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Zootecnia do CEFET-Bambuí
12 a 15 de Maio 2008
Ivan Vieira
Daniel Pereira da Costa
2008©Semanaqua - CEFET-Bambuí
Anais da Terceira Semana de Zootecnia do CEFET-Bambuí - Maio de 2008
Núcleo de Zootecnia
Bambuí –MG
Maio de 2008
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Anais da Terceira Semana de Zootecnia do CEFET-Bambuí - Maio de 2008
CDD 636
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Anais da Terceira Semana de Zootecnia do CEFET-Bambuí - Maio de 2008
APRESENTAÇÃO
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Anais da Terceira Semana de Zootecnia do CEFET-Bambuí - Maio de 2008
CONTEÚDO
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Anais da Terceira Semana de Zootecnia do CEFET-Bambuí - Maio de 2008
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Costa, Daniel Pereira da ; Vieira, Ivan
1
Aluno do Curso Superior de Zootecnia – do CEFET- BAMBUÍ - Centro Federal de Educação
Tecnológica de Bambuí. Fone: (037) 3431-4900.
2
Professor do Centro Federal de Educação Tecnológica de Bambuí – CEFET- BAMBUÍ,
Rodovia Bambuí/Medeiros, km 37, Zona Rural. CEP: 39.800.000. CAIXA POSTAL 05,
Bambuí – Minas Gerais. Fone: (037) 3431-4900.
* 1
Parte da Monografia de apresentada como trabalho de conclusão de curso da graduação em
Zootecnia do CEFET-BAMBUÍ em abril de 2008.
1- Introdução
A Aqüicultura no Brasil nos últimos anos tem se mostrado um negócio promissor devido
ao crescimento contínuo em torno de 20% ao ano. Porém a demanda por peixes importados
ainda é grande, pois a pesca e a produção nacionais são insuficientes para o consumo do país
segundo dados do ANUALPEC (2007), levando a importação de 178.027 toneladas de peixes
em 2005.
Segundo A SEAP/PR (Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da
República) (2007 apud, Firetti & Sales 2007), a produção de peixes de cultivo subiu de 20 000
toneladas em 1989 para 210 000 toneladas em 2006. Um aumento de mais de 1000% em 17
anos. O trabalho supracitado diz ainda que este valor pode subir muito segundo estudos
realizados pela FAO (órgão das nações Unidas para alimentação e agricultura) que garante
que a Aqüicultura será a grande fonte de pescado para o futuro devido a contínua redução dos
estoques naturais pela pesca extrativa. Junto a essas afirmações também se encontram
referências de que a piscicultura nacional é uma expressiva contribuinte do balanço comercial
positivo no agronegócio.
Os lambaris têm se revelado como espécies de potencial para a piscicultura, pois
possuem uma adaptabilidade considerável aos sistemas produtivos e tem mercado consumidor
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Anais da Terceira Semana de Zootecnia do CEFET-Bambuí - Maio de 2008
específico para seus produtos como para alimentação humana, iscas vivas e biomassa para a
produção de insumos para alimentação animal, (Castilho-Almeida,Foresti & Porto-Foresti,
2005). Contudo muitos dos trabalhos que estudam a nutrição desses animais se encontram
dispersos em várias publicações dificultando o acesso a quem necessita de informações
conjuntas sobre como proceder à alimentação deles em sistemas produtivos.
As atividades de cultivo em tanques-rede são sustentáveis desde que respeitados os
limites de estocagem dos reservatórios onde se desenvolvem. A criação do lambari, como uma
opção a mais para o aproveitamento do espaço ocioso dos grandes reservatórios de água,
gera alimento onde antes era apenas um grande deserto de águas. Isto contribui para que não
se dependa tanto da construção de viveiros escavados para piscicultura, o que demanda a
destruição de vários hectares de matas para construção dessas estruturas. Além do que, este
sistema de cultivo tem custo inicial em torno de 60 a 70 % menor que o convencional em
viveiros, segundo Furnaleto, Ayroza & Ayroza (2006). Contudo esta prática depende de uma
nutrição excepcional, pois a única fonte efetiva de alimento para esse sistema de produção é a
ração fornecida a qual deve suprir todas as necessidades dos peixes.
Alguns aspectos e padrões ainda não foram estudados para solucionar de forma
completa o problema da nutrição dos peixes do gênero Astyanax. Mas apesar disso os
produtores tem conseguido cultivar a espécie utilizando métodos próprios ou adaptados para
construir seu próprio pacote tecnológico nutricional. A pesquisa e aplicação eficiente dos
conhecimentos sobre a nutrição podem ser decisivas para consolidar a criação de lambaris
como uma das principais e mais lucrativas atividades da Aqüicultura nacional.
2 - Objetivos
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- Elaborar uma tabela nutricional simplificada para orientar a alimentação dos animais com
base nas exigências de algumas espécies adaptando-as para outras de características
semelhantes.
3- Referencial teórico
3.1 - Lambaricultivo
pode ter auxiliado os lambaris na sua capacidade de aumento populacional e ganho de peso
rápido.
A apreensão do alimento geralmente é feita pelos animais de forma muito rápida,
dando pouco tempo para distinção desse alimento. Uma característica provavelmente típica de
peixes oportunistas e que enfrentam disputas freqüentes por comida.
Apesar de ter hábitos alimentares semelhantes algumas espécies apresentam certas
preferências por alguns tipos de alimentos. Em Bennemann et al. (2005), A. altiparanae e A.
scabripinnis tiveram preferências pelo consumo de vegetais enquanto para A. eigenmanniorum
e A. fasciatus o consumo de animais foi ligeiramente maior que o de vegetais. Neste mesmo
estudo as quatro espécies tiveram em comum a utilização de 3 das 11 categorias de alimentos
estudadas sendo elas restos de vegetais terrestres, restos de insetos e vegetação aquática.
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Fígado,
Órgãos digestivos acessórios.
pâncreas,
ves. biliar
Ânus Defecação.
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Neste estudo foram coletados do dia 05/03/2008 ao dia 16/04/2008, 100 indivíduos de
A. lacustris, 76 fêmeas e 24 machos, em um viveiro de cultivo semi-intensivo no setor de
piscicultura do CEFET – Bambuí, localizado na fazenda varginha em Bambuí – MG, para servir
de modelo a ilustração do sistema digestório desta espécie (Figura 1). Assim pôde-se
identificar as estruturas citadas na tabela 1 e relacioná-las devidamente com suas funções. Foi
feita também a contagem do número de cecos sendo que 97% dos indivíduos apresentaram 9
cecos e 3% 10 cecos.O número médio foi de 9,03 cecos por animal. O objetivo do trabalho não
foi analisar o conteúdo estomacal dos animais, mas não se pôde deixar de notar a presença de
vários tipos de alimento que esses animais consumiram como insetos, anelídeos, outros
invertebrados vermiformes, restos vegetais, algas e a ração que os tratadores fornecem, o que
evidência seu hábito alimentar onívoro.
3.4.1 - Larvas
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Nesta fase os peixes começam a ingerir alimentos do meio externo. Sendo sua
cavidade bucal de tamanho bastante reduzido o que restringe seu repasto a organismos
extremamente pequenos que se desenvolvem no ambiente natural ou viveiro de cultivo.
