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O Comando Costeiro da RAF

1939 - 1945

Introdução

O Comando Costeiro da RAF era dentre os três comando operacionais existentes na RAF (os
outros dois eram o Comando de Bombardeio e o Comando de Caça), no início da 2ª Guerra
Mundial, o mais relegado ao segundo plano. Durante a primeira parte da guerra, era repleto de
equipamentos antigos, não aceitos pelos demais comandos, no máximo utilizavam aeronaves, que
embora fizessem parte da primeira linha, já estavam muito gastas e usadas. Os primeiros
resultados obtidos eram desanimadores e a um preço elevadíssimo de vidas humanas.
Entretanto, ao final da guerra, com o apoio dos comandantes superiores, com a introdução de
novas e especializadas aeronaves e o desenvolvimento de táticas específicas, o Comando
Costeiro tornou-se uma terrível ameaça a todos os navios do Eixo. Não obstante, atacar navios
fortemente defendidos à luz do dia exigia uma alta dose de coragem e determinação, e por
isso muitos tripulantes perderam suas vidas nesses ataques.

Um Avro Anson do Esquadrão Nº 502, baseado


em Aldergrove, Irlanda do Norte.
Essa aeronave era equipada apenas com uma
metralhadora atirando para frente e uma outra
na torre traseira.

O Comando Costeiro iniciou a 2ª Guerra Mundial com apenas dois esquadrões equipados e
treinados para ataque à navios. Eram os esquadrões Nº 22 baseado em Thorney Island
(Sussex) e o Nº 42 baseado em Bircham Newton (Norfolk), ambos equipados com a aeronave
Vickers Videbeest III, um velho e obsoleto biplano, cujo projeto básico datava de 1928. Essa
aeronave era normalmente equipada com um torpedo de 18 polegadas e com duas
metralhadoras, sendo operada por uma tripulação de dois ou três homens.

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Um Videbeest do Esquadrão Nº 22, era a única
aeronave disponível para ataques em 1939. Note que o
torpedo era posicionado com um certo angulo, para
facilitar seu lançamento e a penetração na água.

Além desses dois esquadrões, o Comando Costeiro possuía dois outros esquadrões equipados
com aeronaves Lockheed Hudson, que estavam sendo introduzidos na RAF para substituir o
velho, mas confiável Avro Anson nas missões de reconhecimento, além de três outros
esquadrões equipados com uma mistura de hidro-aviões (Short Sunderlands, Saro Londons e
Supermarine Stranraers). Isso era tudo que o Comando Costeiro possuía, embora houvessem
outros esquadrões que realizavam missões marítimas espalhados pelos bases da RAF no
Mediterrâneo e no Oriente Médio.

Hudson, aeronave modificada de modelo civil, utilizada inicialmente para reconhecimento, e mais
tarde empregada para ataque. Possuía até 7 metralhadoras, sendo a aeronave sucessora dos
Ansons. Essa aeronave era do Esquadrão Nº 48.

Essa pequena força anti-navio não era tão ridícula como se pensa, como veremos adiante. Antes
da guerra, o grande temor britânico em relação à Kreigsmarine (Marinha Alemã) eram os

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U-boats (submarinos), que operando no Mar do Norte poderiam facilmente cortar as linhas de
suprimento que vinham das Américas e dos países da Commonwealth. Assim sendo, para o
Comando Costeiro, sua principal missão era a escolta de comboios, e para isso, as aeronaves
que possuía estavam mais do que adequadas, já que eram equipadas com bombas anti-
submarinos ou com cargas de profundidade. O trabalho de escolta era feito em conjunto com a
Royal Navy por meio da Fleet Air Arm. A costa alemã, por seu turno, ao longo do Mar do Norte
era relativamente pequena, e a destruição dos portos que abrigavam os navios de guerra era
responsabilidade do Comando de Bombardeio. No mar, esses vasos de guerra eram de
responsabilidade da Royal Navy Home Fleet, que ainda era naqueles tempos bastante poderosa.
Não passava pela cabeça de ninguém o extraordinário êxito a ser obtido pela Blitzkrieg na
França e nos Países Baixos e que o Comando Costeiro seria chamado a intervir com sua pequena
força de ataque.

Os pilotos do Comando Costeiro eram considerados parte de uma elite, pois eram treinados
para ser ao mesmo tempo piloto e navegador, realizavam um curso de reconhecimento ao final
de seu treinamento básico de vôo sobre o mar, vôo esse que requeria uma especial habilidade.
Uns poucos conseguiam concluir o curso de navegação avançada, o qual exigia estudos teóricos
profundos de navegação, incluindo a navegação astronômica, além é claro de muito treinamento
prático. Pode-se dizer que a conclusão do curso correspondia à obtenção de um diploma
universitário. Poucos eram os oficiais que concluíam apenas o curso de navegadores ou de
observadores aéreos, como era conhecida a função na época. Os demais membros da tripulação
(radio-telegrafista e artilheiro) eram normalmente subalternos, mas também treinados, e
muito bem treinados, para multi-tarefas. Entretanto, as táticas de ataques contra navios de
superfície estavam ultrapassadas, os equipamento eram inadequados e o Comando Costeiro não
possuía um sistema de informações confiável.

