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ARTIGOS

Automação de bibliotecas e
centros de documentação: o
processo de avaliação e
seleção de softwares
Adelaide Ramos e Côrte INTRODUÇÃO Planejamento Estratégico de 1995, que
Iêda Muniz de Almeida incluía o projeto de informatização de
Ana Emília Pellegrini As mudanças advindas com a socie- suas rotinas, produtos e serviços, ofe-
Ildeu Ordini Lopes dade da informação provocaram subs- recendo à direção daquela instituição
tanciais alterações nos hábitos de uso subsídios para a seleção de um sof-
José Carlos Saenger
da informação no dia-a-dia do cidadão tware capaz de automatizar os proces-
Maria Bernadete P. Esmeraldo brasileiro, quer na sua vida pessoal, sos de trabalho de suas bibliotecas.
Maria Cristina Moraes Pereira quer no desenvolvimento de sua car-
Rosana Rika M. C. Ferreira reira profissional, impulsionando as or- Este artigo pretende, assim, apresen-
Wilma Garrido do Lago ganizações para a busca de um pro- tar as etapas necessárias ao proces-
cesso de modernização de suas es- so de escolha de softwares, identifican-
truturas e maior agilidade na prestação do os requisitos necessários à avalia-
de serviços à comunidade usuária. ção, caracterizando-os como gerais e
específicos, imprescindíveis e desejá-
As bibliotecas e centros de documen- veis que devem ser contemplados pe-
tação, como unidades organizacionais los produtos disponíveis no mercado.
vivas, recebem interferência diária em Pretende, ainda, contribuir com a lite-
seus processos de trabalho, o que tor- ratura na área e apresentar aos profis-
na imprescindível a adequação de suas sionais e estudiosos, uma experiência
estruturas organizacionais e de pres- concreta de análise e seleção de sof-
tação de serviços à então propalada tware para bibliotecas e centros de do-
sociedade da informação. cumentação.

Especificamente no caso do processo Os dados obtidos que fundamentaram


Resumo
de informatização, os avanços tecno- este artigo remontam a abril de 1998,
O mercado de produção e geração de lógicos associados às exigências atu- sendo importante registrar que, quan-
softwares para automação de bibliotecas ais dos usuários direcionam para a do da publicação deste trabalho, cer-
apresentou grande impulso nos últimos dez seleção e aquisição de software e har- tamente muitas alterações já terão
anos. Escolher um software representa,
hoje, mais que escolher uma ferramenta dware com características funcional- acontecido nos produtos aqui descri-
tecnológica para implementar serviços mente mais diversificadas, privilegian- tos, como reação normal do mercado.
prestados pelas bibliotecas. Representa do a interligação das funções de uma
introduzir nova filosofia de trabalho, novos biblioteca, numa linguagem que permi- REVISÃO DE LITERATURA
comportamentos e valores informacionais.
Este trabalho apresenta o resultado dos
ta a integração usuário/máquina.
estudos realizados para a escolha de um A equipe decidiu que, para subsidiar
software para a automação das Atentos a essa situação e ao compro- este trabalho, deveriam ser identifica-
bibliotecas da Presidência da República. misso de oferecer aos seus usuários dos, na literatura, os softwares dispo-
Pretende contribuir com a revisão de
literatura e com os profissionais e
um serviço de qualidade, profissionais níveis no mercado e, principalmente,
estudiosos da área, oferecendo uma bibliotecários e analistas de sistemas os impactos causados nos usuários,
análise de cada produto, bem como a da Presidência da República realiza- gerentes e técnicos dos serviços de
identificação dos requisitos indispensáveis ram este estudo, em um esforço con- informação bibliográfica, quando do
e desejáveis que o software deve possuir
para o processo de automação de
junto e fundamentados pela orientação processo de implantação da automa-
bibliotecas e centros de documentação. e diretriz da então Diretoria Geral de ção.
Administração com vistas a moderni-
Palavras-chave zar os processos de trabalho das uni- Com relação aos produtos existentes
Automação de bibliotecas; Softwares para
dades organizacionais da Presidência. no mercado e na falta de catálogos que
bibliotecas; Informática aplicada a Cumpriu-se também o estabelecido no indicassem com certa abrangência
bibliotecas.

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Automação de bibliotecas e centros de documentação: o processo de avaliação e seleção de softwares

este tipo de software, as informações a escolha recaia sobre uma ferramen- cação para agilizar e ampliar o acesso
obtidas foram extraídas de boletins téc- ta que contemple os recursos hoje dis- à informação pelo usuário, tornando-se
nicos de associações de classe, con- poníveis, sem se tornar obsoleto a necessário haver uma ampla visão da
sultados aleatoriamente, relatórios de médio e longo prazos. tecnologia da informação e sua aplica-
instituições, e muito importante foi a ção nas organizações.
participação na reunião técnica de bi- Definir esse sistema não é tarefa das
bliotecários da Justiça Federal1, oca- mais fáceis, mesmo porque, nos últi- Epstein, citado por Krzyzanowski6 ,
sião em que várias empresas demons- mos dez anos, houve grande avanço alerta para o fato de que não existe um
traram seus produtos. na área de desenvolvimento de siste- sistema ideal e, mesmo que a escolha
mas, especialmente em softwares para seja a mais acertada, poderá não aten-
Heeman2 , em seu trabalho sobre mu- automação de bibliotecas. Fatores de- der completamente aos requisitos fun-
dança de hábito ocasionada pela auto- cisivos deste processo foram, sem cionais (quais atividades serão realiza-
mação, alerta que, na sociedade infor- dúvida, a quebra da reserva de merca- das) e de performance (quantas ativi-
matizada, a informação passa a fluir dos e a introdução da microinformáti- dades serão atendidas e com que ra-
livremente, fugindo do controle dos ca- ca, em substituição aos sistemas de- pidez), além de executar o back-up
tálogos e acervos, para dentro dos ar- senvolvidos para ambientes de main- desejado e as operações de proteção,
quivos dos computadores, circulando frames. a custo compatível com o orçamento
globalmente de usuário para usuário, disponível.
sem que possa ser coletada, armaze- Os softwares desenvolvidos para apli-
nada e disseminada. Altera-se, assim, cações em computadores de grande Por esse motivo, é importante que a
o processo de transferência da informa- porte, se, por um lado, possuíam gran- biblioteca determine os seus próprios
ção, desde o ciclo produtor/emissor, os de capacidade de armazenamento de requisitos obrigatórios e solicite as
suportes, até o destino/receptor. dados, por outro, não permitiam a ali- operações desejáveis somente após
mentação em tempo real e exigiam in- certificar-se de que as funções bási-
Esta situação reflete-se também no fra-estrutura computacional com equi- cas e necessárias estejam plenamen-
gerenciamento de acervos bibliográfi- pes altamente especializadas, ambien- te atendidas.
cos e de produtos e serviços informa- tes totalmente apropriados, colocando
cionais. Enfim, no processo de ges- as bibliotecas, os bibliotecários e os Assim, qualquer iniciativa de informa-
tão da informação, que, segundo Da- usuários totalmente dependentes da tização de uma biblioteca ou centro de
venport3, constitui-se de um conjunto tecnologia com pouca agilidade na documentação deve, primeiramente,
estruturado de atividades que incluem prestação de serviços. A informação identificar a cultura, missão, objetivos
o modo como as instituições produ- sucumbe-se à tecnologia. e programas de trabalho da organiza-
zem, obtêm, distribuem e usam a in- ção; as características essenciais da
formação e o conhecimento, tendo nos Martinelli5 analisa que o processo de biblioteca com relação à sua abrangên-
recursos tecnológicos o instrumento informatização das bibliotecas no Bra- cia temática, serviços e produtos ofe-
facilitador deste processo. sil passou a viver uma nova fase, ca- recidos; os interesses e necessidades
racterizada pela disponibilidade de re- de informação dos usuários; a plata-
Costa4 alerta que as bibliotecas con- cursos avançados – máquinas e sof- forma tecnológica existente na institui-
temporâneas convivem com sérios con- twares de nova geração que chegaram ção em termos de software e hardwa-
flitos organizacionais, orçamentos re- ao país nos últimos anos –, apontando re, bem como sua capacidade de atu-
duzidos e pessoal insuficiente para como causa, tanto da defasagem como alização e ampliação, além dos recur-
o desempenho de suas funções atuais do novo surto de desenvolvimento, as sos humanos disponíveis.
e têm enfrentado os desafios oriundos mudanças da política de informática no
das transformações socioculturais, in- Brasil, ocorridas a partir de 1993, que Figueiredo7, ao analisar a situação da
corporando o novo papel que lhes cabe proporcionaram o acesso a uma nova automação nas bibliotecas universitári-
na transferência de conhecimentos e geração de equipamentos e softwares. as, identificou, entre outros aspectos,
informações. que o maior benefício com a implanta-
Ainda, segundo Davenport3, a informa- ção do processo de informatização é a
O cenário indica que, se as bibliote- ção não pode ser considerada de ma- rapidez, agilidade e eficiência no aten-
cas e centros de documentação qui- neira isolada nas instituições. Às bi- dimento e prestação de serviços, isto
serem oferecer melhor serviço aos usu- bliotecas está reservado o papel de re- é, a otimização das atividades não só
ários e cumprir sua missão, necessá- pensar suas atividades e funções, com relação aos usuários, como tam-
rio se torna acompanhar passo a pas- adaptando-se aos novos modelos or- bém no que diz respeito ao controle e
so o desenvolvimento da sociedade, ganizacionais e extraindo das tecnolo- formação do acervo, levantamentos bi-
entender com mais precisão os hábi- gias disponíveis o substrato para a bliográficos, catalogação, empréstimos,
tos e os costumes dos usuários, adap- melhoria na prestação de serviços e na comutação, reclamação de obras em
tar as tecnologias às necessidades e utilização eficaz de informações. atraso e processamento técnico.
quantidades de informação de que dis-
põem, assim como utilizar um siste- A modernização das bibliotecas está METODOLOGIA UTILIZADA NA
ma informatizado que privilegie todas diretamente ligada à automação de ro- AVALIAÇÃO
as etapas do ciclo documental, no qual tinas e serviços, com o intuito de im-
plantar uma infra-estrutura de comuni- A metodologia utilizada na realização

