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GERENCIAMENTO DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO JURÍDICO

Martha Izabel de Souza Duarte Rezende


Bibliotecária da Procuradoria da República _em Goiás e assessora do Escritório
“Felicíssimo Sena Advogados Associados S/C ; especialista em Sistemas de Informação
Automatizados.

RESUMO

Após apresentar um panorama da informação na sociedade atual, discute o valor da


informação significativa nas organizações. Relata a complexidade e a evolução da
documentação jurídica frente às novas tecnologias, considerando os profissionais
envolvidos como equipe de informação. Ressalta o papel que poderá ser desempenhado
pelo bibliotecário. Conclui que a resposta para a busca e utilização da informação passará
sempre pelas pessoas que, apoiando-se cada vez mais na tecnologia, encontrarão espaço
para abordagens criativas.

ABSTRACT

After presenting a panorama of the information of the present society, it


discuss the value of the significant information in the organizations. It relates the
complexity and the development of the legal documents in face to the new technology,
looking upon the professionals involved as a team of information and knowledge. It
emphasizes the role wich can be made by the librarian. It concludes that the answer for the
search and the utilizacion of the information will always pass by the people that, supporting
themselves more and more on the tecnology, will find some space for criative discussions.
1. INTRODUÇÃO

Cenário Mundial e Revolução da Informação

“A informação não é inocente”

James March

Estudando as mudanças ocorridas nos últimos anos, estudiosos de ciência


da informação observaram que, desde a década de 50, a força de trabalho tem se deslocado
do setor industrial para o informacional. Segundo esses cientistas, o mundo desenvolvido
evoluiu de uma economia de produção de bens para uma economia de serviços,
basicamente ligados à informação.

Enquanto na sociedade industrial havia o trabalho coordenado entre a


máquina e o homem para a produção de bens, na sociedade pós-industrial a organização se
dá em torno do conhecimento. Isto significa admitir a existência de um setor quaternário ou
informacional da economia.

Muitos teóricos do assunto consideram a informação como um setor


quaternário da economia, juntamente com a terra, a mão-de-obra e o capital, com a
diferença de que ela não é consumida como outros recursos, que são finitos; pelo contrário,
ela é regenerativa, podendo ser usada ao mesmo tempo por vários usuários em várias
atividades, aumentando a possibilidade de geração de novas informações e,
consequentemente, a execução de novos serviços e a elaboração de novos produtos ou a
inovação dos já existentes. Assim, de acordo com Shizawa apud Pinto (1994), “a
informação passa a ser vista como o ativo da organização. Desta forma, é revolucionária,
pois gera riqueza e agrega valor ao produto; é utilizada por muitos indivíduos sem ser
consumida: incrementa o desenvolvimento cultural do homem e sua qualidade de vida”.

Schement, apud Cianconi, (199-), afirma que: “a consequência do trabalho


com informação é mais informação, ainda que na forma de novo conhecimento ou
reempacotamento das formas existentes.

Ao contrário do trabalhador de uma linha de montagem, o trabalhador de informação


processa e manipula a informação como um fim em si mesma. A informação define a
tarefa, o produto e o trabalhador”.

Segundo Masuda apud Cianconi (199-), existem duas categorias de


indústrias no setor quaternário : a Indústria da Informação e a Indústria do Conhecimento.