Um hidroavião Sunderland, aeronave de reconhecimento e ataque.

O papel do Comando Costeiro na guerra

Quando do início das hostilidades, o Comando Costeiro foi chamado a atuar com seu esforço
máximo, principalmente no que diz respeito às funções anti-submarinas ao longo da costa da

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Grã-Bretanha e nas patrulhas no Mar do Norte, na caça aos potenciais corsários alemães
(navios de transporte disfarçados) . As tripulações tinham ordens expressas de não atacar
qualquer navio de transporte, a menos que fosse claramente identificado como corsário. Os
Ansons e Hudsons sofreram algumas baixas devidas aos bem armados hidro-aviões alemães e
também aos caças monomotores (principalmente quando realizavam missões próximas à costa),
mas a um Hudson do Esquadrão Nº 220 baseado em Thornaby - Yorkshire é creditada a
primeira vitória aérea da RAF na 2ª Guerra Mundial, quando abateu um hidro-avião alemão
Dornier Do-18, sobre o Mar do Norte, no dia 8 de outubro de 1939. A denominada Phoney War,
não se aplicava ao Comando Costeiro naqueles primeiros dias de guerra.

Enquanto isso, esforços para se equipar o Comando Costeiro com aeronaves mais efetivas, que
já havia sido iniciado antes mesmo do início da guerra, obtinham limitado sucesso. Os Ansons
estavam sendo retirados dos esquadrões de primeira linha, sendo substituidos pelo Hudson,
que embora não fosse a aeronave ideal, tinha pelo menos autonomia suficiente para realizar
incursões até a costa norueguesa. O Bristol Beaufort, que entrara em serviço em novembro de
1939, no Esquadrão Nº 22, como sendo o "torpedeiro mais veloz do mundo", já sofria de
problemas mecânicos crônicos. Inicialmente utilizado como lançador de minas e para missões à
baixa altura, mais tarde tornou-se o torpedeiro padrão do Comando Costeiro. A necessidade de
um caça de escolta de longo alcance fazia-se necessário, e a única solução plausível na época
era a utilização do Bristol Blenheim Mk IV, um bombardeio leve, que adaptado com a instalação
de um pod com quatro metralhadoras, podia ser operado como caça de escolta. Quando do
avanço alemão para oeste, o Comando Costeiro estava equipado com três esquadrões de
Blenheim IV.

Um Blenheim, originalmente projetado como bombardeiro leve, foi


utilizado pelo Comando Costeiro até como aeronave de escolta.

O sucesso alemão em invadir a Dinamarca e a Noruega, seguida da Blitzkriger em maio de 1940


com a queda da França, transformou a situação dos poucos esquadrões de ataque do Comando
Costeiro. Em poucas semanas, a pequena costa alemã transformou-se numa imensa linha
costeira que ia desde o Círculo Ártico até a fronteira franco-espanhola, cheia de portos nos
quais navios de guerra e corsários poderiam atuar, além de um sem número de modernos
aeroportos de onde a Luftwaffe poderia operar.

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No dia 4 de maio, a RAF recebeu sinal verde para atacar os navios "mercantes" alemãs, mas
após a queda da França, ficou óbvio que os Hudsons e os Beuforts do Comando Costeiro eram
em número inadequado para realizarem a enorme tarefa para qual estavam sendo designados.
Durante a Blitzkrieg, a maioria das aeronaves da RAF estiveram engajadas no hercúleo
trabalho de proteger a retirada das tropas britânicas, culminando com a Retirada de
Dunquerque. Por seu lado, uma das tarefas do Comando Costeiro era a interrupção do
fornecimento de minério de ferro proveniente da Suécia, embarcados através do porto de
Narvik na Noruega, para alimentar a indústria bélica germânica. Durante os meses de verão,
esse minério podia ser razoavelmente transportado através do Mar Báltico, mas durante o
inverno ele ficava totalmente congelado. Como os alemães ocupavam a Holanda, o porto de
Roterdã seria uma alternativa muito mais conveniente, pois dali o minério poderia ser
transportado por chatas e barcaças pelo Rio Reno até o Vale do Ruhr, onde se localizava o
centro industrial alemão. Os comboios alemães eram muito bem organizados, escoltados por
navios varredores de minas e por navios de pesca repletos de canhões anti-aéreos, além de
cobertura aérea. A frota mercante alemã fora muito aumentada com a captura de muitos
barcos noruegueses, dinamarqueses, holandeses e franceses, ao mesmo tempo em que os
portos da costa oeste francesa tornaram-se disponíveis para os submarinos, para os navios de
guerra, para os de transporte e para os corsários, e juntos levariam o terror aos comboios
aliados no Atlântico bem como teriam um enorme potencial para impedir a capacidade britânica
de continuar guerreando.