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deste estudo obedeceu aos seguintes das, para o mês de março de 1998, Em que pesem as observações feitas
passos: demonstrações com as empresas e pela equipe, decidiu-se, ao concluir
seus respectivos produtos: Potiron In- este trabalho, agregar às expectativas
a) elaboração do diagnóstico das bi- formática, proprietária do OrtoDocs; iniciais um pouco da experiência final
bliotecas caracterizando acervo, usu- Fundação Getúlio Vargas, fornecedora e, assim, sintetizar e ressaltar os re-
ários, capacidade institucional, servi- do VTLS; Via Ápia Informática, propri- quisitos exigidos que devem ser obser-
ços e produtos oferecidos; etária do Thesaurus; Ex Libris, forne- vados quando da escolha de um sof-
cedora do Aleph; e Modo Novo Con- tware, classificando-os como impres-
b) observância às diretrizes organiza- sultoria e Informática, proprietária do cindíveis e desejáveis.
cionais; Informa.
REQUISITOS ESPECÍFICOS
c) capacidade tecnológica e parque As empresas Dados Informação e
computacional existentes; Serviços (Dins), proprietária do sof- Requisitos relacionados à tecnolo-
tware Caribe, a Drv Informática, do sof- gia constituem-se nos itens que iden-
d) revisão de literatura na área de au- tware Biblio e WA Corbi, do software tificam a capacidade do sistema de tra-
tomação em bibliotecas; ArcheS Lib, não demonstraram seus balhar com modernos recursos tecno-
produtos, sendo, porém, avaliados com lógicos, possibilitando segurança e in-
e) análise de documentos que regis- base no questionário respondido e na tercâmbio de dados, tendo como re-
tram experiências semelhantes; documentação encaminhada. quisitos imprescindíveis:

f) participação em eventos técnicos na As empresas Contempory, proprietá- a) acesso simultâneo de usuários às


área; ria do software Sysbibli, e a MPS – In- bases de dados;
formática, do software Sabiá, não en-
g) análise de catálogos, prospectos, viaram respostas. Como resultados de b) armazenamento, recuperação e
folhetos e documentação sobre os sof- contatos telefônicos feitos com ambas, classificação correta dos caracteres da
twares disponíveis no mercado; a MPS informou que o Sabiá não aten- língua portuguesa (Português Brasil):
dia às especificações da PR. Agrade- maiúsculas, minúsculas, cedilha e ca-
h) contatos com instituições que acom- racteres especiais;
ceram o convite, mas não se propuse-
panham o mercado;
ram a apresentar o produto.
c) arquitetura de rede cliente/servidor;
i) contatos com fabricantes de softwares;
Assim, foram mantidos contatos com
10 empresas e analisados oito produ- d) auditoria no sistema;
j) visitas a usuários para verificar o grau
tos diferentes. Além da demonstração
de satisfação, bem como os problemas e) capacidade de atualização dos da-
técnica, foram visitados os seguintes
detectados quando da implantação, dos em tempo real;
usuários: a) Instituto de Planejamento
acompanhamento e manutenção dos
Econômico (Ipea), usuário do Orto-
serviços; f) capacidade de elaboração de esta-
Docs; b) Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), usuário do Thesaurus; c) Em- tística com geração automática de grá-
k) troca de informações com analistas ficos;
presa brasileira de Planejamento de
de sistemas e bibliotecários de insti-
Transportes (Geipot), usuário do The-
tuições públicas e privadas; g) capacidade de suportar acima de 16
saurus; d) Senado Federal, usuário do
Aleph, em fase de aquisição. (dezesseis) milhões de registros bibli-
l) análise da idoneidade das instituições ográficos;
detentoras dos produtos, procurando
evitar a contratação de uma empresa Após a realização das visitas e de-
monstrações dos produtos, passou-se h) compatibilidade com os softwares
sem história e credibilidade no merca- de rede Novell Netware, Microsoft Win-
do. à análise de todas as informações co-
letadas, análise que resultou na iden- dows NT ou OS/400;

Após cumpridas as etapas anterior- tificação dos requisitos imprescindíveis


i) compatibilidade com software de
mente relacionadas, elaborou-se um e desejáveis que os produtos deveriam
contemplar, para atender às necessi- banco de dados relacional e/ou textu-
instrumento de coleta de dados enca- al;
minhado às empresas fornecedoras dades das Bibliotecas da Presidência
dos softwares identificados. Este ins- da República.
j) disponibilidade de help on-line sensí-
trumento contemplava, dentre outras, vel ao conteúdo em língua portuguesa;
informações técnicas de cada produ- REQUISITOS UTILIZADOS NA AVA-
to, usuários, capacidade institucional LIAÇÃO E SELEÇÃO
k) garantia de manutenção e disponi-
da empresa, capacidade tecnológica bilização de novas versões;
exigida, bem como os responsáveis
técnicos e gerenciais. l) gestão de bases de dados com dife-
rentes tipos de documentos;
Obtidas as respostas, foram agenda-

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m) interface gráfica; e) identificação da modalidade de aqui- e) construção automática de lista de


sição (doação, compra, permuta, de- autoridades a partir dos registros inclu-
n) leitura de código de barras; pósito legal). ídos;

o) níveis diferenciados de acesso aos Como requisitos desejáveis: f) construção de remissivas para auto-
documentos; res/assuntos;
a) controle de datas de recebimento do
p) padrão ISO2709; material adquirido; g) consulta ao tesauro, lista de autori-
dades e lista de editoras, durante o
q) protocolo de comunicação Z39.50; b) controle contábil e financeiro dos cadastramento de um registro;
recursos orçamentários para aquisição
r) recuperação de base de dados tex- de material bibliográfico; h) correção de todos os registros as-
tuais; sociados a um autor ou assunto medi-
c) controle de fornecedores por com- ante alteração na lista de autoridade
s) segurança na forma de registro e de pra, doação e permuta; emissão de ou tesauro;
gerenciamento dos dados; cartas de cobrança, reclamações e
agradecimento de doações; i) exportação de dados para alimenta-
t) senha para as funções que atuali- ção de bases de dados de cataloga-
zam dados; d) elaboração de lista de duplicatas; ção cooperativa;

u) software cliente: sistema operacio- e) elaboração de lista de desideratas; j) formato MARC dos registros biblio-
nal Windows 95 ou superior; gráficos;
f) estatística mensal e acumulada de
v) tabela de parâmetros para persona- documentos recebidos; k) geração de etiquetas para bolso e
lizar o funcionamento do sistema; lombada dos documentos;
g) cadastro de entidades com as quais
w) tratamento de textos e imagens; mantém intercâmbio de publicações; l) importação de dados de centros de
catalogação cooperativa on-line e cd-
x) uso de data no formato dia/mês/ano, h) controle da situação (status) do do- rom;
sendo o ano, com quatro dígitos de uso cumento bibliográfico (encomendado,
corrente, na língua portuguesa. aguardando autorização, aguardando m) inclusão de referências, de altera-
nota fiscal, encaminhado para paga- ções, revogações e republicações para
Como requisitos desejáveis, o acesso mento e outros); atos normativos/legislação;
à base de dados via browser Internet/
Intranet. i) identificação do usuário que sugeriu n) incorporação de textos digitados –
o título para aquisição. sistema de gerenciamento de texto,
Requisitos relacionados ao proces- imagem e som para inclusão de inteiro
so de seleção e aquisição caracteri- Requisitos relacionados ao proces- teor de atos normativos e resumos de
zam-se por ser o módulo gerenciador samento técnico dos documentos, periódicos;
do processo de aquisição de materi- um módulo gerenciador do registro das
ais bibliográficos, por doação, permu- informações bibliográficas, segundo o) possibilidade de duplicação de um
ta e compra, tendo como itens impres- padrões internacionais, privilegiando os registro para inclusão de novas edições;
cindíveis:
seguintes requisitos imprescindí-
veis: p) possibilidade de validação dos re-
a) controle de todo o processo de aqui- gistros e campos;
sição;
a) atualização em tempo real do ban-
co de dados, nos registros de autori- q) processamento de materiais espe-
b) controle de listas de sugestão, se- ciais, obras raras e outros;
dade e demais índices, após o envio
leção, aquisição, reclamações e rece-
de novo registro ao servidor;
bimento; r) sistema de gerenciamento para
b) campos e códigos de catalogação construção de tesauro.
c) controle de assinatura de periódicos:
de qualquer tipo de documento, inclu-
início, vencimento, renovação e datas Requisitos relacionados ao proces-
sive artigos de periódicos, de acordo
previstas para recebimento dos fascí- so de empréstimo de documentos,
com o AACR2;
culos; controle de recebimento de fas- módulo que gerencia o uso e circula-
cículos de periódicos e seriados; ção dos documentos da Biblioteca,
c) capacidade de armazenar informa-
ção legislativa; cumprindo os seguintes procedimen-
d) identificação de dados do processo tos imprescindíveis:
de aquisição (número de processo,
d) código de barras para cada docu-
número de empenho, preço, número da
mento;
nota fiscal ou fatura, outros.);