Entre as Indústrias da Informação estariam os pesquisadores, escritores e


analistas de opinião autônomos, além das Indústrias Gráficas, Editoras, Jornais, Revistas,
Agências de Notícias, Empresas de Publicidade e Relações Públicas, Centros de
Processamento de Dados, incluindo ainda as Indústrias de Equipamentos de Informação
como computadores, copiadoras etc. Entre as Indústrias do Conhecimento se enquadram os
advogados, contadores, consultores, assessores, projetistas e, ainda, os institutos de
pesquisa e desenvolvimento, instituições de ensino e bibliotecas.
A capacidade de industrializar a produção e a circulação da informação e
do conhecimento é um dos fatores primordiais para o desenvolvimento econômico e os
países que detêm tecnologias e capacitação para organização, tratamento e disseminação de
informações tornam-se dominantes em relação aos que não investem em tais recursos.
No Brasil, as mudanças advindas da abertura da economia, o fim da
cultura do lucro inflacionário e as exigências do mercado têm levado as empresas a se
qualificarem, revendo posturas e incrementando valor aos serviços que prestam. Neste novo
cenário, o reconhecimento do valor estratégico da informação já é uma realidade.
Por outro lado, o uso cada vez mais acelerado e extensivo da informática e
das telecomunicações vem revolucionando as próprias formas de produção e transmissão da
informação, alterando significativamente a dinâmica do setor de serviços.
Todas essas transformações ambientais acentuaram as necessidades das
organizações darem um tratamento gerencial à documentação e à informação, evitando a
cultura do acúmulo e do desperdício. O não reconhecimento da informação como um bem
ou como seu ativo de conhecimento resulta em perdas econômicas. Ao contrário, a
consciência de que a informação tem um valor e um custo, relacionados à sua geração,
produção e disseminação, implica na necessidade de planejar, racionalizar, padronizar e
organizar os recursos, de modo a torná-los eficientes e úteis.
Não basta, portanto, ter disponíveis as informações, em alguns casos, isto
pode até dificultar ainda mais os resultados. É preciso que as informações disponibilizadas
estejam organizadas e acessíveis a tempo de vencer os prazos e a concorrência. Isso
significa estratégia informacional.
A informação aqui é vista como o conhecimento transferido para atingir
um objetivo. Conhecimento é a informação mais valiosa e, consequentemente, mais difícil
de gerenciar. É valiosa precisamente porque alguém deu à mesma um contexto, um
significado, uma interpretação. Alguém refletiu sobre o conhecimento, acrescentando a ele
a sua própria sabedoria, considerando suas implicações mais amplas.
Ao contrário dos dados, a informação significativa e contextualizada exige
análise, tanto da questão apresentada, quanto das possíveis soluções encontradas. Desse
modo, o trabalho do profissional da informação acabará implicando em participação e
envolvimento com o conteúdo da questão.
Nas organizações jurídicas, vistas como indústrias que processam e
transferem conhecimento, a essência do trabalho é a manipulação, reelaboração e
transferência de informações. Essas são externas ou internas, integrando objetividade e
subjetividade, já que as pessoas são repositórios do conhecimento. O conhecimento
acumulado e transferido no ambiente de organizações jurídicas envolve tecnologia,
conteúdo informacional e, principalmente, interação entre pessoas.
2. DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO JURÍDICA

