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2.3.

Conceitualização Teórica de Análise do Comportamento


2.3.1. Princípios fundamentais
Conferido o status científico à Psicologia, definido o objeto de estudo e
padronizados os métodos experimentais, Skinner passa a engrenar a construção
conceitual , baseada a partir dos experimentos laboratoriais com animais(o que mais
tarde vem a ser generalizado, com aplicação aos seres humanos).

No seu Livro: “Ciência e comportamento humano”, tal completando


cinquentenário de sua publicação, saudando o centenário de Skinner(nascido em
1904), Roediger1 ressalta a relevância e aprimoramento da obra do teórico que tinha
como propósito introduzir o behaviorismo , e o fez assim com força e elegância.
Podendo-se inclusive, falar em uma “máquina” com peças firmemente engrenadas ,
haja visto, o desencadeamento de conceitos linearmente.

Baseando-se nesta, o que serão discorridos os principais conceitos da


abordagem behaviorista (não ostensivamente, porém, clara e objetivamente).

Com estudos de Pavlov acerca da ação reflexa , e portanto, dos reflexos


incondicionados e condicionados migraram ao campo skinneriano tais termos
conceituais.

Compreende-se de tal forma, por Reflexo incondicionado, àquele ligado à


ação involuntária executada por músculos e glândulas. Por outro lado, os Reflexos
Condicionados tratam de(modo redundante) condicionamento, que acontece através
da substituição de estímulos. Onde o estímulo antes neutro, adquire o poder de
eliciar uma resposta. Para tanto, tal reflexo condicionado ocupa seguramente um
valor de sobrevivência; pois, respostas reflexas apropriadas não se podem
desenvolver sempre como mecanismos herdados, uma vez que, o ambiente muda
de geração para geração. Por outro lado, as “supertições” que se traduzem por uma
situação acidental, passa a associar-se à situações semelhantes. É o que acontece,
‘O que aconteceu com o behaviorismo”.
por exemplo, com os judeus, que quando a criança começa a aprender a ler e a
escrever , beija uma página sobre uma gota de mel que foi nela depositada(Skinner,
1953).

Tratando-se de reflexos, sejam eles condicionados ou não, referem-se,


principalmente, à fisiologia interna do organismo. E “sintonizam” a passividade do
sujeito que só responde mediante um estímulo(algo que elicia uma resposta no
organismo); porém, pensar nas consequências do comportamento retroagindo sobre
o organismo, é pensar no Comportamento Operante e na probabilidade em
ocorrência deste. Ao reportar aos experimentos com ratos de Skinner, percebeu-se a
priore, o comportamento exploratório do rato (caracterizado operacionalmente por
farejar, andar pela caixa, lamber, cheirar, etc.) Após operar pressionando na barra e
recebendo alimento, evidencia-se o comportamento operante sendo reforçado e
aumentando-se a probabilidade de ocorrência deste, em virtude do reforço recebido.

Desta forma, é banido o termo instinto de situações que envolvam bons


músicos, bons atletas. Passando-se a serem entendidos como sujeitos que operam
desde a infância e foram reforçados por seus pais e/ou ambiente social e como
resposta tornaram-se habilidosos (no sentido de” fazer algo bem” e não de herdá-la
instintivamente).

Mas, que eventos são reforçadores? A esta resposta, só diz-se em fazer um


teste direto, isto é, ao observar frequencia de uma resposta selecionada, depois
tornar um evento a ela contingente e observar-se qualquer mudança em tal
frequencia. Desta forma, o que resta saber é a probabilidade da resposta ser
aumentada. O que cabe ressaltar e desmistificar é o que muito se pensa nos meios
acadêmicos em torno dos reforços: que positivo é aquele denominado bom, de
apoio, e negativo, é aquele denominado ruim, que “pune”. Pois bem, alternativas
errôneas; entende-se por Reforço Positivo, segundo posição de Skinner (1953), que
trata-se da apresentação de estímulos, no acréscimo de algo, por exemplo –
alimento, água, ou contato sexual – à situação. E Reforço Negativo, consiste na
remoção de alguma coisa, por ex. – algum barulho, uma luz brilhante, calor ou frio
extremos – da situação.

