ao propósito podem ser:

• analíticas
São feitas como um fim em si mesmas, por pesquisadores
que se dedicam a efetuar, esporádica ou periodicamente,
revisões sobre temas específicos, de modo que a somatória
desses estudos possa, a longo prazo, fornecer um panorama
geral do desenvolvimento de uma determinada área, com
suas peculiaridades, sucessos e fracassos. Seria como um
olhar por cima refletindo e agrupando os vários desenvolvi-
mentos ocorridos em uma área de assunto;

• de base
São aquelas cujo propósito não é ser um fim em si mesmo,
mas, ao contrário, servir de apoio, suporte para a comprovação
ou não de hipóteses e idéias em pesquisas científicas. São as
revisões de literatura desenvolvidas como respaldo teórico
de teses, dissertações e projetos científicos.

Quanto à abrangência, podem ser:

• temporais
Quando tratam do assunto dentro de um período estipulado,
normalmente identificado nos trabalhos;

• temáticas
Nesse caso, todo o trabalho de revisão é calcado em um
recorte específico de um tema; quanto mais específico o
tema, mais profunda a abordagem de revisão.

Quanto à função, podem ser:

• históricas
À medida que arrola literatura retrospectiva de forma com-
pacta, como parte integrante do desenvolvimento da ciência,
permite a comparação de informações de fontes diferentes;

• de atualização
Notifica sobre a literatura publicada recentemente, permi-
tindo a identificação de informações para o desenvolvimento
corrente do conhecimento. Assim, serve como um serviço
de alerta, tanto para aqueles que se aprofundam no tema
como para os pesquisadores iniciantes em um novo projeto,
chamando atenção para os trabalhos mais importantes sobre
o assunto coberto.

Quanto ao tratamento e abordagem dadas aos trabalhos


analisados:

• bibliográficas
Considerada como uma bibliografia anotada. Consiste em um
apanhado dos documentos selecionados, sem grandes análises
ou apontamentos críticos. Embora com ressalvas, serve como
subsídio para comparação das abordagens dadas nos diferentes
trabalhos, permitindo uma seleção daqueles de maior interesse;
• críticas
A identificação dos trabalhos é feita de forma seletiva,
refletindo, para cada um deles, a opinião do revisor. Pelo
fato de emitir julgamento de valor sobre os documentos
selecionados, sua importância depende da autoridade de
quem a elabora.

14.2 FORMAS DE PUBLICAÇÃO

Os trabalhos de revisão podem aparecer como artigos em


publicações periódicas. Nesse caso o título ou subtítulo do artigo
comumente indica a natureza do trabalho. Existem também perió-
dicos dedicados exclusivamente a publicar artigos de revisão,
como, por exemplo, o Reviews of Modem Physics, do American
Institute of Physics e o Science Progress: a Review Journal ofCurrent
Scientific Advance, editado pela Blackwell Scientific Publications,
Outra forma em que os trabalhos de revisão aparecem é através
de volumes anuais, comumente chamados de annual reviews, que
analisam o desenvolvimento de um assunto em determinado ano,
Esses volumes são compostos de vários artigos que enfocam temas
específicos dentro do assunto geral e são elaborados por especia-
listas. Exemplos desse tipo de publicação: o Annual Review of
=S3
Information Science and Technology (ARIST) , editado pela
American Society for Information Science (ASIS), desde I966, e o
Advances in Librarianship °® da Academic Press, publicado anual-
mente, desde 1970. Ambos cobrem o estado-da-arte de maneira
sistemática e contínua na área da biblioteconomia, documentação
e ciência da informação.
Normalmente essas publicações apresentam em seus títulos
as palavras state ofthe art, annual review, progress, advances, embora
existam exceções, como o Methods In Virology, da Academic Press
(I967-), que é uma publicação especializada em revisões na área
de virologia.
=a?
A editora Annual Review Inc. é especializada nesse tipo
de trabalho e publica, desde 1932, volumes anuais dedicados à
revisão das mais variadas áreas do conhecimento, agrupadas em
28 séries (astronomia, medicina, psicologia, genética, ecologia,
nutrição, ciências políticas, entre outras).

14.3 FONTES PARA IDENTIFICAÇÃO

Tanto quanto outras formas de literatura, os trabalhos de


revisão são incluídos nos serviços de indexação e resumos
especializados que, em alguns casos, os identificam como tal. Essa
identificação aparece, com freqüência, subentendida na menção
do número de referências citadas no artigo indexado, ou pela não
inclusão de resumo (quando se trata de periódico de resumo), ou
mesmo pela sua reunião em uma seção especial da publicação.
Alguns serviços oferecem produtos especificamente desti-
nados à divulgação de trabalhos de revisão. São exemplos: a
Bibliography of Medicai Reviews, parte integrante do Index Medicus,
publicada pela National Library of Medicine desde 1960; o Index
to Scientific Reviews, publicado pelo ISI, desde 1975, na forma de
índice de citação, incluindo os artigos de revisão indexados no
Science Citation Index.
Existem publicações específicas que têm a finalidade de
divulgar exclusivamente os trabalhos de revisão. Como exemplos
tem-se o DirectoryofReview Seriais in Science & Technology: 1970-1973,
compilado por A. M. Woodward e editado pela Aslib (Association
for Information Management) em 1974, que é bastante
abrangente, relacionando cerca de quinhentas publicações sobre
trabalhos de revisão em ciência e tecnologia. A List of Annual
Review ofProgress in Science and Technology, 2.ed., 1969, editada
pela UNESCO, inclui cerca de duzentos trabalhos de revisão, e o
KWIC Index to Some ofthe Review Publications in the English Language,
heldatthe BLLD, de 1996 e Some Current Review Series, 1964, ambos
elaborados pelo BLDSC, que divulga as publicações de revisões
existentes no acervo da British Librar/.

14.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A importância dos trabalhos de revisão, a sua utilidade e a


riqueza de sua bibliografia devem ser bem compreendidas pelo
bibliotecário para que possa dar a essas publicações um trata-
mento adequado na biblioteca, a fim de obter o melhor proveito
do seu potencial informativo.
Sintetizando, os trabalhos de revisão contribuem para o
desenvolvimento do conhecimento científico, principalmente
porque comparam informação de fontes diferentes; compactam
o conhecimento existente; identificam especializações emergentes;
direcionam pesquisas para novas áreas; notificam os pesquisadores
periodicamente sobre a literatura publicada em dada época; pro-
movem um serviço de alerta para campos correlates; dão suporte
à busca bibliográfica, constituindo-se em fonte inicial básica para
a elaboração de projetos de pesquisa; auxiliam indiretamente o
ensino, dando suporte a trabalhos acadêmicos e, finalmente, ofe-
recem um feedback através da avaliação do trabalho publicado.
Na sociedade contemporânea, chamada de sociedade da
informação, a mediação do conhecimento é um fator de fundamental
importância e para facilitá-la serão necessários produtos de
informação de alto valor agregado. Os trabalhos de revisão, com
seu grande teor analítico, precisam ser produzidos e oferecidos
crescentemente aos usuários, de modo a orientá-los, capacitá-los
e muni-los de ferramentas básicas para acompanhar o acelerado
desenvolvimento científico e tecnológico desta época.

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OBRAS DE REFERÊNCIA

EDUARDO WENSE DIAS

Obras de referência, ou fontes de referência, são expressões


traduzidas diretamente do inglês (reference works e reference
sources, respectivamente) e designam aquelas obras de uso pontual
e recorrente, ao contrário de outras que são destinadas, normal-
mente, a serem lidas do princípio ao fim. Exemplo típico é o dicio-
nário, que ninguém lê do começo ao fim, mas a que se recorre, até
mesmo diariamente, para procurar pequenas parcelas de informação,
dentro do enorme conjunto de informações que esse tipo de
obra normalmente contém. Por isso, há quem utilize também a
expressão obras de consulta para se referir a essas fontes de refe-
rência; trata-se, por conseguinte, de uma expressão perfeitamente
apropriada.

Uma das principais finalidades das fontes de referência é


facilitar a localização da informação que se procura. Essa facilitação
é conseguida por meio do arranjo da obra. Por arranjo se entende o
modo como as informações são organizadas dentro de uma obra
de referência. Um exemplo, novamente, é o dos dicionários, a
maioria dos quais apresenta o arranjo alfabético. Assim, qualquer
consulta a um dicionário é muito fácil e muito rápida, porque a
ordem alfabética leva diretamente ao lugar onde pode (ou não)
estar a palavra procurada.
IP""""

Mas não apenas o arranjo é responsável pelo bom desem-


penho de uma obra de consulta. Um fator também importante,
mas talvez nem sempre lembrado, são os objetivos da obra. Assim,
dois dicionários especializados — que são os dicionários de que
estamos falando aqui — mesmo quando têm semelhanças de
especialização, podem ser bem diferentes um do outro, depen-
dendo do objetivo a que cada um se propuser.
Embora as obras de referência continuem a aparecer em
edições impressas, a tendência crescente é de sua disseminação
em suportes eletrônicos, on ou offíine) Ou seja, em bases de dados
acessíveis por meio de sistemas como a Internet, ou em formatos
como o CD-ROM ou o DVD-ROM. Muitos autores afirmam que
as obras de consulta, por sua própria natureza, são o tipo de docu-
mento que se adequa muito bem ao formato eletrônico, pois o
tempo de leitura frente ao terminal é muito menor se comparado
ao que seria necessário para ler uma monografia ou uma obra de
ficção. Como se sabe, muitos leitores não gostam de ler textos
muito extensos diretamente numa tela de computador.
Além do dicionário, outros tipos muito comuns e conhe-
cidos de obras de referência são as enciclopédias, os manuais e
as tabelas.

15.1 DICIONÁRIOS ESPECIALIZADOS

O dicionário de língua, ou comum, é uma das fontes de


referência mais conhecidas, com a qual as pessoas têm bastante

I. As fontes eletrônicas citadas neste texto foram escolhidas em fontes seletivas, como a base
NetFirst "*, que utilizam critérios qualitativos na eleição dos sítios nelas incluídos.
familiaridade. No âmbito das fontes especializadas de informação
existem também dicionários, geralmente chamados de especializados.
O tipo mais conhecido é o dicionário temático ou de assunto (em
inglês, subject dictionary).
Os dicionários temáticos têm a finalidade de definir termos
de um assunto. Profissionais e especialistas, em qualquer área,
utilizam uma linguagem especial que, muitas vezes, é inteligível
apenas para os iniciados. Esse jargão torna-se, geralmente, uma
barreira para os leigos ou não especialistas da área, e o dicionário
pode ajudá-los na superação desse problema. Os termos técnicos
são símbolos adotados, adaptados ou inventados por especialistas
para facilitar a expressão precisa no registro de suas idéias, e uma
das funções do dicionário especializado é justamente a de dar
consistência a esses símbolos.
Os dicionários temáticos complementam os dicionários de
língua e o fazem de duas formas. Em primeiro lugar, pela inclusão
de termos altamente especializados, que dificilmente serão encon-
trados nesses últimos. Em segundo, as definições tendem a ser
mais completas no que diz respeito aos significados do termo na
especialidade.
É comum que os dicionários especializados façam referência
aos autores, escolas e teorias associadas às definições de um termo.
Podem ser considerados, portanto, uma condensação acumulativa,
fornecendo uma visão ampla dos conceitos de determinada disci-
plina. Esses dicionários podem ser de três níveis básicos: dirigidos
ao público em geral, a estudantes e a especialistas.
Existe atualmente uma grande quantidade de dicionários de
assunto, cobrindo áreas cada vez mais específicas do conhecimento.
O Dicionário de Ecologia e Ciências Ambientais (Melhoramento!,
1998) é exemplo típico dessa categoria de obra, com definições
sucintas dos termos utilizados nessa especialidade. O Vocabulário
de Parasitologia Médica, de Alberto Serravalle, de 1987, e o Dicio-
nário de Mineralogia, de Pércio de Morais Branco (3.ed„ 1987),
também são exemplos de dicionários temáticos, embora alguns
verbetes recebam um tratamento enciclopédico, ou seja, são mais
extensos, extrapolando uma simples definição e incluindo infor-
mações biográficas e históricas. Aliás, esse é um fato comum no
que se refere aos dicionários temáticos — alguns deles ultrapassam
a sua função de fornecer definições e se assemelham a uma enci-
clopédia, apresentando longas explicações para um verbete: são os
chamados dicionários enciclopédicos. O Dicionário Enciclopédico de
Astronomia e Astronáutica, de Ronaldo Rogério de Freitas Mourão
(2.ed„ 1995) é um exemplo.

Bons dicionários temáticos já estão sendo apresentados em


formato eletrônico, devendo ser mencionados como exemplos
o Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro *®, editado pela Fundação
Getúlio Vargas, e o BioTech; Life Science Dictionary °^>.
Como de resto acontece em relação a todo tipo de publi-
cação, também os dicionários podem aparecer com títulos não
muito claros, sendo necessária certa atenção para identificá-los.
Disso é exemplo a publicação Trabalho e Tecnologia, organizada
por Antônio David Cattani (Vozes, 1997). O subtítulo — Dicionário
Crítico— ajuda a defini-lo melhor, mas só uma análise mais deta-
lhada permite descobrir que, além dos assuntos mencionados no
título, trata-se também de um dicionário de sociologia
organizacional e de globalização. Por outro lado, muitas vezes os
títulos podem dar uma idéia falsa da obra. Embora alguns se deno-
minem enciclopédia, não passam de dicionários. É o caso da
TechEncyclopedia=e, que inclui termos relacionados com tecnologia;
apesar da palavra enciclopédia no título, não passa de um dicionário.
Considerando-se essas imprecisões é importante que, na
seleção e aquisição, não se detenha apenas no título da obra, mas
que se examine a profundidade do tratamento dos verbetes, o nível
do leitor em potencial, a qualidade extrínseca e intrínseca da obra.
Existem outros tipos de dicionários especializados que,
embora com características diversas dos acima descritos, são de
grande utilidade: terminologias e glossários; dicionários poliglotas
especializados; dicionários de nomes; dicionários de abreviaturas;
e tesauros. Deles tratamos a seguir.

15.1.1 TERMINOLOGIAS E GLOSSÁRIOS

A necessidade de uniformizar produtos e procedimentos,


principalmente na área técnica e industrial, tem levado ao esta-
belecimento de sistemas de normalização em diversos países.
Dentro desses sistemas existem tipos variados de normas, e um
deles é a terminologia ou glossário. O CONMETRO define a termi-
nologia como "... tipo de norma que se destina a definir, relacionar e/
ou conceituar termos técnicos empregados em um determinado
setor de atividade visando ao estabelecimento de uma linguagem
uniforme" (BRASIL, 1976). Esse material tem, portanto, uma função
fundamental na área de normalização técnica e se constitui em parte
importante de programas nacionais de padronização industrial,
embora não possa ser definido como dicionário, no sentido restrito
do termo. Alguns glossários e terminologias, dependendo da extensão
e do nível de tratamento dos verbetes, podem funcionar como
dicionários temáticos. Exemplo, em formato eletrônico, na
Internet, é o Glossary"®, preparado pelo Department of Chemistry
da University of Wisconsin (EUA), que apresenta um glossário
de termos de química.
A ABNT tem terminologias aprovadas em diversas áreas,
como, por exemplo, a TB-23 — Iluminação: Terminologia, e a NBR
6504 — Piso Cerâmico; Terminologia. A ANSI, entidade nacional
norte-americana de normalização, também tem uma série de publi-
cações desse tipo cobrindo vários assuntos, como a American
National Standard Industrial Engineering Terminology: Biomechanics
(ANSI 294.1 - 1972). A TELEBRAS publicou em 1990 o Glossário
de Termos Técnicos de Telecomunicações, com vistas à padronização e
consolidação de termos técnicos utilizados em telecomunicações.

15.1.2 DICIONÁRIOS BILÍNGÜES E POLIGLOTAS ESPECIALIZADOS

Os dicionários bilíngües especializados são muito úteis para


os usuários da informação especializada. Um termo pode ter um
significado técnico diferente do significado ou significados registrados
nos dicionários bilíngües gerais, e o dicionário especializado pode
resolver o problema de tradução de termos específicos de uma área
de assunto, de um idioma para outro. Exemplos dessa categoria
de dicionários especializados são o Dicionário Inglês-Português para
Economistas, de José C. M. Cavalcante, publicado pela Freitas Bastos,
e o Glossário Bilíngüe de Tecnologia e Negócios, de Adelaide Maria
Coelho Baeta e Rosa Maria Neves da Silva (Editora Nova Fronteira,
I998). Este último traz mais de cinco mil termos utilizados por
profissionais da área, além de expressões idiomáticas de uso cor-
rente e termos afins.
Embora os dicionários bilíngües sejam os mais comuns, há
também dicionários multilíngües, ou poliglotas. Exemplo é o A
Multilingual Glossary of Biotechnological Terms (IUPAC
recommendations): in English, French, German, Japanese, Portuguese,
Russian, and Spanish, editado por Hans Georg W. Leuenberger,
Bertrand Nagel e Heinz Kõlbl (New York, VCH, 1995).

15.1.3 DICIONÁRIOS DE NOMES

Dicionários de nomes são comuns nas áreas de botânica e


zoologia, onde é enorme a quantidade de espécies existentes e
conhecidas, tornando-se essencial a correta identificação de tais espé-
cies. Alguns dicionários de nomes têm cobertura internacional, como
o Dictionary ofPlants Names, de Gerth van Wojk, e o Index ofGeneríc
Names of Fóssil Plants, com dados do US Geological Survey. Outros
têm cobertura mais restrita, como o Dicionário das Plantas Úteis do
Brasil, de Gilberto L. Cruz (5.ed., Bertrand do Brasil, 1995) e o Dicio-
nário dos Peixes do Brasil, de Hitoshi Nomura, da Editerra, de 1984.

Obras clássicas desse tipo são o NomenclatorZoologicus, de


Neave, publicado pela Zoological Society of London, e o Index
Kewensis, da Clarendon Press. Este último registra cerca de qui-
nhentos mil nomes de gêneros e espécies de plantas, indicando
seu país de origem, sinônimos, trabalhos onde foram inicialmente
divulgados e os nomes dos autores desses trabalhos.

15.1.4 DICIONÁRIOS DE ABREVIATURAS

O ritmo da vida moderna, onde o tempo parece ser pouco


para tanto o que fazer, é certamente uma das principais explicaçflei
para o surgimento de formas condensadas de expressão, tais
como as abreviaturas e as siglas. E com elas, a necessidade de
instrumentos que as decodifiquem.
As abreviaturas são uma forma de representar uma determi-
nada palavra por meio de sílabas ou letras da mesma. Existem dife-
rentes tipos de abreviaturas, cada um com peculiaridades próprias
que, pelo menos teoricamente, os distinguem dos demais. Na
prática, contudo, verifica-se que os diferentes tipos se superpõem
e se confundem a um ponto que fica difícil caracterizá-los.
As abreviaturas chamadas de contração constituem simples-
mente um encurtamento da palavra original, como as que se usam
para os nomes dos meses do ano e títulos de periódicos. Outro
tipo de abreviatura é o símbolo, usado principalmente na química,
para abreviar nomes de substâncias, por exemplo. Os dicionários
de língua, tanto gerais como especializados, costumam incluir
contrações e símbolos entre seus verbetes.
Existem dicionários específicos para a identificação de abre-
viaturas, como a obra editada por,Crowley, Acronyms, Initialisms
& Abbreviations Dictionary: a Guide to Acronyms, Abbreviations,
Contractions, Alphabetic Symbols, and Similar Condensed Appellations,
publicada pelo Gale Group. (22.ed., 1997).
As siglas podem ser definidas como o conjunto das iniciais
das palavras que constituem uma denominação ou título. Essa é
a regra geral, mas pode ocorrer que essa correspondência não
exista. Caso típico é aquele em que uma organização muda de
nome mas decide manter a sigla, que já é bem conhecida. Um
exemplo é a sigla do Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico - CNPq, mantida de sua antiga denomi-
nação, Conselho Nacional de Pesquisa.
Siglas de organizações do mundo inteiro são apresentadas no
Diccionario Internacional de Siglas, de Martinez de Sousa, que abrange
os mais diversos assuntos. O Buttresss World Guide to Abbreviations
of Organizations (I I ,ed„ 1997) também tem cobertura internacional.
Na Internet, um sítio recomendável é o Acronyms"®, que em 1998 já
registrava cerca de 18 mil siglas e continua crescendo.
Se o interesse está restrito a áreas continentais, é possível
também encontrar fontes apropriadas, de que é exemplo o Siglas
Latinoamericanas, publicado pela CEPAL/Comissão Econômica para
América Latina e Caribe (Santiago do Chile, 1992).
As siglas brasileiras podem ser identificadas através da publi-
cação Siglas de Entidades Brasileiras (1979), do IBICT, um
subproduto do cadastro básico de entidades. Essa publicação lista
mais de cinco mil siglas e tem a vantagem de apresentar, além
dos nomes completos das organizações, os seus endereços. Pode
funcionar também como um diretório de entidades. Mas como já
está desatualizada, não havendo obras mais recentes com a mesma
amplitude de escopo, deve-se recorrer adicionalmente a fontes
mais específicas, como por exemplo a Latin America Reference Aid:
Abbreviations and Acronyms Usedin the Press ofBrazil (Washington,
D.C., FBIS, 1995) e o Dicionário de Novos Termos de Ciências e
Tecnologias: Empréstimos, Locuções, Siglas, Cruzamentos e Acrônimo
(São Paulo: Editora Pioneira, 1996), de autoria de Franco Vidossich.

Muito comuns também são os dicionários de siglas restritos


a determinadas áreas de assunto ou atividade. Exemplo é o
Diccionario de Acrônimos en Información y Documentación (2.ed„
1995), publicado pelo Centro de Información y Documentación
Científica (CINDOC) do Consejo Superior de Investigaciones
Científicas (CSIC), em Madrid, Espanha. Também, o Dicionário de
Siglas Médicas, de Barbanti (São Paulo: Maitiry, 1995). Disponível
via Internet, temos como exemplo o Nasa/Ksc Acronym List °®,
dicionário de siglas da NASA, listando termos de interesse do
setor aeroespacial.

15.2 TESAUROS2

Os tesauros são listas de palavras de uma determinada área,


apresentando o relacionamento entre os termos utilizados naquele
assunto ou área do conhecimento. Os relacionamentos entre os
termos, mais comumente apresentados nos tesauros, são do tipo
hierárquico (do geral para o específico) de equivalência (termos
sinônimos) e de associação (termos relacionados). Os tesauros
servem principalmente para a indexação de documentos em catá-
logos e bases de dados.
Existem diversos tesauros compilados nas mais variadas áreas
de assunto. São exemplos o Microtesauro Brasileiro de Educação
Especial: TESESPE, da Secretaria Nacional de Educação Básica,
publicado em 1990-1992, e o Tesáuro para Estudos de Gênero e
sobre Mulheres, publicado pela Editora 34, em 1998.
A localização de tesauros pode ser feita por meio do guia Current
Thesauri; an Analytícal Guide to Selected Standardized Tools for Information
Retrieval, publicado em 1985 pela CEC O IBICT publicou, em 1983, o
Tesauros, Bibliografia; 1970/1982, com informações acerca de tre-
zentos tesauros do mundo inteiro, com um suplemento em 1985,
Tesauros, Bibliografia 1983/1984 = Thesauri, Bibliography 1983/1984.