Segundo Garutti (2003), o plâncton e o perifiton são seus alimentos exclusivos durante os 10
primeiros dias de vida.
3.4.3 - Alevinos
A partir então de 11 dias de cultivo pode-se introduzir ração triturada até os 30 dias de
cultivo segundo o autor acima citado. Cotan et al. (2006), determina como nível ideal de
energia para alevinos de A. bimaculatus (antiga nomenclatura usada para identificar o A.
lacustris e outras espécies de lambari do rabo amarelo das bacias do São Francisco, Paraná e
Amazonas) 2900 Kcal ED/Kg de ração (quilo calorias de energia digestível por quilo de ração).
Quanto à proteína Bruta (PB) recomenda-se em torno de 38%, (serafini, 2003). A
quantidade de ração diária determinada por Meurer et al (2005), é de 11,5% do peso vivo dos
animais (temperatura média de 25°C). A ração deve ser fornecida quatro vezes ao dia para
melhor desempenho e sobrevivência dos alevinos, (Hayashi, 2004).
3.4.4 - Juvenis
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Até o momento em que foi feito essa revisão não se tem conhecimento de trabalhos
voltados para a determinação de exigências em nutrientes como vitaminas, minerais e
aminoácidos, específicas para espécies do gênero Astyanax. Contudo pode-se tentar utilizar
alguns dados sobre outros peixes tropicais com características alimentares semelhantes as dos
lambaris para elaboração de dietas mais próximas da ideal para esses animais.
3.5 - Alimentos
Vários alimentos tanto de origem animal com vegetal podem ser incluídos nas dietas
para peixes. Furuya & Furuya (2004), citam alguns parâmetros a serem observados quando se
pretende incluir um ingrediente à fórmula de alguma ração para peixes, são eles:
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A dieta dos peixes pode ser indicada como uma das principais responsáveis pela
poluição de efluentes da piscicultura. Quando se utiliza uma ração mais adequada
ambientalmente pode haver uma diminuição da carga poluente e minimizar-se-á o impacto ao
ecossistema. Furuya e Furuya (2004), enumeraram alguns itens para se obter dietas com
menos poluentes, são eles:
4 - Considerações finais
5 - Referências bibliográficas
ANUALPEC 2007. Anuário da pecuária brasileira. Tabelas: Suínos e outros. Instituto FNP. São
Paulo, 2007.
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BENNEMANN, Sirlei Terezinha; CASATTI, Lilian; OLIVEIRA, Deise Cristiane de. Alimentação
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ovalada e mancha no pedúnculo caudal, estendendo-se à extremidade dos raios caudais
medianos, das bacias do Paraná, São Francisco e amazônica. 1995. tese de livre docência,
UNESP, IBILCE. São José do Rio Preto.
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SERAFINI, M.A. Níveis de proteína em dietas de lambari tambiú dos 0,7 aos 4,8 gramas de
peso. Viçosa, MG: Universidade Federal de Viçosa, 2003. 25p. Dissertação (Mestrado em
Zootecnia) - Universidade Federal de Viçosa, 2003.
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RESUMO- A mandioca, planta originaria do Brasil, se mostra como um insumo estratégico para
barateamento dos custos das dietas e grande parte de sua rama que poderia ser aproveitada é
deixada nos campos. Para a cunicultura, atividade em atual expansão no Brasil, esta planta
tem um grande potencial para utilização alimentação dos animais. Assim, se deseja avaliar o
valor nutritivo das cinco frações obtidas a partir do processamento da mandioca alem da
digestibilidade de doze diferentes variedades a fim de se escolher as melhores. As frações do
processamento foram coletados em uma fazenda assistida pela EMBRAPA MANDIOCA E
FRUTICULTURA e se constitui de cinco frações com diferentes relações entre folha e caule,
desde a mais proteica e menos fibrosa até a menos protéica e mais fibrosa. As doze
variedades de mandioca, foram pegas na mesma fazenda e plantadas em julho de 2007, no
campus do CEFET em Bambuí- MG. As variedades escolhidas para este experimento foram:
Gravetinho, Jacaré, Cigana, Kiriris, Mané Miúdo, Cacau, São Paulo 01, Aipim Brasil, Prato
Cheio, Aipim Manteiga, Aipim paraguai e Aipim Colombo. Se analisará os teores de matéria
seca MS), matéria mineral (MM), fibra em detergente ácido (FDA), fibra em detergente neutro
(FDN), fibra bruta (FB), proteína bruta (PB), energia bruta (EB), cálcio (Ca) e fósforo (P).
Através de ensaios de digestibilidade in vitro e equações de predição, se determinará a energia
digestível para coelhos, comparando-se também estes dois métodos, através dos valores
obtidos. Serão determinadas também as melhores variedades para uso na alimentação desses
animais. Assim se objetiva propor novos alimentos alternativos para integrarem dietas
completas para coelhos, além de gerar informações essenciais para a pesquisa da utilização
desses ingredientes para outros animais.
______________________________________________________________________________________
Palavras-chave
Nutrição coelhos, Mandioca, digestibilidade in vitro,cunicultura
1
Aluno do curso de graduação em Zootecnia do CEFET- Bambui
2
Professores do curso de Zootecnia do Centro Federal De Educação Tecnológica De Bambui
3
Professor associado do departamento de Zootecnia da EV - UFMG
4
Aluna do curso de Agronomia do CEFET- Bambui
5
Alunos do curso técnico em Agricultura e Zootecnia
1. INTRODUÇÃO
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Anais da Terceira Semana de Zootecnia do CEFET-Bambuí - Maio de 2008
Ferreira filho et al. (2004), comentam que a parte aérea da mandioca é constituída
pelas astes principais, galhos e folhas em proporções variáveis, sendo um produto que
apresenta um potencial protéico de muita importância, rico em vitaminas, especialmente A, C e
do complexo B, o conteúdo de minerais é relativamente alto, especialmente cálcio e ferro,
podendo ser processada para obtenção de diferentes produtos destinados a alimentação
animal.
Carvalho (1998) cita que há estimativas em que 14 a 16 milhões de toneladas de parte
aérea são deixadas no campo e se perdem, quando poderiam ser utilizadas na alimentação
animal, para produção de carne, leite e ovos. De acordo com Ferreira Filho et al. (2004), a taxa
de eficiência na produção de feno da parte aérea da mandioca situa-se entre 20 a 30%,
dependendo da variedade, idade da planta, umidade inicial, densidade e condições climáticas.
Conhecidamente, a mandioca apresenta alguns princípios tóxicos. Ferreira Filho et al
(2004) enfatiza que a alternativa da desidratação da parte aérea da planta da mandioca, abre
novas possibilidades de uso na alimentação dos animais. A fenação também elimina a maior
parte do ácido cianídrico, reduzindo-o a níveis seguros para a alimentação animal. Carvalho
(1998) reforça que esse processo é seguro, até para eliminar a toxides das variedades ditas
bravas.