A Batalha da Inglaterra

Durante os meses da Batalha da Inglaterra e até o final de 1940, as aeronaves de ataque do


Comando Costeiro estiveram engajadas principalmente em missões de patrulha e de
bombardeio dos portos franceses, potenciais locais para uma invasão alemã à Inglaterra. Três
esquadrões de bombardeio equipados com aeronaves Blenhein Mk IV foram transferidos para o
Comando Costeiro em julho de 1940, para auxiliar o esforço de guerra, além de um esquadrão
de torpedeiros Swordfish vindo da Fleet Air Arm.

Um Swordfish, torpedeiro da Fleet Air Arm

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Nesse período, vários ataques notáveis foram realizados contra navios de superfície. No dia 21
de junho, seis Swordfish da Fleet Air Arm, baseados em Hatston nas Ilhas Orkneys, tentaram
atacar o couraçado Scharhorst ao largo de Bergen. Nenhum torpedo atingiu o navio e duas
aeronaves foram perdidas. Em seguida a esse ataque, quatro aeronaves Hudson dos esquadrões
Nº 224 e 233 do Comando Costeiro, baseados em Leuchars in Fife, cada um transportando
duas bombas de 500 libras, atacaram o navio, e o resultado foi que duas aeronaves foram
derrubadas por Messerschimitt Me-109 e o navio continuou intacto. A última tentativa foi
realizada por nove Beauforts do esquadrão Nº 42, baseados em Wick in Caithness, utilizando
um ataque em mergulho, com duas bombas de 500 libras. Conseguiram atingir de "raspão" o
navio, mas nada grave, e perderam três aeronaves, abatidas pelos Me-109. Mesmo que
tivessem conseguido atingir em cheio o navio, com certeza poucos danos teriam causado à
enorme blindagem do couraçado. Concluindo, sete aeronaves foram perdidas para nenhum
resultado concreto, mesmo considerando toda a bravura das tripulações.

Nesses tempos, havia uma escassez de torpedos para os esquadrões de Beaufort, que só
começaram a recebe-los ao final do verão de 1940, e assim os ataques contra os navios de
superfície eram realizados pelos Hudsons, Blenheims, Beauforts e Swordfish utilizando
bombas normais, conseguindo-se algum resultado, mas com perdas elevadas. Um outro método
de ataque, que mais tarde provou ser bastante efetivo, era o lançamento de minas magnéticas
(as chamadas "cucumbers"). Essas minas pesavam cerca de 1.650 libras e eram lançadas, à
baixa altura (600 pés) com pequenos paraquedas, nas entradas dos portos, sendo ativadas pela
massa metálica dos navios que passavam próximas a elas, e com uma tremenda explosão.
Infelizmente algumas delas explodiram durante o lançamento, causando a destruição completa
das aeronaves que as estavam lançando. Foram utilizadas também uma outra versão desta mina,
conhecida como TIM, para ataques às docas.

No dia 17 de setembro, seis Beauforts do esquadrão Nº 22 baseado em North Coates em


Lincolnshire, equipados com torpedos, juntamente com 14 Bleinheins dos esquadrões Nº 53 e
59, equipados com bombas convencionais, atacaram o Porto de Cherbourg, em uma operação
noturna. Os Beauforts atacaram os navios enquanto que os Bleinheis atacaram as instalações
portuárias. As condições climáticas não colaboraram, mas um dos Beauforts, pilotado pelo
Flight Sergeant Norman Hearn-Phillips conseguiu penetrar no porto, e torpedeou o navio
mercante Johan Blumenthal de 1.626 toneladas. O Beaufort foi muito atingido pela antiaérea,
mas conseguiu retornar, realizando um pouso forçado em Thorney Island, enquanto que uma
outra dessas aeronaves foi derrubada pela AA. Os Bleinheims lançaram suas bombas,
danificando um barco torpedeiro T-11, destruindo um tanque de óleo e causando certa
destruição no porto.

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Esse par de Beaufort, do Esquadrão Nº 42, era baseado em
Leuchars. Reparem no avião líder, equipado com uma metralhadora
no nariz, apontando para trás, que era operada pelo navegador,
utilizando um espelho, de modo a evitar os ataques por
baixo dos Me-109's.

A entrada em operação do Beaufighter Mk IC

Em dezembro de 1940, uma nova aeronave entrava em serviço no esquadrão Nº 252 de


Chivenor em North Devon. O Bristol Beaufighter Mk IC, era baseado estruturalmente no
antigo Beaufort, mas sua tripulação era de apenas dois homens (piloto e navegador, que
também era rádio-telegrafista). Equipado com quatro canhões de 20 mm e seis metralhadoras
0.303 in (7.7 mm) nas asas, fora inicialmente projetado para ser um caça de longo alcance, mas
uma adaptação dessa poderosa aeronave, mostrar-se-ia um flagelo para os navios alemãs.

