Sei sulla pagina 1di 9

departamento de administraÇÃo

curso: graduação em administração


disc. teoria geral da administração i - 2006/2
prof. geraldo f. monteiro, m.sc.

o mundo dos negÓcios

administração, como uma atividade profissional, responsável pela condução ca;


organizações ao alcance dos objetivos empresariais, deve ser estudada e acima de tudo
praticada, somente após a plena compreensão do mundo dos negócios, dos seus valores, que
explicam e e—muitos casos até justificam a conduta do sistema empresarial. quando
administração é estudada e praticada como se fosse uma atividade neutra, apenas técnica,
como algo solto no espaç:. desprovida de valores, tanto o estudante como o praticante
(empresário, executivo, gerer.:e. etc.) agem com imaturidade e superficialidade no uso dos
seus instrumentos de trabalho. se— uma compreensão antecipada dos valores e
características do capitalismo, dos negócios, das motivações empresariais e de outros
atributos inerentes a atividade empresarial, dificilmente o indivíduo irá entender a
administração como uma atividade a serviço da empresa e da sociedade e muito menos irá
entender suas respectivas especialidades, como marketing. produção, finanças, recursos,
planejamento estratégico e todas as outras.

o que É um negÓcio

um negócio resulta numa empresa ou num conjunto de empresas, com uma


trajetória. cujo início brotou de uma ideia de criação da (s) empresa (s) para a produção e
comercialização de bens ou serviços, tendo em vista, o atendimento das necessidades
humanas, tecnicamente conceituadas como "mercado". outra característica de um negócio é o
fato dele diferir do ciclo vital dos indivíduos, pela possibilidade de poder se perpetuar através
dos tempos. os pioneiros, os criadores de grandes impérios, os administradores, executivos,
empregados, fornecedores, todos são mortais. mas uma empresa ou um grupo empresarial,
dependendo de como foi projetado e administrado pode ter uma vida muito longa, e esta
meta é um dos valores mais cultivados no capitalismo, isto é, a perpetuidade dos negócios.
assim, uma empresa está muito acima das pessoas, inclusive dos donos, justamente pela
capacidade dela ter condições de sobrepujar as limitações de vida. infelizmente, grande
parte do empresariado não pensa assim imagina a empresa, um empreendimento, como
sendo apenas dele e não também como uma propriedade social, pairando acima de sua
dimensão temporal e das vontades únicas dos acionístas e dirigentes.
quando, porém, a administração é falha (estamos nos referindo aos empresários e
executivos) a empresa morre, seguindo o mesmo destino da natureza humana. hoje, por
exemple. o brasil é um dos campeões do mundo em mortalidade empresarial resultante na
quase totalidade dos casos da incompetência dos dirigentes, apesar deles colocarem a
culpa. frequentemente, na tão decantada "conjuntura". um negócio é bem sucedido, quando os
valores e os fatores dele inerentes são administrados e usados, eficazmente em função de" um
momento,, de uma época e de um ambiente.
um negócio bem sucedido não brota do vácuo. a fórmula para os valores e fatores
empresariais se tornarem bem sucedidos é dosá-los e administrá-los em função do contexto
no qual se pretende operar o empreendimento.

