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37 ANTIBIÓTICOS EM PNEUMOLOGIA

Dra. Maria Inês Bueno de André Valery


Médica Assistente do Serviço de Doenças do Aparelho Respiratório do HSPE-SP

Introdução Penicilina

Os antibióticos estão entre as drogas mais pres- As penicilinas foram os primeiros antibióticos
critas pelos pneumologistas, portanto o seu conheci- em uso na prática médica. Atuam através da inibição
mento é fundamental para a prática da especialidade. da formação da parede celular, interferindo na síntese
A escolha adequada da droga no tratamento das in- do peptideoglicam. As enzimas alvos chamadas pro-
fecções respiratórias é um dos fatores determinantes teínas – ligação – penicilina (PBP) são o local de ação
da evolução 1. dessas drogas.
Os efeitos terapêuticos dos antibióticos depen- Apesar da mudança de sensibilidade das bac-
dem da concentração versus o tempo no local da in- térias a penicilina, ela ainda permanece como droga
fecção 1. Inicialmente a droga parte do sangue para os eficaz para infecções produzidas por S. pneumoniae,
tecidos através da difusão passiva por gradiente de Streptococcus grupo A, B, C, e G, e para vários gru-
concentração. A concentração depende do fluxo pos de anaeróbios, inclusive Actinomyces sp.. 6
sangüíneo, da superfície vascular, dos níveis séricos do Possui várias opções:
medicamento, da ligação das drogas as proteínas
plasmáticas e da presença de poros capilares 1. A evo- Penicilina V (via oral) 500 mg (4–6 x ao dia)
lução do tratamento é resultado da interação contínua Procaína (IM) 300 –1200mg ao dia (em 2x)
1
da patogenicidade da bactéria, do padrão de sensi- Cristalina (EV) 12 a 24 milhões ao dia (em 6x)
bilidade e tipo de crescimento 1; do hospedeiro, da
integridade do seu sistema de defesa e da presença de Oxacilina
patologias de base 1; do antibiótico com seus
parâmetros farmacocinéticos e distribuição A oxacilina é uma penicilina semi sintética resis-
extravascular no local da infecção 2. tente a ação das penicilinases (β lactamases produzi-
Antes de iniciarmos com as drogas, devemos das pelo S. aureus), indicada para tratamentos de
conhecer o padrão de sensibilidade das bactérias em pneumonias estafilocócicas.
nosso meio. Vários levantamentos já foram realizados A oxacilina deve ser usada apenas por via
e apesar dos resultados serem conflitantes, fornecem parenteral, já que por via oral, a absorção é inade-
dados que nos auxiliam na escolha.Consulte as refe- quada.
rências3,4,5. Dose: máxima diária 12 g / d (4 x ao dia)

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Penicilinas de espectro expandido Indicação clínica:
No tratamento de infecções respiratórias produ-
Várias drogas foram desenvolvidas a partir da zidas por germes sensíveis, no tratamento empírico da
estrutura da penicilina, visando maior espectro de ação pneumonia nosocomial. O uso da ticarcilina é feito em
e melhorias das propriedades farmacológicas. associação a um aminoglicosídeo, aproveitando a ati-
vidade bactericida sinérgica dessas drogas contra bac-
Aminopenicilinas: térias gram negativas, prevenindo o desenvolvimento
Ampicilina e Amoxicilina de resistência. As carboxipenicilinas não devem ser
administradas simultaneamente na mesma via de aces-
Originalmente ativas para bactérias gram positi- so aos aminoglicosídeos por inativarem as drogas du-
vas (exceção S. aureus) e para algumas bactérias gram rante a infusão 6.
negativas como E. coli, H. influenzae.
A ampicilina possui boa atividade sobre o Ureidopenicilinas:
enterococo. mezlocilina, azlocilina e piperacilina
A ampicilina e a amoxicilina são disponíveis para
uso oral, com melhor absorção e facilidade posológica Sintetizadas a partir das aminopenicilinas, apre-
atingida pela amoxicilina, que apresenta melhor con- sentam maior espectro de ação e melhores proprieda-
centração em tecido pulmonar. des farmacocinéticas em relação as carboxipenicilinas.
Doses: As ureidopenicilinas penetram rapidamente pela mem-
Ampicilina: 1 a 4 g/d (VO) 4 x ao dia brana celular bacteriana e tem grande afinidade pelas
4 a 12 g/d (EV) 4 x ao dia PBP. 6
Amoxicilina: 1,5 a 3 g/d (VO) 3 x ao dia Propriedades farmacológicas
As ureidopenicilinas não são adequadamente ab-
Indicadas no tratamento das infecções do trato sorvidas por via oral, possuem vida média curta e são
respiratório superior e inferior adquiridas na comuni- eliminadas por filtração glomerular e secreção tubular.
dade produzida por germes sensíveis, sinusites, otite Na insuficiência renal as correções das doses utiliza-
média agudas e na exacerbação do DPOC leve. 6 das são pequenas, pois a excreção biliar aumenta e
em parte corrige essa deficiência 6
Carboxipenicilina: carbenicilina e ticarcilina Espectro
As ureidopenicilinas são: a mezlocilina, azlocilina
As carboxipenicilina foram desenvolvidas a par- e a piperacilina. Possuem menor ação sobre bactérias
tir da ampicilina, ampliando seu espectro de ação. gram positivas se comparadas a penicilina ou ampicilina.
A carbenicilina e a ticarcilina têm espectro de ação Atuam sobre bacilos gram negativos, Entero-
maior sobre bactérias gram negativas como bacteriaceae (mezlocilina = piperacilina > azlocilina)
Pseudomonas, Enterobactérias, Morganella, Proteus e Ps. aeruginosa (piperacilina > azlocilina >
e Providencia sp., sendo mais estável a ação das β mezlocilina). O Acinetobacter sp. e as Pseudomonas
lactamases. A ticarcilina é mais potente sobre Ps. não-aeruginosas podem ser sensíveis, com ação se-
aeruginosa do que a carbenicilina. Ambas as drogas melhante as carboxipenicilinas.
são disponíveis apenas para uso parenteral e são de As ureidopenicilinas atuam sobre a maioria dos
eliminação renal. anaeróbios. Apesar da excelente ação, não possuem
O uso da carbenicilina foi abandonado pelo alto estabilidade a ação de grandes quantidades de β
teor de Na que contém e por alterações plaquetárias lactamases e de β lactamases de espectro extendido.
associadas ao seu uso 6. Indicações clínicas
Indicadas no tratamento da pneumonia
Doses: nosocomial produzida por germe sensível ou no trata-
Carbenicilina 400 – 600 mg / kg ao dia mento empírico da pneumonia nosocomial geralmente
Ticarcilina 200 – 300 mg / kg ao dia associado a um aminoglicosídeo.

