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Armazenamento de dados
Esta é uma das funções importantes de um computador. Além de acessar e
processar dados, o computador precisa também armazená-los. Existem
portanto diferentes métodos de armazenamento, cada um com suas próprias
características. Neste capítulo apresentaremos os principais dispositivos de
armazenamento de dados:
Disco rígido
Drive de CD-ROM
Gravadores de CD
ZIP Drive
Drive de disquetes
Disco rígido
Todo usuário quer um PC com um processador rápido, uma boa quantidade
de memória RAM, e um disco rígido de generosa capacidade. O que
chamamos de generosa capacidade varia bastante ao longo do tempo. Em
1995, 1 GB era uma capacidade bastante generosa. Para os padrões do início
de 2001, a capacidade mínima de um HD considerado modesto é 10 GB, e
capacidades generosas são 20, 30 ou 40 GB. Já existem discos IDE com mais
de 100 GB, dentro de pouco tempo essas altas capacidades, antes
consideradas absurdas, passarão a ser comuns.
Figura 23.1
Disco rígido IDE
Figura 23.2
Conectores da parte traseira de um disco
rígido.
Interfaces IDE
Os discos rígidos devem ser ligados nas interfaces IDE existentes na placa de
CPU, através do cabo flat IDE. Cada interface IDE permite a conexão de até
dois dispositivos IDE. Podemos combinar dispositivos IDE de diversas
formas. Por exemplo, podemos ligar na interface IDE primária, dois discos
rígidos IDE, e na interface IDE secundária, ligar um drive de CD-ROM IDE
e um ZIP drive IDE.
23-4 Hardware Total
Figura 23.3
Conectores IDE.
Figura 23.4
O interior de um disco rígido.
Braço
O braço é um dispositivo mecânico que serve para movimentar as cabeças
de leitura e gravação ao longo da superfície do disco. Possui várias ramifi-
cações para que cada uma das cabeças possa ter acesso à superfície
magnética.
Cabeças
Dentro de um disco rígido, encontramos vários discos, sendo que cada um
deles possui duas faces (cada face é uma superfície magnética). Para cada
face, existe uma cabeça correspondente. Um braço mecânico movimenta as
cabeças para que cada uma acesse qualquer ponto da sua superfície
magnética.
Superfície
Cada face de um disco é uma superfície magnética, usada para gravação e
leitura de dados.
Figura 23.5
Discos, braço e cabeças de um disco
rígido.
Trilhas
Cada superfície é dividida magneticamente em trilhas e setores. As trilhas
são círculos concêntricos, igualmente espaçados. A cabeça correspondente
deve antes ser posicionada sobre a trilha desejada para que seus dados
possam ser lidos ou gravados. Os discos rígidos modernos possuem, em cada
superfície, milhares de trilhas, em geral entre 1000 e 5000.
Setores
23-6 Hardware Total
Assim como cada face de um disco é magneticamente dividida em trilhas,
cada trilha é magneticamente dividida em setores. A figura 6 mostra de
forma simplificada, a superfície de um disco dividida em trilhas e setores.
Esta representação é realmente simplificada, já que os discos atuais possuem
milhares de trilhas. Os primeiros discos rígidos fabricados possuíam 17
setores em cada trilha. Discos rígidos modernos possuem entre 50 e 200
setores por trilha.
Nos discos antigos, cada uma das trilhas possuía o mesmo número de
setores, como mostra a figura 6. Nos discos modernos, graças à presença de
um microprocessador interno, é possível dividir um disco em várias zonas, e
gravar nas zonas mais externas um número maior de setores. Este método,
chamado ZBR (Zone Bit Recording), permite aproveitar muito melhor a
superfície magnética, chegando a gravar até 50% mais dados que usando o
método tradicional, no qual todas as trilhas possuíam o mesmo número de
setores.
Cilindros
Este é um conceito muito importante na terminologia de discos rígidos. Um
cilindro é um grupo de trilhas de mesmo número, em superfícies diferentes.
Digamos por exemplo que um disco tenha 4 cabeças (numeradas de 0 a 3), e
que o braço está posicionando essas cabeças de modo que cada uma esteja
sobre a trilha 50 da sua superfície. Dizemos então que as cabeças estão
posicionadas sobre o cilindro número 50. Explicando de uma forma ainda
mais simples, considere que chamamos a trilha X da cabeça Y de “Trilha
X/Y”. Então:
Figura 23.7
Cilindro.
