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Os ciclistas deste seleto grupo são responsáveis por uma grande movimentação de
valores superiores a 2 milhões de dólares, um exemplo é o ex-ciclista italiano Mario
Cipollini que sozinho ganhava uma pequena fortuna de 1,2 milhões de euros por ano.
Outros exemplos da potencia financeira do ciclismo, são as super-equipes
Phonak e Rabobank, que possuem um orçamento anual de aproximadamente 22 milhões
de Euros.
O atleta precisa ser visto, para que patrocinadores possam ter interesse de
investimento neste atleta, de nada adianta ser um bom atleta se não estiver exposto de
forma positiva, no caso a vitória ou a participação efetiva para que o companheiro de
equipe possa vencer.
No ciclismo profissional o time cada equipe é composta por: técnicos, médicos,
fisiologistas, massagistas, promotores e os atletas e nestes há uma hierarquia, composta
da seguinte forma: capitão, sprintistas e gregários.
O capitão é o atleta representante da equipe e que possui todo um conhecimento
de táticas e é polivalente, pedala muito bem no plano, se defende muito bem nas
subidas, e muito regular nos sprints, e como o próprio nome já diz é o que comanda o
time, na ausência do técnico ele que dará a voz de comando para o ataque e geralmente
é moldado para vencer o no resultado final de uma grande volta.
Sprintistas ou sprinters, estes são especialistas em grandes acelerações, são os
atletas mais velozes do time, eles possuem a potência necessária para vencer a prova
nos últimos metros. Estes atletas não pedalam sozinhos durante a prova são muito bem
escondidos dentro do pelotão e defendidos da resistência do ar pelos gregários, o papel
principal do sprintista é durante a tática para a chegada ou meta, eles se posicionam
atrás dos gregários, e pedalam no vácuo sendo embalados a velocidades de até 60 km/h
onde serão lançados, ficando com uma vantagem de impulsão, saindo e fazendo a
ultrapassagem do gregário a cerca de 200 metros do final, pedalando na velocidade
maxima até a linha de chegada.
Os gregários ou “domésticos” como também são conhecidos, são responsáveis
por defender o líder e os sprintistas, e devem sua vida por isto alem fazem todo o
trabalho sujo como neutralizar fugas, levar água e alimentos para os lideres e sprintistas,
e como dito anteriormente embalar o sprintista até poucos metros antes da chegada,
“morrendo” praticamente a poucos metros antes de passar a linha de chegada e são
muito bem pagos para isto, devem sua vida em virtude do bem estar da equipe durante a
competição.
O atleta de ciclismo, assim como de outras modalidades possuem vários papeis,
entre eles o papel social, profissional e ético que serão discutidos a seguir.
Começamos a falar do papel social, o ciclista precisa ter uma boa imagem, e
estar sempre envolvido a atos protagonistas, como a vitória de uma competição ou a
participação efetiva para que seu companheiro de equipe possa vencer. A equipe é sua
primeira família, com esta ele passa cerca de 200 dias por ano, não há espaço para a
vida afetiva durante o período de competições, os treinamentos são muito árduos e
longos, chegando a treinar mais de 1400 quilômetros por semana a uma media de 50
km/h. Dentro da equipe o atleta precisa se relacionar muito bem com seus membros,
nesta ele de descontrai, se emociona, chora e também se glorifica.
A comunidade em que o ciclista vive é propícia a apenas treinar, competir e
descansar, não realizam outra atividade fora do programa de treinamento, sendo
segregados apenas a uma atividade. Precisam estar sempre com a performance esportiva
sempre nas melhores condições mesmo que isto não seja saudável.
Dentro desta comunidade, o ciclista pode sentir muito só, longe do afeto
familiar, é como uma abstinência onde aceitam viver longe da família, dos bens que
possue, seriados de TV que contagiam todas as pessoas, não há espaço. Alguns ciclistas
se arrependem e começam a cair em depressão, não podendo voltar atrás, onde
começam a usar “artifícios” para poder suportar este drama e se afogam em remédios
antidepressivos, muitas das vezes passando a se beneficiar das drogas sociais, sendo
tragados a uma vida sem sentimentos, são considerados soldados que precisam lutar e
vencer.
Alem dos problemas afetivos que o ciclista sofre, há também a pressão exercida
pelos técnicos e patrocinadores das equipes, que exigem a vitória a qualquer custo, o
que propiciam a utilização de métodos para que se possa ganhar mais rendimento,
muitos deles são considerados como métodos ilegais caracterizando a dopagem.