A esta nuance a aplicabilidade do condicionamento operante, dá-se em todas


as esferas – educação, governo, família, clínica, indústria, e assim por diante -2 com
intuito de buscar constantemente a probabilidade de conseqüência reforçadoras.
Seja o industrial no objetivo de ter seus empregados trabalhando produtivamente e
sem absenteísmo. Seja na educação de crianças em idade pré-escolar, elaborando
programas de reforços eficazes os quais produzam efeitos satisfatórios no processo
de ler, escrever, contar ou jogar.

Falar tanto em reforçar, deve salientar que esses reforços também


congratulam uma intermitência, para que desta forma aja uma manutenção de
repertórios reforçadores para o indivíduo. A este fenômeno, Skinner pontuou de
Reforço Intermitente, para aludir que nem sempre que o comportamento aja sobre o
meio físico e imediato é constantemente reforçado.

“Aprovação, afeto e outros favores pessoais


com freqüência são intermitentes, não apenas
porque a pessoa que fornece o reforço pode
comportar-se de diferentes maneiras em
ocasiões diferentes, mas, precisamente porque
pode ter verificado que semelhante esquema
produz retorno mais estável, persistente e
proveitoso” (Skinner 1953).

Estes reforços intermitentes originaram-se através dos estudos de Skinner


(com ratos) referindo reforços em intervalos e razão fixa, relacionados ao tempo do
reforço despendido e da quantidade estipulada de respostas para recebimento do
reforço, respectivamente. Promovendo pois, manutenção comportamental.

Por fim, dois importantes conceitos são: Extinção e Punição. Pelo primeiro
entende-se pelo não reforço de uma resposta; procedimento largamente utilizado no
“Ciência e comportamento humano”
processo terapêutico para com comportamentos indesejados. Obviamente, que
similar ao condicionamento operante de uma resposta, o processo de extinção - via
de regra alicerçar-se-á em progressivos passos, devido à história de reforçamento.

Já quanto ao segundo, não trata-se ao oposto de recompensas, porém


fundamenta-se num enfraquecimento de um operante. Se de um lado o reforço
estabelece tendências a se comportar de uma maneira, a punição destina-se a
acabar com ela. Todavia, a longo prazo, distinto do reforço, ela funciona com
desvantagem tanto para o organismo punido quanto para agência punidora.

Outros importantes conceitos, encontram-se na “ Bíblia Skinneriana”3 –


‘Ciência e Comportamento Humano’ – como já fora citado anteriormente; e aguarda
‘calouros’ e ‘vanguardistas’ leituras dos seguidores da área, pois, a cada novo
operante em ler, o leitor desvenda e/ou confirma a perspectiva mais engrenada em
torno das explicações da humanidade, através da Análise Funcional.

2.3.2..Divergências com outras abordagens

Apontadas no início da discussão sobre a emancipação da Psicologia,


enquanto ciência, as raízes de outras abordagens , tais como a Gestalt (neste
âmbito, expande-se atenção ao Humanismo, de forma global) e a Psicanálise, faz
referência à abordagens mentalistas, sem quaisquer dúvidas introspeccionistas: de
um lado, a ‘crença’ em que o indivíduo tudo pode, acreditar que através da firmação
das potencialidades do indivíduo este tudo conseguirá; ou , de outra forma querer
fazer infindáveis interpretações a respeito dos níveis de desenvolvimento sexual na
infância, ou interpretações subjetivas sobre os sonhos, adquiridas de um discurso,
embargado de ‘sombras’, que serão desvendadas por ato falho, é levar a ciência ao
de fato “fundo do poço”. Estas questões são tão absurdas, que já demasiadamente
especuladas, não serão aqui pormenorizadas. Para tanto, fará luz sim à uma
abordagem - que talvez, por sua imaturidade(datada do início da década de 60),

Ciência e Comportamento Humano”


ainda não sente-se ‘segura’ em firmar-se na abordagem comportamental, e utiliza-se
do acessório cognitivo como percalço.

Os pontos que serão apontados a partir deste parágrafo, dizem respeito às


convergências e discrepâncias as quais sustentam tanto a teoria quanto o enfoque
prático que rege a abordagem Cognitivo-comportamental e a Análise do
Comportamento. Eliane Falcone (1993)4, ressalta a irrelevância dos pressupostos de
ambas as abordagens , considerando as falsas impressões acalentadas,
principalmente, pelo desconhecimento ou incompreensão tangente à gênese.