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Doses: 2 a 4 g (EV) 4 a 6 horas Os efeitos colaterais gastrointestinais são mais fre-
dose máxima: 24 g / d qüentes nesta associação (10%). 9
As ureidopenicilinas não devem ser administra- Indicações clínicas
das concomitantemente aos aminoglicosídeos na mes- Indicadas no tratamento das infecções do trato
ma via de acesso por risco de inativação das drogas. respiratório superior e inferior adquiridas na comuni-
dade, sinusite e otite média aguda, na exacerbação do
β lactâmicos associados a inibidores DPOC, nas pneumonias aspirativas e abscesso pul-
de β lactamases monar.
A associação amoxicilina + ac. clavulânico com
A resistência das bactérias aos β lactâmicos é a dosagem 875mg + 125mg para utilização 12 / 12 ho-
principal limitação ao uso dessas drogas. A combina- ras, propicia maior comodidade para o paciente, di-
ção desses antibióticos com inibidores de β lactamases minui a incidência de diarréia, efeito colateral comum
objetivam inativar essas enzimas, protegendo o anti- a essa associação. Deve-se fazer a ressalva que a ação
biótico principal da hidrólise, potencializando e ampli- bactericida dos β lactâmicos está diretamente associ-
ando seu espectro de atividade. ada ao nível sérico da droga e ao tempo que o mesmo
Atualmente, há três inibidores de β lactamases permanece acima do MIC, quanto maior o tempo maior
em uso: ac. clavulânico, sulbactam e o tazobactam. será a ação bactericida, períodos menores facilitam o
Todos são antibióticos β lactâmicos que possuem fra- desenvolvimento da resistência e aumentam o risco de
ca atividade antibacteriana intrínseca e são capazes de falência terapêutica principalmente em infecções se-
inibirem irreversivelmente as β lactamases. veras. 8, 9
O ac. clavulânico, é um potente inibidor das β
lactamases Richmond Sykes classe II, das β Sulbactam
lactamases do S. aureus e de vários anaeróbios. Não
possui ação contra cefalosporinases cromossômicas As β lactamases inibidas são semelhantes ao ac.
induzidas produzidas por cepas de enterobactérias e clavulânico. Atualmente estão em uso as associações
Pseudomonas. sulbactam e ampicilina, sulbactam e cefoperazona.
Demonstra sinergismo com vários β lactâmicos.
Atualmente estão em uso as associações: Ampicilina + sulbactam
Ac. clavulânico e ticarcilina
Ac. clavulânico e amoxicilina Amplia a ação da ampicilina sobre S. aureus pro-
dutor de β lactamases, H. influenzae, M catarrhalis,
Ac. clavulânico + ticarcilina E coli, Proteus, Providencia, Klebsiella e anaeróbios.
Os componentes são combinados na proporção
A associação melhora a ação da ticarcilina sobre fixa 2 : 1.
Staphilococcus produtor de β lactamase. O restante Dose usual: 1,5 a 3g cada 6 h
do espectro mantém-se inalterado. (1 a 2g de ampicilina)
As indicações clínicas são as mesmas da associ-
Ac. clavulânico + amoxicilina ação amoxicilina + ac. clavulânico.

A associação expande o espectro da amoxicilina Tazobactam


para S. aureus produtores de β lactamases, H.
influenzae com ou sem β lactamases, M. catarrhalis, O tazobactam, diferentemente dos outros
bacteróides, E. coli, Klebsiella e outras inibidores de β lactamases possui discreta ação
enterobactérias. 8, 9 antibacteriana. É um potente inibidor de β lactamases
do grupo 2 (classificação Bush) que incluem enzimas
Dose: 250 – 500mg de amoxicilina + 125 mg de mediadas por plasmídeos e algumas cromosso-
ac. clavulânico a cada 8 horas. micamente induzidas.

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Piperacilina + tazobactam rém com menor ação e maior custo em relação a peni-
cilina e derivados.
A associação piperacilina + tazobactam tem o As cefalosporinas de 1a geração mais utilizadas
maior espectro de ação e a maior potência dentre to- são:
das as associações de β lactâmicos e inibidores de β Cefalotina
lactamases. uso endovenoso dose: 2 a 12 g 4 x ao dia
O tazobactam não altera as propriedades Cefalexina
farmacológicas da piperacilina, é eliminado por via re- uso oral dose: 2 a 4 g 4 x ao dia
nal, necessitando de ajuste da dose na uremia. 7 Cefadroxil
Espectro uso oral dose: 1 a 2 g 2 x ao dia
A associação piperacilinatazobactam tem ativi-
dade semelhante ao imipenem, atua sobre S. aureus Cefalosporinas de 2a geração
meticilina sensível, estreptococos, sobre bactérias gram
negativas produtoras de β lactamases, Houve melhora acentuada do espectro das dro-
Enterobacteriaceae, H. influenza e M. catarrhalis. gas pertencentes a esse grupo. As cefalosporinas de
A atividade sobre Ps. aeruginosa não é alterada. 2a geração além de atuarem sobre os Streptococcus
Melhor ação sobre A. calcoaceticus. Atua sobre to- sp. e Staphylococcus aureus sensíveis a meticilina
dos os anaeróbios gram positivos e gram negativos. atuam sobre H. influenzae sendo indicadas no trata-
A piperacilina + tazobactam são utilizadas em mento de infecções do trato respiratório superior e in-
relação fixa de 8:1. ferior adquiridas na comunidade, tratamento de sinu-
Dose: 2.25 a 4,5 g cada 8 horas site e otite média aguda e no tratamento da exacerba-
Indicações clínicas ção do DPOC. As infecções por S. aureus sensíveis a
Pneumonia grave de comunidade, na suspeita da meticilina têm excelente resposta com essas drogas.
presença da Ps. aeruginosa, na pneumonia nosocomial As principais drogas deste grupo são cefaclor,
usada em associação a um aminoglicosídeo 7. cefuroxima, cefprozil e a cefoxitina. A maioria possui
boa absorção pelo trato gastrointestinal e são de eli-
Cefalosporinas minação renal. 10, 11 . Ver Tabela 1