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a) aplicação de multas e suspensões; etc; sa em forma de referência bibliográfica


breve e completa, de acordo com a
b) bloqueio automático de empréstimo r) realização de empréstimo, devolução, ABNT.
sempre que o usuário estiver em atra- renovação e reserva, on-line;
so ou com dados cadastrais desatua- Requisitos relacionados ao proces-
lizados; s) registro de solicitação de fotocópi- so de divulgação da informação,
as; módulo gerenciador das atividades de
c) cadastro de usuários, com inclusão, divulgação, contribuindo para o proces-
exclusão e alteração de nomes e en- t) relatórios do cadastro de usuários, so de disseminação de informações,
dereços, com categorização de usuá- por ordem alfabética, formação, unida- com os seguintes atributos imprescin-
rios; de de trabalho; díveis:

d) categorização de empréstimo: em- u) reserva de documentos, com prazos a) emissão de listas de publicações por
préstimo domiciliar, especial e emprés- diferenciados por tipos de materiais e assuntos e autores;
timo entre bibliotecas; usuários;
b) geração de catálogo coletivo;
e) categorizarão de usuários e de ma- v) rotina completa de empréstimo para
teriais para fins de definição automáti- qualquer tipo de documento; c) diferentes formatos de visualização
ca de prazos e condições de emprés- de registros on-line e em relatórios tipo
timos e uso; w) senha para os empréstimos. ABNT e AACR2;

f) cobrança personalizada; com prazos Requisitos relacionados ao proces- d) elaboração e impressão de biblio-
diferenciados por tipos de materiais e so de recuperação de informações grafias em formato ABNT;
usuários; constituem-se em recursos especiais
de pesquisa para localizar documen- e) definição de instrumentos de alerta
g) código de barras para cada leitor; tos em múltiplas bases de dados, com e disseminação seletiva de informa-
filtragem de resultados e combinações ções, conforme perfil dos usuários;
h) controle de devoluções, renovações, de conjuntos, agregando as caracte-
atrasos; rísticas imprescindíveis: f) pesquisa por conceitos com utiliza-
ção de tesauro ativo.
i) controle de usuários pessoais e ins- a) capacidade de ordenar e classificar
titucionais; os documentos pesquisados; Requisitos relacionados ao proces-
so gerencial, módulo que permite o
j) controle dos leitores em atraso; b) capacidade de permitir que os re- acompanhamento e avaliação das ati-
sultados de pesquisas sejam gravados vidades da biblioteca do ponto de vis-
k) definição de parâmetro para a reser- em disquetes ou arquivos; ta gerencial, tendo como requisitos
va de livros, com senhas de seguran-
imprescindíveis:
ça; c) consulta à Internet; elaboração de
estatísticas; a) gerenciamento integrado dos dados
l) emissão de cartas cobrança automá-
e funções da biblioteca;
tica para usuários em atraso; d) estratégia de pesquisa on-line nas
bases de dados por qualquer palavra, b) gerenciamento dos tipos de ma-
m) emissão de relação de obras que
campo ou subcampo; terial bibliográfico e informacionais uti-
estão em poder dos leitores;
lizados em bibliotecas;
e) indicação do status do documento
n) emissão de relatórios referentes ao
pesquisado, se emprestado, em enca- c) contabiliza estatísticas de circula-
processo de empréstimo: assuntos
dernação ou disponível; possibilidade ção, processamento técnico, seleção,
mais consultados no período, usuário
de envio do resultado da pesquisa por aquisição e intercâmbio, atualização de
que maior número de empréstimo re-
e-mail, ao usuário; tesauro e listas de autoridades, por
alizou;
período;
f) possibilidade de salvar estratégias de
o) incidência de atrasos em relação aos
buscas para utilização posterior; d) emite relatórios de circulação por
períodos anteriores, unidade organiza-
cional que mais consultou a bibliote- assuntos mais consultados;
g) recuperação por truncamento à es-
ca;
querda, à direita e ao meio, operado- e) emite relatórios de circulação por
res booleanos, proximidade e distân- tipo de documentos, por período e acu-
p) emissão de senhas para os emprés-
cia entre termos; mulado;
timos;
h) visualização do resultado da pesqui- f) emite relatórios de empréstimos, por
q) possibilidade de pesquisar a situa-
ção em que se encontra o exemplar: períodos;
disponível, emprestado, encadernado,

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g) emite relatórios de entrada e recebi- nos treinamentos. Para tanto, deve-se twares possuem excelentes qualidades
mento de documentos, por período; exigir do fabricante ou vendedor que o de portabilidade de dados e avanços
produto seja instalado e testado, com tecnológicos, características que não
h) inventário com utilização do coletor o acompanhamento dos técnicos da serão utilizadas em sua totalidade pela
de dados inteligente; instituição. Para evitar maiores sobres- biblioteca, e sua aquisição pode tor-
saltos com a instalação do produto, nar-se mais onerosa, ao passo que a
i) listas de usuários, por categorias. poder-se-á exigir que o mesmo seja opção poderá ser pela escolha de um
totalmente substituído caso venha software com menor capacidade, mas
REQUISITOS GERAIS ocorrer o mesmo tipo de erro, por três que atenderá melhor às necessida-
vezes, em um período de 30 dias. des atuais e aquelas que poderão
Treinamento surgir com o passar do tempo.
Suporte técnico e manutenção
O processo de automação de bibliote- Importante também é verificar a idonei-
cas possui certa complexidade que É imprescindível firmar com o fornece- dade da empresa fornecedora do pro-
pode ser minimizada com um treina- dor um contrato de suporte técnico e duto. Muitas, com a mesma facilidade
mento adequado. Não se trata, sim- manutenção preventiva e corretiva in- com que surgiram, sucumbiram ao
plesmente, da instalação de um pro- cluindo os seguintes serviços: corre- mercado, deixando os usuários e cli-
duto, e sim da implantação de uma ção de erros do software licenciado; entes totalmente desprotegidos. Em
nova filosofia de trabalho em que todas fornecimento e implantação de versões alguns casos, as instituições tiveram
as atividades do ciclo documental es- atualizadas, com os manuais e litera- de realizar nova aquisição, arcando
tão refletidas. É um item importante no tura técnica pertinentes em português com os custos de novas migrações de
processo de escolha, pois habilitará o (Brasil); apoio técnico no período de dados, troca de equipamentos e outros.
usuário na utilização do produto, de- implantação de novas versões, tendo Convém ainda verificar a carteira de cli-
vendo abranger os seguintes níveis: em vista a eventual conversão de apli- entes, a satisfação dos mesmos com
cações decorrentes de novos disposi- o produto, os tipos de problemas que
a) nível técnico: possibilitar aos ana- tivos ou componentes introduzidos; trei- aconteceram na implantação do siste-
listas de sistemas a perfeita compre- namento e reciclagem de servidores, ma e como estes foram resolvidos, a
ensão da filosofia de funcionamento do visando à perfeita compreensão das saúde financeira da empresa, suas
produto, capacitando-os a efetuar a novas versões. A manutenção deverá parcerias, ou seja, outras empresas
parametrização e disponibilização do ser feita procurando facilitar e reduzir com as quais mantenha trabalhos con-
sistema para o usuário final; ao máximo o tempo entre a identifica- juntos. Uma forma de proteger a insti-
ção e correção dos problemas apresen- tuição é a assinatura de um termo de
b) nível gerencial: possibilitar à gerên- tados. compromisso onde a empresa produ-
cia da Biblioteca a perfeita compreen- tora do software compromete-se a for-
são dos procedimentos gerenciais ofe- Documentação necer os programas fonte da última
recidos pelo sistema; versão do sistema, nos casos de fa-
Mesmo com as facilidades tecnológi- lência, concordata, simples extinção
c) nível operacional: possibilitar aos cas disponíveis, é recomendável que a ou mudança de ramo de atuação.
bibliotecários a perfeita compreensão documentação do produto seja apre-
dos procedimentos e rotinas específi- sentada em português (Brasil ), na for- A QUESTÃO DA CONVERSÃO RE-
cos de cada módulo do sistema, inclu- ma impressa, e que o fornecedor en- TROSPECTIVA
sive capacitando-os a realizar o treina- tregue um conjunto completo de ma-
mento aos usuários, nos módulos per- nuais técnicos e do usuário. As bibliotecas, ao iniciar o processo
tinentes. de automação, possuem, na maioria
Condições institucionais das vezes, um acervo acumulado con-
O contratante deve solicitar ao respon- tendo o registro bibliográfico de diver-
sável pelo treinamento o provimento do O software a ser adquirido deve, além sos tipos de documentos, acervo este
material didático e manuais necessá- de atender às necessidades de infor- organizado manualmente com a elabo-
rios, devendo estes serem compatíveis mação, ser compatível com o desenho ração de fichas catalográficas dispos-
com a versão do software licenciado. e cultura organizacional, com o parque tas em ordem alfabética por autor, títu-
computacional instalado, tamanho do lo e assunto, ou mesmo em sistemas
Instalação, testes e garantia acervo e o perfil dos usuários, respei-
tadas suas características quantitati-
Tal qual o treinamento, esta etapa é vas e qualitativas. Por vezes, os sof-
muito importante, na medida em que
garantirá agilidade e segurança na im-
plementação das rotinas, bem como o
assessoramento para a transmissão de
conhecimentos indispensáveis ao per-
feito uso do produto não transmitidos