2. Embora com uma função diversa da dos dicionários, os tesauros são aqui incluídos por se
constituírem em listagens terminológicas,
15.3 ENCICLOPÉDIAS

A forma e a função das grandes enciclopédias gerais são


bem conhecidas do profissional da informação e dos estudantes
em geral. As enciclopédias temáticas, ou especializadas, têm a
mesma função das enciclopédias gerais, isto é, apresentar, de forma
concisa e facilmente acessível, informações a respeito do assunto
de sua especialização. Por isso, podem servir como ponto de
partida para um estudo e, nesse caso, a bibliografia que normal-
mente aparece no final dos verbetes é o instrumento apropriado
para que o consutente possa se aprofundar no assunto.
As diferenças entre enciclopédias gerais e especializadas são
basicamente duas. Em primeiro lugar, o âmbito de uma enciclopédia
especializada é claramente definido: física, psicologia, direito,
tecnologia química, por exemplo. Em segundo lugar, o nível de
tratamento do assunto na enciclopédia especializada costuma ser
altamente técnico. Por conseguinte, os verbetes das enciclopédias
especializadas são escritos por especialistas e geralmente assinados,
Da mesma forma, o corpo editorial da obra precisa ser constituído
de especialistas reconhecidos como autoridades na área de assunto
coberta pela obra. Esses aspectos todos, além das demais caracte-
rísticas mencionadas, são elementos importantes a serem obser-
vados no momento da seleção.
Exemplo típico de enciclopédia especializada na área de
ciência é a Van Nostrand's Scientific Encyclopedia (7.ed., New York,
Van Nostrand Reinhold, 2 volumes), publicada desde 1938 e consi-
derada a obra de referência científica mais consultada do mundo
(GROGAN, 1990. p.59). Na Internet, serve como exemplo a CRC'
Encyclopedia ofMathematics -*>.
Como outras formas de publicação, as enciclopédias
especializadas também apresentam o problema de títulos confusos
e pouco explicativos. Algumas não trazem a palavra enciclopédia
no título, como é o caso da Magilís Surve/of Science: Life Science
Series (1992), em seis volumes, ou do Handbuch derPhysik, em 77
volumes, da editora Springer Verlag. O Thorpes Dictionary of Applied
Chemistry, da Longmans Green, 1937-1956, é uma enciclopédia
em 12 volumes, apesar da palavra dicionário no título, que pode
induzir as pessoas em erro quanto à sua verdadeira natureza. O
oposto também pode ocorrer, ou seja, obras com a palavra enciclo-
pédia no título e que não passam de dicionários, como mostrado
anteriormente. Ou, às vezes, até mesmo outros tipos de obras.
Por exemplo, tanto a International Encydopedia ofPhysical Chemistry
and Chemical Physics, da Pergamon Press, quanto a Enciclopédia
de Ecologia, da EPU (1992), são apenas monografias, embora tragam
a palavra enciclopédia nos respectivos títulos.

Na teoria, a diferença entre um dicionário e uma enciclopédia


é bem clara. Um dicionário basicamente fornece definições de pala-
vras ou sua tradução em outros idiomas, ao passo que a enciclopédia
trata de assuntos. Na prática, essa diferença nem sempre é tão óbvia,
pelos motivos já apontados. Entretanto, conforme observado, se a
obra tiver seus objetivos bem definidos e for bem planejada, não res-
tará dúvida quanto à sua natureza, após uma análise ainda que ligeira.

15.4 MANUAIS

O Glossary of Library Terms, da ALA (American Library


Association) define um manual (handbook, em inglês) como uma
obra compacta, que trata concisamente da essência de um assunto,
tendo como finalidade principal servir como fonte de informações
correntes. Segundo GROGAN (1982), os manuais são os livros
de referência mais usados por cientistas e tecnólogos, quando
surge necessidade de informações objetivas no curso do desem-
penho profissional e, por isso mesmo, têm sido considerados instru-
mentos de trabalho. É nas áreas de ciência e tecnologia que se
encontra o maior número dessas obras, embora elas existam também
em outros campos do conhecimento, como, por exemplo,
biblioteconomia. O Handbook of Special Librarianship and
Information Work, publicado pela Aslib, já em sua T edição (1997),
apresenta informações básicas sobre o planejamento, organização
e funcionamento de bibliotecas especializadas. Inclui, por exemplo,
orientações sobre o espaço necessário para os diversos setores,
número de estantes necessárias para uma determinada coleção,
distância entre as estantes e distribuição das mesas e cadeiras.

Grande parte da informação contida nos manuais é apresen-


tada de forma compacta, por meio de tabelas, gráficos, símbolos,
equações e fórmulas. Por isso, os manuais propiciam a conferência
de fórmulas, a obtenção de dados numéricos de vários tipos, defi-
nições e descrições de processos, materiais e peças de mecanismos,
entre outros.
O tratamento do assunto no manual costuma ser sistemático
ou lógico, isto é, segue o desenvolvimento natural da matéria,
exigindo, por conseguinte, um bom índice. Este vai permitir que os
leitores não familiarizados com o assunto possam localizar tópicos
específicos dentro do manual. Os manuais incluem os conhecimentos
já sedimentados e não as descobertas ou invenções, os avanços ou
progressos recentes. Entretanto, é desejável que se procure adquirir a
edição mais recente da obra.
A autoridade do editor e do autor deve ser elemento
determinante quando se seleciona um manual pois, além da facili-
dade de consulta, deve apresentar dados confiáveis. O CRC
Handbook of Chemistry and Physics, 1998-1999, publicado pela
Chemical Rubber Co., e já na 79a edição, de 1998, é conhecido
como a bíblia dos químicos porque sempre conseguiu manter um
alto nível de informação, desde a sua Ia edição, de 1913.
Observa-se que nem sempre a palavra manual (handbook)
aparece no título desse tipo de obra, de que são exemplos os
títulos de manuais como Sourcebook on Atomic Energy, The Engineers
Companion, Corrosion Guide e Primrose McConnelís the Agricultura!
Notebook

15.5 TABELAS

Como já foi mencionado anteriormente, a apresentação de


dados em forma tabular é uma característica de muitos manuais.
E, quando aumenta a proporção de tabelas e diminui a de texto, a
obra passa a ser um livro de tabelas. A finalidade da apresentação
tabular é economizar tempo. A informação poderia ser apresentada
sob outra forma, mas a tabela, que vai exigir muito esforço, tempo
e paciência do compilador para localizar a informação que está.
dispersa na literatura primária, é de utilidade comprovada para
especialistas que dependem de dados numéricos. Nas ciências
físicas e tecnológicas as tabelas constituem parte importante da
literatura, já que áreas como matemática, termodinâmica e
cristalografia são basicamente dependentes de quantificação.

O trabalho mais conhecido em forma tabular é o International


Criticai Tables, publicado pela McGraw Hill há mais de cinqüenta
anos e ainda hoje muito utilizado. O termo criticai, do título, indica
que os dados apresentados são aqueles considerados os mais
confiáveis na opinião dos trezentos consultores da obra. Outra
característica da obra é a apresentação das referências bibliográficas
dos documentos de onde os dados foram extraídos, permitindo
assim sua verificação. Outro exemplo é o Manual de Fórmulas,
Métodos e Tabelas Matemáticas, de Murray R. Spiegel (2a edição
revista e ampliada, 1992), que é de utilidade para estudantes e
pesquisadores nos campos da matemática, física, engenharia e
outras ciências. E interessante observar que o problema da barreira
lingüística é praticamente inexistente nas compilações tabulares,
especialmente se o texto explanatório é multilíngüe, como é o
caso da International Criticai Tables, acima citada.

Muitas tabelas são publicadas na forma de artigos de periódicos,


ao invés da forma tradicional de livro, o que tem provocado o apareci-
mento de periódicos que se dedicam exclusivamente à divulgação
de dados em forma tabular. Como exemplo há o Journal of
Chemical and Engineering Data.
Outra tendência é o aparecimento de centros especializados
em coletar, organizar e disseminar dados. Nos Estados Unidos, o
National Standard Reference Data System (NSRDS), criado em
1963 e ligado ao National Bureau of Standards (NBS), coordena uma
rede de 25 centros de dados espalhados por todo o país, localizados
em agências do governo, universidades e centros particulares de
pesquisa. O NSRDS divulga seus trabalhos em diversas publicações,
das quais a mais conhecida é o periódico Journal ofPhysical and
Chemical Reference Data, de periodicidade trimestral.
Na Inglaterra, o Office for Scientific and Technical
Information (OSTI) é a entidade nacional, ligada ao Governo
Britânico, encarregada da compilação de dados. Nesse país também
o Engineerig Science Data Unit (ESDU), entidade privada, divulga
dados em áreas tecnológicas.
O C O D A T A (Committee on Data for Science and
Technology) °® é um organismo do International Council of Scientific
Unions (ICSU) ^, criado em 1966 em nível mundial para promover
a produção, compilação, avaliação e disseminação de dados
numéricos relevantes para ciência e tecnologia. As áreas de assunto
cobertas pelo CODATA são: física pura e aplicada, química pura
e aplicada, biociências (bioquímica, nutrição, microbiologia, farma-
cologia, imunologia, biofísica, biotecnologia), geociências (geografia,
cristalografia, geologia, geofísica), astronomia e meio ambiente.
Cabe ao IBICT, como membro nacional, coordenar as atividades
do CODATA no Brasil, desenvolvendo ações que possibilitem a
disseminação de informações sobre bases de dados científicos e
tecnológicos existentes no País, estimulando sua criação, promovendo
a disseminação das referidas bases e dos documentos técnicos em
assuntos específicos de interesse da comunidade científica e tecnológica.

1 5 . 6 FONTES PARA IDENTIFICAÇÃO DE OBRAS DE REFERÊNCIA

Dicionários, enciclopédias, manuais e tabelas são identificados


principalmente através de guias de obras de referência, como o
Guide to Reference Material, de Walford, e outras obras do gênero.
Os guias de literatura constituem fontes mais seletivas para iden-
tificar obras de referência (ver Capítulo 18: Guias de Literatura).
Há também fontes dedicadas a tipos específicos de obras
de referência, de que são exemplos o World Dictionaries in Prínt,
1983: a Guide to General and Subject Dictionaries in World Languages
(New York: Bowker, 1983), o ARBA Guide to Subject Encydopedias
and Dictionaries (2.ed., 1997), editado por Susan C. Awe e, na
Internet, o sítio Enciclopédias e Dicionários=SJ, do Prossiga. Neste
registram-se enciclopédias e dicionários referentes a ciência e
tecnologia, que dão acesso ao texto integral, bem como fontes
de referência sobre esse tipo de material bibliográfico. O sítio
está dividido em fontes brasileiras e estrangeiras.
Muito comuns são as fontes dedicadas a áreas temáticas
específicas, de que é exemplo a Encyclopedia ofHealth Information
Sources: a Bibliographic Guide to Over 13,000 Citations for
Publications, Organizations, and Databases on Health-Related Subjec
(2.ed., 1993), editada por Alan M. Rees. Nela pode-se encontrar
referências a dicionários, enciclopédias, manuais e todos os demais
tipos de fontes de referência na área de saúde.
Sendo material comercializado no mercado livreiro, podem
ser utilizados também os catálogos de editoras, que são as fontes
mais adequadas na seleção das edições mais recentes. Como
qualquer obra de consulta, os dicionários, enciclopédias, manuais e
tabelas são obras caras, cuja aquisição pode sobrecarregar qualquer
orçamento. Assim, a seleção deve ser a mais criteriosa possível, para
evitar a aquisição de obras sem real utilidade.

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Association, 1990. p.l 1-34.


SERVIÇOS DE INDEXAÇÃO E RESUMO

BEATRIZ VALADARES CENDÓN

Os periódicos de indexação e resumo listam os trabalhos


produzidos em um determinado assunto ou área com a finalidade
de facilitar a identificação e acesso à informação que se encontra
dispersa em um grande número de publicações. São, portanto, fontes
terciárias.
A função principal dos periódicos de indexação e resumo é
a identificação do conteúdo de publicações. Ou seja, ao invés de
listar referências bibliográficas de obras inteiras como livros, anais
de congressos ou periódicos, um periódico de indexação e resumo
procura representar mais detalhadamente o seu conteúdo,
indexando e resumindo partes específicas desses materiais, a saber:
capítulos, trabalhos de congressos e artigos.
Por ser a literatura especializada composta, principalmente,
de revistas e outras publicações periódicas, os periódicos de
indexação e resumo assumem importância fundamental nessa área.
Além de permitirem a identificação de artigos e outros trabalhos,
são instrumentos valiosos para o pesquisador, cientista, engenheiro
ou administrador, que têm necessidade de obter informações
recentes sobre tópicos ainda não incluídos em fontes secundárias
como livros-texto, enciclopédias e manuais ou verificar tendências
em um determinado campo de conhecimento.
Os periódicos de indexação e resumo costumam ser chamados
abreviadamente de índices, quando listam apenas as referências
bibliográficas, e de abstracts, quando incluem também os resumos
das publicações. No Brasil, são também chamados de bibliografias
especializadas, principalmente quando sua publicação não tem a
regularidade de um periódico. Podem ser produzidos em forma de
bases de dados bibliográficos, as quais incluem, geralmente, as mes-
mas informações que suas versões impressas, mas apresentam maior
facilidade para pesquisa. Neste capítulo, para simplificar, referir-se-á
genericamente aos periódicos de indexação e resumo como índices
e às bases de dados bibliográficas como bases de dados ou, às vezes,
apenas como bases.1
Os índices e bases de dados são produzidos por organizações,
chamadas de serviços de indexação e resumo, que se responsabilizam
por sua divulgação e comercialização.

16.1 HISTÓRICO E EVOLUÇÃO

As bibliografias especializadas, que se transformaram nos


atuais periódicos de indexação e resumo, eram inicialmente compi-
ladas por indivíduos preocupados com o controle e acesso à
informação científica. As primeiras foram publicadas logo após a
invenção da imprensa. Já em I494 aparece o trabalho de Joham
Tritheim, Liberde Scriptoribus Ecciesiasticis. Em 1506 foi publicada

I. Existe uma grande variedade de tipos de bases de dados. Elas podem conter informações
numéricas ou textuais; bibliográficas ou não bibliográficas; referências ou texto completo. A
maioria das bases de dados que serão objeto deste capítulo são bases de dados de referências
bibliográficas. Algumas das bases de dados citadas contêm as referências bibliográficas acompa-
nhadas do texto completo dos trabalhos.
a bibliografia De Medicinae Claris Scriptoribus, de Symphorien
Champier. Com o surgimento dos periódicos, gerais e
especializados, elas passaram a ser também publicadas como um
anexo a eles. Por exemplo, o Journal des Sçavans, o primeiro perió-
dico científico do mundo, publicado a partir de 1665, possuía uma
seção de resumos, que serviu de modelo para empreendimentos
similares em muitos países da Europa.

Entretanto, foi com a intensificação do movimento científico,


a partir de 1810 e o conseqüente aumento do número de publi-
cações, que surgiu a necessidade de um esforço sistemático para
o controle da literatura. Associações profissionais e sociedades
eruditas substituíram as ações individualizadas na tarefa de resumir
a literatura específica da área, passando a oferecer mais um serviço
profissional a seus membros. Essas primeiras iniciativas, no final
do século XIX e início do século XX, deram origem aos grandes
serviços de indexação e resumo atuais. O drástico crescimento
da literatura científica e tecnológica no século XX, particularmente
depois da Segunda Guerra Mundial, fez com que o seu número
aumentasse significativamente.

As primeiras áreas cobertas pelos periódicos de indexação


e resumo foram as ciências básicas e aplicadas, tais como química,
engenharia, zoologia e medicina. Alguns exemplos desses primeiros
índices são o Pharmaceutisches Central-Blatt (1830), que depois se
transformaria no ChemischesZentralblatt, publicado pela Akademie-
Verlag (de Berlim); o Engineering Index (1884), editado pela
Association of Engineering Societies, e o Review of American
Chemical Research, iniciado em 1895 e substituído, em 1907, pelo
Chemical Abstracts da American Chemical Society.
Desde então novos índices têm surgido em outros ramos
do conhecimento, atendendo à evolução da ciência e ao apare-
cimento de novas áreas de pesquisa científica e tecnológica.
Exemplos mais recentes são Computer & Control Abstracts, Pollution
Abstracts, Enviroline®, Energy Science and Technology e Aerospace
Database, que cobrem as áreas de ciência da computação, poluição
ambiental, meio ambiente, energia e engenharia espacial, respecti-
vamente. Da mesma forma que os novos ramos da ciência que
cobrem, esses índices também se caracterizam por serem
interdisciplinares.
Na década de 70, quando empresas do setor comercial
começaram a entrar no ramo de produção de periódicos de
indexação e resumo, as ciências sociais, artes e ciências humanas
passaram também a ser contempladas pelos índices. Alguns
exemplos são Economic Literature Index, Business Periodical Index e
ABI/Inform® (economia e administração de empresas), PsycINFO®
(psicologia), Art Abstracts (artes) e Philosopher's Index (filosofia).
O desenvolvimento da tecnologia dos computadores na
década de 60 permitiu inovações nas formas como os serviços
de indexação e resumo atendiam sua clientela. Inicialmente os ser-
viços usaram computadores apenas para produzir fitas magnéticas
com os dados e para imprimir os seus índices. O primeiro índice
produzido por computador foi o Chemical Titles, do Chemical
Abstracts Service (CAS), em 1961. Os dados, registrados no compu-
tador em forma eletrônica, podem ser facilmente manipulados e
possibilitaram a geração de novos produtos, tais como boletins
de notificação corrente, bibliografias sobre tópicos específicos,
serviços de disseminação seletiva da informação e levantamentos
retrospectivos a pedido. Além disso, os serviços passaram a produzir
e comercializar os seus índices em forma de bases de dados. Hoje,
muitos dos serviços de indexação e resumo produzem índices tanto
em forma impressa como em versão eletrônica: por exemplo, BIOSIS,
uma organização produtora de bases de dados na área biológica
e médica, publica o Biological Abstracts (impresso) e BIOSIS
Previews® (base de dados).
Além de proporcionar mais eficiência na consulta, as bases
de dados possibilitaram outros meios de acesso à informação.
Inicialmente disponíveis apenas para consulta local, já na década
de 60 as bases de dados puderam ser acessadas remotamente,
via redes de computadores de comutação de pacotes. A partir
de 1985, passaram também a ser produzidas e disseminadas utili-
zando a tecnologia do CD-ROM. A difusão da Internet na década
de 90 facilitou ainda mais o acesso remoto às bases de dados.
Atualmente a produção de periódicos de indexação e resumo
constitui uma verdadeira indústria, com um grande número de empre-
sas produzindo uma variedade de índices. O diretório The Index and
Abstracts Directory: an International Guide to Services and Seriais
Coverage, por exemplo, fornece informações sobre cerca de mil
índices. Outro diretório, o Gale Directory o f Databases, lista, em sua
edição de 1995, mais de cinco mil bases online e quatro mil bases em
outros formatos, produzidas por quase quatro mil organizações.
Essas bases de dados são comercializadas por cerca de mil vende-
dores e distribuidores e colocadas à disposição para acesso online
por 825 empresas diferentes.
Essa indústria está em constante evolução. Os produtores
de índices têm procurado criar novos produtos, voltados para
as necessidades específicas de bibliotecas de diferentes tipos e
tamanhos. Com a finalidade de reduzir o intervalo de tempo entre
a publicação de um documento e sua divulgação, foram criados
os sumários correntes, um outro tipo de produto similar aos perió-
dicos de indexação e resumo. Os sumários correntes reproduzem
as páginas dos sumários de periódicos e, portanto, sua produção é
mais rápida por não envolver o trabalho de indexação e elaboração
de resumos. Por exemplo, desde 1958, o ISI produz a versão impressa
do Current Contents, que atualmente possui sete edições diferentes,
cobrindo agricultura, biologia, meio ambiente, medicina clínica,
engenharia, computação e tecnologia, ciências da saúde, física e
química. Vários outros serviços de sumários apareceram recente-
mente, cobrindo tanto a literatura de interesse geral como perió-
dicos acadêmicos. Os serviços vêm aprimorando seus produtos,
passando a incluir resumos e não apenas referências bibliográficas,
às vezes colocando o texto completo dos artigos em suas bases
de dados e adicionando a indexação de jornais ao invés de se
limitarem a cobrir periódicos; para facilitar a obtenção do texto
completo, têm feito parcerias com serviços de fornecimento de
texto completo de documentos.

16.2 CARACTERÍSTICAS

Os periódicos de indexação e resumos são produzidos atual-


mente por uma gama de diferentes organizações: grandes empresas,
operando em bases comerciais (por exemplo, BIOSIS, na área de
ciências biológicas), associações profissionais (por exemplo, a
American Chemical Society), órgãos governamentais (por exemplo,
a NASA) ou editoras comerciais (por exemplo, EBSCO Publishing).
Alguns são também produzidos por entidades internacionais, tais
como o INIS Atomindex, publicado pela International Atomic
Energy Agency (IAEA), ou o Agrindexào Agricultural Information
System (AGRIS), um sistema de informação em agricultura admi-
nistrado pela Food and Agriculture Organization (FAO), órgão
da ONU. Esses serviços internacionais funcionam, na maioria das
vezes, com base em redes cooperativas formadas por países
membros, que coletam e resumem sua produção bibliográfica,
reunida e colocada à disposição pela instituição central.

No processo de elaboração dos índices, um profissional


analisa o conteúdo dos documentos e cria sua representação, a
qual inclui não apenas a referência bibliográfica, mas também termos
de indexação. Muitas vezes utiliza-se um vocabulário controlado para
definição dos termos a serem usados para indicar o assunto dos
documentos. Dessa forma, agrega-se valor à informação. Parte-se
do pressuposto que esses esforços garantam uma melhor recupe-
ração, permitindo a identificação dos itens que melhor atendam
aos propósitos do usuário.
Como o próprio nome indica, a maioria dos periódicos de
indexação e resumo fornece, além da referência bibliográfica,
resumos dos trabalhos incluídos. Nesses casos, são chamados
abreviadamente de abstracts. Os resumos, idealmente, contêm
informações suficientes para permitir a determinação da relevância
do trabalho. Podem ser simplesmente descritivos ou podem for-
necer uma avaliação crítica do item, embora isso seja menos
comum. Muitos abstracts usam os resumos preparados pelo pró-
prio autor evitando, assim, o custo de pessoal para ler os artigos
e resumi-los, o que constitui um processo dispendioso.
Os índices apresentam cobertura variada quanto ao assunto,
tipo de material, número de publicações, área geográfica e idioma.
Diferem também quanto à freqüência de publicação, cobertura
cronológica, pontos de acesso e formatação dos seus dados.
Devido a essas diferenças, nos índices impressos o material
introdutório é especialmente importante por fornecer informações
detalhadas sobre suas características, além de instruções sobre o
seu uso. No caso dos índices em formato eletrônico, deve-se con-
sultar as descrições das bases de dados contidas na documentação
fornecida pelo vendedor ou nos diretórios. Para o profissional da
informação, que adquirirá ou utilizará um índice, é imprescindível a
leitura dessas informações.