Sampaio (1995) cita que quando se trata da parte aérea da mandioca o valor nutritivo é
muito variável em função da quantidade de folhas e de manivas que originou o feno, podendo
variar de 8,0% de PB, quando se usa alta quantidade de caule e 28 a 32% quando se tem
apenas o limbo das folhas. Segundo Ferreira Filho et al. (2004), quando a folhagem se destina
à produção de feno para não ruminantes, deve-se utilizar as partes mais tenras, não sendo
recomendada a parte basal da planta. Vários pesquisadores (Scapinello et al., 1999; Herrera,
2003; Michelan, 2004; Machado, 2006; Machado, 2007a; Machado, 2007b; Ferreira, 2007) vêm
buscando o conhecimento a respeito do uso do terço superior da rama da mandioca na
alimentação dos coelhos. Concordando com o observado por diferentes autores dos citados
acima, Carvalho (1998) cita que essa fração contém 16 a 18% de PB na matéria seca.
Da Graça et al. (2001), estudando o valor nutritivo dos fenos da rama da mandioca, de
alfafa e de Tifton 85 para eqüinos em crescimento, concluíram que este alimento pode ser
utilizado nas dietas para eqüinos em crescimento, mesmo com resultados de digestibilidade
inferiores aos observados com alfafa.
Herrera (2003), trabalhando com dietas simplificadas com base no terço superior da
rama de mandioca concluiu que este ingrediente pode ser uma excelente alternativa para
produzir rações balanceadas para coelhos, a baixo custo.
Vários outros pesquisadores (Scapinelo et al., 1997; Michelan, 2004; Machado, 2006
Machado, 2007a; Machado, 2007b) vêm trabalhando com esses ingredientes, porém os
resultados são muito contraditórios. Machado (2006) enfatiza que há grande variação entre a
composição química da diferentes variedades de mandioca.
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Esta pesquisa objetiva avaliar o valor nutritivo das frações do processamento da rama da
mandioca para a alimentação dos coelhos e assim se propor novos ingredientes para
formulação de dietas completas para esses animais a custos mais acessíveis. Se propoe
também a comparar o valor de ED obtido a partir de metodologias distintas a digestibilidade in
vitro do feno do terço superior das 12 variedades de mandioca, a fim de se propor para uso na
alimentação dos coelhos, aquela com qualidade nutricional superior.
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2. MATERIAIS E MÉTODOS
As amostras foram coletadas na estação experimental Fazenda Novo Horizonte,
pertencente a Casa Familiar Rural. Município de Presidente Tancredo Neves – BA e se
constituem de cinco frações do processamento da rama da mandioca sendo chamadas de
fração 01, 02, 03, 04 e 05 sendo a primeira aquela com maior conteúdo de folhas e a última
com maior conteúdo de caule, respectivamente.
As cinco frações foram moídas em moinho analítico e acondicionadas em local arejado
e sem a incidência de raios solares. As análises químico-bromatológicas serão feitas no
laboratório de físico-química do CEFET-Bí, ou no laboratório de nutrição animal, tão logo se
iniciem suas atividades. Para análise de energia bruta (EB) uma amostra foi eviada para o
laboratório de nutrição animal no departamento de Zootecnia da EV-UFMG. A metodologia de
análise utilizada será a proposta pelo compêndio brasileiro de alimentação animal.
As análises realizadas serão as de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), Cálcio (Ca),
fósforo (P) e fibra em detergente ácido (FDA). A equação de predição utilizada será a proposta
por De Blas e Mateus (1998). O feno do terço superior das dose variedades de mandioca
serão colhidas em julho de 2008, quando completarem 12 meses após o plantio. Serão
fanadas e trituradas e acondicionadas.
Os testes de digestibilidade in vitro serão realizados no laboratório de nutrição animal
do departamento de Zootecnia da EV-UFMG, a partir da metodologia proposta por Fernandez-
Carmona (1993) pois é uma metodologia mais fácil e acessível, apresentando também boa
predição.
As amostras serão enviadas para a EMBRAPA MANDIOCA E FRUTICULTURA para
analise de glicosídeos cianogênicos.
Os resultados de energia digestível obtidos pela equação de predição e pela
digestibilidade in vitro serão comparados pelo teste de Duncan a nível de 5,0% de
probabilidade, conforme indicado por Sampaio (2002). Para as análises estatísticas, se usará
recursos do SAS (1990).
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3. BIBLIOGRAFIA
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Anais da Terceira Semana de Zootecnia do CEFET-Bambuí - Maio de 2008
Resumo: Este trabalho aborda observações referentes à flora apícola existente na Fazenda
Varginha, área do Centro Federal de Educação Tecnológica de Bambuí, que possui 347
hectares e atualmente produz 420 kg de mel/ano, em um total de 23 colméias. É interessante
observar que a região de Bambuí encontra-se em uma zona de transição entre a Mata Atlântica
e o Cerrado e durante o estudo, foram observadas 19 espécies de plantas sendo 8 nativas e 11
exóticas. Todas já com bom desenvolvimento vegetativo e aptas ao florescimento, mostrando
com isto seu potencial apícola. Com observações quinzenais, desenvolveu-se um calendário
apícola para as condições existentes no Cefet-Bí.
1
Formanda do Curso Superior em Zootecnia do Centro Federal de Educação Tecnológica de
Bambuí.
2
Formanda do Curso Superior em Zootecnia do Centro Federal de Educação Tecnológica de
Bambuí.
3
Professor do Centro Federal de Educação Tecnológica de Bambuí – Fazenda Varginha Km, 5
– Estrada
Bambuí-Medeiros fone: (37) 3431 4900, e-mail: acds@cefetbambui.edu.br
INTRODUÇÃO
pelo menos boa parte do mesmo. Desta forma, este estudo teve como objetivo observar e
registrar a época detalhado de florescimento de cada espécie existente no CEFET-Bí, a fim de
se montar um calendário apícola para as condições específicas desta Instituição de Ensino.
METODOLOGIA
Para dar início ao processo de estudo, que foi realizado de modo analítico, a escolha
de 19 plantas já bem desenvolvidos no CEFET-Bi. Em um segundo momento observou-se
áreas com grandes presenças de abelhas. Uma vez terminada esta etapa, decidiu-se que a
coleta de dados seria feita através de fotografias digitalizadas das plantas em questão, para
não prejudicar as plantas e abelhas.
Os parâmetros para observação foram os seguintes: época de florescimento, presença
de abelhas, presença ou ausência de pólen na corbículas das abelhas.
As espécies foram observadas de 5 em 5 dias, totalizando 6 visitações por mês, em
horários diferentes.
Para definir o parâmetro época de florescimento, foi observado se a espécie possuía
flores e o período deste florescimento.
Para presença de pólen nas curbículas, foi utilizado o método da acuidade visual para
verificação da presença ou não de pólen nas corbículas das abelhas. Quando verificada a
ausência de pólen pressupôs-se a coleta de néctar na espécie pesquisada, sabendo-se que a
abelha ao realizar a visitação vai à procura de somente uma matéria prima.