valores empresariais
o mundo dos negócios tem seus valores próprios, como ocorre com qualquer outra
atividade humana, seja ela de docência, de medicina, dejornalismo, etc. e cada tipo de negócio,
tem seus fatores específicos de atuação, mesmo que a maioria destes fatores comum a todos
os empreendimentos. mas a natureza do negócio também condiciona os fatores a serem geridos.
o "valor" é um sentimento, um estado de espírito, uma maneira condicionante de se
ver a realidade, uma forma de agir e reagir diante do mundo exterior. todos os nossos
comportamentos são decorrentes dos nossos valores e consequentemente da nossa maneira
de ver a realidade. "não existe um mundo em si, mas muitos mundos humanos, de acordo
com as atitudes ou pontos de vista do sujeito existente". ademais, os valores são aprendidos na
trajetória de vida dos indivíduos dentro de uma determinada cultura ou sociedade junto a
fontes tais como, a família, a escola, a religião, o bairro de moradia, a cidade, os colegas,
os amigos, o clube, viagens e em vários outros locais, onde o indivíduo consolida a sua
estrutura básica de personalidade formada nos primeiros anos de vida junto a família e no
meio ambiente, onde nasceu.
dentro desta linha de organizações como fruto do trabalho humano tem os seus valores
adquiridos ao longo de sua vida, desde a fase de sua concepção por parte do pioneiro,
responsável pela sua criação, indo reciclando, inovando, modificando, agregando, substituindo
seus valores a medida, que ela vai se perpetuando na sociedade. imagine a força
institucional (conjunto de valores, características, etc.), que existe em grupos empresariais
tradicionais como arisco, votorantin e muitos outros. o que caracteriza basicamente, o
universo dos negócios são os valores económicos. o valor de medida do sucesso de um
negócio é o lucro. trata-se de um fator tradicional de avaliação e o primeiro a ser levado em
consideração, são relatórios anuais das empresas, inclusive as empresas públicas. em todos
eles, percebemos, que ern primeiro lugar, a direção da empresa se dirige aos acionistas e ao
público em geral, fazendo uma avaliação da conjuntura e em seguida fazendo referências se
a empresa teve "lucro" ou não. o lucro é tão importante para a vida da empresa que em
alguns balanços são publicados devidamente "trabalhos" para apresentar resultados de
lucratividade, mesmo tendo havido prejuízo na organização. nas reuniões de diretoria, nas
associações de classe empresarial, em depoimentos de homens de negócios, nas reivindicações
junto ao governo, as transações com fornecedores, bancos e outros setores públicos ligados a
empresa, a figura do lucro sempre está presente, seja de maneira manifesta, ostensiva ou
velada, isto é, defendido discretamente. É fundamental se entender, que a administração tem
um sério compromisso de conduzir a organização para alcançar lucro em suas atividades,
mesmo que, banque prejuízos por algum período de tempo, muitas vezes até como atitude
estratégica inteligente, visando alcançar outros objetivos, que no futuro poderão redundar em
lucros para a empresa. ademais, o lucro não deve ser visto como algo condenável. mas sim,
como resultado de um trabalho eficaz levado a efeito pela direção da empresa.
o lucro, no entanto, não é o único fator de sucesso de uma empresa, nem o único
valor predominante, nem o único, parâmetro de avaliação da empresa. há muitos outros
valores parâmetros a"rserem destacados principalmente se considerarmos o fato do
empreendimento empresarial ser fruto de uma obra humana, resultante do pioneirismo e
administração de homens, dotados de individualidades diferentes, trabalhando em
circunstâncias também diferentes. há, porém, outros valores e objetivos a serem considerados
na administração empresarial.
quando analisamos a vida das empresas, mesmo com os valores e objetivos económicos e de
lucratividade presentes, percebemos a existência de outros valores responsáveis pelo
surgimento e existência dos empreendimentos empresariais, tais como, desejo de realização,
desejo de poderes, motivação para o crescimento, aptidão para um determinado negócio ou ramo
de atividades, desafios, desejo de perpetuidade no mercado, valores éticos, morais,
políticos,culturais e uma gama enorme de outros valores subjetivos, muitas vezes até acima da
motivação económica, que estimularam homens de negócios a construírem empresas e grandes
impérios. valores oriundos da formação de personalidades empresariais diversas, que se
lançaram em empreendimentos, também com o objetivo de transformar em realidades muitos dos
seus sonhos e traços-de personalidade, mesmo tendo as suas vistas voltadas para a lucratividade,