Embora existam índices cobrindo as mais variadas áreas,


algumas são melhor servidas que outras. Nas áreas mais bem ser-
vidas pode haver vários serviços, que contam com uma clientela
consolidada em vários países. Em agricultura, por exemplo, existem
a Bibliography ofAgriculture, produzida pela National Agricultural
Library dos Estados Unidos, o Agrindexda FAO, além de mais de
30 índices diferentes produzidos pela CAB International "*> (orga-
nização produtora de bases de dados em agricultura e florestas,
anteriormente chamada de Commonwealth Agricultural Bureau).
Nesses casos, quando existem vários índices em uma mesma área,
pode haver duplicação de cobertura. Mesmo que os serviços pro-
curem diferenciar os índices uns dos outros, é bastante freqüente
acontecer que dois serviços diferentes, dentro de uma mesma
área, cubram várias das mesmas revistas.
índices que se destinam a indexar e resumir a literatura de uma
área especializada freqüentemente abrangem vários tipos de publi-
cações para assegurar uma cobertura extensa. Podem incluir artigos
de periódicos, trabalhos de congressos, relatórios ou capítulos de
livros, embora a maioria cubra principalmente artigos de periódicos.
As características específicas de alguns tipos de material, como
teses, dissertações, relatórios técnicos, publicações governamentais,
anais de eventos ou patentes, levaram ao surgimento de serviços
que indexam apenas um tipo de publicação. Por exemplo, o Index
to Scientifíc and Technical Proceedings R é um índice multidisciplinar,
que se dedica exclusivamente a anais de congressos, indexando
mais de quatro mil anais de eventos por ano. Já o controle dos
relatórios técnicos americanos é feito pelo NTIS, órgão do governo
americano. Patentes e normas técnicas são indexadas por insti-
tuições, como a OMPI e a ISO, respectivamente, as quais desen-
volveram sistemas cooperativos para controle destes materiais.
Uma empresa privada inglesa, a Derwent Information, também se
destaca na área de patentes.

Os índices diferem quanto ao número de trabalhos cobertos e


quanto à profundidade da cobertura. Em alguns casos cobrem todos
os itens publicados nas revistas que indexam, em outros, selecionam
apenas aqueles mais relevantes para o escopo do índice. Alguns
indexam até cartas ao editor e editoriais, enquanto outros se res-
tringem a artigos de pesquisas.
Alguns índices podem ter restrições quanto à área geográfica
e idioma das publicações que cobrem. Por exemplo, alguns cobrem
apenas publicações em língua inglesa, enquanto outros procuram
identificar material relevante para uma disciplina em qualquer idioma.
A cobertura cronológica dos índices nem sempre coincide
com o período de publicação. Por exemplo, o Science Citation
Index começou a ser publicado nos anos 60; no entanto, cobre a
literatura desde 1945,
Freqüência de publicação é outra característica que deve ser
também considerada quando da sua consulta ou aquisição. Alguns
índices são atualizados mensalmente outros, a cada trimestre. A
freqüência de acumulação indica a periodicidade com que as publi-
cações parciais são sintetizadas em um único volume. Por exemplo,
em um índice impresso com atualizações mensais e acumulações
anuais, o usuário teria que consultar vários fascículos separados, até
que a acumulação anual seja publicada. No caso de bases de dados
online ou em CD-ROM, o conteúdo é acumulado automaticamente,
o que é uma vantagem desses índices em forma eletrônica.

Quanto à sua organização, em geral esses índices contêm uma


lista hierárquica dos aspectos ou subdivisões de um assunto, onde
os itens são listados com um número de acesso, os dados bibliográ-
ficos e o resumo. Os pontos de acesso nos índices impressos são,
comumente, autor e assunto. No caso das bases de dados, podem
existir muitas outras opções para pesquisa, como palavras-chave do
título e resumo, título da revista ou instituição de afiliação do autor.
Os índices diferem também quanto à formatação das entradas.
Alguns fazem uso extensivo de abreviaturas, sendo necessário
consultar as listas de abreviaturas e símbolos para leitura das refe-
rências. A forma como os nomes de autores são representados pode
também diferir de um índice para outro. Em alguns casos, apenas o
sobrenome e iniciais dos nomes dos autores são fornecidos.

16.3 BASES DE DADOS

As bases de dados produzidas pelos serviços de indexação


e resumos, na maioria das vezes, são vendidas na forma de fitas
magnéticas para outras organizações que se especializam no forneci-
mento de informação eletrônica. Essas empresas adaptam as fitas
dos produtores de bases de dados de acordo com seus padrões e
vendem o acesso remoto ao conjunto de bases de dados para
bibliotecas, instituições de pesquisa, empresas e pessoas físicas.
No Brasil, essas empresas têm sido chamadas de bancos de
dados.
Existem várias empresas (bancos de dados) fornecedoras de
acesso online a bases de dados. A Dialog é a maior delas, oferecendo
mais de quinhentas bases de dados. Outros dos maiores forne-
cedores são STN International (parte do CAS), OCLC, DataStar,
LEXIS/NEXIS, Questel-Orbit, Ovid Technologies e H. W. Wilson.
Algumas vezes os próprios serviços de indexação e resumo
se encarregam de vender diretamente suas bases de dados, ao
invés de fazer uso de uma empresa intermediária. Por exemplo, a
Information Access Company (IAC) e a National Library of
Medicine, além de produzir bases de dados, atuam também como
fornecedores.
O cliente pode escolher um ou vários fornecedores e
acessar todas ou algumas entre as centenas de bases disponíveis.
Algumas podem ser oferecidas por vários fornecedores; outras
por apenas um. O custo do acesso é determinado por diferentes
métodos, variando conforme o vendedor e o tipo de contrato
de fornecimento. O preço pode ser estabelecido com base em
assinaturas anuais, número de buscas realizadas ou número permitido
de usuários com acesso simultâneo ao sistema. Mas é sempre caro.
Por exemplo, uma instituição que assina o CitaDel, serviço da
Research Libraries Group (RLG), paga, pelo acesso a cada base
de dados, entre 750 a 18 mil dólares por ano para cinco usuários
simultâneos. Outro elemento que compõe o custo do acesso
online é o custo de telecomunicações. Devido às altas tarifas
praticadas no Brasil para ligações a distância, o acesso online a
bases de dados nunca foi muito utilizado no País.
Em um sistema online, um computador de um centro de
informações é usado para entrar diretamente em contato com o
computador hospedeiro das bases de dados, via linha telefônica
através de um modem. O termo online significa que tanto o compu-
tador do usuário como o computador hospedeiro estão se comuni-
cando no momento da busca. O acesso é feito através de redes
de comutação de pacotes como a Rede Nacional de Comunicação
de Dados por Comutação de Pacotes (RENPAC), do Brasil, e
Tymnet ou Telenet, dos Estados Unidos. E a forma mais rápida e
eficaz de acesso às bases de dados e a preferida por profissionais
da informação em países como os Estados Unidos. Nas bases
online, as informações são atualizadas mais freqüentemente que
nas versões impressas ou em CD-ROM, garantindo o acesso a
informações mais recentes.

Entretanto, existem algumas desvantagens relacionadas com


o acesso online. A primeira delas é Q custo, já mencionado anterior-
mente. Outro problema é a variedade dos sistemas, pois os detalhes
técnicos de utilização e pesquisa nas bases de dados variam de forne-
cedor para fornecedor. Por serem destinados a profissionais da
informação, o uso dos sistemas pode ser complexo, exigindo
treinamento e experiência. Em geral, os usuários finais têm dificuldade
em lidar com eles. Além disso, a constante evolução da tecnologia
de busca torna necessário que o profissional da informação se atualize
constantemente, estudando a documentação tanto do sistema de
cada fornecedor, quanto da base de dados.
No final da década de 90, os vendedores de bases de dados
começaram a utilizar também a Internet para oferecer outra forma
de acesso remoto às bases. O acesso via Internet é similar ao
acesso online, mas neste caso a rede utilizada para acesso é, obvia-
mente, a Internet, e o custo de telecomunicações é menor, já
que as ligações são tarifadas como locais (caso exista um provedor
local de acesso à Internet). Como no caso dos sistemas online,
uma vez acessado o sítio do fornecedor, é necessário o uso de
senhas para a pesquisa. Entretanto, pelas informações que con-
têm, esses sítios são importantes, mesmo para os não assinantes.
E possível verificar, geralmente, a lista das bases de dados
fornecidas e sua documentação. Além disso, pode-se usufruir de
alguns serviços grátis. O Dialog Web =®, por exemplo, permite pes-
quisa grátis de palavras-chave nas bases disponíveis. O usuário pode,
desta forma, identificar quais bases de dados contêm maior número
de registros relevantes dentro do seu tópico — um ponto impor-
tante para uma decisão de compra de uma base —, mas não tem
permissão para consultar o conteúdo dos registros recuperados.

O fornecimento de acesso às bases dos grandes bancos de


dados via Internet ainda é uma novidade em experimentação e,
para o profissional da informação, apresenta várias desvantagens.
Ao contrário da conexão direta online, o acesso através da Internet
pode ser demorado, dependendo do tráfego na rede e do horário
de acesso. Normalmente os fornecedores tornam disponíveis via
Internet um leque menor de bases de dados do que o oferecido
pelo acesso direto online. A interface de pesquisa e o software
para busca costumam fornecer recursos menos sofisticados que
os dos sistemas online. Entretanto, para os usuários brasileiros
essa nova opção de acesso remoto elimina um fator limitante,
que é o custo da ligação telefônica.

Além do acesso remoto, existe atualmente a opção de acesso


local às bases. Algumas bases são distribuídas em disquetes. E o
caso da base Current Contents on Diskette do ISI. Muitas das bases
estão também disponíveis em CD-ROM. Alguns dos produtores/
distribuidores de bases de dados em CD-ROM são: UMI, OCLC,
SilverPlatter e IAC. O CD-ROM tem a vantagem de oferecer um
custo fixo por uso ilimitado e de eliminar as dificuldades relacio-
nadas com o acesso remoto. Por isso é o meio de acesso a bases
de dados que tem tido maior penetração em países do terceiro
mundo. Outra vantagem é a simplicidade de sua interface de pes-
quisa, que visa o usuário final e elimina a necessidade da presença
de um intermediário que conheça o sistema. Entretanto, da mesma
forma que nos sistemas online, existe, no caso dos CD-ROMs, uma
variedade de sistemas com detalhes técnicos de utilização dife-
rentes, o que representa um obstáculo para o usuário. Outras
desvantagens dos CD-ROMs em relação aos sistemas online são o
menor número de bases disponíveis nesse formato, informações
atualizadas com menor freqüência que nas bases online e recursos
de busca menos flexíveis que nos sistemas voltados para o profis-
sional.

Alguns vendedores de bases de dados como Ovid, IAC ou


H. W. Wilson podem fornecer também fitas magnéticas com o
conteúdo das bases de dados para que sejam montadas localmente.
Esse tipo de instalação exige grande capacidade de armazenagem
dos computadores. As bases de dados são adquiridas, processadas,
carregadas no sistema e colocadas à disposição para toda a insti-
tuição, geralmente mediante senha de acesso. Normalmente são
montadas junto com o catálogo online, como bases de dados
adicionais. No Brasil esse método é pouco usado, pois apenas
recentemente sistemas mais sofisticados para automação de catá-
logos de bibliotecas têm sido implantados.
Algumas bases de dados podem estar disponíveis em vários
formatos: a base AGRÍCOLA (AGRICultural OnLine Access), que
corresponde ao índice impresso Bibliography ofAgriculture, é pro-
duzida na versão impressa, online e em CD-ROM. Entretanto, nem
sempre as diversas versões oferecem cobertura idêntica. Algumas
bases podem combinar registros bibliográficos de vários índices
impressos e reuni-los em uma única base. Por exemplo, os mais
de 30 índices produzidos pelo CAB International são reunidos em
uma única base, a CAB Abstracts. Essas diferenças tornam necessário
o estudo da documentação sobre a base de dados para determinar
as diferenças entre os conteúdos da versão impressa e da eletrônica,

Como no caso dos índices impressos, as bases de dados


bibliográficas cobrem uma grande variedade de campos de conhe-
cimento. Algumas, como o Dissertation Abstracts Online, são
multidisciplinares, porém limitadas a um único tipo de documento.
A maioria focaliza uma única área de conhecimento, mas inclui
em sua cobertura vários tipos de documentos. Outras bases de
dados cobrem as publicações de uma única fonte. Um exemplo é
a base de dados do GPO que cobre as publicações daquele órgão
desde 1976.

Quando da aquisição ou uso de bases de dados online e em


CD-ROM, é importante ter em mente o período coberto por
elas. Por serem um desenvolvimento recente, as bases de dados,
em geral, não cobrem a literatura publicada anteriormente à metade
da década de 60. A conversão de itens mais antigos para a forma
eletrônica é um processo caro e poucos produtores de bases de
dados o fizeram. Uma exceção é Dissertation Abstracts Online, cuja
cobertura atinge desde o ano de 1861. Por isso, para buscas
retrospectivas, na maioria dos casos, não se pode dispensar os
índices impressos.
Poucos índices existem apenas em forma eletrônica. A
maioria das bases de dados bibliográficas corresponde a um índice
impresso e contém essencialmente as mesmas informações que
as suas versões em papel. Nas bases de dados bibliográficos cada
registro corresponde a um artigo, livro, capítulo ou trabalho publi-
cado. A referência bibliográfica pode incluir, além de autor, título
do artigo e data de publicação, um resumo, bem como várias
outras informações adicionais sobre o item, como tipo de publi-
cação ou idioma. Para facilitar a recuperação de informações,
palavras que indicam o assunto são incluídas em campos chamados
descritores ou identificadores. Algumas bases de dados utilizam
vocabulários controlados ou tesauros para a definição dos
descritores, os quais nem sempre estão disponíveis em forma eletrô-
nica para consulta no momento da pesquisa. Nesse caso, para
montar a estratégia de busca, o usuário deve consultar separada-
mente o tesauro impresso. Detalhes e especificidades, tais como
os campos disponíveis para pesquisa, o seu conteúdo ou o uso
de vocabulário controlado, variam de base para base. Essas infor-
mações são encontradas na documentação que acompanha a base
de dados e devem ser lidas pelo profissional da informação.

Devido às vantagens que as bases de dados oferecem em


relação aos índices impressos, seu uso tem se tornado cada vez
mais comum. As bases de dados oferecem mais pontos de acesso,
podendo-se, muitas vezes, pesquisar palavras-chave que aparecem
em qualquer ponto do registro, inclusive no resumo e no texto
completo (quando esses estão disponíveis). Além disso, permitem
realizar pesquisas mais complexas, nas quais vários conceitos neces-
sitam ser relacionados, pois pode-se combinar grande número
de termos de busca com lógica booleana, de maneiras que não
seriam possíveis nos índices impressos. Permitem também fazer,
rapidamente, buscas abrangentes cobrindo vários anos de publi-
cações. Essas e outras facilidades representam uma grande eco-
nomia de tempo para o usuário, permitindo que uma pesquisa,
que poderia tomar muitas horas de trabalho se realizada manual-
mente, seja executada bem mais rapidamente com o uso dos
computadores.

16.4 ACESSO AOS DOCUMENTOS

Refletindo a pressão do público por rápido acesso aos docu-


mentos, quando as bibliotecas locais não possuem os itens identi-
ficados, um número crescente de serviços de indexação e resumo
tem incluído facilidades para a obtenção do texto completo dos
documentos cobertos em seus índices. Em alguns casos, o texto
completo é fornecido na própria base de dados.2 Muitos deles
oferecem também um serviço de fornecimento de documentos
mediante solicitação. The Genuine Article, do ISI, CAS Document
Detective Sen/ice"», do CAS, e Ask*IEEE do INSPEC (The Database

2. Nestes casos, a base de dados pode ser fornecida em duas versões: uma com as refarênclii
bibliográficas e outra contendo, além das referências bibliográficas, o texto compltto do
documento. Nesses casos, a versão com o texto completo é mais cara. Um exemplo d* bala
de dados oferecida nessas duas modalidades é a ABI/INFORM.
3r Physics, Electronics and Computing) são exemplos desses
erviços de fornecimento de documentos, oferecidos diretamente
•ela empresa produtora de índices e bases de dados.
Os serviços de indexação e resumo utilizam também parce-
ias com serviços independentes de fornecimento de documentos.
)ois dos maiores e mais conhecidos são o BLDSC e o UnCover. O
iLDSC é, provavelmente, um dos maiores e mais antigos do mundo,
ixiste desde 1961 e atende à comunidade internacional através de
ua coleção de mais de 250 mil títulos de periódicos. O UnCover
ixiste há dez anos nos Estados Unidos, e sua coleção é composta
Je 17 mil títulos de periódicos. Através do serviço UncoverWeb "*\
òrnece sem custo via Internet uma base de dados contendo mais
je 15 milhões de citações de documentos, cujas cópias podem ser
solicitadas por usuários de todo o mundo.

Os serviços de fornecimento de documentos fazem amplo


JSO da Internet e de fax, sendo extremamente eficientes. Após iden-
tificação dos documentos desejados, o usuário pode solicitá-los
nediante preenchimento de formulário na Internet. Caso seja
selecionada a opção de envio por fax (ao invés de por correio), o
documento é, em geral, transmitido imediatamente, podendo
estar disponível para o solicitante em questão de minutos, mesmo
que ele esteja em outro país. Um artigo de 30 páginas, solicitado
por fax ao UncoverWeb, custa aproximadamente 15 dólares, um
preço que muitos dos usuários da informação especializada não se
importam de pagar, em vista da rapidez e conveniência do serviço.

Outros serviços de fornecimento de documentos são


SWETS, Faxon Finder e OCLC Contents First, cada um deles
cobrindo entre dez e 15 mil títulos de periódicos. No Brasil, o
serviço de fornecimento de documentos mais conhecido no meio
acadêmico é o COMUT (ver item 5.7.3, do Capítulo 5: O Periódico
Científico). Devido à ênfase no acesso a documentos, ao invés
de sua posse, política adotada por muitas bibliotecas atualmente,
é importante que os profissionais da informação estejam infor-
mados sobre os serviços de fornecimento de documentos, a fim
de determinar qual deles oferece a melhor cobertura e condições
para atender aos seus usuários.

1 6 . 5 USO DE BASES DE DADOS E PERIÓDICOS DE INDEXAÇÃO E


RESUMO ESTRANGEIROS NO BRASIL

Apesar de cobrirem de maneira limitada a literatura nacional,


os índices e bases de dados estrangeiros são úteis para a comuni-
dade científica e tecnológica brasileira, devido à necessidade de
se acompanhar os desenvolvimentos tecnológicos que ocorrem, na
sua maior parte, nos países do primeiro mundo. Eles têm sido
fornecidos, em geral, de forma restrita, em centros de informação
e bibliotecas de universidades, organizações privadas e órgãos
do governo. Usuários e profissionais da informação preferem as
bases de dados (quando disponíveis) aos índices impressos, devido
à facilidade de consulta e economia de tempo que o seu uso
possibilita.

No esforço de promover amplo acesso a índices e bases


de dados estrangeiros, destacam-se as iniciativas do IBICT. Desde
I977, o IBICT vinha utilizando sistemas online como o Dialog e
outros, fornecendo buscas bibliográficas a pedido de instituições
e pesquisadores individuais. Inicialmente, o acesso aos fornece-
dores de bases estrangeiros era feito online via Empresa Brasileira
; Telecomunicações (EMBRATEL). Os pedidos dos usuários
•am feitos nos postos de serviço do IBICT, que divulgava siste-
aticamente no Informativo IBICT as bases de dados disponíveis
ira consulta. Mais tarde, o IBICT passou a adquirir bases de dados
n CD-ROM, oferecendo serviços de buscas bibliográficas feitas
lealmente.
Para melhorar o acesso às bases, tanto nacionais como estran-
siras, foi criada, em 1993, a Rede Antares "® (Rede de Serviços de
iformação em Ciência e Tecnologia).3 Coordenada pelo IBICT,
ANTARES foi desenvolvida no âmbito do PADCT/ICT. Seu obje-
vo é articular instituições com potencial de informação, visando a
lanutenção e o fornecimento de bases de dados referenciais.
\tualmente, cerca de duzentas instituições integram a Rede, que
>ferece, no seu sítio na Internet, informações sobre as base de
lados produzidas e/ou disponíveis nos centros cooperantes e,
!im alguns casos, fornece links para o acesso e a pesquisa. As bases
Je dados descritas no sítio da ANTARES podem ser nacionais ou
;strangeiras, em CD-ROM ou acessíveis via Internet. Algumas podem
;er acessadas sem necessidade de uma senha, outras exigem um
"egistro do usuário junto ao centro distribuidor. Outras, particular-
mente aquelas em CD-ROM, só estão disponíveis para consulta
nas instituições participantes.

Grandes fornecedores de acesso a bases de dados como


Dialog, DataStar, OCLC, IAC e Ovid possuem representantes no
Brasil. Exemplos de empresas que representam estes fornecedores

3. Anteriormente chamada Sistema Público de Acesso a Bases de Dados (SPA).


no Brasil são a Publicações Técnicas Internacionais (PTI) "*>, de
São Paulo, e Agência Fornecedora de Informações Técnicas e
Comerciais (AFITEC) "®, de Belo Horizonte.

1 6 . 6 BASES DE DADOS E PERIÓDICOS DE INDEXAÇÃO E RESUMO


BRASILEIROS

As primeiras bibliografias especializadas brasileiras foram


publicadas na primeira metade do século XX. Produzidas por órgãos
governamentais, caracterizavam-se por descontinuidade na pro-
dução e atrasos na publicação. São exemplos daquele período a
Bibliografia e índice da Geologia do Brasil (1938), produzida pelo
Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), o índice
Catálogo Médico Brasileiro (I939), de Jorge de Andrade Maia, a
Bibliografia Cartográfica Brasileira (1951), de Isa Adonias e o índice
Tecnológico (1953), de Bernadette Sinay Neves.