Tereza Sério (2000), no capítulo oito do livro: “Sobre comportamento e


cognição” (org. Banaco,2000), abre uma ampla discussão em torno das suposições
básicas que sustentam a concepção do behaviorista radical de conhecimento
científico , as quais pautam-se: na crença da existência do mundo e na crença de
que os fenômenos são determinados. Entretanto, tais crenças não tornam aquele
que produz conhecimento, neste caso - o cientista, um ser passivo a quem de lugar
assume a frigidez e o reconhecer neutralmente os fatos observados, como a muito
tempo foi e perdura sendo divulgado , por quem desconhece de fato as bases do
behaviorismo radical.

Este, que por sua vez, reconhece o sujeito ativo, onde sua percepção é
determinada por suas interações, passadas e atuais, com a situação que se coloca
como objeto de conhecimento.
A concepção behaviorista radical, também diferentemente do que é propalado,
não reduz a ciência à coleta e organização de dados, muito ao contrário, o cientista
persegue idéias, suposições, hipóteses, interpreta seus resultados, busca
constructos hipotéticos ou teóricos que lhe trazem significado, bem como constrói
sistemas teóricos.
Isto, por sua vez , possibilita a avaliação da comunidade científica, torna
público o conhecimento produzido e este tornar público proporciona a ação da
comunidade em geral.

Configurando de fato parâmetros para a Psicologia enquanto produção de


conhecimento científico. Aliás, a proposta behaviorista radical , tem como marca a
construção da Psicologia como ciência(e isto já foi suficientemente debatido,
anteriormente), o que aos olhos de muitos significou, e ainda significa, empobrecer
ou reduzir o objeto da Psicologia; uma vez que, fazer ciência implicaria a lidar só com
fenômenos diretamente observáveis, no âmbito da Psicologia, lidar apenas com
comportamentos manifestos, isto é, comportamentos aos quais qualquer observador
pudesse ter acesso diretamente. E como ressalta Tereza Sério (2000):

” uma parte bastante significativa de nós não é/


não está(na maioria das vezes, felizmente)
acessível a outras pessoas, porém, nossa
fisiologia e neurologia não são a causação de
nossos comportamentos”.

Na realidade, não é propósito do behaviorismo radical empobrecer nem


tampouco reduzir a Psicologia, mas, fazer entender que cada um é um organismo,
que interage com o ambiente durante toda sua vida e adquire um repertório de
comportamentos. Nesta vertente, como enfatizado por Skinner, a ciência do
comportamento não destrói a individualidade, haja vista que o ser é único, porém ,
este indivíduo não é livre e portanto, não é sujeito; uma vez que, o indivíduo é sim
determinado, não havendo livre-arbítrio ,mas, apenas a escolha das condições
controladoras.
Helene Shinohara (2000) discorre, ainda no livro: ”Sobre comportamento e
cognição” (org. Banaco,2000) que, a Teoria Cognitivo-comportamental(TCC), com
sua gênese na década de 60 é uma combinação de muitos anos de pesquisa e
prática clínica , surgindo da insatisfação com modelos não mediacionais e/ou
alternativas psicodinâmicas, vindo a introduzir a concepção de problemas
psicológicos compreendidos em termos de respostas intercaladas: o cognitivo, o
afetivo/fisiológico e o comportamental. Pontuando que, o modo como uma pessoa
percebe o ambiente ao seu redor (reação cognitiva) é seletivo e depende de um
conjunto de regras e crenças adquiridas no desenvolvimento desta pessoa.

Desta forma, o sofrimento do indivíduo é derivado das possíveis distorções


que estejam ocorrendo na sua maneira de avaliar o mundo e a si mesmo; crenças
básicas, inflexíveis e incondicionais que os indivíduos abstraem das especificidades
de suas experiências. As estruturas cognitivas possuem níveis de organização, onde
na superfície encontram-se pensamentos automáticos (acesso mais imediato),
caracterizados por idéias, crenças e imagens específicas acerca da situação. Como
o próprio nome sugere, ocorrem sem um mínimo de esforço por parte do indivíduo,
sinalizado automaticamente em sua cognição. Donde levam à suposições
transacionais e esquemas.