As cefalosporinas são antibióticos bactericidas Cefalosporinas de 3a geração


que atuam através da ligação e da inibição de proteí-
nas específicas localizadas sobre a superfície interna As alterações estruturais que deram origem a esse
da membrana celular bacteriana. tipo de droga, ampliam seu espectro de ação sobre as
Há inúmeros medicamentos neste grupo em uso bactérias gram negativas, porém são menos ativas para
ou em desenvolvimento. As cefalosporinas são divi- as gram positivas. As cefalosporinas de 3a geração são
didas em gerações conforme seu espectro de ação. indicadas no tratamento empírico de infecções graves
adquiridas no ambiente hospitalar associadas a
Cefalosporinas de 1a geração aminoglicosídeos e nas pneumonias graves adquiridas
na comunidade em associação a um derivado
As cefalosporinas de 1a geração têm o espectro macrolídeo, no tratamento da exacerbação do DPOC
de ação em cocos gram positivos, S. pneumoniae, S. grave e no controle das infecções na fibrose cística.
aureus, Streptococcus sp. Não atuam sobre As cefalosporinas de 3a geração de uso parenteral
enterococo. Atuam em alguns gram negativos como mais freqüentemente utilizadas estão resumidas na ta-
E. coli, Klebsiella e alguns Proteus. bela 2. 12
A utilização das cefalosporinas de 1a geração em
infecções respiratórias restringe-se a pneumonia Uso parenteral
estafilocócica adquirida na comunidade e como op-
ção ao tratamento das infecções pneumocócicas, po- As cefalosporinas de 3a geração para uso oral

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Tabela 1
Droga Bactéria Dose

Cefaclor Streptococcus sp. 250 – 500 mg 3 x ao dia


S. aureus VO
H. influenzae

Cefuroxima (axetil) mais melhor ação S. aureus 250 – 500 mg 12 / 12 hs


resistente a ação das Streptococcus sp. disponível V O e E.V
β lactamases H. influenzae
M. catarrhalis

Cefprozil S. aureus 250 – 500 mg 12/12 hs - V O


Streptococcus sp.
M. catarrhalis

representadas neste capítulo são o pivoxil o cefetamet, As dosagens utilizadas são:


o proxetil cefpodoxima e a cefixime. As drogas pos- cefetamet 500 mg a 1 g 12 / 12 hs
suem de boa a regular absorção oral e de eliminação cefpodoxime 100 a 200 mg 12 / 12 hs
renal. cefixime 200 a 400 mg 12 / 12 a 24 hs
Apresentam como característica um amplo es-
pectro de ação bacteriana atuando sobre H.influenzae, Cefalosporinas de 4a geração
S. pneumoniae, M. catarrhalis, Enterobacteriaceae.
Não atuam sobre Ps. aeruginosa e apenas o As cefalosporinas de 4a geração apresentam um
cefpodoxime atua sobre o S. aureus sensível a novo avanço terapêutico com um amplo espectro de
meticilina. atividade. Como as cefalosporinas de 3a geração, atu-
Essas drogas podem ser indicadas no tratamento am sobre as bactérias gram negativas, inclusive Ps.
de infecções respiratórias graves, na terapêutica aeruginosa e diferentemente destas atuam sobre as
seqüencial as cefalosporinas de 3a geração de uso bactérias gram positivas. Possuem ação parcial sobre
parenteral e na exacerbação do DPOC grave. 13, 14 os anaeróbios ( cocos gram positivos, clostridium,

Tabela 2

Droga Ação Propriedades farmacológicas Dose


Cefotaxima Bacilos gram negativos excreção renal 2 a 12 g / d
Não atua Ps. aeruginosa necessita de ajuste 4 x ao dia
na Insuficiência renal

Ceftriaxona Bacilos gram negativos meia vida longa 1a4g/d


Não atua Ps. aeruginosa metabolização parcial hepática 1 a 2 x ao dia
não necessita de ajuste de dose

Cefoperazona Não atua bac gram negativos risco de hipoprotrombinemia 2 a 12 g / dia


atua Ps. aeruginosa não necessita de ajuste de dose 2 a 4 x ao dia

Ceftazidima mais ativa Ps. aeruginosa metabolização hepática 0.5 – 2 g


atua bacilos gram negativos excreção renal 2 a 3 x ao dia
não necessita de ajuste de dose
na insuficiência renal

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fusobacterium). Apenas o enterococo e o S. aureus de ação compreende cocos gram positivos:
meticilina resistente são imunes as cefalosporinas de Streptococcus grupo A e B, S. pneumoniae (inclusi-
4a geração. As melhoras estruturais que deram origem ve pen. resistente), S. aureus sensível a meticilina. O
as cefalosporinas de 4a geração representadas pelo S. coagulasse negativo sensível a meticilina e o E.
cefpirome e cefepime, tornaram as moléculas capazes faecalis são sensíveis porém com MIC elevado. O S.
de penetrar rapidamente para o interior da célula aureus meticilina resistente e E. faecium são resisten-
bacteriana. Possuem boa estabilidade a ação das β tes ao imipenem. As bactérias gram negativas são sen-
lactamases mediadas cromossomicamente e por síveis inclusive a Ps. aeruginosa. A Ps. cepacia e X.
plasmídeo. maltophilia são resistentes ao Imipenem. A ação so-
As cefalosporinas de 4a geração: cefpirome e bre anaeróbios é excelente semelhante ao metronidazol
cefepime são disponíveis para uso parenteral, são de e cloranfenicol. 19
excreção renal e necessitam ajuste na insuficiência re- Dose: 2 a 4 g / dia - 6 / 6 hs
nal. 15 A resistência bacteriana ao imipenem é secundá-
Cefpirome: 1 a 2 g 12 / 12 ou 8 / 8 hs ria a ação das β lactamases cromossômicas induzidas,
Cefepime: 1 a 2 g 12 / 12 ou 8 / 8 hs por alteração na membrana celular com mudanças no
O tratamento das infecções por Ps. aeruginosa, poro.
exige doses mais elevadas optando-se pelo intervalo
de 8 / 8 horas. Meropenem
A associação cefalosporina de 4a geração é
sinérgica com aminoglicosídeos O meropenem, outro derivado carbopenêmico,
Indicação clínica possui amplo espectro de ação sobre bacilos gram
As cefalosporinas de 4a geração são indicadas negativos, sendo discretamente superior ao imipenem.
para o tratamento empírico das pneumonias graves Sua ação sobre as bactérias gram positivas é discreta-
nosocomiais, geralmente em associação com um deri- mente inferior e sobre os anaeróbios é igual.
vado aminoglicosídeo, como opção terapêutica na Dose: 1,5 a 3,0 g /dia - 8 / 8 hs.
exacerbação de fibrose cística. 16,17 Há resistência cruzada entre as drogas. A asso-
ciação com aminoglicosídeo é sinérgica para bacilos
Carbapenem gram negativos. 18
O uso dos derivados carbapenêmicos está res-
Carbapenem é a classe de β lactâmicos bicíclicos trito as pneumonias nosocomiais graves. A indicação
com um núcleo carbapenêmico. Possui excelente ati- de sua utilização deve ser parcimoniosa pela grande
vidade antimicrobiana. Atualmente estão em uso o capacidade de indução de β lactamases que essas dro-
imipenem e o meropenem. gas possuem.