O esforço para a produção institucionalizada de bibliografias


especializadas brasileiras começa com a criação do IBBD em 1954.
Com relação às bibliografias, o IBBD adotou uma política de centrali-
zação de sua produção, possível na época devido ao então reduzido
tamanho da atividade científica brasileira. Nesse sentido, assumiu a
produção de bibliografias nas áreas de medicina e ciências sociais,
as quais já vinham sendo cobertas anteriormente e também de
outras áreas até então não cobertas, como matemática, física,
zoologia, química, botânica e documentação. Ainda no final dos
anos 60, em um trabalho pioneiro, o IBBD passou a utilizar o compu-
tador para impressão das bibliografias que produzia, através do
seu Sistema Integrado de Automação de Bibliografias
Especializadas (SIABE).
A partir de 1976, o IBBD foi reestruturado como IBICT, que
tssou a coordenar o setor de informação científica e tecnológica
) Brasil. Com relação às bibliografias especializadas, o IBICT tomou
jas decisões. Primeiro, reconhecendo que o controle bibliográfico
a literatura especializada é melhor exercido pelos setores espe-
ficos, decidiu descentralizar sua produção. Segundo, optou pela
nfase na produção de bases de dados, ou seja, o produto básico
o controle bibliográfico nacional seriam as bases eletrônicas de
ados, enquanto as bibliografias impressas poderiam ser um
ubproduto opcional. A cargo do IBICT ficaria apenas a coorde-
iação das entidades produtoras e o fornecimento de apoio e incen-
ivo para a produção independente, auto-sustentada e moderna das
bibliografias. O apoio técnico, prestado através do seu Sistema de
Registro Bibliográfico (SRB), incluía o desenvolvimento de
metodologias para produção de bases de dados dentro de padrões
2 formatos uniformes, que garantissem a compatibilidade com
outros sistemas e assistência para a elaboração de tesauros.
Assim, no início da década de 80, o IBICT passou a coordenar
uma rede de 18 instituições cooperativas, as quais coletavam os
dados bibliográficos relativos à literatura produzida no País e os
forneciam ao IBICT. As bases de dados eram mantidas na sede
do IBICT e compreendiam as seguintes áreas: geociências, química,
meio ambiente, zoologia, botânica, antropologia, desenvolvimento
regional, medicina tropical, tecnologia mineral, carvão mineral, carvão
vegetal, política científica e tecnológica e ciência da informação.
A partir de 1985, O IBICT tentou agilizar a transferência da
produção e manutenção daquelas bases de dados para entidades
representantes de diversos setores, por exemplo: DNPM (base de
dados sobre geociências e tecnologia mineral); Instituto Nacional
de Tecnologia (INT) (química geral e tecnológica); UFRGS (meio
ambiente); UFPa (zoologia, biologia, antropologia, desenvolvimento
regional e medicina tropical) e Coordenação de Informação Docu-
mental Agrícola - CENAGRI (ciências agrícolas). O IBICT ficou
responsável pela base de dados em ciência da informação e, tam-
bém, pela base de dados de política científica e tecnológica (esta
última, anteriormente, a cargo do CNPq).
Nessa fase, o IBICT passou também a limitar os serviços
oferecidos pelo SRB, concentrando-se em incentivar instituições
a assumirem a produção de bibliografias em suas áreas de com-
petência. Progressivamente, limitou ainda mais a sua atuação como
órgão incentivador e, atualmente, apenas elabora os editais que
contemplam a produção de bases de dados. Podem concorrer a
esses editais quaisquer instituições que se enquadrem nas exigências
previstas em cada um. Essas ações ocorrem em programas de
financiamento, como o Programa de Apoio ao Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (PADCT).
Não se pode dizer que as diversas iniciativas para o controle
da literatura especializada no Brasil, seja através de ações
centralizadoras ou descentralizadoras, tenham obtido, até o momento,
completo êxito. Enquanto os índices e bases de dados estrangeiros
são bastante eficientes no controle da literatura produzida em suas
áreas de atuação, de forma abrangente e regular, isso ainda não
acontece no Brasil. A produção de índices ainda é limitada a algumas
áreas e, mesmo nessas, ainda acontece o problema de
descontinuidades ocasionais.
Algumas das áreas que se destacaram no controle biblio-
gráfico, desde os anos 70, caracterizaram-se pela formação de
redes nacionais cooperativas e pela participação em redes
iternacionais, que forneceram apoio financeiro e técnico. Uma
elas, com posição privilegiada, é a de informação em saúde devido,
rincipalmente, às ações da BIREME (Centro Latino-Americano e
o Caribe de Informação em Ciências da Saúde) e das bibliotecas
a USP. A BIREME, ligada à Organização Pan-Americana da Saúde
OPAS), produz a base de dados ULACS (Literatura Latino-Ameri-
:ana e do Caribe em Ciências da Saúde) que cobre a literatura médica
ia região desde 1982. Os dados que compõem a ULACS são resul-
ado de uma ação cooperativa de 23 países da América Latina e
Zaribe, unidos em uma rede da qual a BIREME é o órgão central. A
BIREME produz também otesauro DeCS: Descritores em Ciências
da Saúde. Fornecido em forma de base de dados, o DeCS contém
o vocabulário controlado, utilizado para a indexação e recuperação
de informação nas bases de dados ULACS e MEDLINE®.
A metodologia desenvolvida para produção da base de dados
LILACS em CD-ROM foi um trabalho pioneiro no Brasil, tendo sido
iniciado em 1987, por iniciativa da OPAS e do escritório regional
da Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa metodologia é
usada atualmente também para produção das bases de dados BBO
(Bibliografia Brasileira de Odontologia) e AdSaúde. A BBO, publicada
pela Faculdade de Odontologia da USP, inclui a literatura nacional
na área de saúde oral, a partir de 1986. A AdSaúde reúne a literatura
relativa à área de administração de serviços em saúde, desde 1986.
A Bibliografia Brasileira de Medicina Veterinária e Zootecnia,
publicada pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da
USP, deverá ter sua produção, que foi interrompida em 1990,
retomada em CD-ROM.

Juntamente com a BIREME, o CIN/CNEN foi um dos pioneiros


na participação em redes cooperativas, nacionais e internacionais e
na absorção de tecnologia para produção de bases de dados no
Brasil. Desde 1981, produz a Bibliografia Brasileira de Energia Nuclear.
Atualmente fornece também a base de dados FONTE que contém
literatura nacional e internacional na área de fontes alternativas de
energia. O CIN/CNEN integra o sistema cooperativo da IAEA,
alimentando sua base INIS (International Nuclear Information System)
com a literatura produzida no Brasil na área de energia nuclear.
Outro setor que se destacou desde os anos 70 foi o de
informação agrícola. A Bibliografia Brasileira de Agricultura, publicada
pelo IBICT até 1978 e posteriormente pela Biblioteca Nacional
de Agricultura (BINAGRI), é apresentada hoje em forma eletrônica,
através da Agrobase (Base Bibliográfica da Agricultura Brasileira).
Essa base é, atualmente, gerenciada pela CENAGRI, órgão do
Ministério da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária
e unidade central do Sistema Nacional de Informação e Docu-
mentação Agrícola (SNIDA). Cobre a literatura agrícola brasileira,
técnico-científica e de extensão rural desde 1870 até o momento,
contendo quase 180 mil referências bibliográficas. Seus dados são
usados para alimentar a base internacional AGRIS, mantida pela FAO,
que reúne a literatura dos países membros nas ciências agrárias. A
Agrobase é também apresentada no CD-ROM Bases de Dados de
Pesquisa Agropecuária, produzido pela Embrapa, outro órgão atuante
na área de informação agrícola desde os anos 70. O CD-ROM tem
por objetivo a disseminação da informação agrícola, produzida e
colecionada pelas unidades de pesquisa da Embrapa e por outras
instituições agrícolas brasileiras, reunindo, além da Agrobase, as
bases de dados: Acervo Documental da Embrapa, com mais de 250
mil referências bibliográficas, Base de Dados Bibliográficos sobre
Cerrado, com dez mil documentos técnicos-científicos e a Base
de Dados Bibliográficos de Recursos Naturais do Nordeste do Brasil.
Também dentro do modelo cooperativo, uma área que recen-
temente adquiriu novo ímpeto foi a de informação desportiva. Criado
em 1985, o Sistema Brasileiro de Documentação e Informação
Desportiva (SIBRADID) controla a produção nacional em ciências
do esporte, através de uma rede cooperativa. A rede funciona
com uma unidade central, sediada na Escola de Educação Física
da UFMG e dez universidades colaboradoras. A sua base de dados,
pesquisável via Internet, cobre a literatura em ciências do esporte,
educação física, fisioterapia, terapia ocupacional, lazer, recreação
e afins. Contém o registro de documentos publicados no Brasil,
inclusive traduzidos, a partir de 1985. A produção científica dos
países de língua portuguesa é também alvo do conteúdo da base,
que inclui dissertações, teses, relatórios de pesquisa, relatórios
técnicos, livros, capítulos de livros e artigos de periódicos. Os
dados bibliográficos do SIBRADID são usados para alimentar a
base de dados SPORT COM, que,reúne a produção bibliográfica
dos países ibero-americanos. Alimentam ainda a base de dados
SPORT INFO, produzida pela Sport Information Research Center
(SIRC), que reúne a literatura oriunda dos países membros da
International Association for Sport Information (IASI).

A Bibliografia Brasileira de Educação, editada semestralmente


desde 1954 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educa-
cionais (INEP), atualmente é resultado do trabalho cooperativo de
uma rede de instituições. O Centro de Informações Bibliográficas
do MEC, as faculdades de educação da UFMG, da UFRGS e da
UFRJ e a Fundação de Desenvolvimento da Educação e Fundação
Joaquim Nabuco se encarregam de levantamentos sistemáticos
do que se publica sobre a educação brasileira, trabalhando com
documentação coletada em livros, folhetos, periódicos, catálogos e
outras publicações. Embora com a periodicidade atrasada (o último
volume publicado corresponde a 1991), existem esforços para sua
atualização, bem como para sua veiculação em meio eletrônico.
A informação jurídica é uma das poucas áreas que alcançou
o estágio comercial, não mais se limitando a iniciativas governa-
mentais para seu controle e acesso. Um dos motivos que podem
ter levado a essa situação privilegiada é a peculiaridade desse tipo
de informação, mais dependente de fontes nacionais que as infor-
mações científicas e tecnológicas. Dentro da política de
descentralização do IBICT, em 1986, a Biblioteca do Senado, em
parceria com o Centro de Informática e Processamento de Dados
do Senado Federal (PRODASEN), assumiu a responsabilidade
pela edição regular da Bibliografia Brasileira de Direito. Disponível
em forma impressa, online e CD-ROM, a Bibliografia compõe-se
de referências bibliográficas de monografias e artigos de periódicos,
em português ou outros idiomas, editados no Brasil desde 1980
e de artigos de jornais publicados no Caderno Direito e Justiça do
Correio Braziliense, desde 1992. É alimentada pela Biblioteca do
Senado Federal e por 15 bibliotecas do Distrito Federal que inte-
gram a Rede SABI (Subsistema de Administração de Bibliotecas
do PRODASEN). Outras bases oferecidas pela Biblioteca do Senado
são NJUR (normas jurídicas), DISC (discursos),JÚRI (jurisprudência), MA
(matérias em tramitação nas casas do congresso) e o Thesaurus,
um índice de palavras ou expressões que orientam a indexação e
as pesquisas nessas bases de dados.

Além do Senado Federal, vários serviços comerciais fornecem


informações sobre legislação fiscal, contábil, trabalhista e
jrisprudencial. Editoras comerciais que se especializam no forne-
imento de informações jurídicas, como a Lex Editora e a Editora
araiva, passaram a oferecer suas publicações também em CD-ROM.
\ Editora Saraiva, por exemplo, produz a base de dados LIS (Legis-
ação Informatizada Saraiva), que contém praticamente toda a legis-
ação federal vigente desde 1850, abrangendo todas as áreas: civil
; processual civil, comercial, penal e processual penal, administrativa
jública federal, trabalhista, previdenciária, tributária e financeira. A
3ase JUIS (Jurisprudência Informatizada Saraiva) contém a transcrição
ntegral das ementas jurisprudenciais de vários tribunais de São
D
aulo e Rio Grande do Sul.
Muitas outras empresas comerciais como o Sistema Infolegis
e a empresa CD-GRAF produzem bases de dados com o objetivo
de simplificar, modernizar e agilizar a consulta à jurisprudência e
legislação. Sítios na Internet, como o da Ordem dos Advogados
do Brasil, listam várias outras empresas especializadas na produção
de bases de dados jurídicas.
Outra área, a de informação, econômica, tem merecido a
atenção de empresas comerciais. A empresa Brasília Computadores
e Sistemas Ltda. vem produzindo, desde 1993, a base de dados
IBBE (índice Brasileiro de Bibliografia Econômica - Orientador -
Adviser). Disponível em disquete, abrange artigos sobre economia
publicados em revistas especializadas de 1970 até 1997, coletâneas
sobre economia publicadas no Brasil a partir de 1986, teses de
mestrado e doutorado aprovadas em universidades brasileiras, além
de publicações nacionais e internacionais dedicadas a estatísticas
e legislação econômicas.
Nas áreas onde não existe uma instituição que se responsa-
bilize pela produção de serviços de indexação e resumo de forma
regular, o usuário não tem outra alternativa senão consultar
primeiro os índices brasileiros que, quando existem, podem estar
com a publicação interrompida há vários anos e, portanto,
desatualizados. Essa busca em um índice defasado pode ser útil
para um levantamento bibliográfico retrospectivo e também para
que o usuário identifique os periódicos nos quais freqüentemente
aparecem os tópicos de seu interesse. Para encontrar as publicações
mais recentes, nesses casos, o usuário deve fazer, manualmente,
uma pesquisa nos anos mais recentes desses periódicos e, assim,
identificar artigos de seu interesse.
Na ausência de índices atualizados, os catálogos de biblio-
tecas, disponíveis em forma de bases de dados acessíveis através
da Internet, podem ser uma importante fonte complementar. A
UFRGS e a USP, por exemplo, oferecem, além do seu catálogo, a
produção bibliográfica gerada nessas universidades incluindo teses,
dissertações, livros, capítulos de livros, artigos de periódicos nacio-
nais, artigos de periódicos estrangeiros, trabalhos de eventos nacio-
nais, trabalhos estrangeiros, entre outros. Embora não sejam exa-
tamente serviços de indexação e resumo, podem funcionar como
instrumentos que suplementam as necessidades do usuário brasileiro.
Além das bases de dados e dos índices com pretensão de
cobertura abrangente da literatura nacional, nota-se que tem surgido
nos últimos tempos um grande número de pequenas bases de
dados brasileiras. Essas bases de dados, em geral de menor porte
e abrangência, são geradas, muitas vezes, a partir dos acervos de
bibliotecas de determinados órgãos e do material bibliográfico por
eles produzidos e refletem a sua área de atuação específica. Apesar
de representarem mais uma alternativa para o usuário, devido à
fragmentação dos seus dados, essas pequenas bases locais não
;ão uma solução para as deficiências no controle da literatura
jroduzida no Brasil.
Com a carência de sistemas abrangentes, a informação
icessada via Internet tem sido de grande utilidade para o usuário
brasileiro, completando esse cenário de recursos informacionais
fragmentados. Um exemplo de um sítio útil é o do Prossiga, o
qual contém bibliotecas virtuais nas áreas de educação, economia,
estudos culturais, políticas públicas e pesquisa em C&T, energia,
competitividade, ótica e engenharia de petróleo. Essas bibliotecas
digitais congregam uma variedade de fontes de informações nacio-
nais e estrangeiras, podendo dar acesso a bibliografias sobre tópicos
específicos, a listas de periódicos nacionais, às vezes com acesso
aos seus textos completos ou resumos.

16.7 FONTES PARA IDENTIFICAÇÃO

Para a identificação de índices e bases de dados podem ser


usados diretórios, revistas especializadas, livros didáticos sobre ser-
viços de referência ou guias de literatura especializada. Na escolha
de um índice, o profissional da informação deve selecionar aquele
que melhor reflita o conteúdo de sua biblioteca ou o que forneça
referências úteis para os seus usuários, mesmo que a biblioteca
não possua as fontes.
Os diretórios, em geral, fornecem descrições dos índices e
serviços de indexação e resumo, mas não os avaliam ou comparam.
Um exemplo de diretório que pode ser usado para identificação
de serviços de indexação e resumo é o Ulrich's International
Periodicals Directory. Esse diretório possui uma seção sobre serviços
de indexação e resumo, com informações sobre índices gerais e
especializados que eles produzem. Além disso, para cada periódico
listado, o Ulrich's indica os índices que o incluem na sua cobertura. A
EBSCO Publishing edita The Index and Abstracts Directory: an
International Guide to Services and Seriais Coverage que fornece infor-
mações sobre índices impressos ou eletrônicos.
Existem diretórios que se especializam em bases de dados.
O Gale Directory of Databases é formado pela combinação de três
títulos (Computer Readable Databases, Directory of Online Databases e
Directory of Portable Databases), fornecendo uma cobertura extensa
de bases de dados em todos os formatos.
Para CD-ROMs, os diretórios CD-ROMs in Printe CD-ROM
Finder (anteriormente Optical Publishing Directory) e The CD-ROM
Directory são algumas das principais fontes de informação. Nelas
pode-se encontrar mais de seis mil títulos de CD-ROM e cerca
de quatro mil empresas produtoras.
Outras publicações não são tão abrangentes na sua cobertura,
mas fornecem descrições avaliativas, comparativas e críticas dos
índices e bases de dados. Livros didáticos sobre serviços de refe-
rência (como, por exemplo, Business Information: How to Find It,
Howto Use It) e livros comerciais (como The Online 100) fornecem
informações que podem auxiliar na seleção de um índice ou base de
dados. Uma variedade de periódicos voltados para os profissionais
da informação como LibraryJournal, Magazines for Libraries, Online &
CD-ROM Review, CD-ROM World'e CD-ROM Professionaloferecem
regularmente colunas e artigos analíticos sobre novos produtos
disponíveis. A revista Library Journalpublica desde 1997, no fascículo
da segunda quinzena de maio, uma revisão anual da situação dos
mais expressivos vendedores de bases de dados.
Não existem diretórios brasileiros, atualizados regularmente,
que compilem informações sobre os índices e bases de dados
nacionais. Alternativamente, pode-se consultar o Informativo IBICT
e a revista Ciência da Informação, que informam sobre os novos
lançamentos no setor.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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introduction. 2nd.ed. Englewood, CO.: Libraries Unlimited, 1995.

CAMPELLO, Bemadete Santos, MAGALHÃES, Maria Helena de Andrade. Intro-


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LANCASTER, F. Wilfrid, WARNER, Amy J. Information retríeval today. Arlington:

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OlEARY, Mick. The Online 100: Online Magazines' field guide to the 100 most
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PRITCHARD, Eileen, SCOTT, Paula R. Literature searchingin science, technology


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VIEIRA, Anna da Soledade. Redes de ICT e a participação brasileira. Brasília:


IBICT, SEBRAE, 1994.
17_
ÍNDICES DE CITAÇÃO

DAISY PIRES NORONHA


SUELI MARA SOARES PINTO FERREIRA

Uma parte essencial de todo documento científico é a lista de


referências bibliográficas que o acompanha, a qual tem a finalidade
de indicar outras publicações relacionadas ao tema do documento.
Isso significa que um artigo científico não se faz sozinho, mas sempre
absorve a literatura já existente sobre aquele assunto. As refe-
rências são necessárias para identificar os pesquisadores cujos
conceitos, métodos ou teorias serviram de inspiração ou foram
utilizados pelo autor no desenvolvimento de seu próprio artigo,
estabelecendo-se assim um processo de referência e de citação.

17.1 REFERÊNCIA E CITAÇÃO

Referência é o conhecimento que um documento fornece


sobre outro, e citação é o reconhecimento que um documento
recebe de outro. Esses processos implicam uma relação entre as
partes ou o todo do documento citado e a parte ou o todo do
documento que o está citando.

Dentre as várias razões que um autor tem para referenciar/


citar documentos podem-se mencionar (CARVALHO, I973,
WEINSTOCK, 1971), entre outras:
• indicar leituras para complementação do assunto;

• alertar para trabalhos relacionados;

• identificar publicações originais nas quais uma idéia ou um


conceito foi discutido;

• dar crédito a trabalhos relacionados;

• autenticar datas e situações de descoberta de fatos.

Para a elaboração e ordenação das referências e citações,


os autores devem seguir normas nacionais ou internacionais,
utilizando padrões já estabelecidos por organizações dedicadas
especificamente a essa tarefa. Como exemplo dessas organizações
há a ISO e a ABNT, entidades dedicadas exclusivamente à ela-
boração de normas de todos os tipos, dentre elas as normas biblio-
gráficas. Algumas sociedades científicas especializadas, como a
American Psychological Association e o Grupo de Vancouver,
que reúnem editores de revistas médicas, também estabelecem
padrões para uso de suas comunidades, sendo o resultado uma
variedade de normas de referenciação e citação. A partir da
década de 50, a prática da referenciação/citação começa a servir
também ao propósito de ordenar, preservar e controlar a litera-
tura de ciência e tecnologia, utilizando-se os índices de citação.

índice de citação é uma obra de referência especialmente


organizada para permitir observar o impacto que determinado
trabalho teve na literatura científica, através' da verificação do
número de vezes que foi citado por outros autores. Esse tipo de
índice lista documentos citados — tanto em notas de rodapé
quanto em listas bibliográficas de final de texto — seguidos dos
trabalhos que os citaram. O índice de citação serve de base para
uma diversidade de estudos bibliométricos, que permitem verificar
vários aspectos da literatura científica.

17.2 ORIGEM DOS ÍNDICES DE CITAÇÃO

Existem algumas controvérsias sobre a origem desses índices.


O seu precursor parece ter sido a obra A Table of Cases in Califórnia
asAffirmed, Ovenvied, Modified, Commented upon, orAtteredbyStatuto
Enactment, de HenryJ. Labatt (1860). Nela estão arranjados, alfa-
beticamente, nomes de processos jurídicos com breves anotações
sobre o tratamento dispensado a casos similares, incluindo comen-
tários e decisões. Outra publicação, também na área jurídica, consi-
derada como precursora dos índices de citação, é o trabalho de
William Wait (1872), intitulado A Table of Cases Affimned, Reversed
or Cited in Any ofthe Volumes ofthe Reports ofthe State ofNew York
(SHAPIRO, I992). O mais significativo sucessor dos índices de
Labatt e de Wait foi o trabalho de Frank Shepard que iniciou, em
1873, a compilação das citações dos casos da Corte do Tribunal
Superior Americano, para distribuição a assinantes e interessados.
Essa compilação gerou uma publicação conhecida como Shepard's
Citations, que tem sido considerada efetivamente a primeira aplicação
prática do conceito de citação, conforme conhecido hoje. Esse
trabalho permitia acompanhar os ditames da doutrina que regia
tanto a lei americana como a lei inglesa, conhecida por Stare Decisis,
que determinava que todos os processos jurídicos deviam ser
relacionados a processos similares ou correspondentes, inclusive
com anotações sobre suas respectivas soluções, ponderações e/
ou determinações (WEINSTOCK, 1971). O sistema de compilação
desenvolvido por Shepard expandiu-se com grande repercussão,
sendo ampliado com listagens suplementares das citações subse-
qüentes, incluindo diferentes tipos de fontes legais, como decisões,
estatutos e outras.
Foi somente após a Segunda Guerra Mundial que os índices
de citação surgiram no âmbito da ciência e da tecnologia, coinci-
dindo com um período em que o acesso à literatura dessas áreas
estava dificultado em decorrência de vários fatores. O primeiro
deles foi o aumento considerável da literatura. Nessa ocasião
surgiram os primeiros estudos e projeções sobre o fenômeno do
crescimento da literatura, emergindo o termo explosão da infor-
mação. As previsões da época estimavam, por exemplo, que em
1975 existiriam mais de dois milhões de cientistas no mundo, produ-
zindo um milhão de papers por ano. O segundo fator foi a escassez
de profissionais necessários para indexar todo o material publicado,
o que ocasionava demora no acesso a publicações, ocorrendo
inclusive perda de informações relevantes. O fenômeno da
multidisciplinaridade na ciência foi outro fator que colaborou para
dificultar o acesso à literatura. Finalmente, deve-se lembrar que
os tradicionais índices temáticos da época já sofriam do problema
de obsolescência, no que diz respeito aos termos de indexação
que utilizavam, como conseqüência das rápidas mudanças que a
ciência vinha sofrendo.
Esses problemas demonstraram a necessidade de um sistema
de indexação que fosse livre de dificuldades semânticas e indepen-
dente de indexadores especializados, agilizando o processo de
recuperação da informação e melhorando o acesso à literatura.
Surgiu assim, em 1953, a idéia de se criar um índice de citação na
área científica. A sugestão partiu de William C. Adair (vice-presidente
do tribunal onde anteriormente Shepard trabalhara), que propôs
a Eugene Garfield (que, na época, trabalhava no Johns Hopkins
Welch Medicai Library Indexing Project) a criação de um índice
de citação para a área médica. Ampliando a idéia, Garfield criou,
em 1961, o Science Citation Index, o maior exemplo de índice de
citação da atualidade.