Cálculo da capacidade
Quando programamos no CMOS Setup, o número de cabeças, cilindros e
setores de um disco rígido, esses parâmetros são chamados de geometria
lógica do disco rígido, e não correspondem ao que realmente existe no seu
interior. Digamos que um certo disco rígido tenha no CMOS Setup, os
seguintes parâmetros:
2180 cilindros
255 cabeças
63 setores
Note que este disco não tem realmente 255 cabeças. Se isto fosse realidade,
este disco teria mais de 1 metro de altura! Da mesma forma, o número de
setores não é tão pequeno como 63, já que os discos modernos têm trilhas
com muito mais setores. Mesmo sendo parâmetros fictícios, o disco rígido
aceita ser endereçado através deles, e converte o endereço lógico externo
para o endereço físico interno para realizar os acessos. A capacidade de
qualquer disco rígido é obtida multiplicando o número de cilindros pelo
número de cabeças pelo número de setores por 512, já que são 512 bytes por
setor. Portanto a capacidade é dada por:
Figura 23.8
O cabo flat para o modo ATA-33 é de 40
vias e deve ter no máximo 45 cm de
comprimento.
A interface IDE é ATA-66 e está sendo usado o cabo apropriado para este
modo, entretanto o disco rígido do exemplo suporta no máximo o ATA-33,
portanto este será o modo utilizado, e não o ATA-66.
Capítulo 23 – Discos 23-11
Além de serem satisfeitas essas condições do ponto de vista do hardware, é
também preciso configurar o Windows para ativar os modos Ultra DMA. Se
isto não for feito, o acesso ao disco ficará limitado ao PIO Mode 4, com
apenas 16,6 MB/s.
Tempo de acesso
O tempo de acesso está relacionado com a velocidade de movimentação do
braço que contém as cabeças de leitura e gravação. Podemos entender
facilmente que quanto mais veloz for o movimento deste braço, mais rapi-
damente o disco poderá acessar qualquer dado nele armazenado.
A todo instante, o disco pode receber comandos para mover seu braço a
qualquer cilindro para realizar leituras ou gravações de dados. O movimento
pode ser mais ou menos demorado, dependendo do número do cilindro
atual e do número do cilindro solicitado. Convenciona-se tomar como
parâmetro estatístico, o tempo necessário para mover o braço desde o
primeiro cilindro até o último. Este tempo é chamado de full stroke.
Chamamos de tempo médio de acesso, ou simplesmente tempo de acesso,
um valor igual à metade de full stroke. É aproximadamente igual ao tempo
necessário para mover o braço desde o primeiro cilindro até o cilindro
central.
Em geral, o tempo de acesso entre trilhas varia entre 1/3 e 1/5 do tempo
médio de acesso. Podemos então encontrar discos com tempos de acesso
entre trilhas variando de pouco mais de 1 ms, até valores mais elevados
como 5 ms. Este tempo exerce uma influência bem pequena sobre o
desempenho. Considere por exemplo um disco que gira a 5400 RPM, com 4
cabeças, e um tempo de acesso entre trilhas igual a 4 ms. Para ler as 4 trilhas
que formam um cilindro, o disco precisa descrever 4 rotações, o que con-
some um tempo total de 44 ms. Depois disso, é preciso gastar mais 4 ms para
mover o braço até o cilindro seguinte para continuar acessando o arquivo.
Portanto, esta movimentação aumentou o tempo total para ler um cilindro
inteiro, de 44 para 48 ms, uma diferença muito pequena.
Figura 23.10
Medida do desempenho de um disco
rígido com o PC Check.
Figura 23.11
Taxas de transferência interna e
externa.
Interna: 30 MB/s
Externa: 100 MB/s
1 MB / 30 MB/s = 0,033 s
Para transferir esses dados da memória interna para a placa de CPU, será
preciso um tempo de:
Comparando o disco 2 com o disco 1, vemos que ambos têm a mesma taxa
de transferência interna, e a taxa externa do disco 2 é 33% menor, e como
resultado, a taxa de transferência efetiva ficou 11,2% menor. Agora
comparando o disco 3 com o disco 1, vemos que ambos têm a mesma taxa
externa, mas a taxa interna do disco 3 é 33% menor, e como resultado, sua
taxa de transferência efetiva é 28,5% menor. De um modo geral, a taxa de
transferência interna é a que determina o desempenho global, sendo muito
mais importante que a externa. Existem discos ATA-66 e ATA-100 de baixo
custo, com taxas internas bastante modestas. O fato de serem ATA-66 ou
ATA-100 não garante que esses discos terão um bom desempenho. Muito
mais importante é checar a taxa de transferência interna.