Imipenem Monobactam

O imipenem é derivado da tienamicina, isolada Os monobactam diferem de outros β lactâmicos


do fungo Streptomyces cattleya. A droga é quimica- porque possuem um núcleo monocíclico. O principal
mente instável, necessitando ser usada em associação representante é o aztreonam. 19
com a cilastatina. A cilastatina aumenta a excreção A estrutura do aztreonam possui alta afinidade
urinária do imipenem através da inibição da pelas PBP de bactérias gram negativas, não é absor-
dehidropeptidase na célula renal, diminuindo sua vido por via oral sendo utilizado apenas por via
toxicidade . A ligação preferencial do Imipenem é com parenteral. A excreção é renal, necessita de ajuste de
PBP2. dose na uremia e possui menor imunogenicidade que
O imipenem possui grande afinidade pelo local os demais. 19,21
alvo, estabilidade frente as β lactamases e penetra ra- Espectro
pidamente para o interior da bactéria. Seu espectro Atua em bactérias gram negativas com espectro

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semelhante aos aminoglicosídeos. Não atua em bac- cefpodoxime)
térias gram positivas e anaeróbios. Possui boa ação diarréia (penicilina, ampicilina,
para Enterobacteriaceae, H. influenzae e M. cefoperazona, cefuroxima,
catarrhalis. cefpodoxime, amoxicilina + ac.
Nos períodos iniciais de sua utilização apresen- clavulânico, ampicilina, cefuroxima)
tava boa ação sobre Ps. aeruginosa. Atualmente pelo colite pseudomembranosa
desenvolvimento de resistência, praticamente não a (ampicilina, cefuroxima,
possui. Não atua em Acinetobacter sp., X. cefpodoxime)
maltophilia e Ps. Cepacea. 19,21 elevação transaminases
Indicações clínicas (cefalosporinas, aztreonam)
O aztreonam tem as mesmas indicações que os alterações
aminoglicosídeos, nas infecções pulmonares produzi- renais: nefrite intersticial (meticilina)
das por bactérias gram negativas, no tratamento alterações
empírico ou etiologicamente comprovado associado a hidroeletrolíticas: hipopotassemia, sobrecarga de Na
penicilina, eritromicina, clindamicina ou derivado (carbenicilina, ticarcilina)
quinolônico. A vantagem da utilização do aztreonam é hiperpotassemia (pen G cristalina)
sua menor toxicidade, sendo uma boa opção em ido- síndrome dissulfiram-símile
sos e em pacientes com insuficiência renal, porém com (cefoperazona)
custo mais elevado. 19,21 alterações
Dose: 1 a 2 g 6 /6 a 8 / 8 hs neurológicas: convulsões (imipenem,
Efeitos colaterais meropenem, pen G cristalina)
Os β lactâmicos são drogas seguras que cursam
com baixos índices de efeitos adversos, raramente le- Super infecção (cefalosporinas 3a geração, 4 a ge-
vando a necessidade de suspensão da droga. ração, imipenem, meropenem, piperacilina +
Os efeitos colaterais dos β lactâmicos foram sin- tazobactam)
tetizados na lista abaixo, citando a droga que mais As reações alérgicas descritas com o uso de β
freqüentemente o produz. lactâmicos são: exantemas, anafilaxia grave, Steven-
Johnson, dermatite esfoliativa, etc. As mais importan-
alterações locais: flebite, dor no local da infusão tes reações são as mediadas por IgE por serem imedi-
reação alérgica: quadros dermatológicos, fe atas e potencialmente fatais. 20
bre induzida por droga, A incidência de reações anafiláticas é de 0,004%
anafilaxia, angioedema - 0,015% dos tratamentos com penicilina e a taxa de
hipersensibilidade cruzada mortalidade de 1:50.000 a 1: 100.000. A presença de
entre as cefalosporinas e pe reação alérgica mediadas por IgE e as reações cutâ-
nicilinas é descrita entre 1 a neas graves são contra-indicação ao uso dos β
5% dos pacientes lactâmicos. Há reação de hipersensibilidade cruzada
alterações descrita entre o imipenem e penicilinas e cefalosporinas,
hematológicas: anemia (penicilina), neutropenia não havendo entre estes e o aztreonam. 20
(penicilina, oxacilina)
granulocitopenia (oxacilina) Macrolídeos
disfunção plaquetária (carbenicilina,
ticarcilina) Os macrolídeos são antibióticos potentes, indi-
complicação hemorrágica (cefope- cados principalmente para o tratamento de infecções
razona, cefepime) das vias aéreas superiores e inferiores adquiridas na
alterações comunidade. A primeira droga deste grupo a ser utili-
gastrointestinais: náuseas, vômitos (amoxicilina + zada foi a eritromicina. A vida média é curta e a inci-
ácido clavulânico, cefuroxima, dência de efeitos colaterais gastrointestinais restringi-