inclusive como única alternativa do empreendimento se tornar viável. assim, devemos entender o
mundo dos negócios, como constituído por um conjunto de valores económicos e valores
subjetivos, sendo estes aprendidos pêlos empresários e pelas organizações em suas trajetórias e
experiências de vida. há também fatores contingenciais, que ampliam ou reduzem o elenco de
valores do empresário e das organizações. Às vezes, o indivíduo desejaria ter um pequeno
negócio, mas a natureza do empreendimento o exige, que ele se torne grande.
todo o universo empresarial tem no lucro o pilar básico sobre o qual ele assenta as suas
bases de sustentação. depois da insistência em caracterizarmos o lucro como o foco central na
gestão das empresas, vamos avançar o texto com a seguinte afirmativa: mesmo considerando o
lucro como o pilar básico da organização, a origem da empresa não e apenas económica. há uma
multiplicidade de outros valores e fatores responsáveis pela sua criação, desde causas económicas
até razões psicológicas alojadas nas profundezas do inconsciente dos empresários. fundamental,
entender este pormenor, para ficar convencido de que administrar uma empresa envolve uma
profunda compreensão de sua "cultura", formada por esta multiplicidade de causas, fatores.
valores, razões, determinantes de sua criação, desenvolvimento e perpetuidade. quando o
executivo não alcança este grau de compreensão da cultura da organização na qual trabalha, tem
todas as possibilidades de entrar em conflito com ela e de aplicar instrumentos gerenciais
conflitantes com a cultura vigente. a conquista do lucro, torna a empresa economicamente
viável, requer do executivo uma caminhada conjugada com ó padrão cultural da empresa, sob
pena dele defrontar com os valores nela existentes e não conseguir êxito em sua missão.
comum o indivíduo ser um brilhante executivo numa determinada empresa e fracassar em outra
por não ter tido a possibilidade ou a habilidade de se ajustar aos valores da organização. vamos
destacar alguns valores não económicos, subjetivos, também presentes nos empreendimentos,
que explicam o perfil da organização.
o valor "aptidão": - este valor tem um peso decisivo para uma pessoa colocar uma
empresa. aptidão, significando o pendor para uma determinada atividade, caracterizada pelo fato
do indivíduo gostar daquilo que faz. a aptidão, como satisfação de se fazer um trabalho, é um
valor cultural. um fazendeiro que tem um hotel fazenda, mesmo bem sucedido em seu
empreendimento, trabalha muito, dedica-se inteiramente ao seu negócio, porque ele gosta
daquele ramo de atividade. o negócio esta introjetado em seu sangue e isto ele aprendeu em sua
trajetória de vida, ou por influências externas ou pela decisão de querer se tornar um grande
hoteleiro. quando uma empresa é dirigida, sob a influência deste valor tem amplas
possibilidades de ser bem sucedida, pois o esforço do empresário se amplia para alcançar os
objetivos do negócio com satisfação pessoal. e se ele tiver liderança, consegue "motivar" todos
os executivos e empregados para a plena execução das tarefas da empresa.
o valor "poder" - o desejo de poder esta presente nas pessoas. o homem gosta de
exercer influência e controlar os outros. quando mais de uma pessoa se reúne, o
componente "poder" está presente. assim, é comum o indivíduo se tornar empresário,
colocar no negócio, motivado pelo desejo de exercer "poderes" na sociedade, tornando-se
poderoso, independente, controlando os outros, liberdade para ir e vir, dizer, criticar dar
empregos, ser endeusado, paparicado e uma série de outras demonstrações de aplausos e
referências para quem dispõe de poderes. e muitas vezes, o indivíduo descobre na construção
de grandes impérios, uma forma de exercer poder no ambiente, apesar do poder ser
exercido de outras formas, necessariamente a empresarial. para o administrador o
reconhecimento deste valor nas organizações e de fundamental importância, para ele se
conscientizar de que no poder da empresa aloja-se o grupo detentor do capital. quando a
empresa é muito grande, o poder em alguns casos se desloca para outros pontos da empresa.
mas é indiscutível em qualquer caso, a centralização dos poderes junto ao capital, onde se
localiza o poder de decisão da instituição. estamos nos referindo ao poder político, a
capacidade da direção da empresa em alterar os rumos da organização. o poder do executivo,
quando dispõe é de ordem funcional, em decidir sobre tarefas e atribuições a ele delegadas,
mas mesmo assim, sob as diretrizes emanadas da alta administração.
o valor da "realização": - o prazer do indivíduo ver um sonho seu se tornar
realidade, mediante a construção de uma empresa. ele por exemplo, sonha em ter um