A documentação é definida como sendo “o processo de colecionar e


classificar os registros de todos os tipos de atividades intelectuais tornando-os
imediatamente acessíveis” (Bradford apud Atienza, 1979). “Por documentação jurídica
entende-se “a reunião, análise e indexação da doutrina, da legislação, da jurisprudência e de
todos os documentos oficiais relativos a atos normativos ou administrativos” (Atienza,
1979).
É interessante lembrar que a documentação de modo geral, conforme
concebida hoje, teve como idealizadores dois ilustres advogados belgas, Paul Otlet e Henri
La Fontaine, que, em Bruxelas, no ano de 1892, atentaram para a necessidade da
organização documentária e conceberam a primeira bibliografia universal, intitulada
Repertoire Bibliographique Universal, que motivou a estruturação do Sistema de
Classificação Decimal Universal, cuja classe de humanidades foi coordenada pelos
mesmos, sendo utilizada para organização da documentação da maioria das Bibliotecas
Brasileiras até hoje.
O panorama da informação jurídica atual tem sofrido muitas inovações.
Configura-se sob suas mais variadas formas – doutrina, jurisprudência, legislação, projetos
de lei, andamento processual, noticiário de jornal etc. Por vezes, ainda, o interesse do
advogado diz respeito a outras áreas do conhecimento que não a jurídica. O Direito
relaciona-se com todas as áreas da vida humana, sendo, portanto, de caráter essencialmente
interdisciplinar.
Os meios através dos quais a informação jurídica se manifesta são tão
variados que torna-se difícil delimitá-los. Ocorre através de jornais e revistas, monografias
e livros, enciclopédias, dicionários, páginas na Internet, fax, ligações telefônicas,
comunicação interpessoal, correio eletrônico, diários oficiais, pesquisas impressas,
relatórios, trechos copiados para o computador, discos magnéticos etc. No quadro ressalta-
se especialmente o crescimento acelerado que a informação jurídica tem tido através da
Internet.
Os recursos de informações jurídicas que dão apoio às atividades, tanto do
Poder Público, quanto da iniciativa privada, têm tido um crescimento bastante acelerado.
Pode-se mesmo afirmar que, no Brasil, o setor da informação jurídica é o que mais cresce e
se desenvolve, sendo economicamente rentável.
Acrescenta-se a isso o fato de que, nos últimos dois anos, os tribunais vêm
disponibilizando seus julgados através da Internet e também de discos óticos, possibilitando
o acesso a um volume cada vez maior de informações jurisprudenciais. Atheniense (1996)
ao comentar sobre a advocacia e as vantagens da informática, observa que “inobstante a
média do espaço imobiliário ocupado pelos escritórios de advocacia ter diminuído bastante
recentemente, dificultando a guarda de coleções numerosas de jurisprudência e legislação,
o mercado de informática recepcionou no último biênio a entrada marcante de antigos
livreiros no mercado de informática, através de lançamentos de legislação, jurisprudência e
códigos comentados em CD-ROM. É despiciendo comentar que o espaço de seis metros
quadrados ocupados pelo computador equivale hoje ao espaço destinado a coleções que
estariam arquivadas em grandes salas, cujo espaço torna-se muito caro para a maioria dos
advogados”.
Em consequência, temos que o ciclo da informação jurídica acelera-se,
fazendo com que o resultado dos julgamentos chegue mais rapidamente ao dispor do
usuário. As novas tecnologias, portanto, alteram o mercado editorial e mesmo os hábitos de
trabalho dos juristas, devendo refletir até na própria celeridade processual e na dinâmica do
Judiciário.
A complexidade da informação jurídica é tão grande, que a tecnologia, por
si só, ainda não garante a efetividade do acesso à mesma.
Discorrendo sobre o problema da desinformação jurídica dos brasileiros,
Moreira (1994) afirma: “...cumpre reconhecer que ninguém, nem mesmo os profissionais
do direito, que por dever de ofício lidam quotidianamente com a matéria , é capaz de
dominar as miríades de normas espalhadas num sem-número de leis, de decretos, de
resoluções, de portarias, de instruções, as mais das vezes redigidas com técnica primária,
obscuras, fragmentárias, lacunosas, contraditórias – fios de um novelo que faz incorrer em
cruel derrisão quem ouse invocar a tradicional presunção do conhecimento da lei por toda a
comunidade a ela sujeita”. Junte-se a isso a problemática de acompanhamento das edições e
reedições das Medidas Provisórias e, ainda, o hermetismo utilizado por muitos juristas em
sua linguagem e completamos o quadro intricado da informação jurídica.

3. O CONTEXTO DO MINISTÉRIO PÚBLICO VISTO COMO AMBIENTE


INFORMACIONAL

O Ministério Público é instituição de função social bastante complexa,


prestadora de serviços altamente especializados, que depende de profissionais com domínio
profundo e abrangente de um corpo de conhecimentos interligados.
Entretanto, para materializar esse conhecimento em resultados palpáveis e
úteis, o procurador ou assessor depende da informação como matéria-prima básica de seu
dia a dia.
O quadro complexo já descrito acima, demonstrado pelo crescimento
exponencial da informação registrada, o desenvolvimento acelerado das tecnologias da
computação e comunicação provocaram mudanças profundas na dinâmica dos juristas nos
últimos anos.
A consciência crescente do valor da informação tem levado os
profissionais da área a buscar reciclagem e modernização para acompanhar este processo.
Assim como os bibliotecários e profissionais da área de informática, os procuradores,
advogados, juízes e seus assessores, também sentiram necessidade, em menor ou maior
grau, de acompanhar a evolução da informação jurídica, dotando suas organizações de
recursos atualizados.