23-16 Hardware Total
Esta discussão sobre taxas de transferência interna e externa também se
aplicam a modelos SCSI. Esses discos também têm uma memória interna,
uma taxa de transferência interna e uma externa. A diferença principal é que
a transferência externa não segue padrões como ATA-33, ATA-66 e ATA-
100, e sim, padrões próprios da interface SCSI. Existem modos que operam
com 20, 40, 80, 160 e até 320 MB/s.
N x R x 512 / 60.000.000
Figura 23.12
Parâmetros de desempenho de um disco
rígido.
Esta é a taxa de transferência interna máxima, que nesses discos vale 248
Mbits/s. Observe que em geral os fabricantes apresentam esta taxa em
Mbits/s, e não em MB/s. Para converter de Mbits/s para MB/s, basta dividir
por 8. Portanto, a taxa é de 31 MB/s. Como vemos, o fabricante não informa
o número de setores por trilha, dado necessário para calcular a taxa de
transferência interna, em compensação informa diretamente o valor desta
taxa de transferência.
Note que esta taxa que o fabricante informa não é a que se verifica na
prática. Este valor não leva em conta, por exemplo, as áreas que separam os
23-18 Hardware Total
setores consecutivos, chamadas de “gaps”. Os gaps ocupam cerca de 10% de
cada trilha, portanto, apenas 90% dos bits que passam pelas cabeças a cada
segundo representam realmente dados. Isto já reduz a taxa de transferência
interna para cerca de 28 MB/s (que ainda é um valor bem alto).
Não há nada que o usuário possa fazer para aumentar a taxa de transferência
interna de um disco, nem para reduzir o seu tempo de acesso. Entretanto, é
útil conhecer essas informações antes da compra de um disco rígido.
Pré-compensação de gravação
Os discos rígidos antigos necessitavam que, a partir de um certo cilindro, este
comando fosse ativado, com o objetivo de remanejar o posicionamento dos
bits gravados nos cilindros mais internos, para evitar que esses bits
interagissem magneticamente, alterando suas posições. Nos discos modernos
a pré-compensação continua sendo usada, entretanto é ativada internamente
pelo disco, e não mais pelo BIOS, como era feito há alguns anos atrás
(aproximadamente até o início dos anos 90).
Primary Master
Primary Slave
Secondary Master
Secondary Slave
Cyln Número de cilindros. Esta informação é encontrada no manual do disco rígido, e muitas vezes
está também impressa na sua carcaça externa. O conjunto de valores formados pelo número de
cilindros, cabeças e setores de um disco rígido é a “Geometria Lógica” do disco.
Head Número de cabeças. Também podemos encontrar esta informação no manual do disco rígido, e
em geral, impressa na sua carcaça externa.
Sect Número de setores por trilha. Encontramos esta informação no manual do disco rígido, e em
geral, impressa na sua carcaça externa. O número de cabeças, cilindros e setores usados no
CMOS Setup são lógicos, e não físicos. Em outras palavras, esses três parâmetros não represen-
tam a realidade física do interior do disco, e sim, valores correspondentes, sugeridos pelo fabri-
cante.
23-20 Hardware Total
WPcom Cilindro de pré-compensação. Indica o número do clilindro a partir do qual é ativada a pré-
compensação de gravação. Este parâmetro não é mais usado nos discos rígidos modernos. Se o
CMOS Setup possuir um item para a programação deste parâmetro, use o valor 65.535.
Lzone Indica o número do cilindro usado como zona de estacionamento das cabeças. Assim como o
WPcom, este parâmetro também é obsoleto. Para manter compatibilidade com os discos rígidos
antigos, os fabricantes recomendam que este parâmetro, caso exista no Setup, seja programado
com um valor igual ao número de cilindros. Por exemplo, se um disco possuir 1024 cilindros,
programe tanto o Cyln como o LZone com o valor 1024.
LBA Mode Habilite este parâmetro (Logical block addressing), a menos que você esteja instalando um disco
rígido muito antigo, com menos de 504 MB.