A identificação das espécies observadas foi realizada através da comparação das fotos
com os livros de Lorenzi (2002). Desta forma foi possível identificar:
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Todos os dados referentes ao recurso floral foram obtidos através da observação direta
no campo, sendo a literatura utilizada apenas para a identificação das espécies e para uso
comparativo de alguns dados obtidos. Desta forma, no período em que o estudo foi
interrompido devido ao calendário escolar, supõe-se que a árvore maminha de porca
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Anais da Terceira Semana de Zootecnia do CEFET-Bambuí - Maio de 2008
(Zanthoxylon rhoifolium) tenha florescido devido já que este não ocorreu no decorrer do
trabalho.
No caso da murta (Myrtus communis) o florescimento deve ter ocorrido em janeiro ao
que se pôde observar devido o trabalho ter sido iniciado ao final do seu florescimento. De
acordo com Lorenzi (2002), o florescimento da murta em algumas regiões do país ocorre entre
setembro e novembro, ocorrendo uma divergência no que foi observado no CEFET-Bí, pois
neste período não havia florescimento. Este fato reforça a idéia e a importância de um
levantamento por região, para a montagem do calendário apícola. Condições específicas de
cada região, podem influenciar e muito no período de florescimento de uma planta.
As espécies resedá branco (Lagerstroemia thorelli) e o urucum (Bixa orellana L.) não
apresentaram informações sobre sua aptidão floral por não ter sido observada a presença de
abelhas nos momentos das visitações.
A única espécie observada além dos muros da instituição foi o sansão do campo
(Mimosa caesalpinifolia) que se localiza nas proximidades do CEFET. Os dados levantados
permitiram a elaboração de um calendário apícola para o CEFET – Bambuí. (Quadro 1).
Com este trabalho observou-se que, ao se avaliar as plantas estudadas, um fator
importante deve ser considerado: as condições de solo onde estão inseridas estas plantas (se
são solos férteis em relação à adubação, se estão localizados em locais alagadiços e se
toleram tais situações). A cagaiteira, por exemplo, localizada no setor de bovinocultura do
CEFET – Bambuí possui um ótimo desenvolvimento e persistência de florescimento,
considerando-se assim a grande fertilidade do solo proveniente dos dejetos dos animais ali
acumulados.
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Anais da Terceira Semana de Zootecnia do CEFET-Bambuí - Maio de 2008
MESES PLANTAS
J F M A M J J A S O N D Família Nome Científico Nome Popular Recurso floral Nativa ou exótica
1 1 1 1 1 1 Polygonaceae Antigonon leptotus amor agarradinho PN Exótica
1 1 1 1 Sterculiaceae Dombeya tiliaefulia astrapéia branca PN Exótica
1 1 1 1 1 Myrtaceae Eugenia dysenterica DC cagaiteira PN Nativa
1 1 1 Myrtaceae Eucaliptus urophylla eucalipto urophila PN Exótica
1 1 1 Fabaceae Lonchocarpus nitidus farinha seca P Nativa
1 1 Leguminosae Schizolobium parahiba guapuruvu PN Nativa
2 1 1 1 1 1 1 Myrtaceae Syzygium jambos jambo PN Exótica
1 1 1 Myrtaceae Syzygium cumini jambolão PN Exótica
1 1 1 1 1 1 Leguminosae Leucaena glauca leucena P Exótica
1 Rutaceae Zanthoxylon riedelianum Engl maminha de porca N Exótica
Myrtaceae Myrtus communis murta N Exótica
1 1 1 1 1 1 1 Bombacaceae Chorisia speciosa paineira P Nativa
2 1 Euphorbiaceae Croton urucurana sangra d´água P Nativa
1 1 1 1 1 Mimosaceae Mimosa caesalpinifolia sansão do campo P Nativa
1 1 Leguminosae Caesalpinia peltophoroides sibipiruna P Nativa
2 Bixaceae Bixa orellana L. urucum N Nativa
2 1 1 Lythraceae Lagerstroemia thorelli resedá branco N Exótica
2 1 1 1 Lythraceae Lagerstroemia indica resedá rosa N Exótica
2 1 1 1 1 1 1 1 1 Bignoniceas Pandorea ricasofiana sete léguas N Exótica
Fonte: Elaboração dos autores, 2007/2008.
Legenda:
Conclui-se com este trabalho que o estudo das espécies da micro-região do Cefet-Bí
se faz necessário para que se tenha informações concisas de cada espécie de interesse
apícola, já que verificamos divergências entre regiões de acordo com a comparação com a
literatura existente. Além de garantir a alimentação das abelhas, podem-se utilizar as
informações obtidas através deste trabalho para realizar a seleção das plantas que
apresentaram maior persistência de florescimento a fim de que possam ser futuramente
utilizadas em bancos genéticos.
A elaboração de um calendário apícola para uma micro-região, contribui para o
planejamento das ações e manejo das áreas florais, permitindo uma maior racionalidade no
que se refere à produção de mel por períodos maiores de tempo.
Através deste trabalho verificamos a riqueza deste ecossistema de que a propriedade
faz parte. Novas pesquisas podem e devem ser estimuladas e dentre as várias possibilidades
de estudo encontram-se o horário de maior visitação das abelhas e a porcentagem de açúcar
presente nos recursos florais da planta. Segue o desafio, para futuros trabalhos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ESPINDOLA, E. A.; CASSINI, F. L.; KALVELAGE, H.; DELATORE, S. F.; FUCHS, S.; VIDI, V.;
MIGUEL, W. Curso profissionalizante de apicultura. Florianopólis: Epagri, 2003. 136p.
(Epagri. Boletim didático, 45)
LORENZI, H. Arvores Brasileiras – Manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas
nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, 2002. 384p.
MARINHO, I. V.; FREITAS, M. F. de; ZANELLA, F. C. V.; CALDAS, A. L. de. Espécies
vegetais da caatinga utilizadas pelas abelhas indígenas sem ferrão como fonte de
recursos e local de nidificação. Campina Grande: Universidade Federal de Campina Grande,
2003.
30
Parte 2 – Textos das palestras
1
Gama , Marco Antônio Sundfeld da
1
Pesquisador da Embrapa Gado de Leite
Introdução
2. Composição do leite
Água 87 Vitaminas B e C
Lactose 4,8 Galactose, glicose
Gordura 3,5 Tri, di e monoglicerídios
Fosfolipídios
Esteróides
Vitaminas A, D, E e K
Proteína 3,2 Caseína (80%)
31
Proteínas do soro (20%)
Minerais 0,7 Macrominerais (Ca, P, K, Cl, Na, Mg)
Micro (Zn, Cr, I, Fe, Cu, Co, Mn)
* Valores médios para a raça holandesa
3. Fatores que afetam a composição do leite
A composição do leite dos animais é afetada por diversos fatores, os quais serão
apresentados e discutidos neste tópico. Entretanto, grande parte da variação observada entre
indivíduos de uma mesma raça (ou de um mesmo rebanho) se deve a diferenças nas dietas
fornecidas aos animais. Em particular, o teor de gordura do leite pode ser amplamente e
rapidamente alterado por meio de mudança na dieta dos animais. Por exemplo, dietas que
resultam em queda acentuada do pH ruminal, como as contendo baixo teor de fibra (FDN<25%
MS), fibra de baixa efetividade física (ex.: forragens finamente picadas), quantidade elevada de
grãos de cereais contendo amido de rápida degradação no rúmen (ex.: silagem de grão de
milho úmido, etc.), em geral resultam em drástica redução do teor de gordura do leite (Bauman
e Griinari, 2003). Por outro lado, a suplementação da dieta com fontes ricas em lipídeos, como
os grãos de oleaginosas (ex.: grão de soja moído, caroço de algodão, semente de girassol,
etc.), podem resultar em redução do teor de proteína do leite (Wu e Huber, 1994). Entender o
porquê destas alterações é de fundamental importância, especialmente em tempos de
pagamento do leite por qualidade, no qual o produtor recebe um valor diferenciado pelo
produto em função dos teores de proteína e gordura do leite, além de outras características
que não são o foco desta palestra, como contagem de células somáticas e contagem
bacteriana. Devido à complexidade do tema, os fatores nutricionais que afetam a composição
do leite serão abordados mais detalhadamente.