Até final daquele ano, as unidades do Comando Costeiro tinham afundado apenas seis navios
inimigos por ataques diretos além de terem danificado outros 14. O Comando Costeiro iniciou o
ano de 1941 com uma força de oito esquadrões de Bleinheim, seis de Hudson, três de Beaufort,
dois de Swordfish da Fleet Air Arm e um de Beaufighter. O serviço de informações havia
melhorado consideravelmente, parte como resultado das informações passadas pelos corajosos
agentes infiltrados nos países ocupados e parte devido ao magnífico trabalho realizados pelos
Spitfires do Esquadrão de Foto-reconhecimento, que era controlado pelo Comando Costeiro.

Um Beaufighter Mk IC, do Esquadrão Nº 252, baseado em Chivenor.

A maioria das missões dessa época da guerra eram realizadas ao longo da costa oeste francesa
e consistiam basicamente em lançamento de minas ou bombardeio a baixa altura, sempre
realizadas ao nascer ou ao por do sol. As aeronaves eram carregadas com duas bombas de 500
libras e quatro de 250 libras, sendo que uma dessas era às vezes substituída por um conjunto
de bombas incendiárias. A maioria dos ataques era realizado sob intenso fogo anti-aéreo e com

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a presença de holofotes. Os alemães utilizavam diferentes produtos químicos em suas balas
traçantes - o nitrato de estrôncio produzia uma cor vermelha, o cobre uma cor verde, o sódio
uma cor alaranjada e o potássio uma cor de malva - de modo a orientar os artilheiros, e assim
durante um ataque, o céu parecia uma festa pirotécnica. Os artilheiros das aeronaves
tentavam destruir os holofotes, enquanto que o rádio operador lançava garrafas vazias de
cerveja, que em sua queda produziam um silvo bastante característico, que os ingleses
acreditavam perturbar os alemães, e o observador, localizado no nariz de vidro das aeronaves
orientavam os pilotos na corrida de bombardeio. Os Beauforts davam um tremendo pulo,
quando se viam livres da carga de bombas, e o metralhador agora observava o ataque,
reportando-se ao piloto, enquanto esse realizava violentas manobras para evitar a anti-aérea e
tentar voltar para casa.

Os ataques à navios inimigos

Outros esquadrões de Beauforts e de Hudson realizavam naquela fase da guerra ataques


diurnos, ao longo das costas holandesas e norueguesas do Mar do Norte, caçando navios
inimigos de oportunidade, normalmente operando isoladamente ou em dupla e aproveitando-se
da cobertura de nuvens. Os Beauforts juntamente com os Swordfish lançavam minas nas
entradas dos portos, bem como realizavam ataques noturnos às instalações. O número de
navios afundados aumentava, bem como as perdas de aeronaves.

Nesse período ocorreram dois ataques principais, realizados por Beauforts operando
isoladamente. O primeiro ocorreu na manhã de 6 de abril de 1941, após um vôo de
reconhecimento realizado por um Spitfire, atendendo a uma informação de um agente secreto
operando em Brest, que informara sobre a presença do couraçado Gneisenau. As fotos
mostraram que o navio havia sido deslocado de uma doca interna para outra externa, e uma
missão com seis Beauforts do esquadrão Nº 22, equipados com torpedos foi lançada a partir de
St Eval na Cornwall, mas devido ao mau tempo, apenas uma aeronave alcançou o alvo. O
Beaufort, pilotado pelo Flying Officer Kenneth Campbell, lançou e acertou um torpedo no
costado da belonave, abrindo um buraco de 12 metros de diâmetro. O Gneisenau quase foi a
pique, mas rapidamente rebocado para a doca original, permaneceu fora de combate por cinco
meses. O Beaufort foi derrubado pela defesa anti-aérea e toda tripulação morta. Os corpos
dos tripulantes foram resgatados pelos alemães e receberam honras militares no funeral. O
Flying Officer Campbell recebeu a condecoração Victoria Cross pós-morto, a única
condecoração desse tipo recebida por um tripulante do Comando Costeiro durante a guerra.

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Imagens de um ataque dos Beaufighters do Esquadrão Nº 236.

