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TC – 3A2
Resumo: O presente artigo tem por objetivo apresentar um novo desafio para a concepção de
aprendizagem. Vivemos uma época que para muitos se configura como uma época de crise
resultante da fragmentação do conhecimento e da excessiva compartimentação disciplinar.
Para superá-la é preciso repensar o ensino das ciências. O objetivo desse ensaio é refletir
sobre o saber articulado como uma necessidade do ser humano e que a interdisciplinaridade
se mostra como uma nova possibilidade para o desenvolvimento das práticas pedagógicas,
ressaltando a importância da mesma como instrumento teórico-metodológico para auxiliar na
prática.Transformando o educador em um educador arrojado, com atitude de reconstrução
contínua, inovadora, com fundamentos teóricos sólidos, capaz de unir teoria e prática, com
autonomia e autodeterminação. Descrevendo uma experiência considerada inovadora,
desenvolvida mediante um programa de projetos educacionais, centrados nas necessidades da
realidade, possibilitando a transformação da educação e atendendo ao objetivo maior:
reconstrução do homem e do mundo por meio do resgate da cidadania.
Introdução
A década de 1980 caracterizou-se mais pela busca dos princípios teóricos das práticas
vivenciadas por alguns professores. A perspectiva era de superar essa dicotomia. Apesar disso,
a interdisciplinaridade continuou a se disseminar de forma indiscriminada, já que, de fato,
poucos professores a conheciam. Assim, nos anos de 1990, um grande número de projetos,
denominados interdisciplinares, surgiu ainda baseado no modismo sem fundamentação. Por
outro lado, apareceu, neste mesmo tempo, um processo de conscientização da abordagem
interdisciplinar, expressa no comprometimento do professor com seu trabalho e alimentada
pelas experiências e vivências rituais de sua arte (FAZENDA, 2002), anunciando
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possibilidades de, mais do que vencer os limites impostos pelo conhecimento fragmentado,
transformar essas fronteiras em territórios propícios para os encontros. É na arte de educar que
o professor interdisciplinar realiza sua “Grande Obra”. É a sala de aula um território favorável
aos encontros das mais diversas pessoas, possuidoras dos mais variados saberes, com outros
saberes, produzidos por outras pessoas. Nesses encontros as transformações acontecem
(transformação do conhecimento e transformação de cada um), e nos levam a outro nível de
realidade. Encontros e transformações estruturam o universo. Dos encontros surge a vida. Nos
encontros a vida se enriquece e se transforma.
Os tempos mudaram, os valores são outros, a cultura é cada vez mais globalizada,
exigindo uma mudança no perfil do cidadão e profissional apto a estar inserido neste novo
contexto social.
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sujeito integrado numa nova era, relacional, apto a viver em ambientes distribuídos de
informação ecologicamente conscientes e críticos de seu papel social num universo cada vez
mais globalizado, multicutural, sem as antigas fronteiras geográficas e de conhecimento.
Não é necessário abrir mão de valores, de iniciativas e métodos que funcionam, que
possibilitem o crescimento pessoal e intelectual dos aprendizes. Mas sim, revê-los sob um
novo olhar pedagógico, agregar valores, experimentar, sentir até onde a interdisciplinaridade
pode ajudar, acrescentar, melhorar a qualidade das relações professor – aluno, ampliar a busca
da informação, possibilitar a construção de um conhecimento multidimensional, multicutural e
preparar alunos a serem pessoas e profissionais centrados, com exigências sociais do milênio.
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Ivani Fazenda em estudos e pesquisas desenvolvidas sobre interdisciplinaridade deixa
claro que o número de projetos que se denominam interdisciplinares vem aumentando no
Brasil, seja em instituições públicas ou privadas.
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seus tempos, rituais e processos, de modo que ela possa efetivamente, estar voltada para
formação de sujeitos ativos, reflexivos, cidadãos atuantes e participativos.
Por isso, é importante ressaltar que torna-se cada vez mais importante a confrontação
de olhares plurais na observação da situação de aprendizagem. Essa percepção, por sua vez,
exige um planejamento conjunto que possibilita o desenvolvimento da realidade sob a ótica da
globalidade e complexidade, numa perspectiva holística da realidade, rompendo a divisão
hermética das disciplinas. Baseada nestas definições Fazenda (1993) nos diz que: “Perceber-se
interdisciplinar é juntar esforços na construção do mundo, desintegrando –se no outro, para
com ele, reintegrar-se no novo”.Exige, também, mudança de postura do professor, que sente a
necessidade de ampliar seus conhecimentos em áreas diversas. E isso não se restringe a
participar de um curso atrás do outro, mas estar atento aos conhecimentos, às oportunidades.