grande parque temático e luta tenazmente para transformar este sonho em realidade.
mesmo ganhando muito dinheiro com o seu empreendimento, o seu prazer maior consiste
em observar o movimento da sua empresa, o tamanho dela, a entrada e saída de turistas. É
um valor próximo ao da "aptidão", mas aqui é algo, que transcende a simples aptidão para
conduzir um parque. ele se realiza com o empreendimento, com o tamanho, por ser o dono e,
principalmente, o criador daquele majestoso centro de lazer e diversão.
o valor "crescimento": - até por injunção do capitalismo, o empresário é forcado a
ser grande, sob pena de ser penalizado no mercado pela concorrência e não dispor de
poder de barganha junto aos públicos ligados a empresa. o crescimento está ligado a
capacidade da empresa em ter lucro, gerar recursos, conquistar mercados, incorporar
outras empresas, diversificar, etc.
mas do ponto de vista psicológico no íntimo, o empresário deseja ser "grande",
muitas vezes para preencher outras carências afetivas, tais como,- insegurança, libertar-se
da pobreza, no brasil podem ser explicados em função deste valor subjetivo. o crescimento,
indiscutível de qualquer razão de ordem psicológica, é um valor inerente a vida empresarial
e para este valor, o administrador deve voltar suas vistas com as mesmas preocupações, que
recomendamos para os objetivos de lucratividade. o crescimento está ligado a um outro
valor, que é o "desejo de perpetuidade no mercado".
e os valores morais? É possível haver Ética no mundo dos negócios considerando os valores
já comentados, como lucratividade, crescimento, desejo de poderes, de realização pessoal,
etc.? a resposta é afirmativa. É possível o mundo empresarial ser conduzido com Ética, com
postura moral, com lisura, com correção. e este é o melhor caminho para se ter um
capitalismo mais respeitável e constituir um diferencial muito positivo a favor das empresas, que
se comportam desta forma, principalmente nos dias de hoje, com uma enorme carência de
valores éticos em todas as atividades humanas. mas a possibilidade do empresário/executivo
conduzir as organizações sob valores éticos e morais está condicionada aos seguintes fatores: as
regras do jogo institucional estabelecidas na sociedade, especialmente pelas elites políticas,
o tamanho da empresa e os valores morais de origem dos pioneiros criadores do
empreendimento e dos acionistas principais. a Ética não existe no espaço, decorrente apenas
da simples e pura vontade do empresário. ela brota de uma conjugação de situações. hoje no
brasil, lamentavelmente, está difícil o empresário ser ético no sentido puro e bem
intencionado da palavra: visto que as regras do jogo estabelecidas, seja pelo poder político,
pela concorrência e por outras fontes são questionáveis para não se dizer anti-éticas. o
empresário, muitas vezes, quer pagar em dia1' todos os ~ seiis impostos, remunerar
adequadamente os trabalhadores, os fornecedores, conviver honestamente com a
concorrência e com a tecnocracia estatal. mas o que ele vê a concorrência não pagando os
impostos e em alguns casos até acobertada pelo fisco, o governo lhe tributando violentamente
como meio de arranjar recursos para aplicar em projetos mirabolantes e de retorno
questionável, pagando mal a mão-de-obra aproveitando uma situação de desemprego na qual
vive o país. e o empresário honesto, correio, bem intencionado começa a perder clientes, porque
infelizmente dada a sua honestidade, o preço dos seus produtos torna-se superior ao da
concorrência desonesta, que pelo fato de assim proceder tem condições de vender mais barato.
chamamos a atenção do leitor para o seguinte: não estamos advogando a postura anti-ética na
condução dos negócios. estamos simplesmente fotografando uma realidade, pobre de
valores morais e éticos pela qual esta passando o brasil (e grande parte do mundo) e, desta
forma reduzindo a margem de manobra do empresário honesto. e quando ele e pequeno (caso
da micro, pequena e até média empresa), ele é quase obrigado a fugir das obrigações legais
para sobreviver. quando é grande e muito capitalizada, com a empresa vivendo com
recursos próprios, as possibilidades para ele falar grosso., ser ético, honesto, cumprir com
suas obrigações são maiores. isto explica em parte a conduta de poucos empresários, que
dizem horrores das autoridades constituídas, dos banqueiros e nada acontece com eles. se eles
fossem pequenos, médio e mesmo grande, porém, estivessem na dependência do governo, há
muito tempo já tinham sido penalizados por causa do ético ou anti-ético. ha alguns poucos
empresários, que são estruturalmente desonestos, mesmo que o quadro institucional e o
tamanho da sua empresa permitissem ele ser honesto. são indivíduos, que a corrupção está