1 7.3 Os ÍNDICES DE CITAÇÃO DO ISI

Hoje em dia, a produção de índices de citação concentra-se


no ISI, dirigido por Eugene Garfield, o pioneiro no desenvolvimento
desse tipo de índice. Criado em 1958, na Philadelphia (Pennsylvania,
EUA), o primeiro produto do ISI foi o Science Citation Index, lançado
em I96I. Além dos índices de citação — seus produtos mais
conhecidos — oferece inúmeros outros serviços de informação. Ini-
cialmente foram lançados índices de citação multidisciplinares, como
o já citado Science Citation Index, além do Social Science Citation Index,
em I972, eo Arts & Humanities Citation Indexem I978.
O Science Citation Index cobre 3.500 títulos de periódicos nas
áreas de ciência, tecnologia e medicina. O Social Science Citation Index
cobre a literatura produzida em 1.600 títulos de periódicos nas
diversas áreas das ciências sociais. O Arts & Humanities Citation Index
arrola 1. 100 títulos de periódicos em ciências humanas e artes.
O ISI produz também índices de citação em áreas
especializadas: o Biochemistry & Biophysics Citation Index, o
Biotechnology Citation Index, o Chemistry Citation Index, o CompuMath
Citation Index, o Materials Science Citation Indexe o Neuroscience
Citation Index, Em seu conjunto, esses índices de citação indexam
nais de oito mil periódicos. A cobertura das diversas bases de
dados varia: o Science Citation Index, por exemplo, indexa uma
média de 17 mil novos artigos por semana, o que significa, apro-
ximadamente, uma média de trezentos mil novas citações por
semana, perfazendo um total de 14 milhões de papers por ano. Já
o Social Sciences Citation Index inclui uma média de 2.800 novos
artigos por semana, com aproximadamente cinqüenta mil novas
citações por semana, o que perfaz um total aproximado de quase
três milhões de citações (ISI, 1998). Todos os índices de citação
do ISI estão disponíveis, mediante assinatura, em formatos variados:
impresso, fita magnética, CD-ROM e, mais recentemente, na opção
online, através do sítio intitulado Web oiScience "® na Internet.
Cada uma dessas publicações oferece recursos e vantagens diferen-
ciados, em função das características do suporte, com variações na
periodicidade de atualização, nos recursos de busca, no custo e
na disponibilidade de informações retrospectivas.
A opção via Internet oferece vantagens sobre as demais:
sua atualização é mais rápida, utiliza recursos extras para compo-
sição de opções de busca, oferecendo, por exemplo, a função
quick search (busca rápida) para usuários principiantes e a função
full search (busca completa) para usuários experientes. Possibilita
ainda a pesquisa combinada entre todos os índices (possibilidade
inviável nos demais suportes), recurso de delimitação da pesquisa

I. Disponível gratuitamente para instituições federais de ensino superior brasileiras, em decor-


rência de convênio firmado entre o ISI e a CAPES/FAPESP, o que possibilitará a realização de
pesquisas bibliográficas, como também de estudos cientométricos.
por período de tempo, idioma ou tipo de documento, utilizando
lógica booleana e operadores de proximidade. Os resultados das
buscas são apresentados classificados por data, relevância, autor ou
título do periódico. Através do recurso do hipertexto, é possível
navegar por entre todos artigos citados e citantes (linkados entre
si) atuais e retrospectivos, independentemente da base de dados
em que se encontrem indexados. Localiza todos os autores que
foram citados e não apenas os primeiros.
Outra possibilidade oferecida pelo sistema de busca online é
o acesso aos acervos locais através de conexões entre as bases de
dados do ISI e sistemas OPACs disponíveis na Internet. É possível
exportar os resultados da pesquisa diretamente para o software de
banco de dados do pesquisador, como Pro Cite ou Reference
Manager,2 ambos comercializados pelo ISI. O ISIDocument Solution,
implementado há muitos anos para permitir acesso ao documento
primário, encontra-se agora disponível também eletronicamente.
Os índices de citação produzidos pelo ISI compõem-se basi-
camente das seguintes partes:

• citation index
Lista alfabética dos autores (primeiro autor citado) cujos
trabalhos foram citados durante o período coberto, seguidos
do nome dos autores e artigos que os citaram, incluindo
apenas o volume, página e ano do artigo citante;

2. Programas que permitem aos usuários a organização de suas bases de dados individuais
com inúmeras facilidades, tais como saída de referências bibliográficas em variados formatos
(ISO, ICMJE-International Committee of Medicai Journal, APA etc), uso concomitante com
editores de textos (como, por exemplo, o Word da Microsoft), importação e exportação de
dados diversos e de sítios na Internet.
• source index
Lista alfabética dos autores citantes, com dados bibliográficos
completos de cada item indexado. Permite descobrir o que
um autor em particular publicou durante o período coberto;

• permuterm subject index


Lista de palavras-chave ou frases retiradas dos títulos dos
artigos citantes. Este índice permite uma abordagem por
assunto, remetendo ao Source Index, onde se encontram as
referências bibliográficas completas dos artigos citantes
cobertos no período;

• corporate index
Lista de entidades e instituições que permite recuperar
documentos a partir da filiação acadêmica ou institucional
dos autores citantes.

17.4 FUNÇÕES DOS ÍNDICES DE CITAÇÃO

Os índices de citação servem como ferramentas de trabalho


tanto para a recuperação de informação (funcionando como um
índice convencional), como para uma variedade de estudos
bibliométricos, sendo a análise de citação um dos mais conhecidos.

17.4.1 RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO

Como instrumentos de recuperação da informação, os índi-


ces de citação mostram o que foi publicado sobre determinado
assunto, possibilitando a identificação de trabalhos correntes
e retrospectivos sobre temas de interesse. A recuperação da
informação nesses índices difere da dos índices e abstracts con-
vencionais: tipicamente, a busca no índice de citação é feita a
partir do nome de um autor cujo trabalho se conhece e, secun-
dariamente, pelas palavras-chave retiradas do título desses docu-
mentos.
Os índices de citação apresentam algumas vantagens sobre
os índices convencionais. Em primeiro lugar, são eliminados os pro-
blemas de terminologia, já que nos índices de citação a indexação
é feita pelo trabalho citado e não por termos que descrevem o
assunto e que podem não ser adequados, além de serem vulne-
ráveis à obsolescência científica e tecnológica. Os vínculos entre
os trabalhos dependem das citações do autor e não de descritores
de assunto, o que beneficia a cobertura interdisciplinar, eliminando
as barreiras rígidas de assunto. Outro ponto positivo decorre de
sua elaboração exclusivamente por processos eletrônicos, resul-
tando em rapidez de produção, característica atualmente funda-
mental nos serviços terciários. Além disso, sua produção é mais
simples, não requerendo indexadores especializados, o que significa
custo menor que na indexação convencional.

Algumas desvantagens devem ser notadas no índice de citação.


O grande número de referências rapidamente recuperadas e a
inexistência de resumos dificultam a seleção dos trabalhos identifi-
cados. A relevância dos itens citados, ou seja, até que ponto esses
itens têm relação com o trabalho em que foram citados, é um ponto
que determina a sua utilidade. Também a falta de rigor por parte
dos autores na elaboração da referência bibliográfica, que pode
estar incorreta ou incompleta, é outro ponto que prejudica o
índice de citação.
17.4.2 ANÁLISE DE CITAÇÃO

Os índices de citação são ferramentas essenciais para a análise


de citações, possibilitando o exame da relação entre a unidade
produtora (citante) e a unidade produzida (citado), servindo como
instrumento para análise das atividades de pesquisa, especificamente
a avaliação da produtividade científica. A análise de citações tem
sido usada para medir o chamado fator de impacto da produção
de um cientista, constituindo-se em parâmetro para a
competitividade profissional. Permite também avaliar o impacto,
o crescimento e a obsolescência da literatura, caracterizando as
publicações em relação a sua idade, às áreas mais ativas, à autoria
dos trabalhos publicados, além de identificar autores e periódicos
mais citados. Assim, a análise de citações permite a "avaliação dos
cientistas, publicações e instituições de pesquisa; investigação de
hipóteses concernentes à história e sociologia da ciência e tecnologia;
e o estudo das características do desempenho das buscas de infor-
mação e os procedimentos de recuperação". (ZUNDE, 1971, citado
por PERITZ, 1992). Para GARFIELD (1983), ao se considerar apenas
o número de artigos produzidos em um país, tem-se o nível de produ-
tividade, mas se for considerado também o número de citações que
esses artigos receberam, tem-se a medida de utilidade ou impacto.
Com isso, o número de citações recebidas por um trabalho "supos-
tamente mede o progresso científico, agregando um atributo de
qualidade à produção científica" (VELHO, 1989).

Deve-se considerar, no entanto, que a utilização pura e sim-


ples da análise de citação para medir a produtividade na ciência
pode levar os autores, mesmo que inconscientemente, a utilizar o
processo de citação para aumentar o seu índice de produtividade,
através, por exemplo, da prática da autocitação. A investigação
das razões pelas quais um trabalho é citado, utilizando-se métodos
qualitativos e uma abordagem sociológica, é uma tendência que
se observa e que poderá enriquecer a análise da produtividade
através da citação, diminuindo os equívocos da simples contagem
de citações.
Mesmo sendo objeto de críticas e controvérsias quanto a
sua eficácia, a análise de citação continua a ser usada como meio
de estudo da produção científica, funcionando como um indicador
de impacto dos trabalhos dos pesquisadores e de periódicos,
como atesta a imensa literatura existente no campo da
bibliometria, da cienciometria e, mais recentemente, da
informetria.3

Embora sendo uma ferramenta única para a análise de citação,


os índices produzidos pelo ISI devem ser considerados com cautela
quando se trata de avaliar a produtividade de autores e de publi-
cações de países periféricos, tendo em vista que a maioria dos
periódicos indexados é predominantemente oriunda de países
desenvolvidos: de mais de três mil itens analisados, menos de
uma centena corresponde a países do terceiro mundo e somente
uma dezena da América Latina e do Caribe (SPINAK, 1996).

3. A bibliometria, como disciplina de alcance multidisciplinar, está associada a medidas quan-


titativas da comunicação impressa, com aplicação de métodos matemáticos e estatísticos para
estudar as características de uso e citação de documentos (SPINAK, 1996, SPINAK, 1998).
A cienciometria aplica as técnicas bibliométricas para medir as características das investigações
científicas, disciplinas, campos e áreas temáticas, a estrutura da comunicação científica, conhe-
cendo a natureza e influência a que estão sujeitos (SPINAK, 1996).
A informetria é um subcampo emergente da ciência da informação, baseado na combinação
de métodos bibliométricos aperfeiçoados, aplicados não somente aos estudos cienciométrico!
e às avaliações da pesquisa em ciência e tecnologia, mas também á análise de suas mútua$
relações sociais, econômicas etc. (WORMELL, 1998).
A experiência do ISI é pioneira e única. Esparsas iniciativas
urgem e são abandonadas em vários países. No Brasil, por exem-
>lo, já houve uma tentativa para elaboração de um índice de citação
:m ciências agrárias, iniciada por um grupo de pesquisadores da
Escola Superior de Agricultura da Universidade de São Paulo, porém
sem continuidade (PERES, 1996).
Com a evolução da área de ciência da informação e, princi-
palmente, com a exigência de melhores serviços e de produtos
mais competitivos, os profissionais da informação estão desper-
tando para diferentes caminhos de pesquisa a serem percorridos.
Para tanto, várias ferramentas, entre elas os índices de citação,
estão sendo buscadas.
O advento das publicações periódicas em suporte eletrônico
(ver Capítulo 5: O Periódico Científico) está levando várias editoras
e organismos ligados à publicação científica de diversos países a
desenvolverem recursos tecnológicos que permitam o controle
automático do processo de citação. Dentre as iniciativas nessa
linha há a da editora Elsevier, que vem desenvolvendo uma
metodologia para utilização nos milhares de títulos de periódicos
com os quais trabalha.

No Brasil, a BIREME, em parceria com a FAPESP, vem desen-


volvendo, desde 1997, o projeto SciELO, para a inclusão de perió-
dicos científicos brasileiros na Internet (PACKER, 1998). Um dos
módulos do projeto prevê a produção de indicadores
bibliométricos e relatórios de uso, partindo de estudos feitos na
própria publicação periódica, o que significa que estão surgindo
novas formas de elaboração e/ou organização para os índices de
citação. Os resultados e produtos desse projeto já estão sendo
testados e disseminados em várias publicações periódicas brasileiras
e de outros países da América Latina. Abre-se, assim, um grande
espaço para estudos da literatura efetivamente utilizada pelos
pesquisadores da América Latina, com possibilidade de identificação
do real impacto de sua produção científica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ZUNDE, P. Structural models of complex information sources. Information Storage


and Retrieval, v.7, p. 1018, 1971.
18'
GUIAS DE LITERATURA

PAULO DA TERRA CALDEIRA

A enorme massa de informação produzida diariamente por


professores e pesquisadores em inúmeras áreas do conhecimento
tem como destino, na maioria das vezes, algum veículo de divulgação
que, por sua vez, é analisado por determinado serviço de indexação
e resumo, planejado especialmente para facilitara localização de um
item específico demandado por um consulente. Com o objetivo
de simplificar o processo de busca, algumas instituições publicam
um tipo de obra denominado guia de literatura, organizado princi-
palmente para familiarizar o usuário com esse emaranhado mundo
das fontes de informação.
Esses guias pretendem abrir as portas da literatura para os
usuários, especialmente aqueles que necessitam de informação
para compreender as teorias e idéias que possam ser aplicadas
em seus trabalhos; são úteis também para pesquisadores, que
necessitam de orientação para desempenharem com mais desem-
baraço suas atividades no complexo mundo dessas fontes, e para
os bibliotecários, que devem ser especialistas no fornecimento
de informação para seus clientes.
Os guias de literatura são publicações que relacionam fontes
de informação relativas a um assunto, fornecendo uma visão geral
da área abrangida e comentários a respeito das obras incluídas.
screvem também as necessidades de informação dos usuários,
s dificuldades na sua obtenção e as principais instituições de
iino e bibliotecas da área.
Dada a natureza abrangente de seu conteúdo, os guias de lite-
ura geralmente incluem uma descrição das principais instituições
ensino da área, as bibliotecas, os sistemas de classificação utili-
jos, além de discutir os problemas enfrentados pelos usuários
busca de informação. Os guias de literatura incluem informações
e ultrapassam uma simples listagem de obras: tratam do conjunto
fontes que compõem a produção bibliográfica de determinada
sa, dos serviços de indexação e resumo impressos e online, além
: indicadores institucionais.

8.1 CARACTERÍSTICAS

Os guias de literatura, de modo geral, apresentam as seguintes


iracterísticas: dedicam-se a uma área do conhecimento, incluem
ipítulos que conceituam o assunto, as,informações fornecidas para
ida tipo de obra, os problemas enfrentados no seu controle e as
rincipais instituições produtoras de fontes de informação. Entre-
into, alguns guias de literatura podem ser mais enumerativos,
to é, apresentam as referências bibliográficas das obras arroladas,
companhadas de resumos, assemelhando-se a bibliografias, uma vez
|ue incluem um número bastante grande de títulos de obras e são
nenos descritivos. Assim, quando se examina essas obras é difícil, muitas
'ezes, definir com precisão a categoria a que pertencem, pois elas
iodem mesclar as características que as distinguiriam uma da outra.
Para aclarar a diferença de tratamento apresentada para uma
nesma fonte em um guia de literatura textual e em um guia
enumerativo, são destacados os comentários a respeito do
Sociological Abstracts, encontrados no guia textual Use of Social
Sciences Literature, de ROBERTS (1977), e no tradicional WalforcTs
Guide to Reference Materials (1982), enumerativo.
No guia de ROBERTS (1977), o Sociological Abstracts é assim
apresentado:

Além das bibliografias especializadas no assunto, de caráter nacional,


tais como a seção Sociologie do Bulletin Signalétique e dos dois
principais índices gerais de literatura periódica, o International Index
to Periodicals e o IBZ - International Bibliographie der
Zeitschriftenliteratur, existem dois instrumentos bibliográficos de
particular importância para o sociólogo. São o Sociological Abstracts
(1952) e a International Bibliography of Sociology (1952). O
Sociological Abstracts tem crescido em tamanho e importância
através dos anos, e a porcentagem de material em língua inglesa
cresceu de 15% a aproximadamente 30%. Com seis fascículos
publicados ao ano, ele é inevitavelmente mais atualizado do que
a International Bibliography of Sociology (anual) e, mesmo que a
qualidade dos resumos varie — alguns sendo retirados de outras
fontes, outros sendo redigidos por estudantes — há a grande inte-
gridade do veículo. O índice aparece no sexto fascículo, mas seu
formato e a ausência de classificação específica provavelmente
diminuem a sua utilidade como instrumento de recuperação de
informações a longo prazo. A International Bibliography of Sociology
tem uma cobertura mais abrangente..,

O Guide to Reference Materials, de WALFORD (1982), fornece


os seguintes comentários a respeito do Sociological Abstracts:

SOCIOLOGICAL ABSTRACTS: Brooklyn, N.Y. posteriormente San


Diego, Calif, Sociological Abstracts, Inc., 1952 - v, I, no. I -5 fascículos
anuais. $ 145 a assinatura anual. índice: $42. Cerca de seis mil
resumos indicativos e informativos a cada ano. Principais seções:
0100 - Metodologia e tecnologia da pesquisa; 0200 - Sociologia:
história e teoria; 0300 - Psicologia social...; 0800 - Fenômenos de
massa...; 1000 - Diferenciação social...; 1900 - Família e socialização...;
2100 - Problemas e bem-estar sociais...; 2400 - Política, planejamento,
estimativa e investigação...; 2900 - Estudos feministas; 3000 - Socio-
logia marxista...; 9000 - Trabalhos apresentados em encontros e
congressos. índices de assunto, autor e periódicos. Base de dados
online, 1961- (atualizada trimestralmente).

A análise dos comentários incluídos em cada um dos dois


pos de guia permite constatar que a obra de Roberts fornece
ma apreciação mais crítica do Soàological Abstracts, relacionando-a
outras semelhantes, mostrando a sua posição no contexto da
teratura da área, o percentual de material publicado em língua
íglesa, sua atualização em relação às demais publicações, a quali-
ade dos resumos e seus pontos fracos. O guia de Walford, de
aráter enumerativo, apresenta um conjunto de informações
•bjetivas sobre a fonte pesquisada, que visam a identificação da
istituição publicadora, sua sede, data inicial da publicação, sua
>eriodicidade, preço e assuntos abordados.
Exemplos conhecidos de guias de literatura são as obras
]ue compõem as séries How to Find Out, Information Sources in... e
3utterworths Guides to Information Sources, publicadas a partir da
jécada de 60 por tradicionais editoras científicas, demonstrando
;uas preocupações com o problema do crescimento da literatura
ias diversas áreas do conhecimento. O aumento do número de
Dublicações a cada ano torna impossível para um pesquisador
er todo o enorme volume de trabalhos publicados e arrolados
nos serviços de indexação e resumo de sua especialidade. Esse
fenômeno gera a necessidade de se preparar instrumentos que
facilitem o conhecimento de trabalhos publicados em áreas
abrangentes de assunto, em resposta à tendência da especialização,
que obriga o pesquisador a ficar cada vez mais restrito à literatura de
um campo específico do saber.
A série de guias de literatura denominada How to Find Out,
editada pela editora Pergamon Press, sediada em Oxford, inclui títulos
nas mais diversas áreas de assunto como How to Find Out in Architecture
and Building, de Smrth (1969), How to Find OutAbout the Arts, de Carrick
(1967), How to Find OutAbout Literature, de Chandler (1968). A série
procura cobrir também áreas mais específicas como How to Find Out
About Childrerís Literature, de Ellis (1978), e How to Find OutAbout the
Wool Textile Industry, de Lemon (1968). Esses guias geralmente
incluem capítulos que indicam ao leitor fontes que o ensinam a
estudar, a pesquisar, a encontrar obras sobre o assunto procurado,
a escolher a futura profissão e a decidir sobre a realização de treina-
mento específico. Discorrem sobre as possibilidades da carreira na
área, as principais instituições educacionais, o uso de bibliotecas, os
sistemas de classificação bibliográfica mais utilizados, além das prin-
cipais fontes de informação da área abrangida.

De maneira semelhante, a série Butterworths Guides to


Information Sources, da editora de mesmo nome, sediada em Lon-
dres, vem lançando volumes cobrindo os mais diversos campos
do conhecimento. Os guias dessa série apresentam como caracte-
rística serem editados por um ou mais autores, tendo a colaboração
de especialistas da área e bibliotecários. Estes últimos, responsa-
bilizam-se, de modo geral, pelos capítulos relativos à produção
bibliográfica. Na maioria das vezes, todos eles apresentam capítulos
je descrevem o sistema bibliográfico da área, o uso da biblioteca
)mo fonte de informação, como realizar uma pesquisa e recuperar
informação de forma ágil nas principais obras de referência da
specialidade. São exemplos: Information Sources in Economics, de
letcher (1984); Information Sources in Management and Business
iterature, de Vernon (1984); Information Sources in Politics and
'olitical Science, de Englefield e Drewry (1984). A colaboração
os especialistas na elaboração de capítulos específicos garante
ma abordagem em profundidade, que será completada com a
isão de bibliotecários que possuem experiência em bibliotecas
ispecializadas, conhecem as necessidades de informação dos
isuários, como acessar e localizar as obras e os problemas de
irodução, controle e uso da literatura em cada área coberta.