Além da nutrição, outros fatores afetam a composição do leite dos animais. Os mais
importantes são: a) Genética; b) estágio de lactação; c) idade; d) procedimento de amostragem
do leite (questão fundamental, porém muitas vezes negligenciada); e) Doenças e f) Nutrição.
a) Genética
32
6
Gordura
3 Proteína
Lactose
0
Guemsey Jersey Ayrshire B. Swiss Holstein
Vacas
SÓLIDOS
GORDURA PROTEÍNA LACTOSE MINERAIS
ESPÉCIE TOTAIS
% % % %
%
33
Camelo 4,9 3,7 5,1 0,7 14,4
Vaca:
Ayrshire 4,1 3,6 4,7 0,7 13,1
Brown Swiss 4,0 3,6 5,0 0,7 13,3
Guernsey 5,0 3,8 4,9 0,7 14,4
Holstein 3,5 3,1 4,9 0,7 12,2
Jersey 5,5 3,9 4,9 0,7 15,0
Zebu 4,9 3,9 5,1 0,8 14,7
34
Suíno 8,2 5,8 4,8 0,63 19,9
Pode-se perceber, com base nos dados acima, que a gordura é o componente do leite
que mais varia, tanto entre espécies quanto entre as principais raças leiteiras. Dentre as raças
leiteiras, por exemplo, a raça Holandesa (Holstein) apresenta o menor teor de gordura, e a raça
Jersey, o maior. Tendência semelhante é observada para o teor de proteína, de forma que a
raça Jersey é reconhecida por produzir leite com alto teor de sólidos. Estas diferenças entre
raças são importantes em sistemas de pagamento de leite por qualidade, onde o teor e/ou
produção dos componentes são usados como critério de pagamento. Este fato justifica, por
exemplo, a manutenção de certo número de animais da raça Jersey (ou mesmo seu
cruzamento) em rebanhos leiteiros da raça holandesa.
Além da variação observada entre raças, animais pertencentes a uma mesma raça
também apresentam considerável variação na concentração de gordura do leite (Figura 2).
Tomando como exemplo a raça Holandesa (Holstein), amplamente difundida no mundo todo e
também no Brasil em função do seu elevado potencial genético e da facilidade de obtenção de
35
sêmen de touros de qualidade comprovada, percebe-se uma variação de 2,5 a 4% no teor de
gordura do leite. Variações ainda mais expressivas podem ser observadas em raças que
apresentam, reconhecidamente, maior teor de gordura, como a Jersey (a segunda raça
européia mais criada no Brasil).
Figura 2: Variação do teor de gordura do leite entre animais nas diferentes raças leiteiras
(Adaptado de Jensen, 1995).
Variações no teor de proteína do leite também são observadas entre animais de uma
mesma raça, embora de menor amplitude do que para a gordura. Parte da variação observada
nos teores de gordura e proteína do leite entre animais de uma mesma raça está relacionada
com o nível de produção dos animais, ou seja, seu potencial genético. Animais que produzem
maior volume de leite apresentam menores teores destes componentes. Isso ocorre porque a
produção de leite é negativamente correlacionada com os teores de gordura e proteína (Tabela
3).
36
fica claramente evidenciado na Tabela 4 abaixo, onde a seleção de touros nos Estados Unidos
baseadas somente em produção de leite resultou, após várias décadas, em queda significativa
nos teores dos seus componentes.
Tabela 4: Alterações nos teores dos componentes do leite observadas nos rebanhos norte-
americanos.
Alguns touros com grande volume de vendas no Brasil têm mercado escasso em
outros países exatamente pelas baixas provas para componentes do leite. Portanto, as três
características produtivas (leite, proteína e gordura) devem ser consideradas em conjunto na
seleção, preferencialmente num índice de seleção, incluindo a variabilidade e o peso
econômico desejado para cada característica (Rodrigo de Almeida, site:
http://www.milkpoint.com.br). Com base nas informações da Tabela 3, fica evidente que, em
tempos de pagamento de leite por qualidade, onde há uma clara tendência (mundial) de se
valorizar leites com maiores teores de sólidos, especialmente proteína, selecionar animais para
produção de proteína (kg/dia) parece ser a melhor estratégia.
Outra alternativa usada por alguns criadores para aumentar o teor de sólidos do leite
produzido na fazenda é a introdução de raças que apresentam, naturalmente, maiores teores
de gordura e proteína, como a Jersey.
É importante salientar ainda que, embora as alterações na composição do leite por meio de
seleção genética sejam mais lentas e de menor magnitude do que a promovida por
manipulação na dieta dos animais, estas são permanentes, enquanto que as promovidas pela
dieta são transitórias.
b) Estágio de lactação:
37
Figura 3: Variação da produção e da composição do leite durante a lactação (Fonte: Teixeira et
al., 2003).
Ainda com relação à fase de lactação, cabe mencionar que as mudanças mais bruscas
na composição do leite ocorrem nas primeiras ordenhas, pois o colostro (secreção cremosa e
amarelada produzida pela glândula mamária logo após o parto) apresenta uma composição
bastante diferente do leite propriamente dito (Tabela 5).
Tabela 5: Composição do colostro (1ª ordenha) e do leite.