A tendência tem sido equipar as repartições e escritórios de moderna


tecnologia computacional, adotando, por exemplo, edição de textos, acompanhamento
processual e elaboração de cálculos por meios automatizados.
A incorporação dessas tecnologias, apesar de imprescindível em nossos
dias, nem sempre acontece facilmente. O volume, a complexidade e a rapidez das
inovações podem implicar em dificuldades individuais de adaptação e, ainda, em maiores
obstáculos na seleção das fontes a serem buscadas e na filtragem dos resultados obtidos.

Informação e conhecimento são, essencialmente, criações humanas.


Nunca seremos capazes de administrá-los se não levarmos em consideração que as pessoas
desempenham, neste cenário, papel fundamental.
Na instituição jurídica, que desenvolveu sensibilidade e consciência para a
questão informacional, reúnem-se soluções tecnológicas e humanas, podendo-se visualizar
bons resultados e excelente ambiente informacional.

Nela, o gerenciamento da informação realiza-se através de uma equipe,


onde estão envolvidos juristas, em conjunto com analistas de sistema, administradores de
rede, fornecedores do mercado editorial e tecnológico e bibliotecários.

Reúnem-se, portanto, diferentes tipos de profissionais: juristas, com


especialidades em diversas áreas do Direito, profissionais de apoio na área informacional e
tecnológica e pessoas que funcionam como elos de ligação, ajudando os elementos da
equipe a identificar suas necessidades e soluções.

3.1. DA EQUIPE DE INFORMAÇÃO

Analisando a participação das pessoas na evolução empresarial, Fischer


(1992) afirma que: “ o desenvolvimento organizacional, baseado no aumento de
competitividade e eficiência, depende do desenvolvimento das pessoas; e não apenas
daquelas que ocupam cargos estratégicos, mas também das alocadas nos níveis tático e
operacional. O desenvolvimento integrado de recursos humanos passou a ser fator essencial
nos processos de mudança e modernização das empresas. As pessoas contribuirão nesses
processos não apenas pela capacidade de lidar com instrumentos e/ou técnicas específicas,
mas principalmente porque internalizam os princípios e os objetivos, as metas e os meios
para atingi-los e as premissas que a organização tem como próprias de sua identidade”.
Acreditamos que esses valôres deverão servir, principalmente nos dias atuais, também para
as instituições públicas.
As organizações atuais evoluíram, os profissonais que anteriormente se
caracterizavam pela especialização restrita ao setor ou área de trabalho e execução
individual das tarefas hoje se mostram ainda em crescente especialização, porém, é
imprescindível ter visão global da empresa e do negócio, priorizando o trabalho em equipe
e buscando o aprendizado contínuo.
Dentro deste panorama, a informação que circula e se disponibiliza só terá
significação se vier agregada de “oportunidade, exatidão e relevância” (Davenport, 1998,
p.151) e o objetivo principal da equipe de informação de qualquer organização é tornar a
informação significativa, isto é, informação contextualizada, integrada à realidade da
mesma.
Daí ser imprescindível conhecer, por exemplo, o objetivo de se localizar
as normas existentes com relação ao “termo de compromisso e ajustamento de condutas
firmado com o Ministério Público”. Conhecendo a necessidade de quem busca, isto é,
direcionado pelo mesmo, pode-se descobrir e ressaltar itens que poderiam passar
despercebidos caso a busca fosse neutra.

Isto é bastante diferente de manter computadores, redes e imensuráveis


bancos de dados e, além disso, há tarefas que o computador não é capaz de executar
satisfatoriamente, apesar de imprescindível.

É possível, através da máquina, levantar-se julgados que admitam o


“prequestionamento implícito no recurso especial”, porém a seleção das ementas adequadas
ao caso ainda será tarefa humana.