IDE Block Mode Habilite este parâmetro para que as transferências sejam feitas em blocos de múltiplos setores.
IDE 32 bit Transfer As interfaces IDE modernas são capazes de realizar operações de E/S (entrada e saída de
dados) em 16 ou 32 bits. Apesar dos discos IDE transferirem apenas 16 bits de cada vez, a
operação da interface em 32 bits traz uma sensível melhora na taxa de transferência. É
aconselhável manter este recurso sempre habilitado.
IDE PIO Mode Este item serve para regular a velocidade de transferência de dados entre o disco rígido e sua
interface, quando não são feitas transferências por DMA. Os modos disponíveis são 0, 1, 2, 3 e
4. O PIO Mode 4 é o que apresenta melhores resultados, com uma taxa de 16,6 MB/s. Deve ser
o modo escolhido, em todos os discos e drives de CD-ROM IDE modernos. Em modelos ainda
mais novos, que suportam o funcionamento em modo DMA, este terá prioriadade sobre os
modos PIO. Discos rígidos modernos devem usar obrigatoriamente o modo Ultra DMA.
IDE DMA Mode As transferências de dados do disco rígido podem ser feitas por dois processos: PIO ou DMA.
Modelos produzidos até aproximadamente 1997 suportam apenas modos PIO, e os mais
recentes suportam DMA (ATA-33, ATA-66 e ATA-100). Deixe o modo DMA ativado no caso de
dispositivos IDE modernos (fabricados a partir de 1998).
O CMOS Setup diz respeito apenas aos discos IDE, e não a discos SCSI.
Quando um PC tem um ou mais discos rígidos SCSI, o seu controle é feito
pelo BIOS da placa controladora SCSI, e não pelo BIOS da placa de CPU.
Quando um PC tem apenas discos SCSI, usamos no CMOS Setup a opção
“Not Installed” para os discos rígidos. Não quer dizer que o PC não tem
discos rígidos, quer dizer apenas que os discos não são IDE e não são
controlados pelas interfaces IDE da placa de CPU.
C: 8 GB
D: 6 GB
E: 2 GB (valores aproximados)
O método apresentado pode ser usado para criar quantos drives lógicos você
desejar (respeitando o limite de letras do alfabeto). Como fica muito difícil
gerenciar um número grande de drives, não é conveniente exagerar neste re-
curso (o que foi mesmo que gravei no meu drive T: ?).
Esta divisão é feita através do FDISK, mas só pode ser feita enquanto o disco
rígido ainda não possui dados armazenados, pois sempre que alteramos o
seu particionamento, os dados são perdidos. Para fazer esta divisão, temos
que executar os seguintes comandos com o FDISK:
Figura 23.13
Tela principal do FDISK.
Figura 23.14
Para criar a partição primária.
Figura 23.16
O FDISK pergunta qual será o tamanho
da partição primária.
Figura 23.17
Criando uma partição primária com
8000 MB.
23-24 Hardware Total
Uma vez escolhido o tamanho da partição primária, o FDISK apresenta uma
tela de informações como a mostrada na figura 18. Devemos teclar ESC para
continuar, voltando ao menu principal.
Figura 23.18
A partição primária foi criada.
Figura 23.19
Na tela principal do FDISK, é informado
que precisamos definir uma partição
ativa.
Figura 23.20
O FDISK pergunta o tamanho da
partição estendida.
Será mostrada a tela da figura 20, na qual temos que indicar o tamanho da
partição estendida. O FDISK sugere usar todo o espaço restante no disco,
que no nosso exemplo é de 8440 MB. Basta responder com ENTER.
Observe que não importa se a partição estendida será toda usada como um
drive D, ou se será dividida em vários drives lógicos, nesta etapa sempre
especificamos todo o espaço restante no disco para ser usado como partição
estendida. Será apresentada a tela da figura 21, na qual o FDISK confirma a
criação da partição estendida. Devemos teclar ESC para continuar.
Figura 23.21
Criada a partição estendida.
Ao invés de teclar ENTER na tela da figura 22, vamos digitar o valor 6000,
para que seja criado o drive D com 6000 MB. Depois disso será mostrada
uma tela idêntica à da figura 22, mas desta vez mostrando o espaço restante,
uma vez que já foram abatidos 6000 MB. Ao teclar ENTER, usamos este
espaço restante para o drive E.