Assim, em desordens de ansiedade , como ressaltado por Eliane Falcone


(1993), o indivíduo percebe e avalia a situação de forma distorcida,
tendenciosa(distorção cognitiva), propiciando a ocorrência de afetos correspondentes
(sudorese, taquicardia, tonteira, fraqueza, etc.), e de comportamento(bloqueio,
colapso, tremor, fuga, evitação, etc.), que acabam confirmando as hipóteses
negativistas acerca da situação e da auto-estima.

Pensamentos automáticos, cognição e reações fisiológicas para o


behaviorismo radical são expressões comportamentais, embora encobertos, têm sua
gênese nas interações sociais ou mesmo na falta delas. Porém, não são causas
comportamentais, ou seja, o meu comportamento não acontece de modo X ou Y por
conta dos pensamentos e crenças que tenho sobre mim ou o mundo , mas, pelas
contigências envolvidas na situação, bem como os reforços mediante o modo como
me comporto me levam a ter uma frequência maior ou menor em tal contexto e sob a
presença ou não de determinadas variáveis. Outro ponto divergente é que para
behavioristas radicais aceitar o uso e o lócus da palavra “cognição” seria aderir a
uma postura dualista, um retrocesso, o que constituiria um sério problema
metodológico.

Dentro desta perspectiva metodológica, encontra-se a ênfase ao rigor


científico adotado pela análise do comportamento. Rigor científico este, ostentado
por quatro níveis que formam um paradigma , como explicitado por Sônia Meyer
(1995): nível tecnológico , ou seja, conjunto de técnicas derivadas das pesquisas
realizadas; nível metodológico , caracterizado por uma orientação de pesquisa,
adotado pelo investigador – analista comportamental, o qual se utiliza de uma
programação , registro, pesquisa e sobretudo da análise funcional; nível conceitual,
abrangendo princípios básicos, tais como reforçamento, punição, estímulo, controle
por regras verbais, dentre outros conceitos da abordagem que dão suporte à atuação
terapêutica; além da sustentação filosófica , explicitado anteriormente ,
caracterizado por postulados teóricos, tais como a determinação e ordenação do
comportamento .

Embora, tais divergências, tanto a Terapia Cognitivo-comportamental quanto a


Análise do Comportamento coadunam na prática terapêutica de uma sistematização
da ênfase técnica como forma de modificação comportamental, seja através de uma
reestruturação cognitiva, seja por extinção de um repertório comportamental
indesejado e recompensas em situações reforçadoras.

Isto posto, em virtude de ser necessário que o terapeuta tenha conhecimentos


de padrões de comportamento e métodos comportamentais de mudança em ambas
abordagens psicoterapêuticas. Envolvendo tarefas de aprendizagem e prática em
casa, pois o que sustenta-se em geral, as pessoas aprendem, fazendo, como
pontuado por Helene Shinohara (2000).Tais tarefas facilitam mudanças em menor ou
maior frequência, em uma ou mais áreas, que irão resultar em grandes mudanças
em outras áreas também. Neste ponto, abre-se mais um parêntese de concordância
para ambas, paralelo ao descredito por outras abordagens teóricas interpretativas ,
as quais erroneamente apontam as presentes terapias como proporcionadoras
apenas de mudanças em um foco – estas supostamente não generalizadas.

Diante de todos os fatos mencionados, Helene Shinohara (2000) ainda


sobressalta no que diz respeito a saber que para que os objetivos terapêuticos sejam
alcançados, não é necessário apenas o conhecimento teórico-técnico, todavia,
primordialmente o envolver-se no estabelecimento de uma relação terapêutica
satisfatória.

Contudo, cabe aos interessados (os que realmente o são) da área uma
reflexão da postura adotada por ambas as abordagens e a capacidade de discriminar
dos seus postulados o teor de percepção e concepção do homem na sua relação
com o mundo, antes de fazer um julgamento sobre esta ou aquela teorização.
Acreditar em técnicas cognitivas na prática clínica, como também gestálticas não me
fazem um psicoterapeuta eclético; por outro lado, não ter uma fundamentação
sustentável e investigativa do que e como trabalha a Análise do Comportamento , me
levam a utilizar qualquer outra prática clínica, exceto a citada.