O outro ataque ocorreu no dia 13 de junho de 1941, quando um Beaufort do esquadrão Nº 42,
baseado em Leuchars, pilotado pelo Flight Sergeant Ray Loveitt, atacou o couraçado de bolso
Lutzow. Essa belonave, de acordo com as informações da inteligência britânica havia partido da
Baía de Kiel e se dirigia para o norte, estando seu movimento sendo monitorado pelo
Government Code and Cypher School - Bletchley Park em Buckinghamshire, que era capaz de
descodificar as mensagens da Kreigsmarine, após ter capturado o equipamento Enigma de um
U-boat (o U-110), que se rendera a um navio da Royal Navy em 9 de maio daquele ano. Mesmo
com tudo isso, os britânicos não sabiam exatamente a posição do Lutzow, e o Beaufort do
Flight Sergent Loveitt foi a única entre as oito aeronaves dos esquadrões Nº 22 e 42 que
encontrou o navio, à sudoeste da Noruega, escoltado por alguns destroiers. O Beaufort,
aproveitando-se de nuvens baixas, surpreendeu os navios, conseguiu lançar um torpedo sem que
os navios pudessem reagir com um único tiro. O Lutzow foi seriamente atingido, mas conseguiu
retornar à Kiel, onde permaneceu em doca seca por mais de seis meses.

Nessa época da guerra, quatro esquadrões de Blenheim do 2º Grupo do Comando de


Bombardeios foram deslocados de suas missões normais e passaram a realizar ataques diurnos
contra navios alemães ao longo da costa holandesa e francesa., enquanto que as aeronaves do
Comando Costeiro continuavam a realizar missões noturnas. As tripulações dos Bleinheim
realizaram suas missões com muito brilhantismo e bravura, sendo que até julho de 1941, os
relatórios de combate indicavam o afundamento de 104 navios e danificados 72. Ao final da
guerra, as análises dos documentos oficiais alemães mostraram a realidade: apenas 7 navios
foram afundados e 6 danificados. As perdas por missão atingiram a média de 23%. Essas
operações extras do Comando de Bombardeio continuaram por mais dois meses, quando então
foram definitivamente encerradas.

Perigo para as tripulações

No final de 1941, começaram a ser instalados em algumas aeronaves do Comando Costeiro os


primeiros radares para operações navais (ASV / air-to-surface-vessel), que passaram a ajudar

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consideravelmente na localização das belonaves inimigas, especialmente à noite. Ao final deste
ano, um total de 28 navios inimigos havia sido afundado além de 20 outros danificados, mas as
perdas de aeronaves continuavam elevadas. Uma estatística da RAF, daquele tempo, dizia que a
probabilidade de sobrevivência de um piloto de caça era de 43%, dos tripulantes dos
bombardeios médios e pesados era de 44%, dos tripulantes dos bombardeios leves era de 25%
e a dos tripulantes dos torpedeiros do Comando Costeiro era de apenas 17%, podendo chegar
dependendo da maneira como era feita esta estatística à apenas 2%. Claro que esses são
valores médios, variando com a estação do ano, e com o esquadrão (tipos de missões
realizadas), mas de qualquer modo, as tripulações do Comando Costeiro eram aquelas que mais
sofriam baixas entre todas as unidades da RAF.

No começo de 1942, a força de ataque do Comando Costeiro era constituída de cinco


esquadrões de Beauforts, três de Beaufighters e três de Blenheims. Havia ainda 12
esquadrões de Hudson, mas apenas cinco desses estavam diretamente engajados em operações
de ataque, sendo os demais utilizados em operações anti-submarinas ou de busca e salvamento.
O dia 12 de fevereiro foi de uma humilhante experiência para o Comando Costeiro, para não
dizer de toda a Royal Air Force e Royal Navy, quando os couraçados Schmhorst e Gneisenau,
juntamente com o cruzador pesado Prinz Eugen, saíram do porto francês de Breste e
atravessaram o Canal da Mancha sem sofrerem dano algum, com exceção dos que foram
causados pelas minas magnéticas, lançadas pelas aeronaves da RAF.

Nessa época, todas as aeronaves Beauforts operavam apenas com torpedos e eram as
responsáveis por boa parte da tonelagem afundada, mas seu futuro operacional na Grã-
Bretanha seria encerrado na primavera daquele ano, quando foram despachadas para o Teatro
de Operações Mediterrâneo, onde sua presença era muito necessária, de modo a atacar as
linhas de suprimento das forças do Eixo para o Norte da África. O substituto dos Beauforts
seriam os Handley Page Hampden, uma aeronave que o Comando de Bombardeio não queria mais
e que foi convertida para a sua nova missão, passando a equipar quatro esquadrões do Comando
Costeiro, e realizaram missões bastante eficientes, principalmente ao longo da costa sudoeste
da Noruega. Outra aeronave proveniente do Comando de Bombardeio, que passou a ser
utilizada pelo Comando Costeiro foram os Armstrong Whitworth Whitley VII, que realizavam
missões de bombardeio, principalmente contra navios operando na Baía de Biscaia.