Figura 23.23
Todo o espaço disponível na partição
estendida foi destinado aos drives
lógicos D e E.
Será mostrado um relatório como vemos na figura 23. Devemos teclar ESC
para voltar ao menu principal do FDISK.
Por último, temos que marcar a partição primária como sendo ATIVA.
Partição ativa é aquela pela qual será realizado o boot. Somente a partição
primária pode ser definida como ativa, mas esta definição não é automática.
Temos que definir a partição ativa usando o comando 2 do menu principal
do FDISK. Ao usarmos este comando, será apresentada a tela mostrada na
figura 24. Devemos digitar “1”, para que a partição primária passe a ser ativa.
Capítulo 23 – Discos 23-27
Figura 23.24
Definindo a partição 1 como ativa.
Voltando à tela principal do FDISK, teclamos ESC para finalizar a sua ope-
ração. É apresentada a tela da figura 105. Devemos agora teclar ESC.
Voltaremos ao Prompt do MS-DOS, mas as informações definidas pelo
FDISK só estarão efetivadas a partir do próximo boot. Devemos então
executar um boot para dar prosseguimento ao processo de instalação.
Figura 23.25
Término da operação do FDISK.
FORMAT C:
23-28 Hardware Total
FORMAT D:
FORMAT E:
Figura 23.26
Término da formatação do drive C.
DIR C: /A
OBS: No Windows 98SE e anteriores, podíamos usar o comando FORMAT C: /S, que fazia
a gravação do boot em modo MS-DOS no disco rígido. No Windows ME e no XP isto não
pode ser feito, ou seja, o boot só é feito no próprio ambiente Windows. Comandos como
FORMAT C: /S e SYS C: não funcionam no Windows ME / XP.
Figura 23.27
Conteúdo do drive C, recém formatado.
Capítulo 23 – Discos 23-29
Drives de disquete
Informalmente, a palavra drive tem sido usada para designar os drives de
disquetes (Floppy Disk Drive), mas deve-se ter em mente que seu significado
é bem mais abrangente. Neste livro, quando usarmos isoladamente o termo
drive, estamos nos referindo aos drives de disquete. Note que também
existem outros tipos de drives, como o de CD-ROM, o ZIP Drive, e o HDD
(Hard Disk Drive, um outro nome para disco rígido).
Figura 23.28
Drive de 1.44 MB, 3½”.
Figura 23.29
Conectores na parte traseira do drive de
disquetes.
23-30 Hardware Total
A figura 29 mostra as conexões existentes na parte traseira de um drive de
disquetes de 3½”. São ao todo duas, sendo que uma delas serve para
conectar o drive na fonte de alimentação, e outra serve para a conexão com
a interface de drives (lembre que esta interface fica localizada na placa de
CPU). Para permitir a conexão dos drives na sua interface, é usado um cabo
apropriado, conhecido como cabo flat para drives. Este cabo sempre é
fornecido juntamente com as placas de CPU.
Figura 23.30
Cabo flat para drives
O cabo flat para drives é mostrado na figura 30. Em geral possui três
conectores (alguns cabos flat antigos possuíam até 5 conectores, para permitir
a conexão de drives de disquetes de 5 1/4”, que usavam conectores
diferentes). Um desses conectores deve ser ligado na placa de CPU (onde
fica a interface para drives de disquete). Os outros dois conectores permitem
a ligação de um ou dois drives de disquete. O drive ligado no conector da
extremidade do cabo será automaticamente selecionado como A. Caso seja
desejado (normalmente ninguém faz isso) instalar um segundo drive de
disquetes, podemos ligá-lo no conector do meio do cabo. Este será
automaticamente selecionado como B.
Os setores dos disquetes armazenam 512 bytes. O disquete possui duas faces,
cada uma com 80 trilhas, e cada trilha com 18 setores. A capacidade total é
portanto:
2 x 80 x 18 x 512 = 1440 kB
Note que é uma grande imprecisão dizer “1.44 MB”. A capacidade correta é
1440 kB, que não é exatamente igual a 1.44 MB. São ao todo 1.474.560
bytes. Na prática a capacidade é um pouco menor, pois os setores iniciais do
disco não são usados para armazenar dados do usuário. Armazenam o setor
de boot, a tabela de alocação de arquivos (FAT) e o diretório raiz.