Porém, tenho sim a obrigação em reconhecer que voltar à idéia


dualista/mentalista do homem é cometer um retrocesso na construção da Psicologia
enquanto ciência, bem como nos afastar de atuar no mundo. E tal retrocesso é
alimentado nos meios acadêmicos, pelo desconhecimento e difusão de idéias
errôneas a respeito das bases behavioristas radicais. Com isso, o temor pela
aceitação de que o que rege o meu comportamento são as relações e interações
contingenciais com o ambiente, leva muitos estudantes e profissionais a crer e
absorver que hão de haver forças internas e/ou “superiores” causadoras
comportamentais.
2.4.Prática Clínica em Análise do Comportamento
2.4.1.Fundamentos da Psicoterapia Analítico-comportamental
As influências marcantes para o surgimento da Terapia Comportamental,
datam da década de 20 com os estudos de Watson e Rayner(descritos
anteriormente), com os trabalhos de condicionamento reflexo de respostas de medo,
com os estudos com o “Pequeno Albert”.

Na década de 60, os marcos deste modelo são encontrados na obra de


Eysenk e na publicação da primeira revista de Terapia Comportamental (em 1963).

Apesar de ainda na década de 50 , haver a coexistência de pelo menos dois


tipos de intervenção behaviorista: a defendida pelo paradigma do condicionamento
reflexo – denominada de Terapia Comportamental – e a Modificação do
Comportamento, respaldando-se no paradigma do condicionamento operante de
Skinner. Na atualidade, a denominação que vem sendo mais amplamente utilizada
refere-se à Análise do Comportamento5.

Quanto ao processo analítico-comportamental, este pode ser dividido


basicamente em três etapas: inicial, intermediária e terminal. O primeiro refere-se à
coleta de informações junto ao cliente [se for criança, as queixas trazidas tanto pelos
pais, como da criança e outras figuras de apoio, que possam contribuir com
informações necessárias para entendimento do(s) comportamento(s)-problema(s)].
Buscar saber sua história passada, e sobretudo a relação com sua situação
presente, de forma que se possa identificar as possíveis situações ou pessoas
reforçadoras. Além de avaliar se há esquiva ou não discriminação das variáveis do
processo terapêutico.

Antes da Segunda fase , ainda na (diga-se) ‘finalização’ da primeira, há uma


devolução para com o cliente; com o propósito do terapeuta checar suas hipóteses
diagnósticas sobre os comportamentos do cliente, de modo que discuta-se com ele,
objetivando testá-las.

É na etapa seguinte, a intermediária, que ocorre propriamente a intervenção ,


tem o foco no(s) comportamento(s)-problema(s) identificados pelo terapeuta , e a
utilização de técnicas comportamentais. Este é um ponto de suma relevência, pois,
as técnicas comportamentais por serem amplamente difundidas, muitas das vezes
são erroneamente utilizadas por pessoas despreparadas(que não tenham
conhecimento filosófico e conceitual , respaldado, na teoria da abordagem, isto é, o
behaviorismo radical; ou mesmo que pertençam à uma outra “tribo” de
conhecimento, e as utiliza por serem “reforçados” pela sua efetividade à nível de
modificação comportamental).

Cabe ainda enfocar, que não é a mera aplicação da técnica que fará a
efetivação de mudança comportamental, mas, a profunda análise funcional das
relações atuantes na vida do indivíduo. E nestes termos, então, é respeitado que
cada indivíduo é único; e, embora, apresentem uma semelhante configuração
quanto aos repertórios de refoçadores , tanto a história de reforçamento, quanto as
contigências à ela relacionadas são diferentes.

Contudo, na etapa terminal se observa o alcance dos objetivos terapêuticos


alcançados, e a probabilidade do cliente mostrando-se capaz de gerenciar sua vida
sem a ajuda do terapeuta, capacitado neste auto-gerenciamente de discriminar
contigências reforçadoras através de seu próprio comportamento operante no meio,
e portanto, desmistificando a crítica ao sistema analítico-comportamental, em que
dizem ser pautado numa perspectiva artificial.

