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Da possibilidade de se filosofar
Para que uma monitoria seja possível, deve ser possível que crianças e
adolescentes sejam capazes de filosofar. E, isto somente pode ser
verificado se antes for determinado o que vem a ser filosofia. Minha
concepção se alinha com a de Deleuze e Guattari (1992), contudo vou
apresentar um argumento genérico capaz de acolher outras definições.
Ora, o que seria filosofia no Ensino Fundamental? Visto que uma das
funções da escola é perpetuar a herança deixada por pensadores, não
se pode excluir da disciplina toda a produção que pode ser dita
universal. Embora a compreensão do que vem a ser filosofia tenha se
transformado ao longo dos tempos, embora muitos autores sejam
incompatíveis entre si, estudar qualquer um deles pertence à disciplina.
Assim, a questão que se coloca é: seriam as crianças e adolescente
capazes de absorver e produzir sobre os clássicos da literatura (escrita e
oral) filosófica? Eu creio que sim, mas esta parece ser uma questão fora
do ponto. Vejamos o que diz a respeito Sérgio Sardi:
Mas, poderíamos nos perguntar: não haveria, por detrás
de tantas e tão variadas idéias, algo que tivesse levado
estes filósofos [Kant, Hegel e outros clássicos] a
escreverem? (...) A resposta mais aceita para essa
questão é a de que certas questões como “Qual o sentido
da vida? Por que tudo existe e, não antes, o nada? De
onde e como tudo surgiu? O que é liberdade? E o que é o
ser humano?”, dentre tantas outras, os levaram a pensar,
pois têm a ver com aquilo que há de mais fundamental em
nossa condição humana. (2004, 64)
Por outro lado, poderia se perguntar até que ponto é possível o monitor
identificar uma questão de filosofia para colocá-la ou incentivá-la em
uma comunidade de investigação. Quanto a isto, repara Kohan: “Para
Lipman, no entanto, uma pergunta é filosófica quando questiona um
tema que é comum, central e controverso” (2000, p. 28). Comum é o
que diz respeito à humanidade, central é o que é relevante e
controverso é o que gera polêmica e uma complexa trama de
argumentos. Talvez, possa se objetar que há questões de sociologia, por
exemplo, que são comuns, centrais e controversas. No entanto, não
vejo objeções para o fato de que através de um tema com estas três
características, caminha-se rumo à filosofia.
À guisa de conclusão
Bibliografia