injetada no sangue. por outro lado, conhecemos outros, que mesmo enfrentando grandes
dificuldades adotam uma postura ética invejável.
a ética, portanto é possível e necessária no mundo dos negócios. até constitui um fator
de diferenciação em relação a concorrência e somos um defensor intransigente deste valor que
apresentamos como o melhor caminho para se ter um capitalismo mais humanizado. mas temos
a obrigação de alertar de que este valor está fortemente contaminado pelas regras do jogo
estabelecidas e por outros fatores citados neste texto. trata-se de um assunto tão controvertido,
que "Ética dos negócios", mesmo em vários países adiantados, ainda não constitui um estudo
especializado em administração. e somente há pouco tempo começa a aparecer uma literatura
sobre o assunto. a estas alturas o leitor, certamente poderá estar fazendo a seguinte pergunta:
reconheço as dificuldades para se gerir uma empresa do ponto de vista ético e com honestidade
dentro do quadro institucional vigente. e como devo proceder? em administração não há regras
prontas, nem receitas e fórmulas definitivas. o executivo deve se inspirar na prática para
adotar seus instrumentos de trabalho. teoricamente, podemos dizer que, mesmo enfrentando
muitas dificuldades, o executivo deve pautar o seu trabalho em cima de princípios éticos, morais
e de honestidade, mesmo que tenha a sensibilidade necessária de adotar esta postura
recomendada com inteligência, sabedoria, estratégias bem formuladas.
o valor "político": - a vida empresarial, como qualquer ato humano na face da terra,
inclusive na organização familiar, o valor "político" está sempre presente. na organização
familiar, a mais pura das organizações (pelo menos deveria ser), não existe a tão decantada
harmonia entre os familiares. o conflito na família esta presente ou de maneira manifesta,
ostensiva ou velada, isto é, embutido no cotidiano da convivência entre os membros da família,
mesmo sem aparecer e se revelar claramente. e este conflito é sempre administrado do ponto de
vista político, entendido como o "poder" que um exerce sobre o outro. as vezes o "poder" está
com o marido, noutros casos com a esposa, em outros com o filho mais velho e há casos, que
o filho mais novo detém o "poder" dentro deste tipo de organização. consegue até com
chantagem emocional, canalizar as atenções do grupo em torno da figura dele. assim, a tão
decantada harmonia familiar é obtida a partir de um jogo político no qual se alguém ganha
é porque alguém perde e esta "vitória" ou "derrota" é fruto das habilidades dos membros da
família em manipular eficazmente ou negativamente as variáveis políticas. a sociedade
humana é em sua totalidade um eterno jogo político entre vencidos e vencedores. a simples
compra de uma pacote turístico é um jogo político. de um lado o vendedor, querendo empurrar
o produto de qualquer maneira no cliente, usando os mais variados truques mercadológicos e
do outro o comprador, usando de outro elenco de truques para adquirir o produto em situações
micro e em organizações tidas como puras, como é a família. imagine como o mundo dos
negócios é fortemente contaminado pelo jogo político.
as empresas, principalmente as de grande porte, crescem fruto de lances políticos, da
capacidade dos seus dirigentes em saber manipular as regras do poder. o jogo político
aqui caracterizado, diz respeito as formas diferenciadas de expressão, pelo uso de caminhos
dos mais variados para a empresa crescer, sobreviver e vencer numa sociedade de
competição a qual tristemente esta dividida em "vencidos" e "vencedores", de uma
sociedade de classes, onde uns mandam e dominam mais do que outros. realidade dura,
porém não podemos deixar de retratá-la para quem tem ou terá a tarefa de administrar uma
empresa.
independente, de qualquer conotação, defendemos para a classe empresarial brasileira,
para os administradores profissionais, o amadurecimento de incorporar em seus
negócios o componente "político", como a arte de conduzir as organizações com a ótica de
estadistas, com uma visão ampla e abrangente da área de atuação dos negócios,
procurando relacionar a empresa com todos os públicos da sociedade, mormente os
públicos detentores da maior parcela de poderes, seja de natureza governamental,
política, militar, cultural, banqueiros, fornecedores, trabalhadores, lideres sindicais, etc.
esta conduta política, imprescindível à sobrevivência da empresa é de responsabilidade da
alta direção da organização, especialmente do conselho de administração e da presidência.
e diria até de toda a diretoria. as atribuições destes executivos de natureza política e
estratégica, procurando evitar tanto quanto possível c envolvimento com o operacional da