Porém, para que de fato isto ocorra satisfatoriamente, é necessário tanto o


estabelecimento de empatia6 do terapeuta para com o cliente, vista como
compreensão de seus problemas e aceitação não de seus comportamentos
desadaptados, todavia, do cliente enquanto cliente; quanto a interação positiva entre
terapeuta-cliente, com o fim de que o terapeuta discrimine o quão o cliente precisa
de ajuda , como também quando o mesmo está simulando uma dificuldade para
manter a relação terapêutica.
2.4.2.Principais técnicas Analítico-comportamentais7

“Um clínico comportamental de formação


adequada não escolhe qualquer técnica sem
antes efetuar uma apurada análise funcional
que identifique e descreva com clareza o
distúrbio do comportamento e suas relações
com as variáveis do ambiente (Rangé;
Gorayeb, 1995, citados por Caballo,2000).
• Programação de Atividades – esta técnica tem como objetivo proporcionar ao
paciente certa sensação de eficácia e de controle que pode proporcionar algumas
idéias sobre que atividades poderiam ser planejadas.
• Treinamento de Controle da Ansiedade - visa proporcionar o paciente a prestar
atenção e a reconhecer os sintomas que reflitam a presença da ansiedade, para
utilizar o relaxamento e evitar que a ansiedade alcance um nível elevado.

• Tarefas para Casa – tem como objetivo ajudar o paciente a generalizar seu
trabalho terapêutico indo além das sessões. É utilizado como uma forma de
facilitar a terapia treinando o paciente a técnica, para tanto é dado tarefas para
serem executadas em casa depois de cada sessão.

• Treinamento de Pais – utilizados na terapia infantil, na tentativa de ensinar os


pais a modificar os comportamentos-problema de seus filhos, tendo em vista
que os pais têm o maior contato com a criança e o maior controle sobre seu
ambiente.

• Modelação – é uma estratégia que permite ao paciente aprender um novo


comportamento através da observação e imitação de um modelo, no caso, o
terapeuta. O terapeuta deve planejar demonstrações de acordo com as
dificuldades específicas do paciente.
• Relaxamento – tensionar e relaxar vários grupos musculares, fazendo com que o
paciente aprenda a perceber as sensações decorrentes da tensão corporal e
utilize essas sensações como uma dica para relaxar. É recomendável que a
criança/adolescente aprenda a reconhecer, no máximo, três grupos musculares
por sessão e que pratique os exercícios de relaxamento duas vezes ao dia, como
tarefa de casa.

• Treinamento em Soluções de Problemas – visa ensinar a criança/adolescente


a lidar com um problema a ser resolvido e não como algo incontrolável e sem
saída. Para tanto, terapeuta e paciente trabalham na identificação do problema e
nos objetivos a serem atingidos. A partir disso, inicia-se o processo de decisão,
escolhendo-se entre as diversas alternativas, a mais plausível de ser testada e
com maior probabilidade de sucesso.

• Dessensibilização Sistemática – esta é uma intervenção desenvolvida para


eliminar o comportamento de medo e as síndromes de evitação. O procedimento
visa ensinar o paciente a adquirir uma resposta contrária a ansiedade, utilizando-
se o relaxamento, como também implica em uma exposição graduada ao
estímulo provocador de medo. A exposição pode ser realizada através da
imaginação ou ao vivo.

• Manejo de Recompensa - É recomendável para quadros fóbicos-ansiosos.


Cada aproximação do objeto e/ou situação temida deve ser seguida de alguma
espécie de recompensa, associando-se, dessa forma, uma experiência agradável
à vivência de medo. Além disso, a desconfirmação da conseqüência negativa
esperada facilita um maior engajamento do paciente e leva a um aumento na
freqüência das aproximações do estímulo temido.

2.5.Prática Clínica de Análise Comportamental com Crianças


Silvares & Gongora (1998), assumem uma posição bastante integralizada
quanto ao manejo do processo psicoterapêutico, partindo do processo de entrevista,
trazendo em seu livro: “Psicologia clínica comportamental: a inserção da entrevista
com adultos e crianças”. Relatam fontes possíveis de orientação para a ‘formulação’
quanto aos comportamento(s)-problema(s) de planos de intervenção estratégicos a
cada situação. Orientando a identificação dos reforçadores e contigências .

Vários são os fatores que podem contribuir para o encaminhamento de uma


criança ao psicólogo, dentre eles estão: problemas conjugais de seus pais,
depressão de um dos familiares, nível sócio-econômico da família e percepção
inadequada dos pais. Cabe ao terapeuta, ser perspicaz para discriminar como se
estabelecem as relações reforçadoras de determinado “quadro”, através de uma
análise funcional, derivada de uma acurada observação sistemática, além da
interação terapeuta-criança (cliente), bem como da “investigação” em fontes de apoio
ao desenvolvimento da criança (tais apresentados seja no ambiente familiar, escolar
e/ou social).