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ram sua utilização. agalactiae e S. aureus meticilina sensível. Não atua
Caracteristicamente atingem boas concentrações sobre enterococo e S. aureus meticilina resistente. Atua
no interior de leucócitos polimorfonucleares, sobre algumas bactérias gram negativas como H.
macrófagos e linfócitos. Novas drogas foram desen- influenzae, M. catarrhalis e Bordetella pertussis.
volvidas a partir de mudanças estruturais da eritromicina Atua em Legionela, Clamídia e Micoplasma. 24
visando melhor ação, espectro e menores efeitos
colaterais. Claritromicina
Mecanismo de ação
Os macrolídeos atuam através da inibição da sín- Propriedades farmacológicas
tese proteica pela ligação a subunidade 50s do Antibiótico semi sintético, apresenta boa absor-
ribossomo, impedindo as reações de transpeptidação ção oral, meia vida prolongada que permite sua utili-
e translocação. 26 zação 2 vezes ao dia, é estável em meio ácido, poden-
Indicações clínicas: do ser ingerido com os alimentos. O principal
Os macrolídeos estão indicados no tratamento das metabólito da claritromicina é 14- hidroxiclaritromicina,
infecções do trato respiratório superior e inferior, como que possui atividade antimicrobiana. A eliminação é
opção aos alérgicos à penicilina, nas infecções causa- por via urinária, pela bile e fezes. Na presença de in-
das por Legionela, Micoplasma, Clamídia, na sinusite suficiência renal com depuração de creatinina <30 ml /
e otite média aguda, na exacerbação do DPOC e para min, há necessidade de ajuste da dose. 22, 24
erradicar estado portador da B. pertussis. 26 Espectro
A claritromicina é mais ativa do que a eritromicina
Eritromicina para os seguintes patógenos: Legionella sp., M.
catarrhalis, Clamídia e Micoplasma. Atua sobre o
Propriedades farmacológicas Micobacterium chelonae, M. chelonae abscessus,
A absorção da droga por via oral é irregular. A M. leprae, M. marinum, complexo M. avium e M.
eritromicina é instável em meio ácido, decompondo- fortuitum. 22, 24
se em substâncias sem atividade antimicrobianas. A Indicações clínicas
metabolização da droga é hepática e a eliminação ocor- Nas infecções das vias aéreas superiores e inferi-
re ativamente na bile. ores adquiridas na comunidade, nas associações com
Sua dosagem não requer ajuste na presença de outras drogas em esquemas para tratamento de
insuficiência renal. 26 micobactérias sensíveis 27.
Efeitos colaterais Doses: 250 – 500 mg - 12 / 12 hs
Os sintomas gastrointestinais são os efeitos Efeitos colaterais
colaterais mais comuns, caracterizados por: descon- Os sintomas colaterais mais comuns são náuseas
forto abdominal, náusea e vômito (30 %), diarréia (4 (3,8 %), diarréia (3,0 %), dores abdominais (1,9 %) e
%). Hepatotoxicidade é rara (<1 %), principalmente cefaléia (1,7 %). Raramente, pode ocorrer aumento
com a forma de estolato de eritromicina. A alteração dos níveis de transaminases e diminuição no número
das enzimas hepáticas quando ocorre, desaparece após de eritrócitos.
a suspensão da droga .A ototoxicidade é um efeito A claritromicina e a eritromicina inibem o meta-
colateral dose dependente, comumente reversível com bolismo da teofilina e da carbamazepina. Há interação
a suspensão da droga. com as drogas metabolizadas pela via do sistema do
As reações de hipersensibilidade como erupções citocromo P 450 como: teofilina, carbamazepina,
cutâneas, febre e eosinofilia são raras. Há interação anticoagulante oral, digoxina, ciclosporina, terfenadina,
com outras drogas como digoxina, alcalóides do ergot, astenizol, derivados do ergot e zidovudine. 22, 24, 25
carbamazepina, teofilina e warfarin. 26
Espectro Azitromicina
Atua sobre bactérias gram positivas
Streptococcus pyogenes, S. pneumoniae, S. A azitromicina é formada a partir da eritromicina.

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Essa alteração estrutural que origina a azitromicina dá colaterais que a eritromicina porém, em menor intensi-
origem a uma nova classe de drogas chamadas de dade.
azalide 22, 23. Dose: 150 mg - 12 / 12 hs
Propriedades farmacológicas Resistência microbiana
A azitromicina é um ácido estável, lipossolúvel, A resistência bacteriana a eritromicina é cruzada
atinge níveis teciduais superiores aos níveis séricos. em relação aos demais derivados. Essa resistência
Apresenta boa absorção por via oral, porém sofre in- pode ocorrer por alteração no local de ligação do an-
terferência com os alimentos e compostos que conte- tibiótico, pela ação de enzimas inativadoras (esterases)
nham Mg e Al. A meia vida terminal é maior que 40 que degradam a droga e pelo mecanismo de efluxo
horas. A principal via de eliminação é fecal 22. ativo. A resistência pode ser cromossômica ou medi-
Espectro ada por plasmídeos.
O espectro da azitromicina é semelhante a A claritromicina e a eritromicina inibem o meta-
eritromicina, porém sua ação sobre as bactéria gram bolismo da teofilina e da carbamazepina. Há interação
positivas é de 2 a 4 vezes menor. A potência sobre com as drogas metabolizadas pela via do sistema do
bactérias gram negativas é maior principalmente sobre citocromo P 450 como: teofilina, carbamazepina,
o H. influenzae, M. catarrhalis, H. parainfluenzae, anticoagulante oral, digoxina, ciclosporina, terfenadina,
Legionella, Clamídia. A ação sobre o micoplasma é astenizol, derivados do ergot e zidovudine. 24
menor. 23
Efeitos colaterais Quinolonas
Os efeitos colaterais são semelhantes: náuseas
(2,6 %), diarréia ( 3,6 %), dor abdominal ( 2,5 %), O ácido nalidixo descrito em 1962, foi o primei-
elevação TGO / TGP (ALT / AST) (1,5 %) e cefaléia ro quinolônico a ser utilizado. Sua atividade bacteriana
(1,3 %). é pequena e o desenvolvimento de resistência é rápi-
A azitromicina não interage com a teofilina, do, limitando a utilização. O núcleo do ácido nalidixo
warfarin ou metilpredinisolona. (núcleo naftiridone) é a base de inúmeros compostos
desenvolvidos a partir de substituições no núcleo.
Roxitromicina Mecanismo de ação
Atuam na girase do DNA envolvida na replicação,
Propriedades farmacológicas recombinação genética e reparo do material
A roxitromicina apresenta boa absorção oral, cromossômico.
porém sofre interferência com a administração con- As primeiras quinolonas de interesse em infec-
junta de alimentos, diminuindo-a. ções respiratórias em uso até os nossos dias são a
A roxitromicina possui vida média maior que a ciprofloxacina e a ofloxacina.28, 30
eritromicina, permitindo sua utilização a cada 12 ho-
ras. A principal via de eliminação é fecal, porém, ne- Ciprofloxacina e ofloxacina
cessita de correção da dose na presença de insufici-
ência renal. Propriedades farmacológicas
Espectro A ciprofloxacina e a ofloxacina são absorvidas
O espectro de ação é semelhante a eritromicina. por via oral (ofloxacina>ciprofloxacina), sendo afeta-
A roxitromicina possui metade da atividade sobre bac- das pela presença de antiácidos. A excreção é predo-
térias gram positivas e é 2 a 4 vezes menos ativa sobre minantemente renal na ofloxacina e hepática na
bactérias gram negativas como o H. influenzae e M. ciprofloxacina. Há resistência cruzada entre as dro-
catarrhalis quando comparada a eritromicina. A po- gas. Ambas disponíveis para uso oral e parenteral.
tência sobre Legionella e clamídia é semelhante a Espectro de ação
eritromicina. A ciprofloxacina e a ofloxacina atuam em bacté-
Efeitos colaterais rias gram negativas incluindo H. influenzae, M.
A roxitromicina apresenta os mesmos efeitos catarrhalis, enterobactérias e Ps. aeruginosa. A