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informatizados. Qualquer que seja a International Organization for Standar- implementados neste padrão. Especi-
opção pelo software, a biblioteca pre- dization (ISO). Esta norma especifica fica formatos e procedimentos adminis-
cisará incluir estes registros no novo os requisitos para o formato de inter- trando a troca de mensagens entre um
sistema. A esta ação denomina-se câmbio de registros bibliográficos que cliente e um servidor, habilitando o cli-
Conversão Retrospectiva (CR), que sig- descrevem todas as formas de docu- ente a solicitar que o servidor consulte
nifica converter os dados existentes. mentos sujeitos à descrição bibliográ- um banco de dados, identifique regis-
Algumas metodologias ou formas de fica. Não define a extensão do conteú- tros e recupere um ou todos os dados
realizar este trabalho podem ser utili- do de documentos individuais e nem identificados. Destina-se à comunica-
zadas. Para as fichas, a opção mais designa significado algum para os pa- ção entre aplicações para recuperação
tradicional é a digitação de todos os rágrafos, indicadores ou identificado- de informações, e não promove a inte-
registros no novo sistema. Esta ativi- res, sendo essas especificações as ração entre o cliente e o usuário.
dade pode ser mais demorada, mas, funções dos formatos de implementa-
por vezes, é recomendável, pela ga- ção. O cliente é o computador pessoal ou a
rantia da qualidade do resultado final. estação de trabalho do usuário que
Os dados, em meio magnético, estão executa parte ou todo o processamen-
to do aplicativo. O servidor é o compu-
Outra solução é a digitalização destas estruturados de forma a possibilitar o
tador central que mantém os bancos
fichas. O arquivo resultante deste pro- intercâmbio de registros bibliográficos.
de dados e atende a solicitações dos
cesso será convertido eletronicamen- Porém, esta característica não elimi-
clientes. O padrão Z39.50 é um padrão
te e incorporado à base de dados. Pode- na a incompatibilidade entre os regis-
de “midleware” cliente-servidor. Isto
se também, buscar em outras bases, tros que utilizam diferentes formatos de
quer dizer que fica entre a comunica-
pela consulta direta ou digitalização entrada e, principalmente, diferentes
ção do cliente com o servidor . Com o
das fichas, o registro catalográfico e regras de entrada de dados. A ISO se
uso deste padrão, permite-se que de-
incorporá-lo à nova. Para o acervo que preocupa em apresentar uma estrutu-
terminado servidor possa usar os
está em meio magnético, um progra- ra generalizada, ou seja, um arcabou- serviços de diversos servidores ou for-
ma de conversão de dados pode ser ço projetado especialmente para a co- necedores diferentes, e um determina-
utilizado. A decisão de qual caminho municação entre sistemas de proces- do servidor possa prestar serviços para
será tomado para fazer a CR é muito samento de dados, e não para uso diversos clientes ou fornecedores. Para
importante. Em primeiro lugar, no mo- como formato de processamento den- exemplificar e melhor esclarecer, se
mento da escolha do software, deve ser tro dos sistemas. Da forma como foi este protocolo não existisse, a biblio-
observado se o produto tem condições estruturada, é item indispensável que teca que quisesse recuperar registros
de fazer a conversão no meio magnéti- deve ser contemplado pelos produto- bibliográficos de vários bancos de da-
co disponível na biblioteca. Em segun- res de softwares para automação de dos deveria dispor de tantos clientes
do lugar, a relação custo/benefício in- bibliotecas, pois possibilita a padroni- quantos fossem os catálogos ou ban-
dicará a melhor decisão, consideran- zação entre registros no que se refere cos de dados que se quisesse consul-
do os recursos disponíveis, o tempo, a à estrutura para intercâmbio de infor- tar.
expectativa e o planejamento de que a mações que, do ponto de vista técni-
biblioteca dispõe para estar com a co, é a base filosófica que norteia, di- Certamente é mais um instrumento
base completa ( backlog zero). reciona e fundamenta as ações de uma tecnológico disponível para facilitar o
biblioteca. Este preceito legitima o uso processo de intercâmbio bibliográfico.
COMPATIBILIDADE COM desta norma nos processos de auto- As informações aqui apresentadas so-
FORMATOS PADRONIZADOS DE mação. bre o Protocolo Z39.50 são aquelas
REGISTROS BIBLIOGRÁFICOS necessárias e suficientes à compreen-
O protocolo Z39.50 são do bibliotecário. Tal qual a ISO
A ISO 2709 2709, este protocolo deve ser utilizado
Protocolo8 originalmente proposto em com maior habilidade pelos analistas
A norma ISO 2709 – Documentation 1984 para ser utilizado com informa- de sistemas do que pelo bibliotecário.
Format for Bibliographic Interchange on ções bibliográficas pela National In-
Magnetic Tape foi desenvolvida pelo formation Standard Organization (Niso). O formato MARC
Comitê Técnico ISO/TC 46, Infor- Foram disponibilizadas as versões
mação e Documentação, Subcomi- 1988, 1992, 1994 e, finalmente, apro- Os estudos 9 realizados pela Bibliote-
tê SC 4 – Aplicativos de computador vado com a versão 1995. É o protocolo ca do Congresso dos Estados Unidos
na informação e documentação, da próprio para recuperação de informa- da América (LC) sobre a possibilidade
ção bibliográfica de computador para de usar os recursos computacionais
computador, possibilitando ao usuário para automatizar parte de seus servi-
de um sistema pesquisar e recuperar ços internos deram início na década
informações de outro sistema, ambos de 50. Na medida em que apresenta-
vam resultados positivos, a direção da
Biblioteca decidiu convocar um grupo
de trabalho integrado por bibliotecários
e analistas de sistemas para encon-
trar uma forma de converter os dados

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Automação de bibliotecas e centros de documentação: o processo de avaliação e seleção de softwares

das fichas catalográficas, gerando o cas mínimas de descrição bibliográfi- cada realidade institucional.
repertório bibliográfico. O sucesso das ca. Diferentemente da ISO 2709 e do
ações da LC extrapolou sua abrangên- protocolo Z39.50, o formato Marc é fer- A conversão retrospectiva, conforme
cia institucional, e o desenvolvimento ramenta de domínio exclusivo do bibli- entendida pela Potiron, deve ser “con-
de formatos bibliográficos nacionais otecário que o utiliza na atividade de finada na representação das obras do
gerou preocupação em vários países descrição bibliográfica. acervo que não estão em meio magné-
que começaram a discutir sobre a ne- tico, ou seja, é o esforço empregado
cessidade de dispor de um formato que DESCRIÇÃO DOS SOFTWARES AVA- para eliminar uma lacuna construída
permitisse a troca de informações en- LIADOS ao longo do tempo e que tem como
tre instituições, dispensando a elabo- causa a ausência dos recursos neces-
ração de programas de conversão de Os dados obtidos permitiram à equipe sários para realizar o processo adequa-
registros a cada vez que ocorresse in- elaborar um cenário das empresas e do de informatização. Depois de atin-
tercâmbio entre essas instituições. produtos oferecidos, a saber: gido o ponto de equilíbrio entre objetos
e representações no acervo que pode
Começou desta forma, no início de Potiron Informática Sociedade ser o equilíbrio total o qual denomina-
1966, um projeto-piloto para a LC es- Civil Ltda., responsável pelo mos de backlog zero, a manutenção
tudar a possibilidade de fornecer às software OrtoDocs desta situação não tem mais o caráter
bibliotecas dados de catalogação legí- de retrospectivo, mas o de desenvolvi-
veis por máquina. Este projeto-piloto A Potiron Informática, com sede na ci- mento do fluxo de trabalho cotidiano”.
denominou-se Marc – Machine-Rea- dade de São Paulo e laboratório tec-
dable for Cataloging – e teve como ob- nológico em Campinas-SP, é uma em- O método escolhido pela Potiron, para
jetivo desenvolver procedimentos e pro- presa com 13 anos de experiência no a CR, é o de digitalização das fichas
gramas de conversão, manutenção de mercado. Nos últimos cinco anos, tem catalográficas, por ser um processo que
arquivos e distribuição de dados com- orientado seus produtos para o seg- causa menores alterações no fluxo de
patíveis com o formato. mento de automação de bibliotecas e trabalho normal das bibliotecas. Estas
centros de documentação, especializan- fichas são levadas para a sede da
A LC, em 1966, concluiu o trabalho de do-se, portanto, nesta área quando Empresa, e as imagens, digitalizadas,
formulação de procedimentos, rotinas desenvolveu o OrtoDocs. Possui uma após o que se inicia a pesquisa em
e programas de computador denomi- equipe de cerca de 25 bibliotecários, outras bases de dados. Em caso de
nado Marc I, o formato do projeto-pilo- garantindo equilíbrio entre a parte tec- coincidência na procura, o registro é
to que incluía somente a descrição de nológica e de conteúdo. copiado para a base receptora e são
livros. O sucesso deste formato e as promovidas as alterações necessári-
negociações e acordos realizados du- Como metodologia de trabalho, elabo- as para a completa inclusão na base
rante sua implantação levaram as bi- ra, inicialmente, o projeto de informati- de dados da instituição.
bliotecas a pensar em um formato pa- zação da Biblioteca. Com a experi-
drão de comunicações, adequado não ência adquirida na implantação do Or- Para a conversão de registros em meio
só ao intercâmbio de dados bibliográ- toDocs em outras bibliotecas, a Poti- magnético, a Potiron gera um dialeto
ficos na LC, mas também às demais, ron faz as seguintes recomendações: que é a exata representação dos cam-
surgindo o Marc II com o propósito de a existência de um servidor dedicado pos especificados na base do cliente.
desenhar a representação física de para residir o OrtoDocs; definição cla- A migração dos dados para o OrtoDocs
documento, em um meio legível por ra de cada etapa do projeto; a conver- segue a descritiva encaminhada, e o
computadores, capaz de conter infor- são retrospectiva de dados como ativi- conteúdo dos dados não é alterado. Da
mação bibliográfica de todo tipo de dade à parte e realizada na própria mesma forma que o registro existia em
material10. Realizou, ainda, um estudo Potiron, o que garantirá o funcionamen- outro ambiente, é capturado pelo Orto-
de viabilidade para a elaboração de to normal da biblioteca durante o perí- Docs. Fisicamente é alterado para obe-
metodologias e formas de realização odo de implantação; a gravação em cd- decer ao padrão Marc podendo ser
de Conversão Retrospectiva, projeto rom das bases de dados da biblioteca. exportado conforme a ISO 39.2. Há
denominado de Recon (Retrospec- casos em que os registros são expor-
tive Conversion), cujo resultado foi pu- Afirma que a postura, enquanto empre- tados e os dados revisados segundo
blicado em 1969. sa, foi de sempre estar acompanhan- as descritivas do padrão Marc. O re-
do a evolução dos projetos importan- gistro mantém o mesmo conteúdo do
Poucos sistemas de automação de tes, de clientes ou não, no Brasil e fora original, porém distribuído pelos pará-
bibliotecas utilizam o Marc puro, inte- do país, mantendo-se atualizada com grafos seguindo os conceitos do
gral, embora muitos registros e siste- o que está acontecendo e para onde MARC, inclusive com a geração auto-
mas sejam compatíveis com o mes- os caminhos apontam, sempre atenta mática do parágrafo 008, que é um
mo. Os modernos softwares de auto- à realidade brasileira e dos clientes. campo de referência que fornece da-
mação de bibliotecas estão facilitando Oferece, assim, os serviços de acom- dos necessários ao processamento do
esta tarefa, deixando a cargo do siste- panhamento do projeto de informatiza- registro, não contendo indicadores ou
ma a transformação dos dados de ca- ção de bibliotecas, aplicando sua ex- identificadores. O resultado final é um
talogação para o formato Marc, obede- periência na implantação, acompanha- registro Marc.
cidas, evidentemente, as característi- mento e adequação do OrtoDocs a