Instaurado o encaminhamento de uma criança para tratamento psicológico, as


entrevistas iniciais são realizadas com seus pais, ou responsáveis, na sessão
seguinte a entrevista realizada é com a própria criança, e se necessário pessoas
significativas do seu meio, como por exemplo os professores, são entrevistadas.

É importante que na primeira vez que se está vendo os pais dos “possíveis”
clientes, seja salientado pelo terapeuta que lhes forneçam(no caso, os pais) uma
apreciação geral sobre os comportamentos deles. GROSS (1984&1987), citado na
obra de Silvares&Gongora (1998), levantou vários pontos a serem abordados nas
entrevistas com os pais, pontos estes que podem ser vistos como etapas do trabalho
de entrevista do psicólogo infantil, com vista à definição dos objetivos da intervenção
futura com a criança, tais como: identificar e descrever os comportamentos
problemáticos da criança; obter dados que permitam uma formulação de hipóteses
sobre os determinantes (antecedentes e conseqüências) dos problemas; verificar a
freqüência e a duração desses problemas em termos quantitativos; obter
informações sobre esforços previamente feitos, na tentativa de alterar os
comportamentos problemáticos e sobre as mudanças comportamentais alcançadas;
levantar a valência positiva e negativa dos estímulos ambientais para a criança e
familiares; descobrir os pontos fortes do repertório infantil, de modo a definir o ponto
de partida da intervenção; estimar a propriedade dos pais a estarem inseridos no
trabalho com a criança; estabelecer um bom rapport com a família e a criança
objetivando garantir compreensão e aceitação das orientações processadas na
clínica; definir os objetivos de trabalho com vista à alteração comportamental, em
termos de comportamentos alternativos desejáveis.

Sabendo-se que a criança não se auto encaminha para um atendimento


psicológico, é de fundamental importância checar se de fato há algum problema com
ela, antes mesmo de identificar e descrever qual é o problema dela. O fato é que ,
muitas das vezes (e não raro), as crianças após uma avaliação cautelosa não
apresentam quaisquer comportamentos desadaptáveis, o que já não ocorre com os
pais que apresentam uma história de reforçamento punitiva(às vezes) e generalizam
tais contigências para seus filhos.

O contato com a criança, segundo O´LEARY (citado por Silvares &


Gongora,1998), em 1972, se traduz :

“era fruto mais da necessidade de se manter


com ela um bom rapport, tendo em vista o
trabalho terapêutico a ser com ela
desenvolvido”.

Essa concepção vem gradativamente se modificando, para Edelbrock &


Costello (1984), também citados pelas referidas autoras, o qual explicita que essa
mudança se manifesta através de duas tendências: um aumento da estrutura e
especialização da entrevista e uma mudança na visão da criança, a qual passa a ser
vista mais como informante de seus próprios sentimentos, comportamentos e
relacionamento social, como também muita informação, que por tradição dependia
do relato dos adultos, vem sendo fornecida também pela criança.

No primeiro encontro com a criança, o terapeuta, em geral, apresenta-se e a


convida para conhecer a sala de brinquedos, deixando seus pais na sala de espera.
Em geral este primeiro momento é reservado para observações dos comportamentos
da criança, deixando-a livre para uma sessão lúdica, de conhecimentos, interação,
estabelecimento do vínculo, o que facilitará o desenvolvimento do processo. É nesse
momento de conhecimento que o terapeuta esclarece quem o é enquanto
profissional, qual o seu papel, de que forma pretende desenvolver o trabalho com ela
e garante a confiabilidade e o sigilo.

O psicólogo infantil busca com a própria criança, os antecedentes e


conseqüentes de tais comportamentos, para confirmar a análise funcional hipotética,
por ele levantada, na entrevista com os pais dela(sem dúvida este levantamento não
se restringe ou efetua apenas no primeiro encontro, mas, nos subsequentes). Vale
enfatizar que os cinco primeiros levantamentos considerados de importância
para os pais, o são também, no caso da criança.