A Bowker-Saur, do Reino Unido, vem lançando a série The


juides to Information Sources que apresenta boa cobertura e riqueza
je detalhes em suas publicações. A série foi planejada para que o
jsuário conheça as fontes, de modo que recupere a informação
:om facilidade. Os organizadores da,série possuem grande expe-
riência na área de informação: um deles foi diretor da British Library
Science and Reference Library e o outro professor de biblioteconomia
da University College London. Os títulos lançados pela Bowker-Saur
mostram que, embora idealizados inicialmente com o objetivo de
cobrir áreas abrangentes, eles vêm apresentando uma tendência à
especialização, cobrindo áreas mais específicas do conhecimento.
Dessa editora, são exemplos de guias de literatura que abrangem
áreas mais amplas: Information Sources in Architecture and
Construction, de V. Nurcombe (1996), e Information Sources in
Engineering, de K. Mildren e P. Hicks (1996). Como exemplos de
guias de literatura que abrangem áreas cada vez mais específicas
citamos: Information Sources in Environmental Protection, de S. Eagle
e J. Deschamps (1997); Information Sources in Finance and Banking,
de R. Lester (1996); Information Sources forthe Press and Broadcast
Media, de S. Eagle (1991); e Information Sources in Sport and Leisure,
deM.Shoebridge(l992).
Também a Greenwood Press, de Westport, Connecticut (EUA),
vem publicando guias de literatura, destinados principalmente a estu-
dantes, com o objetivo de auxiliar o leitor na criação e manutenção
de coleções básicas e de como se atualizar na área. Exemplos de
guias dessa editora são o Social Science Reference Sources: a Practical
Guide, de Li (1990), e Information Sources in Childrens Literature, de
M. Meacham (1978), este último destinado a bibliotecários, profes-
sores do ensino fundamental, estudantes de literatura infantil e
de biblioteconomia. Esses guias discutem a natureza, as necessi-
dades dos usuários, o acesso e o uso das fontes de informação,
No Brasil, publicações similares aos guias de literatura são
representadas pela série de guias lançados pelo IBICT a partir da
década de 80. Desde sua criação em 1950 como IBBD, o Insti-
tuto esteve preocupado com o controle bibliográfico nas diversas
áreas do conhecimento, haja vista a variedade de títulos de biblio-
grafias por ele publicadas. Mais recentemente, o IBICT vem se
preocupando com o controle bibliográfico de uma forma mais
ampla, através da elaboração de bases de dados bibliográficos e
da publicação de fontes de informação que possam facilitar o traba-
lho do pesquisador e do estudioso de determinada área. Assim, dentre
os fatores determinantes da elaboração dos guias de literatura no
País, podem-se destacar o aumento do volume de informação gerada
nas diversas áreas do setor produtivo, as coleções existentes nas
diversas instituições de forma dispersa e o fato de serem elas, as
tituições, também geradoras de informação, compartilhadoras
acervos e controle bibliográfico e atuarem na localização e
rtenção de documentos, não disponíveis na biblioteca, para seus
uários e pesquisadores. Para tentar minimizar esses problemas,
IBICT desenvolveu uma metodologia para elaboração de guias
; fontes de informação mostrando que essas publicações cons-
:uem instrumentos de pesquisa importantes para apoiar o tra-
alho dos profissionais e pesquisadores e facilitar a identificação
e fontes básicas para a recuperação da informação (LOBO e
ARCELOS, 1992). Os guias produzidos pelo IBICT, em parceria
om diversas organizações, reúnem informações sobre instituições
e ensino superior e de pesquisa, laboratórios, escolas técnicas,
ntidades associativas, normativas e certificadoras, unidades de
"iformação, bases de dados, além de obras como anais de eventos,
nanuais, dicionários e as principais publicações periódicas relevantes
)ara as atividades de ensino e pesquisa. Dessa forma, esses guias, ao
igregarem dados até então dispersos ou inacessíveis, destinam-se
i melhoria da qualidade e da eficiência dos serviços de informação,
constituindo-se em mecanismos facilitadores de acesso às fontes
de informação, sejam elas de natureza institucional, pessoal ou
documentária, para uso de pesquisadores e técnicos das instituições
envolvidas, ampliando os limites da literatura da área ao oferecer
para a comunidade científica as informações sobre entidades,
eventos, legislação, bases de dados etc.
Dessas parcerias resultaram os seguintes guias: Fontes de
Informação em Energia no Brasil (1982), Guia de Fontes de Informação
sobre Energia para o Setor Industrial (Núcleo Setorial de Informação
em Conservação de Energia do CETEC/Fundação Centro
Tecnológico de Minas Gerais), de 1992, Guia de Fontes de Informação
sobre Tecnologia de Controle Ambiental (Instituto Euvaldo Lodi,
1992); Guia de Fontes de Informação sobre Eletro-eletrônica, (FUCAPI/
Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica,
Confederação Nacional da Indústria, FINEP e SEBRAE/Sistema
Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas, 1993), e o
Guia de Fontes de Informação sobre Gestão e Tecnologia da Qualidad
(Instituto de Tecnologia do Paraná, 1993), todos eles pretendendo
facilitar o trabalho de pesquisadores em áreas estratégicas para o
desenvolvimento do País.

18.2 FORMAS DE PUBLICAÇÃO

Os guias de literatura são publicados, geralmente, na forma


de livros, podendo aparecer também como artigos de periódicos,
Isso acontece quando o assunto é específico e a literatura da
área não alcançou, ainda, grande volume em termos de trabalhos
publicados. Exemplos de guias publicados em periódicos são o
Researching Rock'n'roll: a Guide to Reference Sources, de P. Feehan
(I987); The Literature of Dance, de S. N. Brownmiller e D. C.
Dickinson (1988); Motion Pictures: an Update Survey of Reference
Sources 1982-1988, de E. S. Block (1989), publicados no Reference
Services Review, O guia Medicai Reference Tools forthe Layperson,
de B. Walters (1988/1989), foi publicado no periódico Reference
Books Bulletin, e o Animais: a Selected List of Reference Tools, de M.
E. Quinn (1992), apareceu na revista Booklist
Os guias de literatura podem aparecer também na forma de
capítulos de livros ou como verbetes em enciclopédias. Exemplos
são o capítulo "Psychiatry", de M. Guha, incluído no guia Information
Sources in the Medicai Sciences, de L. T. Morton e S. Godbolt
91); os verbetes "Geological Literature", de G. Lea et ai, e
schnical Literature", de K. Subramanyan, publicados na
:yclopedia of Librar/ and Information Science, respectivamente
s volumes 9 (1973) e 30 (1980).
Os guias podem ser concebidos ainda como projeto de dis-
tação. Um exemplo é A Guide to the Literature ofOceanography
d an Enquiry into the Density, Distribution, and Use ofPeriodical
erature ofthe Discipline, de C. Freeman (1971), dissertação defen-
ia na University of Sheffield, Inglaterra.

Há casos também em que os guias de literatura, mesmo


antendo as características descritas anteriormente, mudam a
ifase na abordagem de seu objeto, isto é, deixam de focalizar
n assunto determinado para abordar um tipo de material. São
cemplos: Information Sources in Grey Literature (1998), Information
ources in Patents (1992) e Use ofReports Literature (1975), todos
2 um mesmo autor, C. P. Auger. O primeiro, Information Sources
Grey Literature, aborda publicações que não possuem um sistema
s distribuição formal, embora sejam fontes de informação vitais
ara pesquisadores. Discute a natureza e o desenvolvimento desse
po de literatura, os métodos de aquisição, controle bibliográfico,
atalogação, indexação e os diversos tipos de materiais das várias
reas do conhecimento. O segundo, Information Sources in Patents,
Drnece um panorama do sistema de patentes na Europa e nos
stados Unidos, mostrando como o mesmo pode ser melhor
ompreendido e utilizado. O terceiro, Use ofReports Literature, é
im guia de relatórios técnicos publicados nas mais diversas áreas
ie assunto. Descreve a evolução dos relatórios como veículos
ie informação, discute os problemas de controle bibliográfico,
catalogação e indexação desse material e apresenta as principais
fontes para sua identificação nas áreas abrangidas. Outros exemplos
de guias também dedicados a um tipo de material são: Information
Sources in Cartography, de C. R. Perkins e R. B. Parry (1990), e
Information Sources in Offícial Publications, de V. Nurcombe (1997).
O tipo de leitor a que se destinam os guias de literatura
pode variar de acordo com os objetivos propostos pelos autores.
Existem aqueles escritos para facilitar o trabalho dos bibliotecários
em suas atividades de pesquisa e de atendimento aos usuários,
como o Science and Engineering Literature, de Malinowsky (1995),
e outros que se destinam especialmente a estudantes de
biblioteconomia, como o Science and Technology: an Introduction to
the Literature, de Grogan (1982). O Information Sources in Science
and Technology, de Parker e Turley (1998), é um guia prático escrito
para profissionais e estudantes da área de ciência e tecnologia. O
Information Sources in Children's Literature (1978), citado anterior-
mente, destina-se tanto a professores como a bibliotecários e
estudantes de biblioteconomia e de literatura infantil.

Na utilização dos guias de literatura deve-se observar certos


aspectos que são importantes na avaliação de qualquer obra de
referência: sua atualidade, a cobertura das fontes de informação
para cada tópico, os países e línguas abrangidos, o grau de
seletividade dos itens incluídos, a tipologia do material abordado, a
inclusão de índices de autores e assuntos, a competência do
organizador, dos colaboradores, a seriedade da editora, entre outros.

Para atender a uma das necessidades da sociedade contem-


porânea — agilidade na obtenção da informação — o conheci-
mento e a destreza no manuseio dos guias de literatura permitirão
e o pesquisador adquira rapidamente conhecimento sobre as
ncipais fontes de informação em qualquer área, permitindo-lhe
senvolver suas pesquisas com maior facilidade, embasamento
mtífico e, como resultado, atingindo os objetivos propostos
i sua pesquisa.

ÍFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

INDAÇÃO CENTRO DE ANÁLISE, PESQUISA E INOVAÇÃO


TECNOLÓGICA, Manaus. Guia de fontes de informação sobre eletro-eletrônica.
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L9_
A INTERNET

BEATRIZ VALADARES CENDÓN

A década de 90 marcou o início de uma expansão vertiginosa


do volume e variedade de informação disponível na Internet. Atual-
mente, o número crescente de empresas, órgãos governamentais,
associações profissionais, universidades e indivíduos que oferecem
informações na Internet tornam-na uma ferramenta fundamental
para os profissionais da informação. É possível que a Internet
adquira ainda maior expressão pois acredita-se que, no futuro,
muitas informações só estarão disponíveis através da grande rede e
que, com base nas suas atuais taxas de crescimento, ela se tornará o
repositório da maior parte do conhecimento científico e comercial
do mundo (CRONIN e MCKIM, 1996).

Todos os que têm alguma experiência no uso da Internet


sabem que não é possível listar seus recursos de forma exaustiva
e atualizada. Alguns exemplos ilustrativos dos diferentes tipos de
fontes de informação especializada disponíveis através da rede
foram fornecidos nos capítulos anteriores. Portanto, o objetivo
deste capítulo será o de descrever a evolução e consolidação da
Internet como fonte de informação, os principais meios de publicação
e os mecanismos de identificação de recursos. Serão também discu-
tidas as características especiais que a diferenciam de outras fontes
e os meios de acesso à informação especializada que ela proporciona.
.1 EVOLUÇÃO

A Internet é uma rede global de computadores ou, mais exa-


lente, uma rede que interconecta outras redes locais, regionais e
írnacionais. Para o usuário final, a impressão que se tem é que se
ta de uma só rede, já que de qualquer ponto em que se está
de-se comunicar com qualquer outro computador, independente-
;nte de onde ele estiver ou de que tipo ele seja (supercomputador,
iinframe, estações de trabalho UNIX, ou microcomputadores
ssoais). A interconectividade ampla entre os diferentes compu-
dores é garantida pelo uso em toda a rede de um conjunto de
otocolos padrão, o TCP/IP (Transmission Control Protocol/lntemet
-otocoí). Dessa forma, recursos informacionais que anteriormente,
>esar de acessíveis por redes, eram sistemas ilhados, podem, na
ternet, ser oferecidos de maneira integrada.
Outras características da Internet são a confiabilidade e
teratividade. Caso algum sistema ou rede tenha problemas, os
ados transmitidos ainda podem atingir seus destinos através de
aminhos alternativos. Isso a torna um sistema confiável, do qual
ependem diariamente milhares de indivíduos e empresas. Além
isso, a sua interatividade permite que, além do correio eletrônico
i transferência de arquivos, sejam oferecidos uma variedade de
>utros recursos informacionais que exigem a conexão direta entre
iuas máquinas, a interação do usuário com outro computador ou
nesmo a comunicação entre programas.
O início do desenvolvimento dos conceitos e tecnologias,
que fazem da Internet o que ela é hoje, data do final da década
de 60 quando, durante a Guerra Fria, o Department of Defense
do governo americano tomou as primeiras iniciativas para a criação
de uma rede experimental de supercomputadores, a ARPANET
(Advanced Research Projects Agency Network). Para garantir a
comunicação entre computadores em caso de ataques nucleares,
procurou-se desenvolver uma rede descentralizada que
conectasse computadores híbridos e que permitisse, em caso de
perda de um deles, rotas alternativas de comunicação. A
ARPANET, que se tornou operacional em 1975, posteriormente
foi subdividida em outras redes, substituída e finalmente desativada
em 1989. Do projeto ARPANET originaram-se, além das
tecnologias usadas na rede atualmente, o próprio termo Internet
que passou a ser utilizado como uma designação geral para todas
as redes conectadas pelo protocolo TCP/IP.
Até o final da década de 80, a Internet era utilizada princi-
palmente pela comunidade científica e acadêmica. Seu uso para
fins comerciais não era permitido, e o custo da conexão era pago
pelas instituições participantes. Para o usuário final a Internet era
totalmente grátis, o que estimulava seu uso. A cultura de livre
acesso e compartilhamento de recursos informacionais por mem-
bros da comunidade acadêmica tornou-se uma tradição vinculada
às origens históricas da Internet, diferenciando-a de outras redes,
tais como a RENPAC.
Entretanto, as restrições quanto ao seu uso comercial impu-
nham limites à quantidade de informação disponível. Em 1990,
LYNCH e PRESTON (1990) consideravam modesto o número
de recursos informacionais na Internet e classificaram como um
exagero retórico a literatura publicada sobre a importância das
redes como fontes de informação. A ausência de uma massa crítica
de recursos e usuários não permitia, naquele estágio, que a
Internet constituísse um acervo relevante para o pesquisador.
Em 1987, com a liberação do uso comercial da Internet nos
;ados Unidos, houve um aumento significativo do número de
jários e computadores conectados (chamados hosts na linguagem
:nica). O sistema tomou novo ímpeto dois anos depois com a
ação da World Wide Web (ou simplesmente Web), um sistema
)bal para documentos multimídia. Finalmente, em 1993, o desen-
Ivimento da versão para microcomputadores do Mosaic, um
ograma para acesso aos recursos na Web, na University of Illinois
UA), adicionou mais um ingrediente fundamental para a ampla
sseminação do uso da Internet. Constituindo-se em um programa
ira microcomputadores, ele tornou-se acessível a uma população
;m maior. Ao fornecer um ambiente gráfico que permitia a
teração com o sistema através de facilidades, tais como cliques
2 mouse, menus, janelas e barras de rolamento, diminuiu a necessi-
ade de conhecimento técnico por parte do usuário, contribuindo
ara aumentar o número de atores que poderiam participar da rede.
Assim, a Internet vem, quase, dobrando de tamanho a cada
no. As pesquisas da empresa americana Network Wizards
ontabilizaram 1,3 milhões computadores conectados à rede em
993, 2,2 milhões em 1994, quase cinco milhões em 1995, cerca
le dez milhões em 1996 e mais de 19 milhões em julho de 1997.
í em janeiro de 2000 havia mais de 70 milhões. Segundo informe
ia ONU, no ano 2000 a Internet provavelmente superará os 200
nilhões de usuários em mais de 200 países.

A ampliação do número de usuários, somada à ampla


nterconectividade, robustez, interatividade e facilidade com que
"ecursos informacionais podem ser criados e acessados fazem da
nternet um meio atraente para divulgação de uma variedade de
informação. Ao mesmo tempo, essa combinação de fatores faz
supor que o ritmo atual de expansão será mantido e que ela conti-
nuará a se consolidar como fonte de informação fundamental.

19.2 A INTERNET NO BRASIL

No Brasil, como no restante do mundo, o uso da Internet


iniciou e ganhou força no meio acadêmico. Desde I988 algumas
instituições de ensino e pesquisa (FAPESP, Laboratório Nacional
de Computação Científica - LNCC e UFRJ) começaram a estabe-
lecer conexões com redes internacionais. Entretanto, foi com a
criação da Rede Nacional de Pesquisa (RNP)=®, em I989, que se
introduziu no Brasil a tecnologia TCP/IP da Internet. A RNP, um
programa do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), apoiado
pela Secretaria de Política de Informática e Automação (SEPIN) e
executado pelo CNPq, visa a apoiar e incentivar o uso educacional,
acadêmico e social da Internet A implantação da sua primeira
espinha dorsal (ou backbone), em 1991, possibilitou a interligação
das principais universidades e centros de pesquisa do País e de
algumas organizações não-governamentais. O backbone da RNP
continua a se expandir e, atualmente, conecta todas as capitais
e, direta ou indiretamente, todas as universidades e centros de
pesquisa.1

Até 1995, a quase totalidade das cerca de quinhentas insti-


tuições brasileiras com presença na Internet consistia de universi-
dades e institutos de pesquisa. Naquele ano, com a liberação para

I. Consultar o sítio da RNP para verificar a situação atual da Internet.


eu uso comercial no Brasil, a Internet deixou de ser um projeto
íxclusivamente acadêmico. Começaram a surgir, também, outros
jackbones, além do da RNP, implantados pela iniciativa privada.
Entre eles, cita-se o da EMBRATEL.
A exemplo do que vem acontecendo em outros países, o
rrescimento da Internet no Brasil tem sido rápido: estatísticas mos-
tram que o número de hosts brasileiros passou de oito mil em janeiro
de 1995 para quase 500 mil no ano 2000. Com 4 milhões de usuários,
o Brasil está na 13a posição entre os mais de 200 países participantes
da Internet.

19.3 ACESSO ÀS FONTES DE INFORMAÇÃO NA INTERNET

Os recursos de informação existentes na rede estão arma-


zenados em computadores, chamados de servidores, que podem
servir essas informações para outros computadores, chamados
clientes. Os termos cliente e servidor são usados tanto para o
hardware (isto é, os computadores) como para o software (os
programas) que estão instalados nesses computadores e que
armazenam e tornam disponíveis informações, no caso dos ser-
vidores, ou as buscam e exibem, no caso dos clientes. Para ser
localizado, cada computador recebe um endereço, chamado
endereço IP, que o identifica de forma única entre os milhões
que existem.

Existem muitos serviços para fornecimento e acesso aos


recursos da Internet, Os mais relevantes como meios de publicação
e/ou acesso a fontes de informação especializada são o correio
eletrônico, a Usenet, o Telnet, o FTP (File Transfer Protocol), o
Gopher, o WAIS (Wide Área Information Server) e a Web. Cada um
desses serviços implica na existência de um programa servidor e
de um programa cliente. Por exemplo, Mosaic, Netscape e Internet
Explorer são programas clientes Web, necessários para acessar as
informações armazenadas por outros programas, os servidores Web.
Da mesma forma, usando-se um cliente FTP, é possível acessar e re-
cuperar informações armazenadas nos servidores FTP.

Neste capítulo pretende-se proporcionar apenas uma expli-


cação sobre a importância de cada um desses serviços. Para maiores
detalhes sobre os requisitos técnicos para conexão e sobre o uso
de cada um dos aplicativos, recomenda-se a consulta aos diversos
guias existentes sobre a Internet.

19.3.1 ACESSO A FONTES PESSOAIS DE INFORMAÇÃO: CORREIO


ELETRÔNICO, LISTAS E GRUPOS DE DISCUSSÃO

Usados para enviar e receber mensagens entre indivíduos ou


grupos de pessoas, o correio eletrônico, listas e grupos de discussão
são serviços que facilitam e agilizam o processo de comunicação
informal entre especialistas.

• Correio eletrônico e listas de discussão


Os programas de correio eletrônico modernos permitem o
envio de documentos escritos em processadores de texto,
gráficos, dips de vídeo ou outros programas como um anexo
às mensagens. Os documentos recebidos via correio ele-
trônico (que, na linguagem da Internet, são chamados de
documentos atachados) podem ser abertos, gravados e
alterados no computador do recipiente. Este recurso, que
permite uma variedade de outras aplicações do correio
eletrônico, tem sido usado, por exemplo, para elaboração
de publicações em colaboração, reunindo autores que muitas
vezes se encontram em países diferentes.
Além da troca de mensagens entre indivíduos, o correio
eletrônico é também utilizado para formar listas de discussão.
Nestas, uma mensagem é copiada e reenviada para os assi-
nantes que podem enviar novas mensagens ou responder às
recebidas, contribuindo com novos argumentos. O assinante
pode também simplesmente acompanhar as discussões para
se manter a par dos novos eventos, problemas e questões
abordados na lista.

Como fonte de informação especializada, as listas são ainda


mais importantes que o correio eletrônico ao constituírem
pontos de encontro de especialistas, permitindo discussão
sobre uma ampla gama de tópicos. Existem milhares de listas
sobre praticamente qualquer tópico: ver, por exemplo, as
=S3
90 mil relacionadas pelo serviço Liszt . As mensagens
trocadas entre os membros das listas costumam ser armaze-
nadas em arquivos que estão disponíveis para o público e, na
maioria das vezes, é possível acessar também a relação de
assinantes. Esses arquivos são uma valiosa fonte de infor-
mação para especialistas.

• Grupos de discussão — Usenet


A Usenet é um sistema de grupos de discussão chamados de
newsgroups. Possui alguma similaridade com as listas de dis-
cussão apresentadas acima, já que se destina à interação entre
grupos de pessoas que se interessam por um determinado
assunto. Entretanto, há algumas diferenças: a mais evidente
é a maneira como os usuários participam dos newsgroups.
Ao contrário das listas de discussão, não é preciso ser um
assinante de um dos newsgroups para receber e ler as men-
sagens. Qualquer pessoa pode usar um programa para
conectar-se a um sítio Usenet que oferece, geralmente, al-
guns milhares de newsgroups. Para melhor organização, os
grupos são classificados por assunto. Alguns exemplos das
categorias principais são: ciência da computação (comp),
notícias (news), recreação (rec), ciência (sei), questões sociais
(soe), debates sobre tópicos controversos (talk) e negócios
(b/z). Cada categoria pode conter centenas ou milhares de
newsgroups. Cada grupo recebe um nome, cuja primeira
parte representa a categoria à qual ele está subordinado.
Por exemplo, um grupo para pessoas que estão aprendendo
a usara Usenet chama-se news.newusers.questions.