Livro de Atualização em Pneumologia - Volume IV - Capítulo 37 - Página 9


ciprofloxacina é a droga mais potente para bacilos gram efeitos adversos graves: a temafloxacina por anemia
negativos e principalmente para Ps. aeruginosa. Ape- hemolítica autoimune, a trovafloxacina por hepatite ful-
sar de atuarem sobre bactérias gram positivas essa minante, a clinafloxacina e a sparfloxacina por
ação é marginal, havendo relatos de falência de trata- fototoxicidade e arritmias. 32
mento durante a utilização. A ciprofloxacina e a Indicações clínicas
ofloxacina não atuam sobre anaeróbios e apresentam A ofloxacina e a ciprofloxacina são indicadas para
excelente ação em patógenos intracelulares como o tratamento empírico da pneumonia adquirida no hos-
Legionella, Micoplasma, Clamydia e M. pital, com melhor ação da ciprofloxacina, geralmente
tuberculosis 28, 29, 31. em associação a um aminoglicosídeo, no tratamento
da exacerbação do DPOC grave e fibrose cística e no
Fluorquinolônicos tratamento de infecções graves pulmonares produzi-
das por germes sensíveis. 28, 30
Novas modificações no núcleo naftiridone deram As drogas mais recentes gatifloxacina,
origem aos derivados fluorquinolônicos. Estes amplia- levofloxacina e moxafloxacina são indicadas para o
ram sua ação sobre bactérias gram positivas. tratamento empírico das infecções das vias aéreas in-
Propriedades farmacológicas feriores adquiridas na comunidade, no tratamento da
Os fluorquinolônicos possuem boa absorção oral, sinusite e otite média aguda, nas infecções produzidas
eliminação renal e hepática ou somente hepática por micoplasma, clamídia e legionela, na exacerbação
(grepafloxacina). A meia vida é prolongada permitin- do DPOC e da bronquiectasia. 28, 29, 30, 31, 34
do a utilização a cada 24 horas. Todos os derivados A moxifloxacina e a gemifloxacina têm possíveis
têm a absorção oral diminuída na presença de antiáci- utilizações nas infecções pleuropulmonares produzidas
dos e preparados com cátion. Os antagonistas H2 e o por anaeróbios, aguardando melhores estudos. 33
omeprazol não interferem com a absorção.28, 34 A ciprofloxacina, a ofloxacina e provavelmente a
Espectro de ação moxifloxacina compõem esquemas de múltiplas dro-
A levofloxacina, a gatifloxacina e a gemifloxacina gas para o tratamento da tuberculose multiresistente e
possuem melhor ação sobre o pneumococo. A de outras micobacterioses. 30
moxafloxacina e a gemifloxacina têm melhor atuação
sobre os anaeróbios responsáveis por infecções Glicopeptídeos
pleuropulmonares. 29, 30, 31, 32
Efeitos adversos Antibióticos com maior potência para bactérias
Os efeitos adversos podem estar relacionados gram positivos.
com a estrutura química das drogas, como: a Há dois representantes atualmente em uso a
fotossensibilidade detectada durante o uso da vancomicina e a teicoplanina.
sparfloxacina. Os efeitos colaterais mais freqüentes são Mecanismos de ação
gastrointestinais: náuseas, vômitos, diarréia e dor ab- Atuam na inibição da síntese protéica da parede
dominal (1 a 4%). Alterações do sistema nervoso cen- celular, bloqueando as reações de polimerase e
tral: insônia, tonturas e cefaléia, ocorrem nas seguintes transpeptidação dos peptideoglicam. 35
freqüências: levofloxacina (1 a 2%), sparfloxacina Os glicopeptídeos atuam na segunda fase de for-
(2%), ciprofloxacina e grepafloxacina (6 a 9 %). Alte- mação da parede celular bacteriana, interferindo na
rações transitórias de enzimas hepáticas e icterícia síntese do RNA. As associações de glicopeptídeos e
podem ocorrer. Manifestações cardíacas: arritmias e β lactâmicos são sinérgicas por atuarem em seqüênci-
prolongamento do intervalo Qt são mais comum com as diferentes da síntese da parede celular.
a sparfloxacina. Artralgias, aumento de volume das A vancomicina possui pouca absorção oral, sua
articulações, tendinite e ruptura de tendão são raras. utilização é por via endovenosa. A via de excreção é
A grepafloxacina e a ciprofloxacina apresentam renal, necessitando de ajuste da dosagem na presença
interação com a teofilina e o warfarim. Várias drogas de insuficiência. A droga é pouco removida pela
tiveram sua utilização suspensa após comprovação de diálise.37

Livro de Atualização em Pneumologia - Volume IV - Capítulo 37 - Página 10


Espectro glicopeptídeos ocorre por alteração na formação dos
Atua sobre bactérias gram positivas, aeróbias e peptideoglicam sintetizados por outra via. Essa modi-
anaeróbias, inclusive S. aureus meticilina resistente, ficação ocorre por aquisição de transposons. 38
com atividade bactericida. Possui menor ação sobre o
enterococo, sendo esta apenas bacteriostática. Aminoglicosídeos
Dose: 1g a cada 12 horas (função renal normal)
Efeitos colaterais Mecanismo de ação
Prurido, alterações dermatológicas, tromboflebite, Atuam através da ligação irreversível com a uni-
febre, nefrotoxicidade e ototoxicidade são os efeitos dade 30s do ribossomo, interrompendo a síntese
colaterais mais comumente descritos.A síndrome do protéica.
homem vermelho descrita com a vancomicina está as- A passagem da droga para o interior da célula é
sociada a infusão rápida da droga, secundária a libe- dependente de oxigênio e de energia, portanto, a dro-
ração de histamina. O paciente apresenta eritema de ga não atua em condições de anaerobiose. A penetra-
tronco, prurido e ocasionalmente hipotensão. ção dos aminoglicosídeos para o interior da célula é
facilitada pela ação dos antibióticos que inibem a sín-
Teicoplanina tese da parede celular (sinergismo com β lactâmicos e
glicopeptídeos). 39
Propriedades farmacológicas Propriedades farmacológicas
Possui maior vida média, permitindo o uso a cada A absorção oral dos aminoglicosídeos é reduzi-
24 horas. Necessita de ajuste na presença de insufici- da, a excreção é por filtração glomerular sendo todas
ência renal. 37 as drogas dialisáveis e disponíveis para uso parenteral.
Espectro Espectro
Seu espectro de ação é semelhante a vancomicina Os aminoglicosídeos têm ação sobre bacilos gram
não atuando em Staphylococcus haemolyticus. A negativos. A amicacina atua sobre a Ps. aeruginosa.
teicoplanina possui maior ação sobre o enterococo A kanamicina, a estreptomicina e a amicacina atuam
quando comparada a vancomicina. 36 sobre M. tuberculosis. 40
Dose: 3 a 6 mg /kg. (400 m g/ d) uso intra- Indicação clínica
muscular ou endovenoso, dose única diária. Os aminoglicosídeos estão indicados no tratamen-
Indicações clínicas to de infecções pulmonares causadas por bacilos gram
Nas infecções produzidas pelo S. aureus meticilina negativos associados com outra droga como os β
resistente e S. coagulase positivo e negativo. A indi- lactâmicos ou derivados quinolônicos. A estreptomicina
cação terapêutica no paciente alérgico aos β lactâmicos é utilizada no tratamento da tuberculose pulmonar e a
no tratamento de infecções graves produzidas por ger- amicacina participando de esquemas de tratamento da
mes sensíveis. 35, 36 tuberculose multiresistente. 40
Efeitos colaterais A doses e indicações estão individualizadas no
A teicoplanina apresenta os mesmos efeitos quadro1, na próxima página:
colaterais que a vancomicina, porém em menor fre- Efeitos colaterais
qüência, principalmente a nefrotoxicidade. A Síndrome Os efeitos colaterais são freqüentes com o uso
do homem vermelho é rara. 35 dos aminoglicosídeos, principalmente a toxicidade ves-
Resistência bacteriana tibular (SM>G>T) e a toxicidade auditiva (AM, K).
A resistência bacteriana aos derivados Os efeitos colaterais são mais comuns em idosos e
glicopeptídeos tem aumentado nos últimos anos, prin- associados aos altos níveis séricos das drogas. O blo-
cipalmente a resistência do enterococo a vancomicina. queio neuromuscular e as reações dermatológicas são
Além do agravamento do prognóstico do paciente com raras. 41
infecção por este germe, há a possibilidade da disse- Resistência
minação deste mecanismo para outras espécies como A resistência bacteriana é cromossômica através
S. aureus meticilina resistente. A resistência aos de enzimas modificadoras dos aminoglicosídeos, po-