38
Componente Número de Ordenhas
1 2 3 4 5 11
Colostro Leite de transição Leite
Sólidos totais, % 23,9 17,9 14,1 13,9 13,6 12,5
Gordura, % 6,7 5,4 3,9 3,7 3,5 3,2
1
Proteína , % 14,0 8,4 5,1 4,2 4,1 3,2
Anticorpos, % 6,0 4,2 2,4 0,2 0,1 0,09
Lactose, % 2,7 3,9 4,4 4,6 4,7 4,9
Minerais, % 1,11 0,95 0,87 0,82 0,81 0,74
1
Inclui a porcentagem de anticorpos indicados na linha seguinte (Adaptado de Babcock Institute
for International Dairy Research and Development, Michel A. Wattiaux).
c) Idade
39
6
0
1 2 3 4
Partes da ordenha
Isso significa que, ao coletar amostras individuais de leite para determinação dos
teores dos seus componentes, estas devem ser representativas do leite secretado durante toda
a ordenha; caso contrário, o teor revelado na análise não representará o verdadeiro valor do
teor de gordura do leite. Quando o leite produzido na ordenha é coletado em balões individuais
(sistema mais antigo, mas ainda existente em muitas propriedades), o leite presente no balão
ao final da ordenha deve ser homogeneizado durante um período suficiente para permitir uma
correta amostragem do leite. Se isso não for feito, a gordura do leite tenderá a se acumular na
parte superior do balão, e o leite coletado por baixo terá um teor de gordura menor do que o
valor real. Em sistemas de ordenha mais modernos, o produtor poderá acoplar um copo
de coleta à ordenhadeira, de forma que, ao final da ordenha, o volume coletado representa o
leite produzido ao longo de toda a ordenha. Entretanto, mesmo neste sistema, o leite presente
no copo deverá ser homogeneizado para permitir uma correta amostragem, já que a gordura
também tende a se acumular na parte superior.
Em caso de amostragem de leite diretamente do tanque, o mesmo cuidado com a
homogeneização deve ser respeitado. Previamente à coleta da amostra, o leite deverá ser
misturado dentro do tanque (os tanques apresentam geralmente sistema automático de
agitação) por vários minutos (5 a 10’).
Variações nos teores dos componentes também podem ser observadas entre
ordenhas. Assim, por exemplo, fazendas onde há duas ordenhas ao dia, o frasco destinado à
coleta de amostras deve conter o leite proveniente das duas ordenhas. O volume de leite
coletado em cada ordenha deve ser representativo do volume total de leite produzido. Portanto,
se a vaca produz 2/3 do volume de leite diário na ordenha da manhã, o frasco para coleta
deverá também conter esta proporção no volume final coletado (ex.: volume total coletado nas
duas ordenhas: 30 ml; 20 ml deverão ser provenientes na 1ª ordenha (2/3) e 10 ml (1/3)
provenientes da ordenha da tarde).
40
Amostragens não-representativas são causa comum (e muitas vezes negligenciadas)
de erro na determinação do teor de gordura do leite. Portanto, grande atenção e cuidado
devem ser dispensados a esta rotina nas fazendas.
Outra questão importante, em tempos de pagamento de leite por qualidade, é a questão
freqüência e número mínimo de amostras a serem coletadas para avaliar, com precisão, os
teores de gordura e proteína do leite de um determinado rebanho. Neste sentido, planilhas para
cálculo do número mínimo de amostras foram desenvolvidas pela Clínica do leite, na Esalq, em
Piracicaba (Laerte D. Cassoli e Paulo F. Machado, site: http://www.milkpoint.com.br). Esta
informação é fundamental para que o leite produzido numa propriedade possa ser classificado
(e remunerado) corretamente.
e) Doenças
Embora muitas doenças possam afetar a composição do leite, a mastite tem sido a
principal doença investigada. Em geral, animais com elevada contagem de células somáticas
(uma medida da severidade da doença) apresentam redução no teor de gordura do leite e
manutenção ou ligeiro aumento no teor de proteína. Isto se dá devido ao aumento da
concentração das proteínas do soro, que pode ou não ser compensado pela redução
observada na concentração de caseína. A mastite também afeta a composição mineral do leite:
os teores de sódio e cloreto aumentam, enquanto que os de potássio e cálcio são geralmente
reduzidos (Tabela 6). Estas alterações no tipo de proteína secretada e na concentração dos
minerais afetam o rendimento para produção de queijos, suas propriedades e processamento.
Assim, leites com alta CCS apresentam maior tempo de coagulação e formam coágulos mais
“moles” do que leites com baixa CCS.
41
f) Nutrição
Trabalhos conduzidos nas últimas duas décadas têm proporcionado um grande avanço
na compreensão de como certas dietas afetam a síntese da gordura do leite. Hoje, sabe-se que
há certos tipos de dietas que causam grande e rápida redução no teor e na secreção de
gordura do leite, uma situação que é denominada depressão da gordura do leite (DGL)
(Rodrigo de Almeida e Marco A.S. Gama, site: http://http://www.milkpoint.com.br). Duas
condições são necessárias para que ocorra a DGL: um baixo pH ruminal e a presença de
fontes ricas em lipídios insaturados na dieta (Griinari et al., 1999). A primeira condição ocorre,
mais freqüentemente, quando as dietas apresentam: baixo teor de fibra (FDN), fibra de baixa
efetividade física (ex.: forragens finamente picadas, especialmente as silagens ricas em grãos,
como as de milho e sorgo), grãos de cereais contendo amido de alta taxa de degradação
ruminal (ex.: silagem de grão de milho úmido, milho floculado, etc.). A segunda condição está
geralmente relacionada com a inclusão, na dieta, de grãos de oleaginosas, como o caroço de
algodão, soja, girassol, etc. O processamento destes grãos (moagem, extrusão, etc) poderá
afetar a intensidade da DGL, já que permite mais exposição ruminal dos lipídeos contidos no
seu interior. Portanto, no caso do uso de óleos vegetais puros, a DGL tende a ser ainda mais
acentuada.
Dietas que induzem DGL são tipicamente fornecidas para vacas de alta produção, pois
estas apresentam maior exigência de energia, de forma que há necessidade de maior inclusão
de concentrados ricos em energia, como os grãos de cereais ricos em amido (ex.: milho, trigo,
aveia) e grãos inteiros de leguminosas (ricos em lipídeos, mas também fonte importante de
proteína e, no caso do caroço de algodão, fibra). A Tabela 7 (abaixo) mostra claramente o
efeito de uma dieta com baixo teor de fibra (expresso pela relação concentrado/volumoso)
sobre o teor de gordura do leite.
42
Tabela 7: Efeito da relação concentrado:volumoso e da inclusão de tamponante na composição
do leite de vacas em final de lactação.
Parâmetros Sem tamponante Com tamponante SEM
50:50 75:25 50:50 75:25
Consumo de MS, kg/d 18,3b 19,9ab 19,3ab 20,6ª 0,54
Produção de leite, kg/d 21,9 24,3 23,5 24,7 0,95
Teor de gordura, % 4,21a 2,91b 4,12a 4,09ª 0,38
Teor de proteína, % 3,37ab 3,49a 3,34b 3,48a 0,03
a,b
Médias seguidas por letras diferentes na mesma linha diferem entre si (P<0.05)
Os dados acima mostram também que a inclusão de tamponantes na dieta foi capaz de
reverter a DGL provocada pela dieta com alta relação concentrado:volumoso (75:25).
Possivelmente isso de deveu a uma maior estabilidade do pH ruminal promovida pelo uso do
tamponante. Os tamponantes comumente usados na dieta de ruminantes são o bicarbonato de
sódio (ou potássio) e o óxido de magnésio, nas proporções de 0,8-1,0% e 0,2-0,4% da MS da
dieta (relação de 2:1), respectivamente. Além dos tamponantes, o uso de dietas completas,
especialmente quando fornecidas várias vezes ao dia (pequenas quantidades ao longo do dia),
também representa uma importante medida de manejo nutricional capaz de minimizar ou
mesmo evitar a DGL.