Dezenas de milhares de páginas de texto são enviadas à Usenet


todos os dias. Obviamente, é impossível para um usuário acom-
panhar tudo o que é discutido em todos os newsgroups. Nor-
malmente seleciona-se alguns grupos de interesse que se pre-
tende acompanhar. Devido ao volume de informações, as
mensagens (chamadas artigos na linguagem da Usenet) são, na
maioria das vezes, armazenadas apenas alguns dias e, em
seguida, excluídas. Não servem, portanto, para pesquisas
restrospectivas, ao contrário das listas de discussão.
Além das mensagens em si, uma importante fonte de infor-
mação na Usenet são os artigos chamados FAQ (Frequently
Asked Questions), que contêm perguntas freqüentemente
apresentadas ao grupo. Em cada newsgroup, encontra-se um
artigo FAQ com informações básicas sobre o assunto do
grupo de discussão. Por exemplo, em um grupo sobre di-
reitos autorais, o FAQ fornece uma lista de respostas para
as perguntas mais apresentadas ao grupo. Como existem
newsgroups abrangendo inúmeros tópicos de interesse, os
FAQs podem ser usados como uma fonte para dirimir rapi-
damente as dúvidas mais comuns sobre uma variedade de
assuntos.

19.3.2 ACESSO A COMPUTADORES REMOTOS: TELNET

O serviço Telnet permite a conexão direta a outro compu-


:ador. Ao conectar-se a um computador remoto (que pode estar
sm qualquer lugar do mundo), o usuário pode executar qualquer
Drograma instalado naquela máquina, desde que haja permissão
Dará isso.
Por oferecer uma interface exclusivamente textual e pouco
amigável ou intuitiva, o Telnet é um aplicativo menos usado por
leigos. Normalmente, para se aproveitar dos recursos instalados
em outros computadores, é necessário conhecimento de alguns
comandos básicos de seu sistema operacional. Na maioria das
vezes, o sistema operacional é o UNIX, o mais usado pelos compu-
tadores conectados à Internet, que é bastante complexo.
Entre profissionais da informação, o Telnet é usado princi-
palmente para acesso a servidores de correio eletrônico, ou para
conexão a bases de dados e catálogos de bibliotecas. Quando se
acessa uma base de dados via Telnet, geralmente o computador
servidor oferece ao usuário um sistema de menus ou indicações
dos comandos a serem utilizados para pesquisar a base, o que
facilita o uso dos recursos, exigindo menos conhecimento do
pesquisador. Mas, ainda assim, comparado com outros sistemas
atualmente disponíveis, o Telnet tem menos aceitação. E de se
esperar que a maioria das bibliotecas e outras instituições que
oferecem bases de dados pesquisáveis via Telnet, progressiva-
mente as migrem para a interface Web.

19.3.3 TRANSFERÊNCIA DE INFORMAÇÃO REMOTA: FTP

Se com o Telnet o usuário da Internet entra em um outro


computador remoto para usá-lo como se ele estivesse na sua
própria sala, com o uso do FTP os arquivos localizados remota-
mente podem ser transferidos para o computador do usuário.
Na Internet existem sítios de FTP que são repositórios públicos
de arquivos. Qualquer usuário da rede tem permissão para entrar
nesses sítios, observar o que oferecem, selecionar algum arquivo
desejado e transferi-lo para seu próprio computador. Uma vez
conectado, o usuário pode solicitar, por exemplo, a transferência
de artigos, livros, software, ou qualquer outro recurso armazenado,
Efetuada a transferência, desde que o usuário possua o programa
adequado, esses arquivos podem ser abertos, manipulados ou
impressos.

Nos primórdios da Internet, o uso do FTP costumava repre-


sentar alguma dificuldade para principiantes. Atualmente existem
interfaces gráficas que fazem da transferência de arquivos um
processo muito simples e amplamente utilizado. São exemplos de
alguns sítios especializados em armazenagem de software: Lemon "*\
SHAREWARE.COM -*> e TUCOWS -*>.
9.3.4 NAVEGAÇÃO POR MENUS: GOPHER

Originado na University of Minnesota (EUA) em 1991, o


bpherfoi a primeira ferramenta para navegação na Internet. Ao
: conectar com um Gopher, que, como o Telnet, oferece uma
terface textual, o usuário recebe um menu, ou seja, uma lista
e tópicos para seleção. Cada tópico representa um recurso
iformacional que pode estar sediado localmente ou em outros
omputadores. Escolhendo-se uma das opções apresentadas, o
suário acessa a fonte de informação desejada ou pode ser levado a
m novo menu com outras subopções. Ao navegar pela hierarquia de
lenus em um Gopher, o usuário pode obter documentos textuais,
cessar repositórios de arquivos de FTP, entrar em uma sessão de
"elnet ou se conectar a um outro Gopher localizado remotamente.
D programa permite ainda que o usuário descarregue e salve os
trquivos acessados, ou os envie para outra pessoa, por correio
iletrônico. Dessa forma, além de facilitar a exploração de recursos,
D serviço Gopher oferece uma interface simples que integra vários
Dutros serviços.
Por representar uma grande melhoria de interface em relação
a serviços existentes, como o FTP e Telnet, o Gopher alcançou
extraordinário sucesso, quando de seu lançamento. Um grande
número de instituições criou coleções de recursos oferecidos
via Gopher. Entretanto, sua interface textual e a hierarquia rígida
de menus limitam a flexibilidade do usuário, tendo o Go/ftersido rapi-
damente substituído pela Web, o sistema de navegação introduzido
mais recentemente. Enquanto no exterior ainda existem sítios
de Gopher que congregam um grande número de recursos, no
Brasil, onde a Internet foi introduzida mais tarde, o Gopher não
chegou sequer a adquirir proeminência. A tendência é de que os
recursos oferecidos atualmente através de Gophers sejam paula-
tinamente migrados para sítios Web.

19.3.5 ACESSO A COLEÇÕES DE DOCUMENTOS TEXTUAIS: WAIS

Os servidores WAIS fornecem acesso a coleções de texto


completo de documentos, permitindo também a pesquisa por
palavras-chave. Na época em que foi lançado, o WAIS representou
um enorme desenvolvimento em relação aos sistemas existentes
anteriormente. Antes dele, os documentos estavam disponíveis
na Internet mas, na maioria das vezes, só podiam ser localizados
pelos títulos dos arquivos que os continham (que, normalmente,
podiam ter o máximo de oito caracteres) ou, caso estivessem
disponíveis em um Gopher, pelo título do menu que oferecia acesso
a ele. O programa WAIS indexa uma coleção de documentos
textuais produzindo uma lista de todas as palavras nela contidas.
O usuário de um cliente WAIS indica as coleções de documentos
que quer pesquisar e, a seguir, entra com palavras-chave para realizara
busca. O cliente WAIS fornece, então, uma lista de documentos que
contêm as palavras-chave. Selecionando-se um documento, o
programa cliente o requisita ao servidor WAIS e, a seguir, exibe
na tela do usuário o seu texto completo.
Como o Gopher, o sistema WAIS de armazenagem e
indexação de coleções de documentos textuais foi uma idéia que
floresceu por pouco tempo no ambiente dinâmico da Internet. O
surgimento da Web implicou na rápida diminuição do entusiasmo
por esse sistema, antes que as informações acumuladas em suas
bases de dados atingissem um volume expressivo. A partir de
996, novos serviços e produtos deixaram de ser oferecidos pela
ompanhia WAIS Inc. Embora não seja muito usado, existem ainda
Igumas coleções ou bibliotecas WAIS disponíveis na Internet. O
ítio Res-Links: Search Tools - Veronica/Jughead/Wais °^ lista
Iguns destes recursos.

19.3.6 NAVEGAÇÃO POR HIPERTEXTO: WORLD WIDE WEB

Desenvolvida por um laboratório suíço, o CERN (Centre


•uropéen de Recherches Nucléaires), a Web é um conjunto de
Jocumentos, disperso em milhões de computadores ao redor
Jo mundo, que pode conter textos, imagens, sons e outros tipos
:le dados. Tão importante quanto o conteúdo desses documentos
;ão os links (vínculos para outros documentos), que eles contêm
2 que caracterizam a Web como um sistema de hipertexto ou
-lipermídia. Esses links, combinados com a interligação dos com-
DUtadores na Internet, permitem que o usuário se locomova ra-
Didamente de um documento para outro, mesmo que esses es-
tejam em computadores situados em locais distantes um do ou-
tro. A Web rapidamente dominou a Internet ao combinar simplici-
dade de uso, facilidade de criar e fornecer documentos e a exibi-
ção de documentos em formatos multimídia, mais aceitáveis do
que longas páginas ininterruptas de texto.

Os programas clientes Web são conhecidos como navega-


dores ou browsers. Como o Gopher, eles integram em uma única
interface o acesso a uma variedade de outros recursos
informacionais. Ou seja, além dos documentos hipermídia, através
deles pode-se acessar recursos armazenados em servidores
Usenet, Telnet, FTP, Gophere WAIS. Para isso, a Web usa um sistema
de endereçamento, chamado de URL (Uniform Resource
Locator), capaz de fazer referência a recursos de todos os tipos,
Cada servidor, seja ele um Gopher, um sítio de FTP, Usenet ou
WAIS, recebe um URL que o identifica e permite acessá-lo. Por
exemplo, um servidor de FTP pode receber o URL ftp://
ftp.cecom.ufmg.br, e um servidor Gopher, o URL gopher://
gopher.micro.umn.edu/. Independentemente do tipo de programa
servidor que os armazena, os recursos podem ser acessados e
exibidos pelo cliente Web.

19.4 LOCALIZAÇÃO DE RECURSOS INFORMACIONAIS NA INTERNET

A Internet, com seus milhões de computadores contendo


uma vastíssima quantidade de documentos, pode ser comparada
a uma biblioteca de proporções gigantescas, onde bilhões de livros
estão empilhados sem qualquer organização ou indicação da loca-
lização dos volumes. Um usuário que entra em um sítio de FTP,
de Gopher ou em um documento na Web pode ser comparado a
alguém que cruza o patamar de entrada dessa biblioteca e folheia
alguns livros da pilha mais próxima à porta, sem poder ter a menor
idéia de como chegar à informação que procura. Ainda não foram
desenvolvidos meios para se organizar completamente uma biblio-
teca tão vasta e dinâmica quanto a Internet, mas as ferramentas de
busca aos seus recursos, descritas abaixo, visam proporcionar
meios de se localizar os arquivos que se deseja obter.

• Archie •
Foi primeira ferramenta de pesquisa da Internet e permite a
busca de arquivos armazenados em repositórios de FTP,
Os servidores Archie pesquisam a intervalos regulares todos
os sítios conhecidos de FTP público e compilam em uma
base de dados a lista dos nomes de arquivos e diretórios
nesses sítios. Acessando-se um servidor Archie, pode-se
fazer uma busca na sua base de dados, entrando-se com
uma palavra que se supõe que o nome do arquivo ou
diretório conterá. O Archie fornecerá, então, os dados neces-
sários para se acessar o arquivo, ou seja, o endereço do
computador e a localização do arquivo ou diretório dentro
dele. Um recurso usado em conexão com o Archie é a base
de dados Whatis. A Whatis serve de ajuda ao usuário que
sabe o que deseja, mas não conhece o nome dado ao arquivo
procurado. Mantida pelos servidores Archie, essa base de dados
contém curtos textos descritivos dos conteúdos dos arquivos
de programas, dados ou documentos encontrados nos sítios
de FTP. Quando pesquisada, fornece uma lista de nomes de
arquivos cujas descrições contêm as palavras-chave usadas.
Uma lista de servidores Archie pode ser encontrada no sítio
da NEXOR.COM -*>.

• Verônica e jughead
Para arquivos disponíveis no espaço Gopher, as ferramentas
de busca são Verônica e jughead. Os servidores Verônica perio-
dicamente entram em contato com todos os servidores
Gopher e compilam uma lista dos títulos de seus itens de
menus. Uma busca no servidor Verônica proporcionará uma
relação de títulos de itens de menus em diferentes Gophers
que contêm a(s) palavra(s) pesquisada(s). O jughead funciona
de maneira similar ao Verônica. A diferença é que, enquanto
o último pesquisa Cophers em todo o mundo, o Jugheadé
usado para pesquisar uma seleção menor de sítios Gophers
ou, às vezes, apenas o Gopherao qual se está conectado,
Uma lista de servidores Verônica e Jughead pode ser encon-
trada no sítio Res-Links: Search Tools - Veronica/Jughead/
Wais, bem como no sítio da University of Nevada (EUA) •*,

• WAIS
Conforme explicado anteriormente, um cliente WAIS fornece
uma interface para pesquisa em bases de dados textuais dispo-
níveis por servidores WAIS. Apresenta um mecanismo mais
sofisticado de busca do que o Archie, o Verônica ou o Jughead,
permitindo que o usuário use linguagem natural para formular
a pergunta de busca (ou seja, ao invés de se usar palavras-
chave e operadores booleanos, pode-se entrar uma frase
em linguagem cotidiana), usando técnicas de recuperação
probabilística para ordenar os documentos recuperados de
acordo com sua provável relevância.

• Ferramentas de busca na Web


Como quase todos os recursos de informação existentes
na Internet são acessíveis via Web, as ferramentas de busca
utilizadas costumam ser consideradas como sinônimos de
ferramentas de busca na Internet em geral. Através delas
pode-se encontrar listas de discussão, pesquisar arquivos
de grupos de discussão da Usenet, ou recursos em servidores
de FTP, por exemplo. Existe hoje um grande número de
ferramentas de busca que podem ser classificadas em dois
tipos básicos: motores de busca que permitem a busca por
palavras-chave (por exemplo, Altavista =s?) e catálogos que
compilam listas hierárquicas de assunto (das quais, prova-
velmente, a mais conhecida é o Yahoo!"*). Um terceiro tipo
consiste nas chamadas mega ferramentas ou mega motores
que executam, ao mesmo tempo, busca em vários motores.

Cada uma dessas ferramentas compila uma base de dados, que


tém os endereços de recursos na Internet e suas descrições. As
amentas diferem entre si pelo tamanho, especificidade e con-
do de suas bases de dados, bem como pelo modo como os
3S na Internet, que constituem as bases de dados, são identifi-
los e indexados. Por exemplo, a base de dados dos motores
busca é criada por programas automáticos — que recebem
nes exóticos, tais como aranhas, robôs ou vermes — e que
"correm a Web incessantemente, rastreando os links dentro
cada documento encontrado. Por isso os motores de busca
mam pela sua abrangência, incluindo em suas bases de dados
naior número possível de sítios. Já a base de dados dos catálogos
:riada por pessoas que selecionam e classificam recursos na Internet
assim, são menores mas, provavelmente, contêm itens mais
levantes. Devido a essas diferenças, o número e a qualidade dos
cursos recuperados podem variar enormemente, dependendo
i ferramenta utilizada.

9.5 CARACTERÍSTICAS E IMPLICAÇÕES

A informação na Internet difere da informação disponível


m outras fontes por sua acessibilidade via redes de computadores,
ja estrutura, seu dinamismo e seus métodos de publicação. As
eculiaridades da informação eletrônica em redes podem originar
tanto vantagens como barreiras e desafios. Assim, se por um lado,
o usuário tem na ponta dos dedos um acervo de vulto impressio-
nante, por outro, o uso da informação na Internet exige, além
dos aspectos técnicos de conexão, o conhecimento do funciona-
mento de vários aplicativos e, muitas vezes, de outros idiomas, o
que pode vir a ser um empecilho para muitos.
Uma das características mais marcantes da Internet é a facili-
dade para exploração de novas idéias e para interação imediata com
outros indivíduos e sistemas. Juntamente com o grande volume de
recursos e serviços, essa maximização do potencial para exploração
e descoberta torna a pessoa que usa a Internet mais que um leitor
passivo, estimulando sua criatividade (CRONIN e MCKIM, 1996).
Portanto, esse efeito sinergístico coloca a Internet um passo além
de um armazém de informações, distinguindo-a de outras fontes,
Para o Brasil e outros países emergentes, a principal vantagem
da Internet talvez seja a possibilidade de acesso a informações que
antes eram demoradas de se conseguir, ou mesmo completa-
mente inacessíveis, exceto para uma elite. Muitas vezes a infor-
mação que se procura é encontrada em texto completo na rede
e, dessa forma, é superada a limitação dos acervos locais. Outras
vezes a Internet facilita e agiliza a identificação e obtenção de
fontes impressas, reduzindo a dependência de serviços de terceiros
para o acesso a documentos nacionais ou estrangeiros. Através
das livrarias virtuais, como a Amazon =£J, ou de serviços de forneci-
mento de documentos como o UnCover, é possível a identificação
e obtenção de publicações recentes nas mais diversas áreas de
conhecimento. Essa disponibilidade de informação representa,
portanto, um fator de aumento de competitividade para cientistas
e especialistas nas nações de economia periférica.
Conforto e economia de tempo para indivíduos e organizações
outras vantagens potenciais. Com o uso da Internet pode-se
er informações sem a necessidade de se deslocar e sem limi-
5es de horário. Um exemplo é o Prossiga, biblioteca digital do
IPq, na qual um pesquisador pode obter informações tão varia-
quanto: uma lista de pesquisadores brasileiros em sua área, o
Jereço eletrônico de bibliotecas brasileiras com presença na
srnet, informações sobre mercado de trabalho, um ponto de
:ontro virtual para interação com seus pares, informações sobre
tes de financiamento para suas pesquisas ou sobre universidades
irogramas de pós-graduação, dicionários e enciclopédias virtuais,
:re outras.

Algumas pessoas vêem a Internet como uma fonte estraté-


a de informação, devido aos dados que são apresentados na
je antes de sua publicação pelos canais formais. Por exemplo,
uns documentos do Banco Mundial são oferecidos na Internet
m antes de sua distribuição em cópia impressa. As informações
Latísticas ou informações sobre organizações também costumam
" encontradas na rede antes de sua publicação em canais normais.
)davia, não se deve supor que todas as informações na Internet
o recentes, pois nem sempre as páginas da Web são atualizadas
•m freqüência. Além disso, devido à lei dos direitos autorais,
uitos livros só são oferecidos em texto completo na rede muitos
os após a data de sua publicação, quando expira o prazo estabe-
:ido na legislação para vigência dos direitos do autor. É o caso
i maioria da obras de referência disponíveis em texto completo
i rede. Desta forma, é importante que se procure verificar a
ita, pertinência e atualidade dos dados obtidos.
Um dos maiores incentivos ao uso da Internet ainda é a
grande quantidade de informações disponíveis sem custo. Entre-
tanto, com a consolidação do caráter comercial da rede, alguns
serviços estão começando a exigir o pagamento de taxas ou assina-
turas para fornecer acesso às suas informações e é provável que,
progressivamente, a proporção de serviços pagos aumente. Esses
serviços costumam oferecer alguns recursos grátis para o público
em geral e um leque maior de opções para os que possuem assina-
turas pagas. É comum também o oferecimento de um período de
acesso grátis ou demonstrações para que o usuário experimente
os sistemas antes de decidir sobre a sua assinatura.

A determinação da confiabilidade da informação na Internet


representa um problema. Algumas vezes, pode-se avaliar a
confiabilidade de uma fonte pela reputação da instituição que a
fornece. Por exemplo, supõe-se que as informações estatísticas
obtidas na página do Comitê Gestor Internet/Brasil °& sejam fide-
dignas. Porém, freqüentemente, os documentos não indicam datas,
autoria ou origem das informações e, além disso, são efêmeros e
voláteis. Um documento disponível na rede pode ser retirado a
qualquer momento. Em outros casos, os documentos podem
continuar disponíveis, porém modificados. Como não existe ainda
um mecanismo para controle de versões ou edições, o usuário
não tem meios de saber qual versão está acessando. A autenticidade,
na maioria das vezes, não pode ser facilmente comprovada. Na
ausência de qualquer processo de seleção para a informação que
é publicada, a qualidade das fontes varia de sítio para sítio. Para
auxiliar o usuário na determinação da qualidade das fontes na
Internet, alguns serviços se especializam em avaliá-las e conferir-lhes
notas ou prêmios. Dois exemplos são o Argus Clearinghouse "^
k o u t Reports °®. Alguns critérios usados por esses serviços
determinação da qualidade dos sítios que recomendam são:
ctos gráficos do sítio, organização da informação, facilidades para
oração, atualização, conteúdo e autoridade das informações.
A organização, controle e recuperação da informação na
rnet são alguns dos maiores desafios atuais. As bases de da-
tradicionais, que, como a Internet, são fontes eletrônicas,
têm informações organizadas, indexadas através de vocabu-
>s controlados e/ou tesauros e disponíveis em sistemas bem
umentados. Mesmo com esses recursos, a recuperação efici-
2 da informação nessas bases é um problema ainda não solu-
lado satisfatoriamente. Na Internet este problema se agrava
n o enorme volume e diversidade de informações que não
uem uma estrutura definida de registros e campos. Além da
a de estrutura, com o crescimento desordenado da rede, não
ste ainda perspectiva de padrões universais para a organiza-
i dos documentos, como os que existem para bibliotecas e
uivos. A indexação de páginas Web é feita de maneira precá-
(através de informações chamadas de metatags que são adici-
adas ao documento pelo criador das páginas) ou, na maioria
; vezes, elas simplesmente não são indexadas. São poucos os
:ursos organizados por profissionais com conhecimento de
:nicas de indexação e catalogação.
Alguns estudos para introdução de sistemas mais sofisticados
ra indexação e catalogação dos recursos da Internet encon-
.m-se em andamento. O Dublin Core "*, por exemplo, é um
njunto de elementos de dados básicos para descrição e
iexação de páginas Web. Definido por especialistas de diversos
países, ele já está sendo usado como base para vários projetos
de indexação. Outros projetos que visam a classificação e catalo-
gação de recursos na rede são o Internet Cataloging Project "%>,
coordenado pela OCLC nos Estados Unidos, e o projeto BUBL
Information Service °®, na University of Strathclyde, Escócia. Porém,
devido à quantidade de informação, talvez esses sistemas nunca
se viabilizem de maneira global.
A essas dificuldades somam-se as limitações das interfaces
para a busca de informação. As ferramentas de busca na Web, de
modo geral, oferecem recursos menos sofisticados para pesquisa
e recuperação que os sistemas computadorizados para acesso à
base de dados. Por exemplo, em um sistema de bases de dados
como o Dialog, podem existir opções como tesauros online ou
busca de palavras adjacentes que possibilitam um maior refinamento
da pesquisa e que nem sempre estão presentes nas ferramentas
da Web. Assim, se a quantidade e diversidade de informação são
pontos fortes da Internet, a falta de organização e estrutura e a
ausência de mecanismos eficientes de recuperação dificultam a
identificação das informações. Uma queixa freqüente dos usuários
da rede é o tempo gasto na busca de informações. Em uma pesquisa
feita com profissionais da informação atuando na área financeira,
82% das respostas indicaram o dispêndio de tempo como uma
das maiores desvantagens do uso da Internet (KELLY e
NICHOLAS, 1996). O tempo de busca é afetado também pelo con-
gestionamento das linhas para transmissão dos dados. No momento,
os backbones brasileiros estão ainda subdimensionados para o tráfego
que sustentam, o que, em determinados horários, ocasiona grande
demora, especialmente para o carregamento de imagens. Este
problema não ocorre apenas no Brasil. Nos Estados Unidos, a Woríd
s Web tem sido apelidada de World Wide Wait (ou seja, no
idilho em inglês, a Teia Mundial tem sido chamada de a Espera
dial). Com o objetivo de solucionar esses problemas, têm sido
idas iniciativas como a Internet2 (norte-americana) ou a RNP2
sileira), que visam desenvolver redes acadêmicas de alta velo-
de, cerca de 2.500 vezes mais rápidas que a Internet comum.