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Automação de bibliotecas e centros de documentação: o processo de avaliação e seleção de softwares

Outra forma de conversão de dados dados no padrão Idapi ou ODBC. Atento recursos como se estivessem na rede
utilizada pela Potiron é quando os re- a diferentes perfis de clientes e suas interna. Os usuários que não dispuse-
gistros originais servem de fonte para aplicações, é comercializado nas se- rem do OrtoDocs, mas utilizarem um
a CR, utilizando outras bases como guintes modalidades: OrtoDocs Pes- software que siga o padrão Z39.50 ver-
referência. Dessa forma, os registros soal – somente o módulo de pesquisa; são 2 – somente consulta, estarão uti-
magnéticos substituem a digitalização OrtoDocs Profissional – conjunto de lizando os recursos nativos do seu apli-
das fichas catalográficas que segue ferramentas para o profissional biblio- cativo particular. Os usuários que não
processo idêntico ao descrito ante- tecário; Corporativo OrtoDocs WebPa- se enquadrarem em nenhum dos ca-
riormente. ck – pacote com extensões para al- sos anteriores terão acesso pelos bro-
cance fora da instituição, via Internet. wsers convencionais. O contrato de
A depuração de bases é feita pelo Ser- manutenção assegura o funcionamen-
viço de Normalização com a aplicação O OrtoDocs Pessoal é para uso es- to e as novas versões.
dos conceitos do Código de Cataloga- pecífico do usuário final (pesquisado-
ção Anglo-americano – AACR2, verifi- res, alunos, departamentos ou residên- Na Biblioteca do Ipea, em Brasília,
cação das regras básicas e aplicação cias). Contempla o módulo de pesqui- constatou-se grande satisfação pelo
das alterações da versão atualizada do sa pública e deve ser instalado nas atendimento recebido da Potiron, a
MARC quanto a parágrafos obsoletos, estações da rede interna da instituição presteza na assistência técnica, na
mudanças de descritivas e outros. como quiosques de atendimento aos solução dos problemas identificados e
usuários, estações externas à biblio- a flexibilidade apresentada pelo Orto-
Sua carteira é composta por clientes teca. Permite aos usuários o acesso Docs de adaptar-se às peculiaridades
de pequeno, médio e grande porte lo- ao acervo com todas as facilidades e da instituição. Um analista de sistemas
calizados em grandes centros ou ci- atributos do módulo profissional de foi designado para acompanhar, junto
dades em vários estados. Em Brasília, atendimento. Não possui contrato de com o bibliotecário, o processo desde
o Instituto de Pesquisa Econômica manutenção e é atualizado pela aqui- a fase de escolha do produto até sua
Aplicada (Ipea). No Rio de Janeiro, a sição de novas versões. implantação. A decisão naquela insti-
Biblioteca Nacional, o Instituto Brasi- tuição foi realizar a migração dos da-
leiro de Geografia e Estatística (IBGE) O OrtoDocs Profissional é o produto dos da antiga base no formato Cepal
e o Serviço de Documentação da Mari- voltado para o ambiente profissional da (Comissão Econômica para a Améri-
nha. Na Bahia, a Universidade Federal biblioteca. Contempla as funções de ca Latina) – software GIBI – para o for-
da Bahia, a Universidade Estadual de processamento técnico, atendimento mato Marc, sendo que todas as difi-
Feira de Santana. Em Minas Gerais, a ao público, circulação, aquisição e in- culdades apresentadas foram resolvi-
Prefeitura de Diadema. No Rio Grande tercâmbio. Vem configurado na sua das. Foram atendidas inicialmente pelo
do Sul, Universidade Regional Integra- versão completa e contempla o treina- OrtoDocs as Bibliotecas do Rio de Ja-
da de Erechim. mento de uso do processamento téc- neiro e Brasília e, posteriormente, as
nico. O módulo completo prevê as fun- do Ministério do Planejamento e Orça-
O OrtoDocs é um sistema para infor- ções de importação de dados, expor- mento e a da Secretaria de Planeja-
matização de bibliotecas individuais ou tação de registros, catalogação, pes- mento, em razão do trabalho em rede
interligadas em redes, com todas as quisa pública On-line Public Access entre elas. Atualmente, o software tem
suas atividades integradas: cataloga- Catalog (OPAC), circulação, controle o perfil do Ipea, em função das adapta-
ção segundo o padrão AACR2 para de periódicos, aquisição e intercâmbio. ções feitas às realidades institucionais,
todos os tipos de materiais; controle O contrato de manutenção do OrtoDocs caracterizando-se flexível e de fácil
patrimonial, de circulação e de peri- Profissional assegura o perfeito funci- adaptação. O tempo gasto do início
ódicos, pesquisa bibliográfica, aqui- onamento do produto e garante, aos do processo de escolha até a assina-
sição de materiais, importação e ex- clientes, o recebimento das versões tura do contrato foi de aproximadamen-
portação de dados e geração de rela- atualizadas. É também oferecido o te 12 meses. Da assinatura até a ins-
tórios, utilizando o software Re- serviço de suporte ao cliente para o es- talação e implantação incluindo a mi-
portSmith, tornando possível as saídas clarecimento de questões quanto ao gração do formato Cepal para o forma-
de dados impressas de acordo com as produto ou ao projeto institucional. Os to Marc, foram mais 12 meses. Os
peculiaridades e necessidades de cada contatos são feitos via Internet, fax ou módulos processamento técnico, pes-
biblioteca. telefone, seguidos de um rigoroso quisa e circulação já estão implanta-
acompanhamento interno dos encami- dos e em funcionamento.
Adota o formato Usmarc, incorporan- nhamentos sugeridos, bem como seus
do sempre as suas mais recentes revi- resultados. Nunes, Silva e Ribeiro11, em trabalho
sões e atualizações, facilitando o in- apresentado no X Seminário Nacional
tercâmbio de registros bibliográficos, O OrtoDocs Web Pack é um módulo de Bibliotecas Universitárias, em For-
com base no padrão Z39.50. É um sof- cuja função é colocar, à disposição de taleza, no período de 25 a 30 de outu-
tware totalmente desenvolvido no Bra- uma rede externa, os dados do acervo bro de 1998, discorrem sobre o proces-
sil. Foi concebido desde o início para para pesquisa pública. Os usuários so de informatização da Biblioteca da
o ambiente Microsoft Windows, em finais que estiverem acessando via uma Universidade Estadual de Feira de San-
arquitetura Cliente – Servidor e com- estação com OrtoDocs, profissional ou tana, onde foi utilizado o OrtoDocs. A
patibilidade com qualquer banco de pessoal, estarão utilizando os mesmos capacidade de adequação desse sof-

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Automação de bibliotecas e centros de documentação: o processo de avaliação e seleção de softwares