Outra prática nutricional importante envolve a substituição de parte dos concentrados
ricos em amido por subprodutos fibrosos, como a casca-de-soja, ou por alimentos ricos em
pectina, como a polpa cítrica. Em ambos os casos, a dieta tenderá a apresentar maior teor de
FDN total, sem reduzir muito a energia da dieta. Em geral, recomenda-se que a dieta de vacas
em lactação tenha um mínimo de 25% de FDN total, sendo 19% (~75% do total) oriundo de
forragens (assumindo que a forragem apresenta um tamanho de partícula capaz de estimular a
ruminação). Para cada valor unitário de FDN de forragem abaixo de 19%, o FDN total da dieta
deve aumentar em 2 unidades percentuais (Tabela 8), de forma a manter um FDN efetivo
mínimo de 21%.
43
- Influência da nutrição sobre a secreção de proteína do leite:
44
4. Conclusões
A composição do leite pode ser alterada por diversos fatores, conforme apresentado no
texto acima. Alguns destes fatores, entretanto, são passíveis de serem manipulados em nível
de fazenda (ex.: nutrição, genética, doenças), enquanto que outros não (ex.: período de
lactação, idade). Uma melhor compreensão dos mecanismos envolvidos em tais alterações é
de grande importância em tempos de pagamento do leite por qualidade. Alterações promovidas
pela nutrição são de particular interesse, tendo em vista a rapidez das respostas e a magnitude
das mudanças.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Babcock Institute for International Dairy Research and Development. University of Wisconsin-
Madison, p.109-112. By Michel A. Wattiaux.
Bauman, D.E. & Griinari, J.M. 2003. Nutritional regulation of milk fat synthesis. Annual Review
of Nutrition, v.23, p.203-227.
Bauman, D.E.; Mather, I.H.; Wall, R.J.; Lock, A.L. 2006. Major advances associated with the
biosynthesis of milk. J. Dairy Sci., v.89, p.1235-1243.
45
Fibra efetiva no NRC 2001. É permitido ser tão empírico? Site: http://www.milkpoint.com.br.
Autor: Marcos Neves Pereira.
Griinari, J.M.; Dwyer, D.A.; Mcguire, M.A.; Bauman, D.E.; Palmquist, D.L.; Nurmela, K.V.V.
1998. Trans-octadecenoic acids and milk fat depression in lactating dairy cows. Journal of
Dairy Science, v. 81, p.1251-1261.
Jenkins, T.C.1993. Lipid metabolism in the rumen. Journal of Dairy Science, v.76, p.3851-3863.
Jensen, R.G. Handbook of Milk Composition. 1995. Ed. Jensen, R.G. & Thompson, M.P.
Academic Press, San Diego.
Mackle, T.R.; Dwyer, D.A.; Ingvartsen, K.L.; Chouinard, P.Y.; Lynch, J.M.; Barbano, D.M.;
Bauman, D.E. 1999. Effects of insulin and amino acids on milk protein concentration and yield
from Dairy cows. J. Dairy Sci., v.82, p.1512-1524.
Maijala, K. 2000. Cow milk and human development and well-being. Livestock Producion Sci.,
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its impact on the dairy industry. Livestock Production Science, v.35, p.117-134.
Schingoethe, D.J. 1996. Dietary influence on protein level in milk and milk yield in dairy cows.
Animal Feed Sci. and Technology, v.60, p.181-190.
Teixeira, N.M.; Freitas, A.F.; Barra, R.B. 2003. Influência de fatores de meio ambiente na
variação mensal e contagem de células somáticas do leite em rebanhos do estado de Minas
Gerais. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.55, no4. Belo Horizonte.
46
The Lactation Biology Website: http://classes.ansci.uiuc.edu/ansc438/index.html. University of
Illinois.
Wu. Z., Huber, T.J. 1994. Relationship between dietary fat supplementation and milk protein
concentration in lactating cows: A review. Livestock Production Science, v.39, p.141-155.
47
GESTÃO EM SUINOCULTURA
1
Oliveira Jr , Antonio Rodrigues de
1
Médico Veterinário CRMV-MG 4.640
Mestrando em Ciências Veterinárias (Produção Animal) - UFU
Mas vale destacar que, apesar de acontecer de forma empírica, a gestão sempre
esteve presente na suinocultura e, ao contrário do que muitos ainda pensam, não é uma
conseqüência da evolução da tecnologia dos dias atuais. Mesmo sem saber, muitos dos
nossos antepassados aplicavam gestão nas granjas mantendo a atividade organizada,
controlando estoques, gerenciando as vendas, buscando o aprendizado e a aplicação das
melhores práticas e produzindo da melhor maneira possível. Mas, assim como hoje, não eram
todos os produtores que administravam a atividade de forma organizada. Porém, como a
suinocultura ainda não era uma atividade de mercado, não havia tanta concorrência e as
margens de lucro eram bem mais generosas. Era possível conseguir bons resultados mesmo
para aqueles que produziam sem nenhum tipo de controle administrativo.
Mas o que é este conceito? Como ele surgiu? Neste momento, é importante destacar
que Gestão não é uma criação acadêmica e nem foi inventada por alguém, é sim um
conhecimento empírico antigo que surgiu tal como a Medicina e o Direito. Também é
importante observar que o termo "Gestão" não é a mesma coisa que "Gestão de Empresas"
48
(muitas pessoas remetem o pensamento às empresas quando ouvem esta palavra). Diz a
história, inclusive, que a primeira aplicação sistemática de princípios de gestão não ocorreu em
uma empresa, mas na reorganização do Exército dos EUA em 1901. Porém, não se pode
negar que essa associação com o mundo empresarial se deve pelo fato de que o início do uso
do termo gestão se confunde com o surgimento das corporações no final do século XIX e início
do século XX tais como a Ford Company, General Motors e Deutsche Bank. O termo Gestão
possui várias definições.
Com a evolução natural da suinocultura, que passou de uma “criação de porcos” para
uma fábrica de suínos, impulsionada pela urgente necessidade de melhoramento genético dos
suínos iniciada nos meados do século XX, a produção do porco "tipo carne" surgiu como a
solução para o desenvolvimento da atividade no país e deu início à suinocultura de mercado
com produção em grande escala que temos hoje. Fazemos parte de uma economia de
mercado, temos uma concentração da produção cada vez maior, a concorrência além de
grande não é apenas interna (fazemos parte de um mundo globalizado), e as margens de lucro
49
são cada vez menores. Hoje precisamos ser muito mais eficientes, produzir melhor e com mais
qualidade se quisermos continuar fazendo parte da suinocultura. Para isso, a implantação de
gestão em nossas granjas é fundamental.
E ter gestão em uma granja significa informatizar a granja? NÃO! Isto é um equívoco
bastante comum que muitas pessoas cometem. Os computadores e os softwares de
gerenciamento de granja são importantes ferramentas de auxílio que tornam os processos mais
ágeis e organizados. Porém, ter gestão na granja é muito mais amplo do que simplesmente
informatizar.