empresa, de responsabilidade de escalões inferiores. o valor "político" comentado diz
respeito a capacidade da organização em interagir, satisfatoriamente com o ambiente no
qual ele opera.
valor "cultural": - o padrão (nível de qualidade) dos negócios de uma sociedade esta em
função do padrão cultural da sociedade na qual os negócios são conduzidos, e do nível
cultural do empresário e demais dirigentes ínfluenciadores na formação da cultura da
organização. por "padrão cultural", estamos nos referindo ao grau de civilização, de
organização e expressão e de comunicação de um povo, cujo componente educacional é um
deles.
uma comunidade inculta, atrasada culturalmente, desorganizada, pobre de manifestações
culturais, de realizações, com um povo desmotivado, de horizontes limitados e conduzidos
por valores tradicionais, geralmente os negócios, os empreendimentos, as empresas desta
comunidade são pobres de espírito, são atrasados, míopes, mal administrados e altamente
vulneráveis.
quando o padrão cultural da comunidade é baixo, empresários e executivos se deixam
envolver-se por este baixo padrão, isto é, não costumam se reciclar periodicamente em
sociedades e ambientes mais desenvolvidos, eles costumam agir com elevado grau de
mediocridade, mesquinhez, com limitações e com outras distorções típicas de quem não
tem postura cultural evoluída. continuam reproduzindo os mesmos valores dos ambientes
não evoluídos (culturalmente), em que vivem.
aqui vale um esclarecimento. os empresários e executivos culturalmente atrasados cometem
falhas de conduta e de administração, não por maldade, mas por falta de alcance dos papéis,
que representam na sociedade. a falta de nível cultural, de hábitos civilizados os tornam
alienados da evolução da sociedade e da organização. são indivíduos, que buscam o lucro de
maneira predatória e não fruto de um trabalho construtivo, ético, sério, visando os benefícios da
sociedade e da própria empresa. não tem respeito pêlos empregados, encarando-os como simples
fatores de produção para serem explorados até ao esgotamento. falta nível para entender que
um empregado é um ser humano carente de necessidades psicossociais e participativas,
não podendo ser visto apenas como uma máquina ou uma variável económica. são
indivíduos que vivem de trambiques, enganando a deus e o mundo. o conteúdo das ideias e
das conversas é totalmente limitado, usando as mesmas soluções para problemas diferentes,
justamente pela falta de conhecimento de experiência mais avançadas em outras culturas. são
indivíduos, que não sabem se locomover em cidades grandes e em reuniões sociais se
comportam inadequadamente, por não terem assimilado outras formas de expressão. dada a
sua falta de cultura (que não significam necessariamente grau de instrução, diplomas ou ser
letrado, mas sim ser civilizado, o que pode ocorrer até com um analfabeto), comum este tipo
de dirigente entrar em pânico, quando é obrigado a enfrentar um desafio maior, novo ou
inesperado em relação aos seus desafios tradicionais, justamente pelo fato de não ter sido
preparado culturalmente para superar desafios, agir com autonomia, iniciativa, dando
respostas criativas, além do costumeiro. e ainda em decorrência da falta de cultura, os
negócios em lugar de se tornarem fontes de riquezas, de emprego, de desenvolvimento da
comunidade, do estado, de uma região e do país, se transformam simplesmente em
instrumentos predatórios a serviço de um grupo mínimo de proprietários de negócios, que
confundem o enriquecimento da empresa com o enriquecimento pessoal. para classificar este
padrão de comportamento, há uma máxima popular que diz: "a empresa vai mal, mas o dono
ou os donos vão bem".
há vários indicadores para o leitor avaliar as distorções de comportamento
empresarial, geradas pela falta de nível cultural. há casos do indivíduo ter uma empresa
vivendo em dificuldades, vulnerável endividada, mas ele continua tirando recursos da
empresa para investi: em casas suntuosas, iates, excessos de bens materiais, de mordomias,
vida social intensa e fútil tudo isto custeado pela empresa, muitas vezes construída com
recursos do governo e do povo. ainda em decorrência de sua pobreza cultural, cometem
atitudes anti-éticas justamente pela falta de alcance da gravidade de suas atitudes. e ter
uma elite empresarial, que encare os negócios, a empresa, os empreendimentos como
elementos de interação com a sociedade, a serviço desta, com alta responsabilidade social,
pois está ern jogo a vida de familiares de empregados, fornecedores, clientes e outros
públicos ligados a empresa e não a empresa encarada como um instrumento apenas a serviço
dos apetites insaciáveis dos donos.