tware com a situação existente naque- Ao adquirir o Vtls, a FGV elabora, jun- após entrarem no buffer, vão automati-
la biblioteca, onde outras experiências to com a instituição, o projeto de auto- camente para o catálogo.
haviam sido iniciadas, a flexibilidade mação. A conversão ou migração de
nas negociações, a parceria com a dados é feita tendo como fonte somen- O Vtls 500 não possui base para re-
Potiron e as respostas às questões te os dados em meio magnético. Ca- gistro de informação legislativa, não
inicialmente formuladas que fundamen- racteriza-se como trabalho intelectual emite bibliografias e não visualiza os
taram a necessidade de investir na merecendo um projeto específico. A registros em relatórios tipo ABNT e
automação foram itens de sucesso e fundamentação é o formato Marc. Para AACR2. Ainda não está disponível o
a certeza de que a opção pelo Orto- o acervo que não se encontra em meio módulo de disseminação seletiva de
Docs foi correta. magnético, recomenda a inclusão di- informações. Para cada nova edição,
reta dos dados, e não sua digitaliza- é criado novo registro bibliográfico, ao
Fundação Getúlio Vargas (FGV), ção. passo que as reimpressões podem ser
responsável pelo software Virgínia incluídas em um só registro, seguindo
Tech Library System - VTLS 500 Com sua experiência, orientou que as as normas técnicas do formato Marc e
questões mais importantes a serem do AACR2, reconhecidos internacional-
É inegável e irrefutável a idoneidade da verificadas quando da escolha de um mente. É um sistema integrado e mo-
FGV como instituição perante a socie- software dizem respeito ao uso do for- dular, compreendendo os seguintes
dade civil e acadêmica. Sua sede fica mato Marc, do padrão ISO 2709 e do subsistemas: consulta, catalogação,
na cidade do Rio de Janeiro e mantém, suporte do Z39.50, que é o protocolo controle de autoridade, controle de pe-
em São Paulo, a Escola de Adminis- cliente/servidor desenvolvido para bibli- riódicos, controle de circulação, con-
tração de Empresas (Eaesp), com au- otecas; que nenhum sistema é total- trole de sala de reservas, aquisição e
tonomias institucionais. mente completo e que o usuário só o administração contábil, interface Z39.50
conhecerá após dois anos de uso. Sua e comutação bibliográfica.
Na área de descrição bibliográfica co- carteira inclui 250 clientes fora do Bra-
operativa possui cerca de 20 anos de sil, além das bibliotecas da Universi- VIA ÁPIA INFORMÁTICA,
experiência, quando, utilizando a tec- dade Federal de Minas Gerais, as da RESPONSÁVEL PELO SISTEMA
nologia de computador de grande por- FGV, no Rio de Janeiro e em São Pau- THESAURUS DE CONTROLE DE
te desenvolveu e implantou um siste- lo, a Universidade Estadual de Santa BIBLIOTECAS
ma que deu sustentação à Rede Bi- Catarina, a Universidade de Campinas
bliodata constituída por mais de 100 (Unicamp), a Pontifícia Universidade A Via Ápia Informática é uma empresa
bibliotecas nacionais que integram o Católica de Campinas (Puccamp) e a totalmente voltada para soluções na
Sistema Bibliodata/Calco, uma das Biblioteca do Estado Maior das Forças área de automação de bibliotecas e
maiores bases de dados bibliográficos Armadas (EMFA), em Brasília. centros de documentação. Tem sua
do país. Como saída para a crise vi- sede em Brasília, com aproximada-
venciada no início da década de 90, a O Vtls 500 é um software exclusivo mente cinco anos no mercado. Desen-
Fundação decidiu investir e concentrar para automação de bibliotecas, desen- volveu o Sistema Genesys de Informa-
esforços na área de softwares para bi- volvido para um ambiente universitário, ções, que trata conteúdo, som, ima-
bliotecas. Para tanto, analisou mais ou objetivando a melhoria na prestação gem, vídeos e implementa biblioteca
menos cinco softwares procedentes dos serviços ao usuário. Possui certi- virtual; o Sistema Thesaurus de Con-
dos Estados Unidos. A partir de 1993, ficação ISO - 9002, adotando o forma- trole de Bibliotecas, que trata a cata-
decidiu assumir a representação do to Usmarc, a ISO 2709 e o protocolo logação, a referência, a pesquisa e a
Vtls – Virgínia Tech Library System Z39.50. Realiza a conversão de dados, circulação.
–, um aplicativo desenvolvido pela Uni- desde que no formato Usmarc ou Uni-
versidade da Virgínia, utilizado em di- marc. Oferece serviços técnicos de bibliote-
versas bibliotecas americanas, há cer- conomia, a saber, o processamento
ca de 20 anos. Uma das razões desta A atualização da base é feita de três técnico, digitação, etiquetamento e hi-
escolha foi a facilidade de o Vtls utili- maneiras, de acordo com a escolha gienização; planejamento e organiza-
zar o Catálogo Coletivo resultante da da biblioteca, quais sejam: a) off-line ção de bibliotecas. Em relação à Inter-
Rede Bibliodata Calco. – captura os dados do CD e transfor- net a criação de home page, o domí-
ma em registro Marc; b) on-line – o
Mantém uma equipe de bibliotecários registro fica armazenado em um ban-
e analistas que dão suporte ao Vtls, co de dados auxiliar buffer, aguar-
todos treinados nos Estados Unidos da dando ser executado um serviço, após
América, garantindo a manutenção di- o que são enviados para o catálogo
reta da Universidade de Virgínia, caso (neste período, podem ser consultados
os problemas não sejam resolvidos pelo catalogador, mas não aparecem
pela FGV, em tempo hábil. É a institui- na pesquisa e nem estão ainda inde-
ção responsável pela tradução do sof- xados); c) real-time – os registros,
tware para o português e acompanha
todas as novas versões do produto.

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Automação de bibliotecas e centros de documentação: o processo de avaliação e seleção de softwares

nio na ferramenta, IP discado e rede de Planejamento de Transportes (Gei- de maneira livre, atentando para as
cooperativa. Não possui representante pot), Associação de Ensino Unificado normas de catalogação AACR2. No
comercial. A própria empresa é quem do Distrito Federal (AEUDF), Funda- momento da importação de registros
se encarrega de toda a parte de co- ção Nacional de Saúde, Colégio La catalográficos, promove o controle au-
mercialização, distribuição, instalação Salle, a Universidade Católica de Bra- tomático do vocabulário, utilizando o
e manutenção do software. sília; em Goiás, a Telegoiás; em São tesauro já carregado na base do siste-
Paulo, a Fundação Jorge Duprat Fi- ma, gerando lista de descritores sem
Trabalha em parceria com várias em- gueiredo de Segurança e Medicina do redundâncias.
presas, entre elas, a Link Informática Trabalho (Fundacentro).
e Serviços, que desenvolveu um siste- Contempla os módulos de referência,
ma de patrimônio utilizando código de O Thesaurus é um software específico aquisição, circulação, processamento
barras aplicável em bibliotecas e cen- para a automação de bibliotecas e cen- técnico e estatísticas. Trabalha com
tros de documentação, a Padrão iX, tros de documentação. Inicialmente foi tabelas auxiliares de atos normativos,
detentora dos direitos autorais do BRS desenvolvido, sob demanda, para aten- tipos de andamento de processos de
Search, banco de dados textual utili- der às necessidades do Departamen- aquisição, tipos de atividades extra-sis-
zado na parte de recuperação de infor- to Nacional de Águas e Esgotos (DNA- tema para complementação de esta-
mações, a IDS, que desenvolveu o sof- EE) e da Associação de Ensino Unifi- tísticas, tabela de Cutter, tabela de ins-
tware Datalegis, específico para o ar- cado do Distrito Federal (AEUDF), sen- tituições, de localização de documen-
mazenamento, tratamento e difusão de do aperfeiçoado no decorrer dos tem- tos, de motivos de baixa, de materiais
informações legislativas, e a Compa- pos de acordo com as avaliações fei- especiais e de tipos de monografias.
nhia de Processamento de Dados do tas por bibliotecários. Adota o protocolo de comunicação
Estado do Rio Grande do Sul (Procer- entre computadores Z39.50, o formato
gs), que optou pela parceria com a Com relação ao questionário enviado MARC e a ISO 2709. Possui o módulo
Via Ápia, após realizar trabalho com- pela PR, informou não realizar o con- de legislação e apresenta uma visão
parativo com outros softwares de bi- trole contábil e financeiro de aquisições única do sistema, com integração de
bliotecas e constatar que o Thesaurus e não permitir a inclusão de novas edi- módulos. Por trabalhar com o banco
atendia a todos os pré-requisitos por ções em um mesmo registro bibliográ- de dados textuais, BRS-Search, o tem-
ela exigidos. fico, sendo que reimpressões podem po de resposta torna-se rápido e de
ser incluídas em um só registro, de fácil compreensão e utilização pelo
A empresa conta com um quadro de acordo com as normas técnicas. De- usuário.
profissionais qualificados para presta- senvolvido em ambiente gráfico,
ção de serviços que vão desde a higi- dentro da arquitetura cliente/ servidor, Observou-se no Geipot satisfação com
enização até o processamento técni- nas quais atinge sua melhor perfor- o produto. Todas as funções da biblio-
co do acervo e uma equipe exclusiva mance permitindo a utiliza ção si- teca estão automatizadas e em pleno
de analistas para suporte ao sistema. multânea, guarda compatibilidade funcionamento. O único problema
A CR é feita utilizando a metodologia com as plataformas Windows NT, constatado foi o atraso na entrega do
da migração de dados em meio mag- Novell, OS/2, Unix via TCP/IP e main- projeto, em razão da mudança de pla-
nético. Para as fichas catalográficas, frame via emulador de terminal, funcio- taforma tecnológica que ocorreu na ins-
recomenda a inclusão direta no siste- nando perfeitamente em clientes Win- tituição durante a fase de implantação
ma, evitando a digitalização das mes- dows 95, 3.1, 3.11 e OS/2. Pode utili- da automação, sem prejuízo da quali-
mas. zar como backend bancos de dados dade no resultado final. A biblioteca
tais como o Oracle, SQL Server, SQL não possuía nenhum dado para ser
A manutenção dá direito à atualização Base, Sysbase, Ingress e outros exis- migrado ou convertido. Houve, de fato,
de versões. Toda solicitação de altera- tentes no mercado. o trabalho de implantação de todos os
ção no sistema para atender a uma registros existentes em fichas catalo-
necessidade de determinado usuário é Abrange todo o ciclo operacional das gráficas, para o que foi contratada a
encaminhada e discutida com os de- bibliotecas, indo desde o cadastramen- própria Via Ápia, que precisou de três
mais usuários, de forma a que todos to inicial dos usuários autorizados até meses para digitar e alimentar cerca
se beneficiem das melhorias propos- a realização do balanço. Oferece vári- de 18 mil registros bibliográficos.
tas. Tem como usuários, em Brasília, os tipos de relatórios de controle que
as Bibliotecas do Ministério da Justi- podem ser impressos ou visualizados No TSE, observou-se que houve certa
ça, do Tribunal de Contas da União, em tela. Incorpora a plena utilização insatisfação e até desgaste institucio-
Tribunal Superior do Trabalho, Tribunal de códigos de barras que, aplicados nal no início da implantação, com pro-
Superior Eleitoral, Empresa Brasileira aos livros, prateleiras e carteirinhas de blemas decorrentes da migração de
leitores, automatizam os procedimen- dados do formato Cepal para o formato
tos, facilitando sensivelmente a atua- Marc. Porém, hoje os problemas es-
ção do elemento humano. Possui fer-
ramenta própria para importação, ex-
portação e conversão automática de
dados no formato Usmarc, e os re-
gistros catalográficos podem ser feitos