No dia 22 de setembro de 1942, 32 Hampdens dos esquadrões Nº 144 e 455, este último com
tripulações australianas, foram deslocados para a base russa de Vaenga, para realizarem uma
missão especial: atacarem o couraçado Tirpitz, caso esse deixasse o fjord de Altenfjord, para
atacar o comboio PQ18, que estava dirigindo-se para o porto de Murmansk. Nove Hampdens
foram perdidos durante a jornada de ida, mas a operação não foi realizada. As aeronaves
restantes foram transferidas para os russos e as tripulações retornaram à Inglaterra a bordo
de Catalinas da RAF.

Enquanto isso, duas novas versões do Beaufughter eram desenvolvidas para ataques à navios.
No meio de 1942, os Mk IC foram substituídos pelos Mk VIC, que possuíam motores com mais
potência, melhor estabilidade a baixa altura, além de uma metralhadora atirando para trás,
operada pelo navegador. A outra versão era o "Torbeau" (Torpedo-Beaufighter), versão
torpedeiro do Mk VIC, que permanecia com os quatro canhões e com a metralhadora, mas

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utilizavam agora um novo torpedo, o Mk XV, que fora desenvolvido para ser lançado à altas
velocidades. Em novembro de 1942, foi formado em North Coates o 1º Grupo de Ataque,
constituído pelos esquadrões Nº 236 equipado com Beaufighter VIC e Nº 254 equipado com
"Torbeau", mas a primeira missão desse grupo, realizada no dia 20 daquele mês, não obteve
muito sucesso. Nesta missão, 25 Beaufighters decolaram para interceptar um comboio alemão
ao largo da costa holandesa, quando afundaram apenas um rebocador marítimo, e danificaram
outros dois navios ao preço de 3 abatidos pelos Me-109, 2 perdidos durante o pouso e 5 com
avarias pesadas.

Um Beaufigher "Torbeau"

A mudança de tática

Durante o ano de 1942, as aeronaves do Comando Costeiro afundaram 25 navios inimigos e


danificaram outros 20, mas mesmo assim era um índice baixo, quando comparado com as perdas
sofridas e o esforço e a coragem das tripulações. Obviamente alguma coisa estava errada com
as táticas e métodos de ataque empregados, e por isso o esquadrão de Beaufighters baseado
em North Coates deixou de operar durante cinco meses como um esquadrão de ataque, embora
algumas missões individuais tivessem acontecido.

O Comando Costeiro iniciou o ano de 1943 com seis esquadrões de Beaufughters, quatro de
Hampdens, cinco de Hudsons (dos quais três eram utilizados como reconhecimento) e dois de
Swordfish. A solução encontrada para resolver a doutrina de ataque foi a indicação do Wing
Commander Neil Wheeler como comandante do Esquadrão Nº 236, que poderia, com sua
experiência adquirida durante as operações com Beauforts em Malta, transmitir confiança e
otimismo, bem como logicamente novas táticas e procedimentos operacionais. Os Beauforts
haviam afundado vários navios do Eixo em suas operações na África do Norte, mas a um preço
elevado. Os remanescentes do esquadrão foram agrupados no Esquadrão Nº 39 em Luqa

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(Malta) sob o comando do Wing Commander Patrick Gibbs, que já havia voado anteriormente no
Esquadrão Nª 22 na Inglaterra. Gibbs insistia no emprego dos Beauforts do Esquadrão Nº 227
contra os navios e barcos antiaéreos, seguidos imediatamente dos torpedeiros, em vagas
sucessivas. As perdas continuavam elevadas, mas a tática causava um efeito devastador nos
comboios inimigos, com numerosos naufrágios.

Wheeles recomendou que os esquadrões baseados na Inglaterra só atacassem em vagas


completas à nível de esquadrão, após o reconhecimento aéreo ter sido realizado e as análises
das informações processadas; que os Beaufighters "anti-antiaéreos" tivessem seus alvos
previamente definidos e que os "Torbeaus" operassem em pares contra navios específicos. E
acima de tudo que os ataques só devessem ser realizados com proteção dos caças.

Após algumas discussões, essas táticas foram adotadas, no primeiro ataque do ano, sòmente
realizado no dia 19 de abril, ao largo de Textel. Nesse dia, 51 Beaufighters operaram, incluindo
os do Esquadrão Nº 143, que havia se juntado ao Grupo de North Coates. Algumas das
aeronaves "antiantiaérea" foram carregadas com bombas e escoltadas por 22 Spitfires dos
Esquadrões Nº 118 e 167. Sob os gritos do comandante Wheeler de "Ataquem, ataquem.
ataquem...", os Beaufighters dirigiram-se para o alvo, com uma precisão nunca vista e o
resultado obtido foi muito bom. Quatro navios de escolta e um navio mercante foram , e ao
regressarem à base, as aeronaves foram recebidas pelo pessoal de terra, que posicionados ao
longo da pista de pouso os saudava entusiasticamente.