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Atualmente a interdisciplinaridade já é realidade em muitas escolas, para muitos professores
que tiveram, sobretudo, coragem para romper velhos paradigmas, aprendendo novas práticas
pedagógicas. Tiveram oportunidade de viver e exercer a interdisciplinaridade em sala de aula,
no curso que freqüentavam, exercitando-se nas práticas do aprender a aprender, do aprender a
ensinar e do aprender a estudar, enriquecendo a relação com os alunos, com o ambiente
escolar, com a comunidade e, quiçá com o mundo.
Prática Inovadora: Semana do Meio Ambiente na Escola Básica Dr. Ivo Silveira -
Consciência e Atitude Ambiental
Foi muito significativo para nossos alunos, e também para nós, professores, pois nosso
trabalho favoreceu e ajudou na compreensão das atividades elaboradas. Trabalhamos em
pequenos e grandes grupos, facilitando a integração em todo o processo ensino-aprendizagem.
Seguindo este ponto de partida, procuramos inserir atividades que levem a aluno a refletir.
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Partindo de situações concretas, cotidianas, das quais os alunos estabeleceram relações
pertencentes à realidade.
Para finalizar nosso projeto, reunimos todos os alunos (período matutino e vespertino)
juntamente com as autoridades municipais para juntos darmos o fechamento de nosso
trabalho. Foi muito gratificante e descobrimos vários talentos que no cotidiano escolar não
tivemos a oportunidade de conhecer.
Este foi mais um desafio e uma conquista para nós educadores, preocupados com o
desenvolvimento das práticas educacionais. Estabelecendo um processo de reflexão com
nossos alunos, conscientizando e sensibilizando a comunidade escolar, sobre as causas reais
dos problemas ambientais que a sociedade enfrenta. Todos ganharam com este projeto, alunos,
professores e escola, surgindo uma vontade imensa de aprender mais, e mais, e mais.
Considerações Finais
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É clara a necessidade da reconstrução de paradigmas, é sabido que o modelo que
concebemos está baseado na crença que o conhecimento é algo pronto, acabado, perfeito. O
aluno é visto como uma tábua rasa, uma folha de papel em branco, estruturada para atender
um mercado de trabalho superado. A conseqüência dessa visão em sala de aula é a
preocupação excessiva como treino de habilidades, com a memorização, com a repetição e a
imitação. Esta fragmentação não permitiu que os profissionais atendam as exigências do atual
modelo de produção. Que considera o conhecimento como uma construção constante e
permanente. Sendo assim, a interdisciplinaridade é uma nova consciência, um novo
comprometimento com a totalidade do conhecimento, a quebra de crenças e visões
fragmentadas que adquirimos ao longo de nossas histórias. Eis o desafio, o professor que
desenvolver trabalhos interdisciplinares deverá desembocar em coisas que eram impossíveis
de abordar em educação em anos atrás, como o amor e a beleza. Estamos certas de que por
meio das atividades interdisciplinares, os educandos poderão vivenciar enormes desafios e
adquirir uma formação plena que os tornará cidadãos críticos, analíticos, criativos, pensantes,
flexíveis e adaptáveis.
Referências
QUEIROZ, Tânia Dias; BRAGA, Márcia Maria Villanacci; LEICK, Elaine Penha. Pedagogia
de Projetos Interdisciplinares. São Paulo. Rideel 2001.
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TRINDADE, Laís dos Santos Pinto. Interdisciplinaridade: Necessidade, Origem e Destino.
Disponível em {“http: // www. cefetsp. br/edu/sinergia/ 6p6c.html”}, acesso em 11 de Agosto
de 2006.
i
Fala da professora Doutora Ivani Catarina Arantes fazenda no Congresso Interdisciplinaridade/Educação,1992
em Mato Grosso do Sul.
ii
Revista Nova Escola, maio de 1999.
iii
Fazenda, Ivani Catarina Arantes. Práticas Interdisciplinares na Escola. São Paulo: Cortez, 1993
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