Para qualquer processo de gerenciamento informacional, o fator essencial


depende da combinação de duas abordagens: a automatizada e a humana. Pessoas são ainda
os melhores “meios” para identificar, categorizar, filtrar, interpretar e integrar a informação.
Pessoas que fornecem e interpretam as informações, agregando valor às mesmas.
O ambiente informacional a ser criado envolve, portanto, ampla troca,
onde não caberá acumular e ocultar informações. Do comportamento em relação à
informação, positivo ou negativo, resultará a cultura informacional de uma empresa. Essa
cultura determinará se os envolvidos valorizam a informação e se a compartilham, apesar
das barreiras existentes e isso acabará refletindo no desempenho geral da organização frente
ao mercado.
Enquanto equipe de informação, cada componente deverá possuir, em
menor ou maior grau, além de sua especialização técnica:

· compreensão abrangente da área de atuação e conhecimento da estrutura e função da


organização;

· conhecimento sobre as diferentes fontes de informações disponíveis;

· facilidade de acesso às tecnologias de informação;

· entendimento político associado à habilidade de exercer liderança;

· fortes qualificações para relações interpessoais e

· expressiva orientação para o conjunto do desempenho da organização,


Caberá a cada elemento da organização desenvolver, a seu modo,
familiaridade com tecnologias-chave, embora não se torne obcecado por elas. A
compreensão do contexto e da dinâmica organizacional será essencial ao resultado
alcançado.
O apoio do profissional da informação será no sentido de, direcionado
pelo jurista, retirar dos ombros do mesmo o trabalho prévio de consulta para composição de
seu parecer ou inicial, já que, na maioria das vezes, a complexidades de opções para o
acesso à informação e, principalmente, o volume de resultados descobertos, torna
impossível ao mesmo, dependente de prazos, a realização da tarefa de busca.
Além disso, alguns profissionais ainda não internalizaram hábitos de
busca da informação nas ferramentas disponíveis, seja pela dificuldade de manuseá-las, seja
pela própria formação recebida. Por vezes, “não apenas somos esmagados pelo próprio
volume de informações. Somos também, em maioria, atrapalhados por uma educação que
nos prepara inadequadamente para processá-la” (Wurman, 1991).
Os bibliotecários podem ter um papel específico neste cenário,
particularmente porque estes profissionais, além de familiarizados com as ferramentas e
linguagens de busca, trazem em sua história profissional predisposição para o contato
direto com os seus usuários. A tarefa de interagir com empatia às questões de diferentes
áreas do conhecimento costuma ser familiar a esse profissional.

Para tanto, faz-se necessário buscar um conhecimento prévio tanto da área


jurídica, quanto das novas tecnologias e isso se faz através da experiência e capacitação.

Trabalhando com informações internas e externas, bibliotecários,


especialmente os ligados ao setores indústrial e de negócios, expandiram o escopo de suas
atividades e trabalham mais diretamente com seus usuários. Através de seus serviços,
conferiram vantagem competitiva às empresas.
A forma como cada profissional busca a informação vai variar de acordo
com sua personalidade, sua área de atuação, sua familiaridade com os recursos, etc.
Enquanto alguns possuem familiaridade com a máquina, outros buscam soluções através de
contatos telefônicos, enfim é questão bastante subjetiva. Assim também, o uso que um fará
da informação entregue é bastante pessoal. O modo como este a absorve dependerá de seu
contexto, sua formação e sua personalidade.
Caberá sempre ao profissional da informação, respeitadas as
individualidades pessoais, demonstrar disponibilidade e abertura para o trabalho de busca
conjunta de soluções através da informação.
É bastante recomendável que o profissional da informação busque obter,
antes de proceder qualquer coleta, algum tipo de preferência ou orientação que servirá
como um norte, ajudando a “legitimar” o seu trabalho. Para isso é importante identificar na
organização as pessoas que funcionam como elos de ligação, possuindo visão global da
mesma.
Nas organizações jurídicas, a administração da informação é feita em
conjunto. Juristas e profissionais da informação trabalharão em parceria, podendo ser
tarefa bastante satisfatória para ambos. Isso porque, se predispostos a confiar um no outro,
pode ocorrer, além de interação humana, transferência de conhecimento, e o aprendizado
contínuo que a área jurídica cobra e proporciona, objetivando um resultado positivo.
4. CONCLUSÃO

As mudanças conjunturais, que alteraram o mercado de trabalho atual,


modificaram também as posturas individuais. Novos critérios de competência são exigidos
dos profissionais, especialmente dos que tem como objeto de trabalho a informação e o
conhecimento.
Esses critérios atuais incluem o conhecimento técnico e a atualização
tecnológica, mas, mais que isso, exigem habilidades comportamentais como:
adaptabilidade, proatividade, confiança, empatia e comunicação. A lealdade e competência,
inteiramente relacionados com os fatores citados, alteram os resultados substancialmente.