Organização de um disquete
Número de faces 2
Número de trilhas 80
Número de setores por trilha 18
Capacidade total: 1.474.560 bytes
Taxa de transferência 45 kB/s
Velocidade de rotação 300 RPM
23-32 Hardware Total
Drives de CD-ROM
Todos os PCs modernos devem ser equipados com drives de CD-ROM. Há
alguns anos atrás, o drive de CD-ROM era um dispositivo supérfluo, só era
necessário em PCs que seriam usados para jogos, para programas de
multimídia e para ouvir música. Um fator entretanto fez esses dispositivos se
tornarem obrigatórios: programas passaram a ser distribuídos, não mais em
disquetes, mas em CDs. Isto foi necessário, já que os disquetes têm uma
capacidade limitadíssima para os padrões atuais. Na época em que os drives
de CD-ROM não eram obrigatórios em um PC, alguns softwares chegavam a
ocupar dúzias de disquetes. Os disquetes tinham várias desvantagens, como
menor vida útil e complexidade de instalação (... coloque o disquete número
27 no drive A e tecle ENTER..). Os CD-ROMs têm grandes vantagens como
mídia para distribuição de programas:
Figura 23.33
Parte traseira de um drive de CD-ROM.
Conectores
A figura 33 mostra a parte traseira de um drive de CD-ROM. Nela
encontramos os seguintes conectores:
Conector IDE – Neste conector ligamos o cabo flat IDE, que tem sua outra
extremidade ligada em uma interface IDE da placa de CPU.
23-34 Hardware Total
Alimentação – Este conector de alimentação é idêntico ao do disco rígido.
Ligamos em um dos conectores disponíveis na fonte de alimentação.
Velocidade
Desde a sua popularização, por volta de 1993, os drives de CD-ROM têm
evoluído em velocidade e em funcionalidade, mas não em capacidade:
continuam com os mesmos 650 MB. Os melhoramentos em velocidade
foram entretanto bastante significativos. Os primeiros drives de CD-ROM
operavam com a taxa de transferência de 150 kB/s, a mesma utilizada pelos
CD Players para áudio. Esta taxa de transferência tem sido utilizada como
referência para os drives de CD-ROM modernos. Surgiram os drives de
velocidade dupla (2x), com taxa de 300 kB/s. Os drives mais antigos
passaram a ser chamados de drives de velocidade simples, ou 1x. Seguiram-
se os drives de velocidade tripla (3x), quádrupla (4x), e assim por diante. A
tabela que se segue mostra as principais velocidades lançadas nos últimos
anos.
CLV e CAV
Os primeiros drives de CD-ROM operavam com velocidade linear constante,
é o que chamamos CLV (constant linear velocity). Os modelos atuais
operam no modo CAV (constant angular velocity). Cada modo tem suas
próprias características, e o modo CAV têm vantagens que o fizeram tomar o
lugar do CLV.
Todos os tipos de CDs armazenam mais dados nas trilhas externas, e menos
dados nas trilhas internas. Se para ler todas as trilhas o disco girasse na
mesma velocidade, os dados das trilhas externas seriam lidos com maior taxa
de transferência, já que no tempo padrão de uma rotação seriam lidos mais
dados. Isso era ruim nos CDs de áudio, que precisavam manter uma taxa de
transferência constante, sincronizada com o áudio. Para manter uma taxa de
transferência constante, os CDs de áudio, assim como os drives de CD-ROM
antigos, alteravam a velocidade de rotação de acordo com a trilha a ser lida.
Giravam mais lentamente para ler as trilhas externas e mais rapidamente
para ler as trilhas internas. Portanto a velocidade angular variava, mas a
velocidade linear (velocidade relativa da trilha em relação à cabeça de
leitura) era mantida constante. Uma desvantagem deste método é que o
disco precisava ser acelerado e desacelerado conforme fossem lidas trilhas
em partes diferentes do disco.
23-36 Hardware Total
Figura 23.34
Gravador de CDs.
Outro drive que está se tornando bastante popular é o drive de DVD. Este
drive é capaz de ler todos os tipos de CDs que podem ser lidos por um drive
de CD-ROM, e ainda lê DVD-ROMs e reproduz filmes em DVD. Os
programas armazenados em DVD-ROMs ainda são raros, mas os filmes em
DVD são bastante comuns. Para quem gosta de ver filmes, esta é uma boa
aplicação para o computador. Melhor ainda é quando usamos uma placa de
vídeo com saída para TV, assim não ficamos limitados a ver os filmes apenas
na tela do monitor.