6 FONTES DE INFORMAÇÃO SOBRE A INTERNET

Para encontrar informações gerais sobre o desenvolvimento


situação da Internet no Brasil, um sítio fundamental é o do
=s> 2
mitê Gestor Internet/Brasil . Nesse sítio pode-se encontrar
:s com dados estatísticos sobre a Internet no Brasil e no mundo,
>vedores dos backbones federais e estaduais, catálogo de pro-
Jores de acesso à rede e texto completo de artigos e palestras
Dre o seu desenvolvimento. No sítio da Secretaria de Política de
ormática e Automação do Ministério da Ciência e Tecnologia
EPIN) °* existem links para informações sobre a política e legislação
bre a informática e redes no Brasil. Duas associações na área
o a Associação Nacional de Provedores Internet (AN PI) ^ e a
ssociação Nacional dos Usuários da Internet Brasil (ANUI) =®.
Para os diversos serviços da rede, o sítio Internet Tools
jmmary ^, mantido por John December, contém informações
;mpre atualizadas. Uma relação de ferramentas brasileiras e

. Esse Comitê, que conta com representantes do Ministério das Comunicações, Sistema
ELEBRAS, CNPq, comunidades acadêmicas, provedores de serviços, empresas e usuários,
erencia desde 1995 todas as atividades relativas à Internet no Brasil.
estrangeiras de busca na Internet é oferecida no Prossiga, Como achar,
Uma outra referência, bastante extensiva sobre ferramentas estran-
geiras é The Complete Search Engine Index=®.
Algumas das ferramentas brasileiras são: Cadê? =v>, Surf "*,
Zeek -», RADAR UOL "*, Bookmarks •* e Lemon "®. Sítios
brasileiros também são cadastrados pelas ferramentas estran-
geiras, e elas não devem ser desprezadas quando se procura
informações nacionais. Por exemplo, entrando-se com palavras-
chave em português no Altavista ^ ou Yahoo Brazil "*• recupe-
ra-se, às vezes, mais informações que nas ferramentas brasileiras.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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D Manual da Internet: um guia introdutório para acesso às redes globais.
Rio de Janeiro: Campus, 1993.
ANEXO

ENDEREÇOS NA INTERNET

ABERJE http://www.aberje.com.br
ABNT http://www.abnt.org.br/
Acronyms http://www.ucc.ie/cgi-bin/acronym
Advances in Libraríanship http://www.bubl.ac.uk/journals/lis/ae/ail/
VI894.htm
AFITEC http://www.afitec.com.br
AFNOR http://www.afnor.fr
Altavista http://altavista.digital.com
Amazon http://www.amazon.com
ANAIS telnetcnen.lncc.br (loginxin)
Annual Review Inc http://www.AnnualReviews.org/ari/
ARIST http://www.asis.org/ARIST/inde.html
ANPI http://www.anpi.org.br
ANSI http://www.ansi.org/
ANTARES http://redeantares.ibict.br/
ANUI http://www.an u i .org.br
Argus Clearinghouse http://www.clearinghouse.net/
ASME http://www.asme.org/
ASTM http://www.astm.org/
Base de Dados de Eventos em
C & T, Qualidade e Produtividade http://www.ibict.br/~ibict/papOO 138.htm
BioTech; life science dictionary http://biotech.chem.indiana.
edu/search/dict-search.Phtml
BLDSC http://icarus.bl.uk/dsc/
Bookmarks http://www.boolmarks.com.br
Brazilian Business Connection http://www.brazilbiz.com.br/
L Information Service http://bubl.ac.uk/
\ International http://www.cabi.org
ê? http://cade.com.br/
) Document Detective Service http://info.cas.org/cgi-bin/AT-
www_cas_o rgsearch .cgi

M http://www.ct.ibict.bn82/ccn/admin/

1IG http://www.cemig.com.br/norbra_i.htm

•J http://www.cenorm.be/
DATA http://www.cisti.nrc.ca/
programs/codata/
nitê Gestor Internet/Brasi (http://www.cg.org.br)
'MUT http://www.ct.ibict.br:8000/comut/html/
Z Encyclopedia of Mathematics http://www.astro.virginia.edu/~eww6n/math/
Jog Web http://www.dialogweb.com
ilog
http://www.dialog.com
fionário Histórico-
gráfico Brasileiro
http://www.fgv.br/cpdoc/dic/
•ectories of Scientists on the
WW from Micro World
http://www.mwrn.com/feature/people.htm
-ectory of Electronic Journals,
íwsletters and Academic
scussion Lists, Association of
isearch Libraries, Office of
holarly Communication http://www.arl.org/scomm/edir/pr97.html.
retório dos Grupos de
isquisa no Brasil http://www.prossiga.cnpq.br
ublin Core http://purl.oclc.org/metadata/dublin_core/
unn & Bradstreet http://www.dnb.com/
\GLE/SIGLE http://www.konbib.nl/sigle/
sevier http://www.elsevier.com
iciclopédias e Dicionários,
"ossiga http://www.prossiga.br/referencia/dic.html
English Language Translations: a guide
to selected resources in the Duke
University libraries http://www.lib.duke.edu/reference/
translations.html
EPO http://www.epo.co.at/index.htm
ERIC http://www.askeric.org/Eric/
Europa Publications http://www.europapublications.co.uk/
index.htm

Fundação Getúlio Vargas http://www.fgv.br/


Gale Group http://www.gale.com/
Glossary, Department of Chemistry,
University of Wisconsin (EUA) http://genchem.chem.wisc.edu
GPO http://www.gpo.gov
GreyNet http://www.konbib.nl/infolev/greynet
IBICT http://www.ibict.br
ICSU http://www.lmcp.jussieu. fr/icsu/
IEC http://www.iec.ch/
IFLA http://www.ifla.org/
IHS http://www.ihs.com
IN METRO http://inmetro.gov.br/
INPI http://www.inpi.gov.br
InterDok Corp. http://www.interdok.com
Internet Cataloging Project http://www.oclc.org/oclc/man/catproj/
Internet Tools Summary http://www.december.com/net/tools/
IPT http://www.ipt.br
ISI http://www.isinet.com/
ISO http://www.iso.ch/
ITC http://www.wtm.net/itc/index.htm
Langley Technical Report Server http://techreports.larc.nasa.gov/ltrs/
ltrs.html
LANL PneprintArchive http://xxx.lanl.gov.
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IS http://www.ntis.gov.
IARA www.ocara.org.br/
1R1 http://www.wipo.org/
vIU http://www.unsystem.org/
Dssiga http://www.prossiga.cnpq.br
I http://www.pti.com.br/
jestel-Orbit http://www.questel.orbit.com/
KDARUOL http://www.radaruol.com.br/

!S-ünks: Search Tools - Verônica/


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UnCover http://www.carl.org/uncover/
unchome.html

UncoverWeb http://uncweb.carl.org/
Universities.com http://www.universities.com/
Universíty Microfilms International http://www.umi.com/
University of Nevada gophen//veronica.scs.unr.edu/ll/veronica
Universo Online http://www.uol.com
Web of Science (ISI) http://www.isinet.com/prodserv/
citation/websci.html
WEBRA - índice do Mercosul http://www.webra.com.br/
Yahoo Brazil http://www.yahoo.com/Regional_
Information/Countries/Brazil/
Yahoo! http://www.yahoo.com
Zeek http://www.zeek.com.br
ÍNDICE

Abstractsver Periódicos de indexação e resumo

Acesso ao documento 91,233-235

Acesso local 229-230

Acesso online 228

Acesso remoto 229

Anais 64-70
forma 64-66
identificação 68-70
natureza 66-68

Bancos de dados 226-227


definição 226-227

Bases de dados 226-233


brasileiras 237-246
identificação 246-248

Bibliografias especializadas ver Periódicos de indexação e resumo

Canais formais 30

Canais informais 30,55-56,281-284

Catálogos de fabricantes ver Literatura comercial

Catálogos de produtos ver Literatura comercial

CD-ROM 230

Comunicação científica 21 -22, 55-59

Congressos 59

Ver também Encontros científicos


lorreio eletrônico 57-59,281-282

Desenho industrial 160

Dicionários 200-208
abreviaturas 205-208
bilíngües 204-205
especializados 200-203
nomes 205
poliglotas 204-205
siglas 205-208

Diretórios 38-39

Dissertações ver Teses

E-mail ver Correio eletrônico

Enciclopédias 209-210
especializadas 209-210

Encontros científicos 55-64


funções 61-63
identificação 63-64
literatura ver Anais

Eventos científicos ver Encontros científicos

FAQ (Frequently Asked Questions) 283-284

Fontes primárias 31

Fontes secundárias 3 I

Fontes terciárias 3 I

Fornecimento de documentos ver Acesso ao documento

FTP 280-281, 289-290

Glossários 203-204

Gopher 286-287, 290-29I


Grupos de discussão 282-284

Guias de literatura 263-274


características 264-271
definição 263-264
formas de publicação 271-274

House organsyer Publicações de empresas

índices ver Periódicos de indexação e resumo

índices de citação 249-261


definição 250-251
funções 256-259
ISI 253-256
origem 251-253

Informação científica 28-30


fluxo 28-30

Instituições ver Organizações

Internet 275-299
características 292-298
definição 276
evolução 276-279
Brasil 279-280
ferramentas de busca 289-292
Letters journals 53-54,80-81

Listas de discussão 57-58,281-282

Literatura científica 12-16


conceito 12

Literatura cinzenta 97-102


Ver também Publicações Governamentais
Relatórios Técnicos
Teses
Traduções

características 98-99

conceito 98-99

identificação 99-102

Literatura comercial 183-190

características I 84-185

definição 183

identificação 185-187

Literatura especializada 21-33

características 23-27

estrutura 27-33

Literatura não convencional ver Literatura cinzenta

Literatura tecnológica 26

Livros de referência ver Obras de referência

Localização de documentos ver Acesso ao documento

Manuais 210-212

Marca registrada 159

Modelo de utilidade 159-160

Newsgroupsver Grupos de discussão

Normalização 137-138

Normas técnicas 137-150

Brasil 145-148

características 140-143

definição 140

identificação 148-150

organizações produtoras 143-145


tipos 141-143

Obras de referência 199-215


dicionários 200-208
enciclopédias 209-210
identificação 214-215
manuais 210-212
tabelas 212-214

ONGs 46-47

Organizações 35-47
comerciais 39-40
conceito 35
de pesquisa 40-41
documentos 43-45
educacionais 40-41
e informação 37-38
governamentais 41
identificação 38-39
internacionais 42-46
não governamentais ver ONGs
produtoras de normas técnicas 143-145
produtoras de relatórios técnicos 106-107
produtoras de serviços de indexação e resumos 222-223

Patentes 153-179
bases de dados 176-179
classificação 174-176
definição 153-154
histórico 155-159
legislação 165-166
padronização 172-174
sistema 159-168
internacional 160-164
Brasil 164-168
uso 169-176

Periódico científico 73-94


custos 79-80
dispersão de artigos 78-79
funções 75-76
identificação 89-91
localização 92-93
origens 73-75
problemas 76-80
proliferação 77-78

Periódicos comerciais 88-89

Periódicos de indexação e resumo 217-248


brasileiros 237-246
características 222-226
definição 217-218
evolução 218-222
histórico 218-222
identificação 246-248

Periódicos eletrônicos 81-85


conceito 82
identificação 85-86

Periódicos técnicos 88-89

Pesquisas em andamento 49-54

identificação 50-54

Preprints 86-88
Propriedade industrial ver Patentes

Propriedade intelectual 160

Publicações de empresas 187-190


definição 187
origem 188-189

Publicações governamentais I I l-l 18


Brasil 113-116
controle 116-II8
definição 112-113
divulgação 116-118
identificação 116-118

Publicações oficiais ver Publicações governamentais

Relatórios técnicos 105-110


agências produtoras 106-107
características 107-109
definição 105
evolução 105-107
identificação 109-1 10
organizações produtoras 106-107

Serviços de indexação e resumos ver Periódicos de indexação e resumos

Sociedades científicas 41 -42

Sumários correntes 221-222

Revisões de literatura 191-198


características 193-195
definição 191-192
formas 195-196
identificação 196-197
tipos 193-195
íbelas 212-214

ilnet 284-285

:rminologias 203-204

:sauros 208

:ses 121-128

características 124-125

definição 121

evolução 122-124

identificação 125-128

•abalhos de congressos ver Anais

-adução automática 13 I

-aduções 129-135

capa a capa 133-134

identificação 132-133
-adutores 134-135

identificação I 34-135

•RL (Uniform Resource Locator) 288-289

'senet 282-284

VAIS 287-288

Veb 288-289

definição 288

VoHd Wide Web ver Web


• *

•• |

SOBRE OS AUTORES

Beatriz Valadares Cendón é doutora em Ciência da


Informação pela University of Texas at Austin (EUA) e professora
da Escola de Bibliotecomia da Universidade Federal de Minas
Gerais. Seus interesses de ensino e pesquisa estão nas áreas de
fontes de informação eletrônica: acesso, recuperação e uso, infor-
mação gerencial, científica e tecnológica, e sistemas, produtos e
serviços de informação, (cendon@eb.ufmg.br)
Bernadete Santos Campello é mestre em Biblioteconomia
pela Universidade Federal de Minas Gerais e professora da Escola
de Biblioteconomia da mesma Universidade. Foi editora da Revista
da Escola de Biblioteconomia da UFMG e de Perspectivas em Ciência
da Informação. Desenvolve e orienta pesquisas nas áreas de fontes
de informação e bibliotecas escolares. É autora dos livros Fontes
de Informação Especializada e Introdução ao Controle Bibliográfico e
organizadora das obras Recursos Informacionaispara o Ensino Funda-
mentai, Guia de Produtores e Formas e Expressões do Conhecimento:
Introdução às Fontes de Informação, (campello@eb.ufmg.br)
Clarice Muhlethaler de Souza é mestre em Ciência da
Informação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, professora
adjunta do Departamento de Documentação da Universidade
Federal Fluminense e Diretora do Núcleo de Documentação da
mesma Universidade. No âmbito do ensino e da pesquisa seus
interesses concentram-se na área das tecnologias da informação.
(csouza@ax.ibase.org.br)
Daisy Pires Noronha é mestre e doutora em Saúde Pública
pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, onde
imbém exerceu a profissão de bibliotecária. E professora do
)epartamento de Biblioteconomia e Documentação da Escola de
Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo na área de
eração e uso da informação, e professora titular da Faculdade de
biblioteconomia e Documentação da Fundação Escola Sociologia e
olítica de São Paulo. Desenvolve pesquisas na linha de produção
ientífica. Ao longo de sua carreira tem publicado livros, capítulos e
rtigos de periódicos em revistas técnico-científicas, além de comu-
icações apresentadas em eventos, (daisynor@usp.br)
Eduardo Wense Dias é doutor em Ciência da Informação
iela University of Califórnia at Los Angeles (EUA) e professor
itular da Escola de Biblioteconomia da Universidade Federal de
linas Gerais. É pesquisador II do CNPq e seus interesses de ensino
: pesquisa estão nas áreas de tratamento da informação (classifi-
:ação, indexação e catalogação) e informação nas ciências sociais.
edias@eb.ufmg.br)
Jeannette Marguerite Kremer é Ph.D pela University
)f Illinois at Urbana-Champaign (EUA) e professora titular aposen-
ada da Escola de Biblioteconomia da Universidade Federal de
*1inas Gerais. É consultora da CAPES e do CNPq.
Maria Matilde Kronka Dias é mestre em Ciências da
Comunicação pela Universidade de São Paulo e professora assis-
;ente do Departamento de Ciência da Informação da Universidade
:
ederal de São Carlos. Atua na área de disseminação da informação
; necessidades de formação e informação científica e tecnológica.
^mmkd@power.ufscar.br)
Marília Alvarenga Rocha Mendonça é mestranda em
idministração na Universidade Federal Fluminense e professora
auxiliar do Departamento de Documentação da mesma Univer-
sidade. No âmbito do ensino e pesquisa, seus interesses se con-
centram na área de gerência de sistemas de informação.
(marilia@interl.interclub.com.br)
Paulo da T e r r a Caldeira é mestre em Ciência da Infor-
mação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e professor
assistente da Escola de Biblioteconomia da Universidade Federal
de Minas Gerais. Vem realizando pesquisas nas áreas de estudo
de usuários, bibliometria e bibliotecas escolares. Dentre suas pu-
blicações destacam-se: Guia das Bibliotecas do Estado de Minas
Gerais (1978), Imigrantes Italianos e Portugueses no Brasil (1989),
Recursos Informacionais para o Ensino Fundamental: Guia de Produ-
tores (1997) e Formas e Expressões do Conhecimento: Introdução às
Fontes de Informação (1998). (terra@eb.ufmg.br)

Ricardo Orlandi França é arquiteto e mestre em Ciência


da Informação pela Universidade Federal de Minas Gerais. Foi
membro da equipe de planejamento físico da mesma Universida-
de de 1976 a 1991. Trabalha atualmente no Departamento de
Tecnologia da Escola de Arquitetura onde coordena atividades
de extensão. Seus interesses de pesquisa estão nas aplicações
de tecnologia para a construção civil, (riofra@dedalus.lcc.ufmg.br)

Sandra Lúcia Rebel Gomes é professora do Departamento


de Documentação da Universidade Federal Fluminense e mestre
em Ciência da Informação pela Universidade Federal do Rio de
Janeiro, onde cursa doutorado, tendo como objeto de pesquisa
a informação científica e tecnológica através de bibliotecas virtuais.
É coordenadora do projeto Bibliotecas Virtuais Temáticas do pro-
grama Prossiga, membro do Núcleo Interdisciplinar de Estudos da
nformação da Universidade Federal Fluminense e vice-coordenadora
do Curso de Graduação em Arquivologia da mesma Universidade.
É autora de diversos artigos relacionados à informação científica
s tecnológica na Internet, bibliotecas virtuais e novas tecnologias
da informação, temas sobre os quais também orienta trabalhos
acadêmicos. (srebel@master. prossiga.br)
Sueli Mara Soares Pinto Ferreira é doutora em Ciências
da Comunicação, subárea biblioteconomia, pela Escola de Comuni-
cações e Artes da Universidade de São Paulo, tendo desenvolvido
parte de seu doutoramento na Vanderbild University e na School of
Information Studies da Syracuse University (EUA). E professora
do Departamento de Biblioteconomia e Documentação da Escola
de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, pesqui-
sadora II do CNPq, com interesses de ensino e pesquisa na área
de design de sistemas virtuais de informação a partir de estudos
de comportamento de busca e uso de informação.
(smferrei@usp.br)

Suzana Pinheiro Machado Mueller é doutora em Ciência


da Informação pela University of Sheffield (Inglaterra) e professora
titular do Departamento de Ciência da Informação e Documen-
tação da Universidade de Brasília. Seus interesses de pesquisa
estão nas áreas de comunicação científica, especialmente o periódico
científico, e também formação profissional e mercado de trabalho.
(mueller@pop.unb.br)
Waldomiro Vergueiro é doutor em Ciências da Comu-
nicação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de
São Paulo e professor-doutor na mesma Instituição. Realizou estágio
de pós-doutoramento na Loughborough University (Inglaterra), em
1994. E pesquisador II do CNPq e seus interesses de pesquisa
estão nas áreas de administração de serviços de informação, teoria
da qualidade e de serviços aos clientes em ambiente de informação
e desenvolvimento de coleções, (wdcsverg@usp.br)
C O L E Ç Ã O A P R E N D<

1. FOLCLORE EM MINAS GERAIS (2a edição revista e ampliada)

Saul Martins

2. ASTRONOMIA FUNDAMENTAL

Rodrigo Dias Társia

3. EDUCAÇÃO ARTÍSTICA - Introdução à História da Arte (2a edição revista

e ampliada)

Sandra Loureiro de Freitas Reis

4. ESCREVER SEM DOER - Oficina de Redação (3a reimpressão)

Ronald Claver

5. FONTES DE INFORMAÇÃO ESPECIALIZADA - Características e Utiliza-

ção (esgotado)

Bernadete Santos Campello e Carlita Maria Campos

6. 1,2,3 DA SEMIÓTICA

Júlio Pinto

7. UM TOQUE DE CLÁSSICOS - Durkheim, Marxe Weber(2a reimpressão)

Tânia Quintaneiro, Maria Lígia de O. Barbosa e Márcia Gardênia de Oli-

veira

8. LATINA ESSENTIA - Preparação ao Latim (3a edição revista e ampliada)

Antônio Martinez de Rezende

9. DESENVOLVIMENTO HUMANO E PSICOLOGIA - Generalidades, Concei-

tos, Teorias

Vânia Brina Corrêa Lima de Carvalho

10. O BELO A U T Ô N O M O - Textos Clássicos de Estética


I I. OS HETERÓPTEROS AQUÁTICOS DE MINAS GERAIS - Guia Introdutório

com Chave de Identificação para as Espécies de Nepomorpha e Gerromorpha


Nico Nieser e Alan Lane de Melo

12. PRINCÍPIOS DE MORFOMETRIA DIGITAL - KS300 para Iniciantes

Marcelo Vidigal Caliari

13. SISTEMA DE ESGOTOS

Patrício Gallegos Crespo

14. TÉCNICAS ALTERNATIVAS DE CONSERVAÇÃO - Recuperação de Livros,

Revistas, Folhetos e Mapas (2a edição revista)

Sônia de Conti Gomes e Rosemary Tofani Motta

15. MANUAL PARA NORMALIZAÇÃO DE PUBLICAÇÕES TÉCNICO-

CIENTIFICAS (4a edição revista e aumentada)

júnia Lessa França, Stella Maris Borges, Ana Cristina de Vasconcellos e

Maria Helena de Andrade Magalhães

16. INICIAÇÃO ESPORTIVA UNIVERSAL - da Aprendizagem Motora ao Trei-


namento Técnico (vol. I)

Pablojuan Greco e Rodolfo Novellino Benda (Org.)

17. INICIAÇÃO ESPORTIVA UNIVERSAL - Metodologia da Iniciação Esporti-

va na Escola e no Clube (vol. 2)

Pablojuan Greco (Org.)

18. ESTRUTURAS MORFOLÓGICAS DO PORTUGUÊS (I a reimpressão)

Luiz Carlos de Assis Rocha

19. MÉTODOS DE PESQUISAS DE SURVEY

Earl Babbie

20. ASMA - a Resposta Inflamatória Pulmonar e seu Controle Farmacológico

J. N. Francischi e D. M. Conroy
21. APRENDER CIÊNCIAS - um Mundo de Materiais

Maria Emília Caixeta de Castro Lima, Orlando Gomes de Aguiar júnior 6


Selma Ambrosina de Moura Braga

22. APRENDER CIÊNCIAS - um Mundo de Materiais (Livro do Professor)

Maria Emília Caixeta de Castro Lima, Orlando Gomes de Aguiar Júnior e

Selma Ambrosina de Moura Braga

23. FONTES DE INFORMAÇÃO PARA PESQUISADORES E PROFISSIONAIS


Bernadete Santos Campello, Beatriz Valadares Cendón ejeannette Marguerite
Kremer (Org.)

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