É a agregação do valor humano aos valores materiais e tecnológicos e


nesse contexto, os valores éticos e até instintivos fazem a diferença.
Nenhuma empresa alcançará verdadeiro sucesso e vantagem competitiva
por intermédio da informação sem adotar abordagens voltadas para as pessoas. As
alternativas orientadas para as máquinas já demonstraram não serem suficientes para os
dias atuais. A resposta para a informação passará sempre pelas pessoas que, embora se
utilizando cada vez mais da tecnologia, haverão de colocar criatividade e contexto na busca
da informação significativa.
A simplicidade desses princípios levam-me a encerrar o trabalho,
aproveitando uma história antiga e bastante interessante, encontrada a poucos dias na
Internet, contada por um profissional da informação jurídica em Portugal (Mendonça,
1998):

“Uma senhora dirige-se ao seu chapeleiro pedindo-lhe para lhe arranjar


um chapéu original e elegante para uma festa. O chapeleiro, homem simples e de cujos
dedos brotavam magníficos ornamentos capilares, enrolou nos longos cabelos da senhora, e
numa questão de segundos, uma fita de seda negra brilhante. A senhora, ao ver se refletida
no espelho, solta uma exclamação de admiração pela simultânea singeleza e beleza do
trabalho e apenas consegue dizer “Magnífico! Quanto lhe devo?”. Prontamente o chapeleiro
lhe responde “Cem mil escudos, minha senhora”. Atónita a senhora replica “Cem mil
escudos! Por uma fita de seda? O senhor está concerteza louco!”. O chapeleiro então,
com gestos tranquilos, retira a fita de seda da cabeça da senhora e, entregando-lha, diz
“Minha senhora, a fita ofereço-lha eu”.5

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. ATHENIENSE, Alexandre. Advocacia e informática: redefinindo conceitos na


advocacia atual no
final do século. Boletim Jurídico Travelnet. [ on line] 5p. Disponível:
http://www.travelnet.com.br/juridica/art31a96.htm [1996, out 18]

2. ATIENZA, Cecília Andreotti. Documentação jurídica: introdução à análise e


indexação de atos legais.

Rio de Janeiro: Achiamé, 1979. 103p.

3. CIANCONI, Regina. Novas tecnologias e o profissional da informação. [Rio de

Janeiro] : Fundação Getúlio Vargas, [199-]. 24p. Programa de treinamento:

Aplicação de Tecnologia no Desenvolvimento de Bibliotecas.

4. DAVENPORT, Thomas H., PRUSAK, Laurence. Ecologia da informação. São Paulo

: Futura, 1998. 316p.

5. FISCHER, Rosa M. A modernidade de gestão em tempos do cólera. Revista de

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6. MENDONÇA, Nuno Machado. A informação jurídica e o chapéu [on line]. 1p.

Disponível: http://www.jurinfor.pt/jima/jima23ed.htm [1998, jul 27]

7. MOREIRA, José Carlos Barbosa. A desinformação jurídica. Revista Forense, Rio de

Janeiro, v. 325, p.317-320, jan./mar., 1994.

8. PINTO. Virgínia Bentes. Informação para a indústria : algumas considerações. In:

CONGRESSO LATINO-AMERICANO DE BIBLIOTECONOMIA E

DOCUMENTAÇÃO, CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA E

DOCUMENTAÇÃO, 1994, Belo Horizonte. Biblos 2000. Anais... Belo Horizonte :


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9. WURMAN, Richard S. Ansiedade de informação. São Paulo : Cultura Editores


Associados, 1991.

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