O estímulo de uma fibra nervosa ou muscular segue a lei do tudo ou
Demonstração experimental do conceito – o corpo nada, isto é, a resposta não aumenta com estímulos de intensidade a neural (Soma) produz o material do neurónio, que depois é superior a limiar. transportado ao longo do axónio (Weiss e Hiscoe – 1984) Lei Du Bois Reymond: a excitação é função do coeficiente Desenvolvimento do conceito a partir do anos 60 com diferencial da densidade da corrente em relação ao tempo. A aplicações de novas tecnologias, como métodos radiactivos, densidade da corrente é a sua intensidade referida a superfície. Isto é bioquímicos e histológicos. quanto menor for o tempo de variação da intensidade, maior é a sua Existem dois tipos distintos de transportes, e esta capacidade estimulante. classificação baseia-se na sua velocidade: Curva de intensidade-duração: a partir de determinadas intensidades, o estímulo para provocar uma resposta deve durar um 1 - )Transportes rápidos: que se dividem em anterrógrado e tempo (D) mínimo, Tempo útil. Para cada intensidade há um tempo retrógrado. útil abaixo do qual não há resposta e acima do qual a excitação não aumenta. Cada tecido tem uma curva de intensidade/duração de Características gerais: 1-)inicia-se com a síntese dos constituintes a tempos úteis e que serve para medir a sua excitabilidade. nível do retículo endoplasmático rugoso, e depois há uma passagem Lapicque(1926) denominou de REOBASE a intensidade mínima obrigatória pelo aparelho de golgi. 2-)Transporta moléculas da necessária para estimular o tecido, correspondente a um tempo útil, membrana ou do lúmem e mitocôndrias.3-)É dependente de que na prática é difícil de calcular. Para medir a excitabilidade dum microtúbulos. O anterrógrado leva ao materiais até ao axónio e tecido Lapicque propôs a CRONAXIAS, que é a duração necessária terminação axional, enquanto k o retrógrado recicla moléculas e para obter uma resposta com um estímulo de intensidade dupla da estruturas da periferia neural. reobase. Tecidos de reacção lenta têm reobases mais elevadas e Transporte anterrógrado: transporte de estruturas visiculares- cronaxias mais longas, que tecidos de reacção rápida. tubulares pequenas, neurotransmissores, proteínas membranares e de secreção e lípidos membranares(velocidade=200- Sistema nervoso autónomo 400mm/dia)Transporte de mitocôndrias (velocidade=50-100mm/dia Transporte retrógrado: devolve ao corpo neural vesículas Com excepção dos músculos esqueléticos todos os lissosomais, enzimas e outras moléculas e estruturas, informações órgãos periféricos recebem inervação deste sistema e mesmo os sobre o metabolismo da periferia (velocidade=200-300mm/dia) músculos esqueléticos possuem nervos autónomos vasomotores. É Mecanismos moleculares dos transportes: um sistema propriamente efector e involuntário, sistema motor Requer grandes quantidades de energia dependentes de ATPases e involuntário visceral, em contraste com o sistema motor voluntário, requerem um complexo de translocação do organito ou somático. macromolécula, que é constituído por: 1-)Enzima motora(quinesina, Divisão classificação e funções gerais: para o anterrógrado e dineina citoplasmática para o retrógrado). 2-) Simpático: aumenta a actividade corporal, a glicémia, a resistência a Receptor motor, a nível do organelo e 3-)Factor ou factores fadiga, reage as situações hemorrágicas ou de falta de O 2 , inibe a acessórios. Só um tipo de receptor é activado de cada vez. motilidade intestinal e encerra os esfíncteres. Parassimpático: conservação energética, estimulação da secreção 2-) Transportes lentos: que se dividem em grupoIII, glandular e da motilidade e absorção gastro-intestinal, relaxamento SCb e SCa dos esfíncteres. Entérico: inervação intrínseca do aparelho gastro-intestinal, do Características gerais: 1-)são unidireccionais 2-)tem origem nos pâncreas e da vesícula biliar. Organizado em plexos entra a camada polissomas citoplasmáticos 3-)As estruturas do muscular e endotelial. Mientérico e submocoso. Tem um citoesqueleto(microtúbulos, neurofilamentos e microfilamentos) são funcionamento autónomo, mas é regulado por inervação extrínseca agregados no corpo neural, antes do seu transporte. do parassimpático( pre-ganglio vago e nervos pélvicos) e Os microtúbulos e neurofilamentos, aparecem como tofos ao longo simpático(pós-ganglionares). do axónio sem pontes de ligação dinâmicas. Na terminação axional Mediadores de cação pós-ganglionar: são degradados: os microtúbulos em dímeros de tubulina e os Parassimpático: o principal é a acetilcolina activada em receptores neurofilamentos por proteases cálcio dependentes. muscarínicos. Também se libertam péptidos com acção moduladora. Os microfilamento (actina e miosina, diferentes das musculares, Simpático: o principal é a noradrenalina, com um péptido para estão presentes no axoplasma mas muito mais concentradas nas além dos receptores peptidérgicos há diversos receptores terminações pré-sináticas e espinhas dendríticas. adrenérgicos: alfa 1 e 2 e beta 1 e 2. A clatrina terá um papel importante na formação das vesículas para Regulação central do sistema autónomo: transporte rápido, na reciclagem de vesículas pré-sináticas e O córtex cerebral, o hipocampo, o cort. Entorinal, o tálamo, os endocitose mediada por receptores. A espectrina está envolvida na gânglios de baie e as formações reticulares enviam informação interligação dos microfilamentos com estruturas membranárias e para o hipotálamo, que depois a direciona