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Ethon Fonseca
pataphysic@hotmail.com.
Ivone Bengochea∗
ivben2002@yahoo.com.br
∗
PENSARE www.pensareedu.com.
encontro dialógico com a leitura e com os acervos filosóficos,
históricos e culturais, heranças dos conhecimentos construídos e
acumulados pela espécie humana.
São perceptíveis as conseqüências das lacunas ocasionadas
pela longa ausência da não obrigatoriedade legal do ensino de
filosofia e sociologia no que se refere aos conhecimentos da temática
filosófica e humanística. Grande parte da população egressa da escola
pública apresenta muito pouco conhecimento neste campo de estudo.
Entretanto, a carência de conhecimentos de temas filosóficos,
sociológicos e humanísticos não impede que as pessoas, quando
instigadas, despertem interesses pelos assuntos. “Mulheres e homens
somos os únicos seres, que, social e historicamente, nos tornamos
capazes de apreender. Por isso somos os únicos em que aprender é
uma aventura criadora, algo, por isso mesmo, muito rico do que
meramente repetir a aula dada. Aprender para nós é construir,
reconstruir, constatar para mudar, o que não se faz sem abertura ao
risco e à aventura do espírito”. (Freire, 2004, p. 69). Os alunos de
um modo geral, os jovens e os adultos e a comunidade escolar como
um todo, quando provocados e reunidos em torno da leitura,
interpretação e debate de textos, criação gráfica e textual
apresentam resultados satisfatórios, movidos por uma grande
aventura criadora, como assevera Freire.
A escola brasileira encontra-se imersa no emaranhado de
questões dramáticas em seu cotidiano tais como: as situações de
múltipla violência urbana, indigência do vocabulário dos alunos,
indisciplina generalizada, drogadicão precoce da juventude,
desestímulo dos professores entre outras mazelas. Muitas vezes,
cobra das disciplinas humanísticas, em especial da filosofia, que
apontem caminhos e soluções que a sociedade não consegue
vislumbrar.
Os administradores escolares, equivocadamente, esquecem que
não existe escola e educação sem filosofia para basilar seus
pressupostos teóricos e suas ações práticas. Assim, “O educador não
pode realizar sua tarefa e dar a sua contribuição histórica se o seu
projeto de trabalho não estiver lastreado nesta visão da totalidade
humana. À filosofia da educação cabe então colaborar para que esta
visão seja construída durante o processo de sua formação. O desafio
radical que se impõe aos educadores é de um indigente esforço para
a articulação de um projeto histórico-civilizatório para a sociedade
brasileira como um todo, mas isso pressupõe que se discutam, com
rigor e profundidade, questões fundamentais concernentes à condição
humana” (Severino, 1997, p 14 e 15).
Compreendendo que o currículo não consegue abarcar todo o
fluxo de informações e conhecimentos, valores cognitivos e
pedagógicos que as cidades incluem para dar sentido ao exercício
consciente da cidadania e que também, não existe desenvolvimento
econômico sem desenvolvimento educacional e humano. Assim, seria
um equívoco separar a atividade filosófica da realidade circundante.
“A filosofia é uma atividade teórica de reflexão e de crítica de
problemas que a realidade apresenta e esses problemas refletem
necessidades e exigências de uma época e de uma realidade; nesse
sentido, a filosofia só poderá encontrar a sua “verdade” na sua
“adequação” a essa realidade concreta que não é permanente, mas
fundamentalmente histórica”. (Cartolano, 1989 p. 19).
O ensino de Filosofia é visto, muitas vezes, como um saber
inútil, sem nada a ver com o cotidiano da escola e das pessoas e, em
algumas situações, como um remédio eficaz para todos os males que
assolam a educação como um todo. Sobre a visão da inutilidade da
reflexão filosófica nos valemos de um diálogo do imortal cartunista
Quino e a sua personagem Mafalda quando questiona seu amigo
Manolito sobre o conteúdo do jornal que ele está lendo.
Bibliografia