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Nesta região morava certa mulher, cujo nome não nos é mencionado nas Escrituras.
Seria ela uma pessoa comum do povo, como tantas outras. Deveria ter sua casa, seus
afazeres domésticos diários, sua rotina de vida semelhante à das outras vizinhas e amigas.
Entretanto, esta mulher tinha uma grande dificuldade na vida: ela era enferma. Fora
acometida por uma hemorragia que não cessava há doze anos.
Esse tipo de enfermidade não apenas ia tirando, pouco a pouco, o seu vigor, o ânimo
de viver, como também a mantinha segregada pelas leis rituais da nação. Enquanto durasse
a hemorragia ela seria considerada “impura”, de acordo com Levíticos 15.25-33. Ela não
podia tocar em ninguém e também não poderia ser tocada. O lugar onde se assentasse seria
considerado imundo. E ela estava assim, “imunda”, há doze anos...
Podemos imaginar o seu sofrimento nesses longos anos. Ela não poderia abraçar as
amigas, as crianças, os parentes... Não poderia tomar nos braços os pequeninos. Deveria
evitar que outros a tocassem e se resguardaria das reuniões, permanecendo em casa.
Não sabemos se ela era casada, solteira ou viúva, se tinha filhos ou não. Apenas
sabemos que ela sofria dessa enfermidade que a discriminava e a mantinha em solidão. A
Bíblia nos informa que ela já gastara o seu dinheiro com os médicos da época e não havia
encontrado a cura. Somente lhe restava afundar-se na depressão, sentindo-se abandonada
por Deus e sem esperança. Há tantas pessoas assim no mundo de hoje! Quem sabe você é
uma delas? Quem sabe você conhece alguém que também não tem esperança? Alguém que
a medicina já taxou como “incurável”? Alguém que não pode ter a vida “normal” e se
encontra limitada e solitária?
Entretanto, essa mulher ouvira falar de Jesus. Ela escutara, atenta, os relatos das
curas que o doce Rabi da Galiléia estava realizando por todas as vilas e aldeias de Israel.
Ela o procuraria diligentemente. Ele era a sua última e única esperança...
Marcos relata o seguinte sobre ela: “Ouvindo falar de Jesus, veio por detrás, entre a
multidão, e tocou na sua veste. Porque dizia: 'Se tão somente tocar nas suas vestes,
sararei'. E logo se lhe secou a fonte do seu sangue; e sentiu no seu corpo estar já curada
daquele mal.” (Mc 5.27-29).
Para achegar-se a Jesus, aquela mulher teve de enfrentar a barreira da multidão que
se avolumava ao redor do Mestre. Podemos imaginá-la, buscando brechas entre as pessoas,
pedindo “licença” e se esgueirando, quase na altura das cinturas das pessoas, para ver Jesus.
Ela queria tocá-lo. Ela pensava e chegou a dizer para si mesma: “Se eu puder tocá-lo,
ficarei curada.”
Esta era a sua fé. Esta era a sua esperança. Aquela era a sua oportunidade, talvez a
única. Todo esforço que fizesse valia a pena. E, assim, ela tocou Jesus e sentiu a cura
imediata. Que alegria! Você já recebeu uma resposta de Deus imediata? Não é motivo de
grande alegria? E a vida dela iria voltando ao normal, quando Jesus, logo em seguida, parou
sua marcha e perguntou: “Quem me tocou?”
Os discípulos acharam aquela pergunta de Jesus sem sentido, pois todos estavam
tocando no Senhor. Todos se acotovelavam para vê-lo e para ficar perto dele. Mas Jesus
sentiu que dele saíra virtude. Jesus queria saber quem fora curado ao tocá-lo.
Vendo que não poderia ocultar-se, aquela nobre mulher se prostrou diante de Jesus e
lhe confessou a sua cura, o milagre que recebera. E ouviu do Mestre: “A tua fé te salvou.”
Jesus não tinha apenas cura física para ela, mas também a espiritual, aleluia!
Quem sabe você tem procurado Jesus apenas para lhe dar cura física ou a solução
para um grande problema financeiro ou de relacionamento conjugal, mas Ele tem muito
mais para lhe dar. Ele tem a salvação com o perdão dos pecados. Ele tem toda a suficiência
para sanar nossa dor e trazer esperança para os nossos dias.
A vida daquela mulher se desenrolava sem sentido e se esgotava a cada dia. Depois
do seu encontro com o Mestre, ela passou a ver a beleza de cada momento e, agora, poderia
andar de cabeça erguida. Ela não era mais imunda, agora era pura, sem o peso da
enfermidade ou da culpa. A vida voltara a lhe sorrir, havia um novo brilho no seu rosto,
havia alegria em seu olhar...
Para refletir:
Você se sente “imunda” diante das outras pessoas? Vive se escondendo dos outros?
Como a mulher hemorrágica, você também já gastou suas economias com a saúde,
sem encontrar solução?
Você crê que Jesus realmente pode curar e trazer perdão e uma vida nova com suas
palavras de esperança e paz?