Esse ataque é um marco de mudança dos esquadrões de ataque do Comando Costeiro. Outro
fator que contribuiu para a melhoria dos resultados obtidos pelos esquadrões, foi a introdução
dos foguetes de ataque. Os Beaufighters podiam carregar oito desses foguetes sob as assas, e
cada um possuía uma cabeça explosiva de 25 libras. Esses foguetes eram lançados mirando-se a
linha d`água, pois existe um princípio que diz que "mais vale um furo abaixo da linha d`água do
que dez furos no tombadilho". O primeiro ataque utilizando esses foguetes foi realizado no dia
1 de junho de 1943, quando um Beaufighter do Esquadrão Nº 236 pilotado pelo Flying Officer
Mark Bateman, afundou o submarino U-418. Embora esse primeiro ataque tenha sido um
sucesso, as tripulações levaram algum tempo até se acostumarem com o novo equipamento, e na
média, os resultados obtidos ainda eram desanimadores.

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Um Mosquito atacando um navio no
Sande Fjord.

A partir de julho de 1943, o novo Beaufighter TF Mk X passou a equipar os esquadrões do


Comando Costeiro. Essa nova versão possuía motores mais potentes, uma extensão da deriva,
que permitia uma melhor estabilidade à baixa altura além de poder ser empregado como
torpedeiro e como aeronave "antiantiaérea". Havia no Comando Costeiro uma dúvida sobre a
eficácia dessa nova concepção de grupo de ataque, mas em outubro deste ano, um novo grupo
foi criado em Wick, constituído dos Esquadrões Nº 144 e 404 (esta da Royal Canadian Air
Force), ambos equipados com o novo Beaufighter Mk X. Nessa fase da guerra, os navios
mercantes suecos, por ordem de seus armadores, ficaram proibidos de ir além do porto de
Roterdam - Holanda, e o descarregamento das cargas passou a ser feito em Emden,
aumentando o problema de transporte para os alemães. Ao longo de 1943, as aeronaves do
Comando Costeiro afundaram 32 navios, que embora não fosse um número tão mais elevado que
do ano anterior, era uma melhoria significativa em relação às perdas sofridas, obrigando os
alemães a estabelecerem um programa de construção de navios mercantes (desviando o
esforço de guerra) além da necessidade crescente de emprego de navios de escolta (coisa que
os alemães não possuíam em farto número).

Novos grupos de ataque são formados

No começo de 1944, o Comando Costeiro possuía 11 esquadrões equipados com Beaufighters,


cinco dos quais equipando grupos de ataques. Todos os Hampdens e Hudson não eram mais
utilizados como aeronaves de ataque, bem como não havia esquadrão algum da Fleet Air Arm
sob seu comando. O objetivo agora era a formação de grupos de ataque utilizando apenas os
Beaufighters. Em março, os Esquadrões Nº 455 (Royal Australian Air Force) e o de Nº 489
(Royal New Zealand Air Force) foram criados e incorporados ao Comando Costeiro, passando a
fazer parte do Grupo de Ataque da Base de Leauchars. Em abril, esses dois esquadrões foram
transferidos para o Grupo de North Coates, enquanto que dois novos esquadrões, o Nº 144 e o

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404 (Royal Canadian Air Force) eram combinados e passam a formar o Grupo de Ataque de
Davidstow Moor - Cornwall, de onde poderiam operar contra a costa oeste da França.

Ao mesmo tempo em que tonelagem afundada crescia, as operações do Comando Costeiro


continuavam a ser cada vez mais perigosas. Todos os ataques eram realizados à baixa altura e
por isso tanto os navios "antiaeronaves" como as próprias aeronaves realizavam seus disparos
muito próximo um do outro. Embora os canhões dos Beaufighters possuíssem um poder de fogo
devastador, os alemães equiparam seus navios e barcos antiaéreos com uma quantidade enorme
de armas. Entre os navios de escolta empregados pelos alemães destaca-se o formidável
Sperrbrecher, um grande navio mercante convertido para ser um barco antiaéreo, equipado
com numerosas metralhadoras e canhões de diversos calibres, bem como com uma sobre-
couraça de concreto contra minas magnéticas.

Aos grupos de ataque do Comando Costeiro, foi designada a missão de proteger os flancos da
Força-Tarefa que estava levando as tropas que desembarcariam no dia 6 de junho, o Dia -D, na
Normandia. A eles se juntaram oito esquadrões da Fleet Air Arm, cinco de Avengers e três de
Swordfish. Os esquadrões realizaram diversas missões contra destroiers alemães que
tentavam se deslocar para o norte em direção à Força-Tarefa, bem como contra algumas
lanchas torpedeiras. Esses ataques foram realizados com a ajuda de um novo grupo formado
em Portreath, pelos Esquadrões Nº 235 e Nº 248, equipados com aeronaves Mosquito Mk VI,
recém introduzidos no Comando Costeiro. Os Mosquitos eram equipados com quatro canhões de
20 mm e quatro metralhadoras, além de oito foguetes. Alguns Mosquitos do Esquadrão Nº 248
eram equipados com um canhão Molins antitanque, capaz de atirar um projétil com peso de 6
libras, a uma razão de dois por minuto, utilizando um carregador com 25 projéteis, e eram
conhecidos por "Tsetse". Um submarino chegou a ser afundado por um desses Mosquitos no dia
25 de março de 1944 e outro no dia 10 de junho.