Livro de Atualização em Pneumologia - Volume IV - Capítulo 37 - Página 11


Quadro1
Droga Dose Efeito colateral Indicações

Estreptomicina 15,0 mg / kg / dia alteração vestibular Tuberculose pulmonar


alteração renal

Gentamicina 3,0-5,0 mg / kg / dia alteração vestibular Infecções enterobat sensíveis


alteração renal Ação Acinetobacter

Tobramicina 3,0-5,0 mg / kg / dia alteração vestibular Infecções enterobat sensíveis


alteração renal Ação Acinetobacter

Amicacina 15,0 mg / Kg / dia alteração vestibular Infecções enterobat sensíveis


alteração renal Ação Ps. aeruginosa

Netilmicina 3,0-5,0 mg / kg / dia alteração vestibular Infecções enterobat sensíveis


alteração renal Negativa Ps. aeruginosa

dendo ser mediada por plasmídeo. 41 Na


Pseudomonas sp. a resistência ocorre também por Quinupristin/dalfopristin
alteração da permeabilidade da membrana a droga. 41
A administração do aminoglicosídeo em uma única A associação quinupristin (streptogramínea B)
vez, produz maiores concentrações da droga na se- mais dalfopristin (streptogramínea A), na proporção
creção brônquica e no fluído alveolar do que a atingi- 30:70, é um antibiótico ativo para bactérias gram po-
da em múltiplas dosagens. sitivas.
Os aminoglicosídeos são capazes de suprimir o Mecanismo de Ação
crescimento bacteriano por um período prolongado Atua através da inibição da síntese protéica
após a queda do nível sérico (fenômeno é denomina- bacteriana por alteração no ribossomo 50s. Apresen-
do Efeito pós antibiótico). ta reação cruzada aos macrolídeos, lincosaminas pela
A toxicidade renal e auditiva está associada a ní- ação no mesmo local O efeito pós-antibiótico é pro-
veis séricos persistentemente elevados, com passagem longado. As drogas são de uso parenteral. 42
de concentrações significativas da droga para o interi- Espectro
or desses sistemas. Atuam em bactérias gram positivas: S. coagulase
O mecanismo de transporte dos aminoglicosídeos negativo, Enterococcus faecium, S pneumoniae,
para o sistema vestibular é saturável. Concentrações pneumococo resistente a penicilina, S. pneumoniae
séricas elevadas que ocorrem com o uso de múltiplas resistente a eritromicina e S. aureus resistente a
doses aumentam a concentração da droga no sistema meticilina. 42
vestibular propiciando o aparecimento dos efeitos Indicação
colaterais. O uso de dose única mantém o efeito Nas infecções nosocomiais graves produzidas por
supressor bacteriano e menor toxicidade. 40, 41 bactérias sensíveis e em pacientes que não toleram β
lactâmicos e glicopeptídeos.
A associação com outros antibióticos como de-
Streptogramíneas rivado aminoglicosídeo (gentamicina) ou com
vancomicina parecem ter efeito sinérgico na ação so-
As streptogramíneas são um grupo de drogas re- bre E. faecium. A associação quinupristin / dalfopristin
lacionadas as lincomisinas e macrolídeos. com vancomicina parece ser sinérgica para SAMR. 42

Livro de Atualização em Pneumologia - Volume IV - Capítulo 37 - Página 12


Resistência bacteriana Propriedades farmacológicas
Ocorre por inativação da droga por enzimas e Boa absorção oral, eliminação fecal. Boa con-
alteração do transporte através da membrana centração na orofaringe. Preserva o estreptococo α
bacteriana. hemolítico, favorável do ponto de vista ecológico, pro-
tegendo contra a colonização da orofaringe por
Oxazolidinonas enterobactérias. 44
Espectro de ação
As oxazolidinonas são uma nova família de dro- Atua principalmente em patógenos respiratórios
gas com ação preferencial em bactérias gram positi- cocos gram positivos, pneumococo sensível e resis-
vas. tente aos macrolídeos, H. influenzae, M. catarrhalis,
Legionella sp., Clamidia sp., Micoplasma sp., al-
Linezolide guns anaeróbios como B. fragilis, Clostridium e co-
cos anaeróbios gram positivos. 44
Mecanismo de ação Dose: 400 mg /dia
Inibe a síntese protéica, liga-se ao ribossomo em Efeitos colaterais
local próximo ao do cloranfenicol, competindo com a O efeitos colaterais mais comuns são sintomas
lincomicina. O linezolide possui ação bacteriostática43. gastrointestinais como alteração do paladar e diarréia.
44
Propriedades farmacológicas
O linezolide é disponível para uso oral e
parenteral. Possui meia vida de 5 a 7 horas e é excretada Cloranfenicol
por via renal e não renal
Espectro Mecanismo de ação
O espectro de ação do linezolide é sobre bacté- Inibição da síntese protéica da bactéria pela liga-
rias gram positivas. Atua em enterococo, S. aureus M ção com a subunidade ribossômica 50s. 45
R, Pneumococo resistente a penicilina, Enterococcus Propriedades farmacológicas
faecium resistente a vancomicina. 43 Boa absorção oral. A droga é metabolizada pelo
Indicação fígado e excretada na urina. Atinge concentrações ade-
Nas infecções nosocomiais graves produzidas quadas em todos os tecidos e líquidos.
pelos germes citados anteriormente. 43 Espectro de ação
Resistência bacteriana Atua em S. pneumoniae, H. influenzae, M.
Ocorre por alteração no ribossomo. O linezolide catarrhalis, algumas enterobactérias, X.. maltophilia,
não tem resistência cruzada com outro antibiótico. 43 bactérias anaeróbias. 45
Efeitos adversos Indicação
Os efeitos adversos mais comuns são diarréia, O cloranfenicol pode ser usado na terapêutica de
náuseas e cefaléia. Pode produzir inibição da infecção produzida por anaeróbios, pneumococo, H.
monoaminoxidase e toxicidade na medula óssea, se- influenzae, e na exacerbação DPOC. Droga com custo
cundária a inibição da síntese protéica. 43 reduzido. 45
Dose: 1 a 2 g / d
Ketolides doses orais e parenterais são iguais, divididas em
4 tomadas
Nova classe de antibióticos derivado da dose máxima 4 g / d
eritromicina A, relacionada aos macrolídeos. Efeitos colaterais
O efeito colateral mais grave é a anemia aplástica
Telitromicina (3647, 3004) que ocorre relacionada a dose (> 4 g /dia) e é reversí-
vel ou idiossincrásica (rara 1 caso para 40.000) não
Droga similar a clindamicina. Inibe a síntese relacionada a dose e geralmente irreversível. O uso da
proteica por ligação na subunidade 50s. 43 droga deve ser evitado no recém nascido pelo risco