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Automação de bibliotecas e centros de documentação: o processo de avaliação e seleção de softwares

tão plenamente solucionados. ção é uma alternativa de atualizar a pesquisa, privilegiando o tratamento e
plataforma computacional utilizada recuperação de informações bibliográ-
Ex- Libris, responsável pelo pela Rede de Bibliotecas gerenciada ficas, museológicas e arquivísticas.
software Aleph pelo Prodasen. É um software do qual
60% de sua clientela constitui-se de Trabalha bem tanto em pequenas ou
A Ex-Libris é uma empresa ligada à bibliotecas universitárias. grandes instituições com poucos ou
Universidade Hebréia de Jerusalém, muitos usuários. A capacidade do ban-
criada especificamente para comerci- O Aleph é um software desenhado es- co de dados varia de 100 mil a 9 mi-
alizar o Automated Library Expanda- pecificamente para o gerenciamento de lhões de registros, suportando uma
ble Program (Aleph). Sua sede é em bibliotecas e centros de documenta- rede de bibliotecas com um ou mais
Jerusalém e no Brasil possui represen- ção e informação bibliográfica. É um servidores. Pode ser usado com regis-
tação por um escritório em São Paulo, sistema amigável e totalmente integra- tros bibliográficos em diversas línguas,
porém a sede para a América Latina do. Todos os módulos, com exceção e o idioma de conversação pode ser
encontra-se em Buenos Aires. do banco de dados que gerencia o definido pelo usuário e alterado em
grupo de itens de fontes externas – qualquer momento da sessão. Possui
Adquirida a licença de uso, a casa empréstimo entre bibliotecas –, pos- interface desenvolvida para sistemas
matriz tem a responsabilidade de man- suem o mesmo banco de dados. O sis- de imagem, texto, áudio e emprésti-
ter a atualização sem custo para o tema é baseado em tabelas de parâ- mo. Trabalha em tempo real, sendo que
usuário. Após o primeiro ano, é feito metros direcionadas pela concepção inclusões, alterações e exclusões atu-
contrato de manutenção. Quando da on site do sistema para aplicações alizam o banco de dados imediatamen-
demonstração do produto, o técnico específicas. Os módulos integrados do te. O registro bibliográfico inclui cam-
responsável não trabalhou com uma sistema incluem o On-line Public Ac- pos, indicadores e subcampos que
versão a exemplo dos demais, mas cess Catalog (OPAC), catalogação, correspondem aos padrões do LC
trouxe sua própria estação de traba- aquisição, circulação, seriados, gera- Marc, UK Marc, Unimarc, Danmarc,
lho e acessou as bases de dados que ção de relatórios e empréstimo entre Iber Marc. Como todas as tabelas pos-
utilizam o Aleph via Internet. A Ex- bibliotecas. suem um padrão de parâmetros, ou-
Libris conta com o apoio tecnológico tros padrões Marc podem ser facilmen-
da Universidade Hebréia de Jerusalém. Foi desenhado com a filosofia de flexi- te definidos. É compatível com os pro-
Contudo, mantém em seu quadro de bilidade máxima. Isto é atingido com o tocolos de comunicação WWW e
pessoal, técnicos especializados em uso de um grupo de tabelas externas Z39.50.
sistemas de automação de bibliotecas que podem ser concebidas de acordo
e centros de documentação. A partir com as necessidades de cada usuário Modo Novo Consultoria e
de 1986 começou a comercializar o e modificadas sempre que necessário. Informática Ltda., responsável
sistema fora de Israel e atualmente As mudanças são controladas pelos pelo software Informa Biblioteca
possui como usuários no Brasil, a Rede bibliotecários e podem ser realizadas Eletrônica
de Bibliotecas da Universidade de São a qualquer momento, não sendo neces-
Paulo (USP), a Rede de Bibliotecas da sário ter conhecimentos de programa- A Modo Novo é uma empresa oriunda
Universidade do Estado de São Paulo ção de computadores. Desta forma, da Contempory, tendo sido criada em
(Unesp), a Biblioteca da Universidade permite ao bibliotecário conceber o sis- 1997, com sede na cidade do Rio de
de São Marcos-SP, a Biblioteca da tema de acordo com suas necessida- Janeiro e sua atuação está voltada in-
Pontifícia Universidade Católica do des: definições bibliográficas, campos tegralmente para a área de informati-
Rio Grande do Sul-RS a Universidade de pesquisa, geração de índices, exi- zação de bibliotecas e centros de do-
de Campinas (Unicamp). bição de telas, mensagens, grupos de cumentação, atendendo nacionalmen-
usuários com privilégios variados e ou- te a todas as demandas recebidas.
Por não ter, no momento, nenhuma ins- tros. A arquitetura é baseada no mo- A equipe que desenvolveu o Informa
tituição em Brasília que esteja operan- delo cliente/ servidor de camadas é composta de profissionais universi-
do com o Aleph, não foi possível verifi- múltiplas. A comunicação cliente/ser- tários com mais de 10 anos de experi-
car a satisfação do usuário. Entretan- vidor é baseada em um modelo de tran- ência, com formação em especializa-
to, a equipe técnica da PR esteve em sação embutido. Entretanto, servidores ção em desenvolvimento de sistemas
reunião com a Diretoria da Biblioteca de aplicação do ALEPH mantêm co- de informação. Sua sócia majoritária
do Senado Federal, que decidiu, após nexões contínuas (time-out ) com o possui 14 anos no mercado de sis-
analisar vários sistemas, adotá-lo, sen- banco de dados, para assegurar máxi- temas para bibliotecas. O software
do esta sua decisão compartilhada e ma performance. É adaptável aos mais reflete os conhecimentos e experiên-
aprovada pela equipe de analistas de diversos tipos de instituições: bibliote- cias acumuladas pela equipe. O Infor-
sistemas do Centro de Informática e cas, museus, arquivos e centros de ma pode ser adquirido por rotinas ou o
Processamento de Dados do Senado sistema total.
Federal (Prodasen). Até o momento,
as negociações ocorreram em um cli- Possui como usuários as bibliotecas
ma bastante satisfatório e todas as das seguintes instituições:
dúvidas apresentadas pelo cliente fo-
ram plenamente atendidas. Esta op-

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Automação de bibliotecas e centros de documentação: o processo de avaliação e seleção de softwares

Em São Paulo: Associação Paulista controle de empréstimo, de controle de para automação de bibliotecas e cen-
de Medicina, Ginásio Koelle, Pinheiro vocabulário e de controle de publica- tros de documentação, totalmente
Neto Advogados, Sul América Se- ções jurídicas. compatível com os padrões nacionais
guros, Universidade Metodista, Funda- e internacionais de registro bibliográfi-
ção Jorge Duprat Figueiredo de Segu- Conta ainda com o recurso de tabelas co, apresentando grande inovação, que
rança e Medicina do Trabalho (Funda- auxiliares de autores, assuntos, edito- é trabalhar com documentos arquivís-
centro), América Seguros e Previdên- res, usuários e as tabelas de esferas, ticos, bibliográficos e museológicos.
cia, Associação Educacional Presi- espécies, órgãos, pronunciamentos e
dente Kennedy, Associação Lemen- tipos de processos todas específicas Utiliza a arquitetura arquivo remoto e
se de Educação e Cultura, Associa- para a área jurídica. Outras tabelas fo- não cliente/servidor . Seu estágio atu-
ção Valinhense de Educação e Cul- ram desenvolvidas como suporte ao al está voltado mais para atender a bi-
tura, Colégio São José de Bauru, Con- uso do sistema: tabela de categorias bliotecas de pequeno porte que não pre-
selho Regional de Medicina, Instituto de documentos, de curso/classifica- tendam trabalhar em rede. Está confi-
Superior de Comunicação Publicitária, ção, de curso/área/departamentos, de gurado para atender às funções de ca-
Biblioteca Municipal Prof. Arthur Ricci idiomas, de moedas, de origens da talogação/recuperação, empréstimo,
de Camargo e Universidade São Fran- aquisição, de países, de qualificação, periódicos e controle de coleção. O
cisco. de status da aquisição, de stopword , módulo de catalogação suporta qual-
de tipos de documento, de tipos de quer tipo de documento. Pode redefinir
No Rio de Janeiro: Faculdade Cândido publicação, de tipos de teses e de uni- todas as telas de entrada de dados,
Mendes, Instituto de Filosofia e Ciências dades. campos e subcampos, conforme o
Sociais da Universidade Federal do Rio modelo de dados adotado pelo clien-
Janeiro, Assembléia Legislativa do Es- Com relação ao questionário enviado te. É compatível com o formato Marc.
tado do Rio de Janeiro, Associação de pela PR, as respostas foram elabora-
Ensino Superior do Rio de Janeiro, Pro- das e observou-se que o produto não O módulo de recuperação permite a
curadoria Geral do Município do Rio de atendia a algumas questões. Dessas, consulta pelos índices de autor, título,
Janeiro, Centro de Estudos de Pessoal a mais importante é não trabalhar com assunto, série, entre outros. Possibili-
do Exército, Confederação Nacional do a arquitetura cliente/servidor, fato que ta a busca por palavras ou expressões
Comércio, Instituto Teológico Francis- indicou não ser necessário realizar vi- booleanas, inseridas em qualquer cam-
cano, Secretaria Municipal de Cultura, sitas junto aos usuários do sistema. po indexado. O de empréstimo está
Sociedade Unificada de Ensino Superi- voltado ao controle de utilização do
or Augusto Mota, Tribunal de Contas do Dins – Dados, Informação & acervo e inclui cadastro de leitores e
Município. Serviços, responsável pelo arquivo de circulação integrados às
software: Caribe bases do sistema. Permite as funções
No Espírito Santo: Colégio Cristo Rei, para controle de uso local, emprésti-
Companhia Siderúrgica de Tubarão, A Dins – Dados, Informação & Servi- mo domiciliar, reservas, solicitação de
Aracruz Celulose e Sociedade Educa- ços –, recente no mercado, é uma empréstimo por rede, devolução, co-
cional do Espírito Santo. empresa especializada em redes e sis- branças e estatísticas. A função coo-
temas de informação, com ênfase no peração permite a cópia seletiva de
No Rio Grande do Sul: Instituto Meto- desenvolvimento de sistemas para au- registros bibliográficos de outras bases
dista de Educação e Cultura; em Bra- tomação de bibliotecas e centros de de dados para uma base do sistema,
sília: Pinheiro Neto Advogados. documentação, arquivos e museus. desde que as bases de onde a infor-
mação é capturada esteja no formato
O Informa Biblioteca Eletrônica carac- Seu produto básico é o Caribe. O prin- do sistema Caribe ou em formatos de
teriza-se por ser um software bem de- cipal acionista da Dins é oriundo da intercâmbio que possam ser converti-
senhado, com interface gráfica, encon- Fundação Getúlio Vargas, do Rio de dos: Marc, Calco ou Isis.
trando-se ainda em fase de desenvolvi- Janeiro, e traz consigo a experiência
mento e aperfeiçoamento de módulos de criação e implantação da Rede No módulo periódicos e controle de
para atender com maior segurança e Bibliodata Calco. Propõe-se a realizar coleção, além das atividades normais
completeza as funções de uma biblio- o diagnóstico e planejamento de uni- desta função, o sistema realiza a atu-
teca. dades de informação, elaborar projetos alização do Catálogo Coletivo Nacio-
para a implantação de sistemas de nal de Periódicos (CCN), do Instituto
Comporta uma biblioteca pequena que automação e ao desenvolvimento de Brasileiro de Informação em Ciên-
não pretenda trabalhar em rede. Sua softwares específicos. Não possui in- cia e Tecnologia (IBICT) e permite a di-
capacidade de armazenamento e tra- fra-estrutura de organização empresa- gitalização dos sumários correntes
tamento de dados, atualmente, gira em rial e faz uso de serviços terceirizados
torno de 70 mil registros. Desenvolvido quando há necessidade de desenvol-
para trabalhar especificamente no am- ver ou atualizar parte do sistema.
biente Windows (95, 3.11 e 3.1), sua
estrutura está dividida nas rotinas de O Caribe é um software desenvolvido
controle de aquisições, de recupera-
ção e cadastro de dados de publica-
ções, de controle de periódicos, de