caracterÍsticas

além dos valores citados anteriormente, o mundo dos negócios apresenta outras
características, que podem contribuir para o leitor aprofundar a sua compreensão sobre a
sua dinâmica de atuação.
algumas destas características são: a busca da racionalidade, da eficiência, a
impessoalidade, pela concorrência acirrada, ansiedade, vulnerabilidade, riscos e muitas
outras características, que diferencia o mundo dos negócios do universo das outras atividades.
e para se envolver nesta modalidade de atividade, o indivíduo precisa ter aptidão para
conviver com todos os valores citados e com as características acima mencionadas, além de um
grande preparo e muito treinamento para enfrentar os desafios que os negócios exigem. não é
qualquer pessoa, que se adapta a este tipo de atividade, como não é qualquer empresário
habilitado e motivado a escrever um livro, exercer a medicina, advocacia, ser motorista de
caminhão e muitas outras atividades, cujos valores e características não se coadunam com o
seu perfil de personalidade, motivações, individualidades etc. cada conjunto de atividades têm
seus valores e características próprias e o sucesso delas exige uma adequação do perfil do
indivíduo aos valores da atividade e muita competência para executar as tarefas inerentes a
estas atividades. vamos a um exemplo. o empresário enfrenta constantemente o "risco". para
ele isto é até um estímulo para mobilizar o seu potencial criativo, de realização, de
agressividade para transformar o "risco" em vitória, a tranquilidade, a vida mansa, para ele
muitas vezes é até inerente, enquanto que, esta tranquilidade é procurada por outras categorias
profissionais, como é o caso do funcionário público, que optou por um tipo de vida menos
trepidante. o empresário quando tem vocação para a sua atividade, chega a gostar da
concorrência, por. mais acirrada e ameaçadora, que ela seja. constitui uma oportunidade
para ele dar vazão a uma de suas características, que é o desafio, o jogo, o prazer da disputa.
vamos rapidamente conceituar algumas características:
racionalidade - constitui uma das metas procuradas pela empresa, que consiste em
realizar as tarefas com o mínimo de informalidade, seguindo os passos considerados
mais racionais, lógicos, visando obter o máximo da produtividade nas operações. o
empresário sonha com a racionalidade na conjugação de máquinas, homens, equipamentos,
recursos, para que se possa ter uma empresa operando com elevado padrão de eficiência.
eficiência x eficácia - conceitos debatidos com maior intensidade por parte do peter
drucker. a eficiência seria fazer as coisas certas, com o máximo de racionalidade. fazer as
tarefas corretamente. e a eficácia vem a ser a empresa fazer as coisas oportunas, no
momento certo, tendo em vista obter o máximo de resultados relevantes. didaticamente
diríamos, que a eficiência se volta para as operações internas da empresa e a eficácia para o
desempenho externo das organizações em suas interações com o meio ambiente.
impessoalidade - durante a jornada de trabalho, os indivíduos são administrados
pêlos papéis, cargos e funções que ocupam e representam. o supervisor acompanha o
trabalho do "atendente", com tarefas formais a serem executadas e não o "seu" joão
ocupante daquele cargo. antigamente, esta característica era levada as últimas
consequências. hoje, procura-se humanizar um pouco os ambientes de trabalho.
ansiedade, vulnerabilidade, riscos - de certeza no mundo dos negócios é mínimo.
sempre haverá uma faixa de riscos em qualquer investimento que se faz. claro que uns tipos
de negócios oferecem mais segurança de retorno do capital do que outros. o caso do setor de
alimentação é típico. mas qualquer tipo de atividade empresarial sempre haverão incertezas,
riscos, tornando os empreendimentos vulneráveis e os empresários e executivos ansiosos.
esta vulnerabilidade é reduzida, quando a empresa atua num campo ótimo de rentabilidade e
tem acima de tudo uma administração competente, que conduz a organização por caminhos
correios.