para os núcleos do outros componentes do citoesqueleto. tronco (que por sua vez enviam para os neurónios pré-ganglionares) e envia também hormonas k vão para o órgão alvo. GrupoIII: transporta proteínas do tipo da miosina(velocidade=4- O hipotálamo ñ é indispensável para a regulação autónoma de 8mm/dia) algumas funções, como a respiratória e cardiovascular, cujo centro é SCb: >200 polipéptidos associados à matriz axoplasmática, o bulbar, em particular o núcleo do tractus solitarius, que recebe microfilamentos, clatrina, espectrina e enzimas(velocidade=2- informações do sistema límbico, do hipotálamo, doutros núcleos 4mm/dia). Motor do cone de crescimento, génese das terminações do tronco e aferentes sensoriais viscerais e envia informação para o sinápticas e espinhas dendríticas. Fornecedor do metabolismo sistema límbico, hipotálamo, outros núcleos do tronco, nervo energético. dorsal do vago e nervo ambíguo. SCa: microtúbulos e neurofilamentos(velocidade=0,2-1mm/dia). Determinante nas alterações de calibre e comprimento axional, Neurotransmissores: libertação e acção durante o desenvolvimento e regeneração. O cérebro humano tem pelo menos 1011 neurónios e Excitabilidade 1014 sinapses. O genoma humano ñ tem mais que 60.000 70.000 genes. Resposta a uma variação energética do ambiente A área excitável do corpo celular gera uma frequência (estímulo), com uma modificação. Propriedade geral das células, mas de potencial de ação, por alteração do potencial de membrana, mais desenvolvida nas células nervosas, musculares e glandulares. desencadeada pelas várias aferências nas dendrites e no soma. Pode também ser compreendida como a capacidade de uma célula de Depois há uma propagação unidireccional até a terminação axonal e auto-gerar um impulso electroquímico nas sua membranas. há a libertação do neurotransmissor. Estímulo Condução Resposta Libertação por vesículas(exocitose), dependente de cálcio. Para que este fenómeno ocorra é necessário a presença Libertação citoplasmática(por transportadores), dependente de de células especializadas na: sódio - recepção do estímulo - Receptores - condução do estímulo - Neurónios Vesículas: - resposta ao estímulo - Músculos Sinápticas (pequenas, 50nm) transporte por endossomas e sobretudo Os estímulos eléctricos (aplicam-se a conjuntos de fibras nervosas ou a partir deste por reciclagem com endocitose. Contem transmissores musculares) podem ser: do tipo I e II sintetizados localmente com enzimas levadas por - estímulos sublimiar: não há resposta transporte axonal lento. - estímulo limiar: há resposta Secretórias (grandes, >70nm) geradas no ap. de golgi e levadas por - estímulo submáximo: resposta não máxima transporte axonal rápido, frequente/, para zonas ñ sinápticas. Contêm - estímulo máximo: resposta máxima precursores neuropeptídicos e por vezes, transmissores do tipo I. Não Auto-receptores: regulação do neurotrasnmissor por retroacção há reciclagem. negativa. Hetero-receptores: a libertação da membrana é regulada positiva ou Receptores: negativamente por outro neurotransmissor, por interacção na Receptores de acção rápida ionotrópicos: excitatórios e inibitórios. extremidade axonal. Receptores de acção lenta, metabotrópicos: podem ser acoplados a proteínas G, associados a ionóforos e associados a enzimas e 2º Potencias de acção: memsageiro. Simples: acumulação concentrada de cálcio extracelular, permitindo Receptores com actividade enzimática a libertação pelas pequenas vesículas sinápticas. Múltiplo: permite uma acumulação citoplasmática de cálcio Classificação dos neurotransmissores: suficiente para a libertação pelas grandes vesículas sinápticas. Tipo I: Aminoácidos, como o glutamato, a glicina, responsáveis por 90% das sinapses do SN. Têm transmissão rápida Regulação da actividade receptora: Tipo II: incluem os neurotransmissores clássicos. Têm transmissão 1-)Dessensibilização: diminuiçaõ da resposta receptora do lenta e acções moduladoras. neurotransmissor após contínua exposição ao seu antagonista. Pode Tipo III: incluem os neuropéptidos, possuem actividade ser homóloga, activando-se a proteína A pela actividade do próprio moduladora. receptor, ou heteróloga, activando-se a proteína A por outros receptores. Transdução receptora: 1.1-)Para receptores acoplados a ionóforos: leva pelo menos 1-) Acoplamento do receptor a enzimas efectoras ou canais iónicos milisegundos e envolve uma alteração conformacional do receptor, através de proteínas G. não sendo dependente, mas podendo ser acelerado por fosforilação. 2-) Directa activação dos canais iónicos pelos ligandos 1.2-) Para receptores associados as proteínas G: leva dezenas de 3-) Receptores com actividade enzimática minutos envolve a desassociação do receptor com a proteína G e com efector, implicando a fosforilação. A libertação por exocitose: 2-)Down-Regulation: Diminuição da resposta após estimulação Pequenas vesículas sinápticas: a fosforilação da sinapsina I, crónica do tecido por agonista, com diminuiçaõ do número de aumentada pelo cálcio, permite a deslocação das vesículas para um receptores, acontecimento lento. Reflexo dos mecanismos de compartimento de libertação(zona activa) síntes/degradação dos receptores, variando com o seu tipo. Vesículas secretórias: ver capítulo da secreção neurotransmissora. Alternativamente, a administração de um antagonista pode reduzir a estimulação pelo agonista, com aumento do número de receptores à Regulação da libertação por receptores présinápticos: superfície – up regulation.