Um Beaufighter atacando com foguetes

No final do mês de junho, o Grupo de Davidstow foi transferido para Strubby - Lincolnshire,
para concentrar esforços nos ataques ao tráfego naval proveniente da Noruega. Em setembro,
foi mais para o norte, indo operar a partir de Banff, juntamente com o Grupo de Portreath,
uma vez que todos os navios alemães que operavam a partir da França haviam sido destruídos,

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contra a costa norueguesa. A maioria dos navios alemães operava à noite, e ficavam escondidos
em fjords de dia. Os Mosquitos e Beaufighters não davam tréguas aos alemães, penetrando
nos fjords e atacando-os, sendo protegidos nesses ataques por Mustangs e por Mosquitos Mk
VI do Esquadrão Nº 333, operado por noruegueses. Esses, familiarizados com os fjords, agiam
como guias, levando as aeronaves do Comando Costeiro até os alvos.

Um Mosquito atacando com foguetes

Com o avanço terrestre das tropas aliadas pela Bélgica e sul da Holanda, ataques ao porto de
Roterdam tornaram-se inúteis, visto que os alemães não podiam mais utiliza-lo, e isso permitiu
que o Grupo de Ataque de North Coates de concentrasse nas águas dinamarquesas e na costa
sul da Noruega. Nessa fase da guerra, a utilização de torpedos havia sido praticamente
abandonada, e a arma mais empregada e eficiente era o foguete. Durante o ano de 1944, o
Comando Costeiro afundou 175 navios alemães, um aumento enorme comparado com os anos
anteriores, ao mesmo tempo, o que Comando de Bombardeio continuava a atacar os portos e os
estaleiros alemães, ajudados pelos Halifax do Comando Costeiro que minavam os portos. A
crise na Marinha Mercante alemã alcançou seu climax quando praticamente todos os navios de
escolta foram aniquilados bem como os portos suecos fechados aos alemães em setembro
daquele ano. Os restantes dos navios foram totalmente destruídos nos meses finais daquele
ano.

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Foguetes de 60 lb, sob a asa de um Mosquito

Ao mesmo tempo em que as tropas russas avançavam de leste, os barcos e U-boats alemães
deslocavam-se para oeste do Mar Báltico, tornando-se alvos para as aeronaves do Comando
Costeiro, que operavam nas costas dinamarquesas e nas costas alemãs do Mar do Norte. Até o
final da guerra 10 U-boats e 86 navios foram afundados pelas aeronaves inglesas naquela área.
O Grupo de Ataque de North Coates afundou outros 10 U-boats ao longo da costa holandesa.

Conclusão

Embora a ofensiva antinavio não tenha interrompido por completo a importação alemã de
minério de ferro e de outros minérios vitais da Suécia, ela aumentou sobremaneira a
dificuldade para a indústria alemã desde o início de 1943. O lançamento de minas realizado à
noite, afundou mais navios do que os ataques diurnos realizados, principalmente no Báltico,
enquanto que outros navios foram destruídos nos portos, pelos ataques da 8ª Força Aérea do
Exército dos Estados Unidos ou pelo Comando de Bombardeiros da RAF, mas cujo esforço
combinado foi um fracasso. Os estaleiros alemães não foram capaz de construir navios no
mesmo ritmo em que eram destruídos, bem como a Kreigsmarine não encontrava pessoal
treinado o suficiente para substituir os mortos e desaparecidos. A indústria alemã nunca foi
capaz de suprir a produção necessária bem como a Luftwaffe teve que deslocar unidades
permanentes para defender os portos e os estaleiros. A força de ataque do Comando Costeiro
nunca passou de 12 esquadrões, e esteve permanentemente engajada em ataques à objetivos
estritamente militares. Sua contribuição para a vitória final foi muito além do que se é
reconhecido.

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Apêndice

Grupos de Ataque do Comando Costeiro

Base Esquadrões Período de Operação

North Coates 143, 236 e 254 Nov 42 - Mai 45

Wick 144 e 404 Out 43 - Mai 44

Leuchars 455 e 489 Mar 44 - Abr 44

Langham 455 e 489 Abr 44 - Out 44

Davidstow Moor 144 e 404 Mai 44 - Jul 44

Porteath 235 e 248 Jun 44 - Set 44

Strubby 144 e 404 Jul 44 - Set 44

Banff 143, 144, 235, 248 e 404 Set 44 - Mai 45

Dallachy 144, 404, 455 e 489 Out 44 - Mai 45

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