Super Disquetes
Atualmente é inviável utilizar disquetes de 1.44 MB para transporte de
grandes quantidades de dados. Uma solução para o problema é utilizar os
disquetes de alta capacidade. Os drives de alta capacidade mais comuns são
o ZIP Drive e o LS-120.
Seus disquetes são discos removíveis, de alta capacidade e baixo custo. Sem
dúvida o mais popular desses meios de armazenamento é o ZIP Drive,
desenvolvido pela Iomega. Seus discos (ZIP Disks) são oferecidos em dois
modelos, de 100 e 250 MB, e são parecidos com disquetes de 3½”. Milhões
de PCs em todo o mundo utilizam ZIP Drives.
Outro disco de alta capacidade, porém bem menos popular que o ZIP Drive
é o LS-120. Também chamado de a:drive, o LS-120 tem o aspecto idêntico
ao de um drive de disquetes de 3½”. Seus discos também são quase iguais a
disquetes comuns, mas armazenam 120 MB. O mais interessante é que esses
drives também permitem usar disquetes de 3½” comuns. Neste caso a
capacidade continua sendo de 1.44 MB. Como o LS-120 aceita ambos os
tipos de disquetes, dispensa a instalação de um drive de disquetes.
Figura 23.38
Drive LS-120 e seu disquete.
Tanto o ZIP Drive IDE como o LS-120 (assim como também ocorre com
discos rígidos e drives de CD-ROM) possuem jumpers para selecionamento
de endereço (Master/Slave). Este grupo de jumpers define a letra com a qual
o drive será reconhecido pelo BIOS e pelo sistema operacional. Por
exemplo, se em uma interface IDE existirem conectados um disco rígido
configurado como Master, e um LS-120 configurado como Slave, o disco
rígido será “C”, e o LS-120 será “D”.
LS-120 IDE
Tempo médio de acesso 60 ms
Taxa de transferência 1,1 MB/s
Velocidade de rotação 1440 RPM
Os discos SCSI são usados em escala muito menor que os discos IDE.
Apenas computadores de altíssimo desempenho, como servidores e estações
de trabalho, utilizam discos SCSI. Este tipo de disco opera de forma mais
eficiente quando são feitos acessos de um elevado número de programas,
como ocorre nos servidores. Nos computadores para uso pessoal, o perfil é
bastante diferente. O número de programas em execução simultânea tende a
ser menor, e portanto a eficiência de um disco SCSI é menos aproveitada.
Discos IDE são menos eficientes que os SCSI, em compensação são mais
baratos, pelo fato de utilizarem interfaces e placas de circuito mais simples.
Esta pequena redução de custo acaba se tornando maior, devido ao maior
volume de produção.
23-42 Hardware Total
Figura 23.40
Disco rígido SCSI.
A figura 42 mostra um cabo flat SCSI. Este tipo de cabo pode ter 50, 68 ou
80 vias, dependendo do modo SCSI utilizado. O cabo de 50 vias é parecido
com o cabo flat IDE, e era usado nos discos SCSI antigos, com taxas de 5
MB/s e 10 MB/s (SCSI-1). Os cabos de 68 vias são usados nos padrões mais
velozes, com taxas a partir de 20 MB/s. Alguns discos especiais utilizam
cabos de 80 vias.
Figura 23.42
Cabo flat SCSI.
Interfaces SCSI
A figura 43 mostra uma placa de interface SCSI. Ao contrário do que ocorre
com os padrões ATA, que mantém compatibilidade com as versões antigas,
23-44 Hardware Total
as várias modalidades de SCSI utilizam cabos, conectores e níveis de
voltagem diferentes.
Figura 23.43
Placa de interface SCSI.
2) Encontramos uma interface SCSI própria para o modo a ser utilizado pelo
disco rígido. Se o custo permitir, podemos comprar uma placa compatível
com o disco utilizado, mas capaz de operar também com modos de
transferência mais rápidos, o que permitirá o seu aproveitamento futuro com
discos SCSI mais avançados.