fronteiras

não há fronteiras para os negócios. para eles, o céu é o limite. dada a necessidade de
crescimento, de poderio, de acumulação de capital, dá mais valia, da racionalidade, de
aumentar o poder de barganha na sociedade, de reduzir o grau de incerteza e de riscos nos
investimentos realizados, o sistema empresarial tende abastecer suas fronteiras
indefinidamente. o caso das multinacionais é típico. comum a maioria delas operam em
centenas de países e em todos os continentes. ademais, toda a estrutura de poder da
sociedade está assentada no poderio económico. quanto maior a empresa, maiores as suas
possibilidades de dominar o ambiente e extrair dele as vantagens, que necessita para a saúde
da organização. o tamanho da empresa tern reflexos, portanto, na capacidade de
influenciação e de domínio da empresa, (quando a empresa ou o sistema empresarial e muito
grande), esta capacidade chega ao nível de formar valores e ideologias na sociedade em
benefício da empresa. pense na publicidade, criando a todo instante valores de consumismo,
conduzindo a população a consumir impulsivamente a produção industrial/empresarial. o
mundo dos negócios.interpenetra em todo o tecido social, as fronteiras físicas da ibm, ge,
gm, do bradesco são fáceis de serem delimitadas. impossível, porém, se delimitar as
influências, as ramificações destas e outras grandes organizações exercem na sociedade. e o
poderio económico/industrial do japão, que o habilita a negociar com as grandes potências,
pois caso contrário, o japão não seria sequer visto no mapa (do tamanho de sergipe e carente
de todos o.s_--recursos, menos de material humano que é de alta qualidade). o poderio do
parque empresarial de uma nação funciona como um forte poder de barganha nas relações
internacionais. ocaso dos estados unidos é típico no ocidente.
qualquer presidente de multinacional é facilmente recebido pêlos presidentes de
repúblicas, chefes de estado, fato que dificilmente ocorre com um empresário de pequeno e
médio porte. Ás vezes não é recebido nem por um tecnocrata de terceiro escalão, pois nas
relações de poderes ele pouco representa para a elite dominante. este e outros fatos referentes
a. condição de ser pequeno ou grande é que leva o mundo empresarial a procurar estender os
seus negócios de maneira ilimitada, pois quanto maior for o empreendimento, maiores
poderes o capital dispõe junto aos demais públicos da sociedade.

Potrebbero piacerti anche