Esta variação dos resultados, quase sempre é devida aos diferentes níveis de manejo
adotado em cada granja. Muitas vezes deixamos de ver o óbvio e buscamos causas mais
complexas, não acreditando no que é mais simples. A convicção da realização das tarefas mais
simples torna-as com efeito mecânico e não conseguimos ver ao redor, além do que em muitos
casos, na teoria se sabe muito bem o que foi preconizado, porém na pratica o que esta sendo
realizado é muito diferente.
Para podermos ter uma direção ou seguir uma meta, inicialmente temos que possui
dados confiáveis, termos uma política bem definida e consistente, especialmente no que diz
respeito à descartes e reposições de matrizes. Para isto devemos saber a real capacidade da
granja e buscar a otimização do uso destas instalações. Na ponta do lápis, muitas vezes e
melhor reduzir 15 a 20 % o plantel e trabalhar adequadamente com os animais do que ter 15 a
20 % de perda devido à superlotação. É planejar para onde ir, ter organização, estabelecer
objetivos e metas bem definidos, controlar e medir os resultados dos processos envolvidos no
50
dia-a-dia, e, principalmente, manter as pessoas treinadas, capacitadas, motivadas e sabendo
para onde o "barco" está indo. Inclusive, é praticamente impossível implantar uma boa gestão
sem o envolvimento profundo das pessoas. O que devemos buscar então é a gestão aliada à
tecnologia, mas sem esquecer que antes de tudo precisamos escolher e capacitar bem as
pessoas que irão comandar e fazer as coisas acontecerem. É aí que entra a Gestão e suas
ferramentas de apoio: o computador e o software.
Uma pequena diferença no desempenho da granja significa uma grande diferença nos
resultados, principalmente econômicos. Hoje não há mais espaço para quem controla as
granjas através do caderninho. Outro motivo que, apesar de ser básico e extremamente
importante, raramente é de conhecimento do suinocultor é: Qual é o custo de produção da
minha granja? É difícil de acreditar, mas a maioria dos produtores não sabe exatamente qual é
o custo para produzir um quilo de suíno na sua propriedade. O motivo disso é a falta de gestão.
Quem deseja continuar na atividade deve refletir sobre algumas questões e decidir se pretende
acompanhar a evolução e a profissionalização da atividade ou não. Por que estou nesta
atividade? Os resultados econômicos da minha granja estão remunerando o meu trabalho e o
meu capital investido? O que eu pretendo alcançar com a minha granja no curto, médio e longo
prazo?
51
Propaganda na Revista Pig International Jul/Ago 2007.
Podemos ter certeza que, não muito distante de hoje, estes dados serão superados e
estaremos buscando novas metas.
Abaixo passamos resumidamente alguns manejos que podem influenciar cada um dos
fatores acima:
- Taxa de ovulação: • Manejo;
• Seleção de marrãs; - Sobrevivência Embrionária:
• Estímulo do cachaço; • Nutrição:
• Flushing; • Pós-cobertura;
• Condição corporal • Minerais e
• Score Corporal; vitaminas;
• Nutrição; • Minimização do stress
- Taxa de Fertilização: • Mudanças;
• Qualidade do sêmen; • Brigas;
• Técnica de IA ou cobertura;
52
• Incidência de
sol;
• Falta de água;
- Leitões Nascidos (Peso e
Número):
• Redução de natimortos;
• condição corporal da
matriz;
• Escore Corporal;
• Instalações;
• Nutrição
- Leitões Desmamados (Peso e
Número):
• Mortalidade pré-
desmame;
• Mortalidade na
Maternidade;
• Produção de leite;
• Nutrição;
• Apetite;
• Sanidade;
• Nutrição suplementar
para leitões;
- Leitegadas / Porca / Ano:
• Período entre desmame e
cobertura;
• Dias vazios;
• Nutrição;
• Efeito do cachaço;
• Redução de stress;
• Condição corporal;
• Efeito do número de partos;
• Manejo;
• Taxa de descarte;
53
Como podemos reduzir nossos custos? Como enfrentar as realidades acima? Pode
acreditar...somos capazes, basta querer.
54
moradia), depois busca segurança e proteção, afeto e amor, satisfazer sua auto-estima e por
último satisfazer sua auto-realização.
O Líder, por sua vez, tem sua pirâmide, porém ao contrário (de ponta cabeça) conforme
descrito por James C. Hunter no Best Seller “O Monge e o Executivo”:
Assim, para atingirmos o sucesso, precisamos ter claro em nossa mente nossas
responsabilidades, devemos ainda, estabelecer metas de excelência, treinar nossos parceiros,
discutir nossos resultados, reconhecer as qualidades e realizações de nossos contribuintes, confiar
na equipe, admitir falhas (e corrigi-las) e sempre tratar a todos com muito respeito e dignidade.
55
IMPACTO DO POTENCIAL GENÉTICO DE REPRODUTORES NA RENTABILIDADE DA
SUINOCULTURA MODERNA
1
Moura , Sandro Cardoso de
1
Gerente de Desenvolvimento de Negócios – Agroceres PIC
56
O desenvolvimento e a condução de um programa genético têm proporcionado, nos
últimos anos, um progresso genético anual significativo, cujo valor tem variado entre 1 a 3 %,
dependendo da característica considerada. No quadro 1, está apresentado o progresso genético
médio anual do programa genético da Agroceres PIC nos últimos 10 anos.
Quadro 2 – Evolução prevista nos índices de produtividade para os próximos 10 anos em granjas
de alta tecnologia.
Anos VARIAÇÃO (%)
Índices Zootécnicos
57
Considerando o alto índice de produtividade atual da suinocultura, os diferentes nichos
de mercados e a crescente exigência do mercado consumidor por carne de qualidade (palatável,
saudável e barata), o nível de complexidade dos programas de melhoramento genético atuais é
muito maior quando comparado com os recursos utilizados, com os procedimentos e objetivos
estabelecidos no passado. Por esse motivo, a PIC (PIG IMPROVEMENT COMPANY), da qual a
Agroceres PIC é sócia, tem investido uma substancial soma de recursos em tecnologias
disponíveis relacionadas às áreas de informação, saúde, genética molecular, genética quantitativa,
para o melhoramento contínuo e acelerado das características que exercem um impacto
econômico significativo na cadeia de produção da carne suína, com o objetivo de disponibilizar
para o mercado, reprodutores com alta capacidade de transformar, principalmente alimentos
vegetais, em carne de boa qualidade a um custo competitivo em relação às outras carnes,
produzindo um produto que, ao mesmo tempo, satisfaça às necessidades do consumidor, do
distribuidor, da indústria.
Neste sentido, nos próximos anos, haverá uma nítida tendência de aumento do número
de suínos produzidos, aumento no peso de abate, melhor qualidade de carcaça e maior economia
de ração.
A reposição genética (matrizes e reprodutores) numa suinocultura tem um impacto de, no máximo,
3 a 4% no custo de produção, mas determina o potencial alcançável no faturamento (quantidade
de carne produzida / porca / ano), no custo de produção (conversão alimentar), além de determinar
o potencial de qualidade do cevado (qualidade de carcaça e carne).
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