Quando o encaminhamento estiver vinculado ao ambiente escolar ou por


algum professor, o processo é similar, pois os mesmos motivos que determinam as
entrevistas com os pais se aplicam aos professores.
Ao entrevistar os professores sobre a criança encaminhada, as questões
devem ser voltadas não apenas para os comportamentos que motivaram o
encaminhamento dela, mas também, para a percepção de causalidade dos mesmos.
É importante verificar a procedência do encaminhamento, isto é, verificar qual a
intensidade e freqüência, saber quais os antecedentes e os conseqüentes desses
comportamentos alvos da queixa alegada.

Seguindo esta lógica, o próximo passo trata-se da elaboração do plano


psicoterapêutico, isto é, a intervenção propriamente dita, que confere aplicabilidade
tanto à nível de consultório na interação terapeuta-cliente, quanto ‘transportado’ para
outros ambientes (como em casa ou na escola), por meio das tarefas de casa ou
mesmo através do treinamento parental, donde ambos, consiste em manutenção do
comportamento de modo generalizado não obstruindo a causalidade disfuncional
apenas no setting terapêutico.

Todo este processo de operacionalização, de investigação e busca no


estabelecimento de relações funcionais que podem estar sendo mantidas refletem o
embasamento teórico-técnico do Psicólogo Clínico Infantil, substanciado pela
Abordagem Analítico-comportamental.

2.6. A Opção pela Abordagem Analítico-comportamental


Os conteúdos acima esboçados , remete-nos à uma auto-reflexão quanto a
opção realizada em se trabalhar nessa linha de pensamento, que acredita na
possibilidade de mudança; que estimula a criança , bem como suas figuras de apoio
a serem gestores de seus caminhos; e não acreditam que o que aconteceu para que
fossem encaminhados ou à procura da clínica psicológica, sejam resultantes de um
‘carma’ ou de intempéries do destino ou de insucessos quanto as relações
exclusivamente relativas à infância. O que faz-me dedicar-me arduamente tal
abordagem , é o reforço de observar , bem como após a realização deste estágio,
comprovar a efetividade quanto ao processo psicoterapêutico sob a luz da Análise do
comportamento.
Dentro da supervisão, os casos atendidos abordaram desde problemas e
dificuldades de aprendizagem, hiperatividade, comportamentos de ‘birra’ `a
psicoterapia com crianças com desenvolvimento atípico (um dos casos tendo sido
atendido pela presente autora).

Para tais queixas, intervenções específicas a cada caso foram utilizadas,


valendo-se ressaltar o processo de modelação e modelagem, no caso das crianças
com desenvolvimento atípico, como também reforçamento positivo à
comportamentos adequados nos quadros de comportamentos em situação de ‘birra’.
Em se tratando de crianças com problemas de aprendizagem, atividades
discriminativas e associativas foram pontes decisivas para reforçamento no processo
de aprendizagem.

Além do treinamento parental constante, que incluiu desde modelagem à


instrução e esclarecimento tanto no que tange as peculiaridades das fases do
desenvolvimento infantil, quanto as contigências que permearam o(s)
comportamento(s) problema(s). Objetivando uma elucidação do caso, como também
um treinamento assertivo quanto ao manejo parental adequado, nas situações de
cunho doméstico ou social.

Enfim, a estratégia terapêutica utilizada vai depender única e exclusivamente


do plano que se estabelecerá após a etapa observacional, onde serão levantados os
pontos citados anteriormente. E a finalização acontecerá, quando tanto as figuras de
apoio, quanto a criança estiver “capaz” a ter auto-gerenciamento, e houver uma
generalização dos comportamentos e situações trabalhadas no consultório, como
meta de extensão às outras vertentes da esfera de vida do indivíduo.

Em virtude de tamanha peculiaridade, esteve sob responsabilidade da


presente estagiária cinco casos clínicos, sendo quatro atendidos no espaço físico do
“SEP (Serviço Escola de Psicologia)” da Faculdade Santo Agostinho, e um caso
atendido na Associação Divina Providência : “Creche Maria Imaculada”. Dos
cinco casos, três eram crianças do sexo masculino e duas do sexo feminino, com
idades entre três à treze anos de idade. A seguir serão detalhados particularmente,
atendendo desde a data de triagem, encaminhamento, queixa (s) à evolução e
encaminhamento e recomendações para o caso.

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