BIOS SCSI
Normalmente o Setup do BIOS SCSI é ativado quando pressionamos uma
tecla especial durante o boot. Através dele podemos definir várias opções de
funcionamento para cada um dos 15 possíveis dispositivos SCSI conectados
na interface (são 15 dispositivos, 16 contando com a interface). Existem
diferenças entre os vários programas de configuração, existentes nos BIOS de
interfaces de fabricantes diferentes. De um modo geral, as opções
automáticas permitem um perfeito funcionamento, apesar de não oferecerem
o desempenho máximo. Este é obtido quando programamos
individualmente cada dispositivo para a sua taxa máxima permitida. Alguns
dispositivos irão operar no máximo com 5 MB/s, outros com 10 MB/s, outros
com 20 MB/s, e assim por diante.
Capítulo 23 – Discos 23-45
Figura 23.44
Tela de configuração de um BIOS SCSI.
A barreira dos 504 MB, é chamada por muitos de “barreira dos 528 MB”.
Esta diferença ocorre porque muitos consideram erradamente que 1 MB é o
mesmo que 1.000.000 bytes. Na verdade, 1 MB é igual a 1024x1024 bytes, ou
seja, 1.048.576 bytes. Portanto, 504 MB equivale a 504x1.048.576, o que
resulta em 528.482.304 bytes. Neste texto, consideramos que 1 MB é igual a
1.048.576 bytes, como sempre foi.
A barreira dos 504 MB surgiu devido ao modo como foram criadas, no iní-
cio dos anos 80, as rotinas do BIOS responsáveis pelo acesso a disco
(chamadas de INT 13h), e pela forma como foi padronizada a transmissão de
parâ-metros para o disco IDE (ou padrão ATA). Esses dois padrões esta-
belecem limites máximos para o número de cilindros, cabeças e setores, de
acordo com o número de bits reservados durante a transmissão de
parâmetros. As rotinas do BIOS, por exemplo, reservam para o
endereçamento de cilindro, cabeça e setor, 10, 8 e 6 bits, respectivamente. O
disco rígido, por sua vez, reserva para os mesmos parâmetros, 16, 4 e 8 bits,
respectivamente. O resultado é que cada parâmetro deveria “caber”
simultaneamente no número de bits reservados pelo BIOS e pelo disco
rígido.
Por si só, o BIOS, através da sua função INT 13h, é capaz de operar com
discos de no máximo 1024 cilindros, 256 cabeças e 63 setores, o que resulta
em cerca de 8 GB. O padrão ATA aceita no máximo discos com 65536
cilindros, 16 cabeças e 255 setores, o que resulta em aproximadamente 130
GB. Esses limites de 8 GB e 130 GB eram considerados valores incrivelmente
altos nas épocas de criação desses dois padrões. Levando em conta que cada
parâmetro é passado para o INT 13h, e deste para o disco IDE, cada um
deles deve ser menor que os máximos permitidos por ambos. Por exemplo,
não adianta usar a cabeça número 20, mesmo sendo este número permitido
pelo INT 13h, pois o padrão ATA está limitado a no máximo 16 cabeças.
Da mesma forma, de nada adianta o padrão ATA aceitar 255 setores, se o
INT 13h só opera com no máximo 63 setores. Levando em conta o máximo
conjunto, ficamos limitados a usar discos com no máximo 1024 cilindros, 16
cabeças e 63 setores por trilha, o que resulta na capacidade de 504 MB.
Trocando os números
O LBA (Logical Block Addressing) é um método muito simples que permite
vencer a barreira dos 504 MB. Consiste em fazer com que o INT 13h aceite
um número elevado de cabeças, ainda que limitado a 1024 cilindros. O disco
rígido não numera mais os setores de acordo com o número de cilindro,
cabeça e setor, e sim, através do número do setor lógico. São utilizados 28
bits para indicar o setor lógico, permitindo endereçar cerca de 260 milhões
de setores, o que equivale a cerca de 130 GB.
Figura 23.46
Escolhendo o tipo de instalação.
Figura 23.47
Detectado o disco ST39140A.
Figura 23.49
Escolhendo o sistema de arquivos.
Figura 23.50
Confirmando a inicialização do disco.
23-50 Hardware Total
Em uma só operação o Disk Manager cria a tabela de partições, FAT e
diretório raiz. Este tipo de formatação é rápida, dura apenas alguns
segundos, pois não é feito exame de superfície, como ocorre como
FORMAT. Devemos posteriormente utilizar o SCANDISK para mapear
eventuais setores defeituosos.
Figura 23.51
O disco sendo inicializado.
Figura 23.52
Devemos inicializar o computador.