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Automação de bibliotecas e centros de documentação: o processo de avaliação e seleção de softwares

para recuperação em rede. Não depen- nicos e consultores especializados em a ponto de dificultarem soluções glo-
de de produtos adicionais como geren- biblioteconomia, documentação e infor- bais e lineares.
ciadores de base de dados, reduzin- mática. É o único Centro de Treina-
do, conseqüentemente, custos e faci- mento Autorizado Borland, credencia- Isto quer dizer que não são muitos os
lidades na implantação. do no Distrito Federal, denominado profissionais de processamento de
Borland VAR Authorized Education dados que têm desembaraço neste tipo
DRV Informática, responsável pelo Center, e possui como usuários as de aplicação, o que gera certo descon-
software: Biblio seguintes instituições: forto e dificuldade para o bibliotecário
dialogar com o analista de sistemas,
A DRV Informática é uma empresa Em Brasília: Biblioteca Demonstrativa tanto para expor suas necessidades
sediada em Belo Horizonte-MG que de Brasília, Biblioteca da Companhia quanto para ouvir soluções compatíveis
representa, no Brasil, a empresa Text de Água e Esgoto de Brasília (Caesb), com seu problema. Com o advento das
Information Systems (TIS), com sede Colégio Compacto, Colégio AD1, Cen- tecnologias de informação acompanha-
em Berna-Suíça, proprietária do apli- tro Educacional Jesus Maria José. Em do do processo de globalização, o
cativo Biblio. Ficou um pouco prejudi- Santa Catarina: Delegacia do Ministé- mercado está a exigir profissionais
cada a identificação das característi- rio da Educação e do Desporto de Flo- mais flexíveis, dinâmicos, ágeis, cria-
cas básicas da empresa, pois não foi rianópolis/SC. No Rio de Janeiro: Casa tivos e que consigam trabalhar com
possível realizar a demonstração do da Leitura, Fundação do Livro Infantil e equipes multidisciplinares.
produto pelo fornecedor e o questioná- Juvenil. Na Bahia: Conselho Regional
rio respondido não continha informa- de Administração (CRA). Se antes o bibliotecário atuava junta-
ções suficientes para esclarecimento mente com o analista de sistemas,
das dúvidas. De acordo com o questionário respon- hoje, mesmo com a facilidade apresen-
dido, verificou-se tratar de um produto tada pela microinformática facilitando
De acordo com as informações cons- novo no mercado, em estágio de de- o uso das tecnologias de informação e
tantes do questionário respondido, o senvolvimento. Dos requisitos exigidos, ampliando a interação com o usuário,
Biblio é um aplicativo desenvolvido para o ArcheS Lib não realiza acesso à não fica prejudicada a necessidade
execução em AS/400, no software Íca- base de dados via browser Internet, dessa parceria, mesmo porque essas
ro, uma ferramenta que permite modifi- não recupera bases de dados textuais, tecnologias facilitaram o processo, mas
cação e implementação de novas roti- não trabalha com imagens, não faz con- não eliminaram os conhecimentos es-
nas. Dentre os quesitos não preenchi- trole de listas de sugestão, seleção, pecíficos que cada um traz como re-
dos pelo software, os mais importan- aquisição, reclamação e recebimento, sultado de sua formação profissional.
tes dizem respeito a não possuir inter- não constrói remissivas para autores e Assim, a escolha de um software é
face gráfica, não utilizar o formato Marc assuntos. Procura, entretanto, privile- tarefa cooperativa, integrada e partici-
nos registros bibliográficos, não fazer giar todas as etapas do ciclo documen- pativa entre esses profissionais e cons-
leitura de código de barras, não pos- tal, adota os padrões internacionais de titui um dos grandes desafios para as
suir formato de visualização dos regis- descrição bibliográfica, o que garanti- bibliotecas e unidades de documenta-
tros de acordo com a ABNT e AACR2. rá a completeza do sistema tão logo ção e informação bibliográfica.
Constata-se, entretanto, que está de- todos os módulos estejam em pleno
senvolvido em uma ferramenta com alta funcionamento. No decorrer deste trabalho, observou-
performance, grande capacidade de ar- se que alguns aspectos adquiriram re-
mazenamento de dados, porém sem CONCLUSÃO levância e, à guisa de conclusão e
contemplar alguns requisitos impres- como contribuição deste estudo, orien-
cindíveis ao processo de automação Automatizar os procedimentos de tra- tando analistas e bibliotecários, fica-
bibliográfica. balho de bibliotecas ou centros de do- ram ressaltados:
cumentação é uma tarefa que apresen-
Walda Antunes Consultorias/WA ta certa complexidade, por ser um pro- a) é inviável, hoje, adotar uma solução
Corbi, responsável pelo software: cesso que foge aos padrões habituais, caseira para o processo de automação
ArcheS Lib a exemplo do controle de estoques, de bibliotecas, pois o mercado oferece
folhas de pagamento, contabilidade e bons produtos. Basta a instituição pro-
A Walda Antunes Consultorias é uma outros. Ainda, porque as tarefas rela- curá-los na perspectiva de qual melhor
empresa com sede em Brasília produ- cionadas à biblioteconomia e documen-
tora do Software ArcheS Lib para ge- tação são diferenciadas e detalhadas
renciamento de bibliotecas, desenvol-
vido com base na experiência de téc-

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Automação de bibliotecas e centros de documentação: o processo de avaliação e seleção de softwares

se adaptará às suas características; tempo hábil adequado às demandas do ção poderá ajudar a organização a al-
usuário, instalar e realizar os testes cançar seus objetivos.”
b) os softwares devem privilegiar o com- necessários ao perfeito funcionamen-
partilhamento de dados e intercâmbio to do sistema, apresentar documenta-
de informações adotando os formatos ção atualizada tanto do produto quan-
e padrões específicos ao intercâmbio to a que garanta idoneidade da empre-
de dados bibliográficos; sa, bem como sua capacidade de rea-
lizar a conversão retrospectiva.
c) o processo de automação de bibli-
otecas e centros de documentação Com base nessas considerações e na
exige um projeto de implantação ela- pontuação obtida na análise dos requi-
borado numa parceria fabricante do pro- sitos imprescindíveis e desejáveis, a
duto e usuário; equipe identificou que os softwares
OrtoDocs, ALEPH e Thesaurus aten-
d) a Conversão Retrospectiva (CR) é diam plenamente às exigências da PR,
considerado um trabalho intelectual e sendo compatíveis com sua estrutura
como tal deve merecer um projeto es- objetivos e funções organizacionais,
pecífico; bem como com o parque e recursos
computacionais existentes.
e) é importante que o software esco-
lhido esteja pronto, testado, atenden- Aprovado o relatório final pela Direto-
do o nível de satisfação exigido pelos ria, foi o mesmo encaminhado à unida-
usuários; de competente, que, atendendo às
exigências legais de aquisição de bens
f) qualquer software a ser adquirido só e contratação de serviços na Adminis-
terá a licença de uso e não o produto em tração Pública Federal, segundo a Lei
si, e a atualização de versões será feita de Licitações, e tendo por base as ca-
mediante contrato de manutenção; racterísticas técnicas identificadas nes-
te estudo, realizou procedimento lici-
g) o software deve ser avaliado não só tatório público, tendo sido vencedor o
sob seus aspectos metodológicos e software Thesaurus, da Via Ápia.
tecnológicos, mas também quanto à
capacidade de a empresa fornecedora Como palavras finais, buscamos em
do produto responsabilizar-se pelo trei- Davenport 3 a essência do que bibliote-
namento, garantir suporte técnico em cários e analistas de sistemas procu-
ram refletir no momento de escolha e
implantação da automação de suas
unidades de informação bibliográfica:
“caberá ao gerente criar estratégias
quanto aos tipos de informações que
devem ser focalizadas, as atividades a
enfatizar e a maneira como a informa-

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Automação de bibliotecas e centros de documentação: o processo de avaliação e seleção de softwares

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