Livro de Atualização em Pneumologia - Volume IV - Capítulo 37 - Página 13


de síndrome cinzenta (alteração gastrointestinal, neural Actinomyces, entre outros. 45
e morte). Os efeitos gastrointestinais e alterações neu- Doses: tetraciclina 250 – 500 mg cada 4 horas
rológicas são raros. doxiciclina 100 mg cada 12 horas
minociclina 200 mg dose inicial, após,
Clindamicina 100 mg 12 / 12 horas.
Indicações clínicas
Mecanismo de ação A tetraciclina é a primeira opção terapêutica na
Atua através da ligação a subunidade 50s do actinomicose e como opção nas pneumonias produzi-
ribossomo, inibindo a síntese protéica. das por Micoplasma, Clamidia sp e Legionella sp. 45
Propriedades farmacológicas Efeitos colaterais
Droga com boa absorção oral, não sofre interfe- Os efeitos colaterais mais comuns são as altera-
rência com os alimentos. É metabolizada no fígado e ções gastrointestinais, principalmente diarréia e a
excretada na forma inativa na urina. fotodermite. A tetraciclina não deve ser utilizada em
Espectro recém nascidos (produz descoloração do dente e re-
Atua sobre cocos gram positivos com exceção tardo de crescimento) e em gestantes.
do enterococo e SAMR; excelente ação sobre
anaeróbios. Sulfametoxazole + Trimetoprim
Doses: 150 – 450 mg de 6 – 8 / 8 horas (V. O.)
500 – 600 mg de 6 – 8 / 8 horas (E. V.) As drogas sulfametoxazole e o trimetoprim são
Indicações clínicas uma associação sinérgica bloqueando seqüencialmente
A clindamicina está indicada nas infecções pul- a síntese do ácido fólico, interferindo na produção
monares produzidas por anaeróbios, como opção te- bacteriana das purinas. Ambos são sintéticos e a me-
rapêutica aos derivados da penicilina na infecção res- lhor ação ocorre quando são utilizados em uma com-
piratória inferior e superior produzidas por cocos gram binação fixa de 5 SMZ : 1TMP.
positivos. Propriedades farmacológicas
Efeitos colaterais As drogas possuem boa absorção oral. A
Os distúrbios gastrointestinais são os efeitos excreção se faz por via hepática e renal. Na presença
colaterais mais comuns. A diarréia pode ocorrer em 2 de insuficiência renal, é necessário o ajuste das doses.
46
a 20 % dos pacientes e a colite pseudomembrosa é
rara. 45 Espectro
Originalmente, o espectro de atividade bacteriana
Tetraciclinas da associação SMZ + TMP era amplo com boa ação
em Streptococcus grupo A, B, C e G, S. pneumoniae,
Mecanismo de ação S. aureus sensível a meticilina, M. catarrhalis,
Inibição da síntese protéica pela ligação com o Pseudomonas cepacea, X. maltophilia,
ribossomo na subunidade 30s. 45 Micobacterium scrofulaceum, M. marinum, M.
Propriedades farmacológicas kansasii, Nocardia sp., Pneumocistis carinii, Ps.
A absorção pelo trato gastrointestinal é incom- pseudomallei.
pleta, sofre interferência na presença de antiácidos e Indicações clínicas
ferro. A droga é de metabolização hepática e excreção Originalmente a associação SMZ + TMP era
renal e fecal. 45 indicada para inúmeras infecções. Com a dissemina-
Espectro ção da resistência, o risco de falha terapêutica tornou-
Originalmente, essas drogas apresentavam um se elevado. Atualmente suas indicações são na
perfil bacteriológico amplo, atuando sobre profilaxia e tratamento das infecções produzidas por
Streptococcus grupo A, B. C, S. pneumoniae, H. P. carinii e nas infecções por Nocardia sp. Outras
influenzae, M. catarrhalis, Legionella sp., Clamidea opções para utilização dependem do padrão de sensi-
pneumoniae e Mycoplasma sp., anaeróbios: bilidade bacteriana do local ou área onde ocorre o

Livro de Atualização em Pneumologia - Volume IV - Capítulo 37 - Página 14


quadro, havendo sensibilidade pode ser usada no tra- de falência terapêutica.
tamento da exacerbação da bronquite crônica, sinusi- Dose: 1 a 1.5 g / d, EV, devendo ser infundida
te e otite média aguda. 46 durante 1h. Não há ajuste de dose na insuficiência re-
As doses usuais são: 80 TMP + 400 SMZ que nal. Os níveis séricos se elevam na insuficiência hepá-
representam 1 comprimido. Administrar 2 comprimi- tica. 47
dos 12/12 horas. No tratamento das infecções por Efeitos colaterais
Pneumocystis carinii a dosagem é de 20 mg / kg / d O metronidazol tem potencial mutagênico. Deve
de TMP e 100 mg / kg / d de SMZ. ser evitado no primeiro trimestre da gravidez. Os efei-
Efeitos colaterais tos colaterais mais comuns são náuseas, sabor metáli-
A intolerância gastrointestinal é representada por co, diarréia, intolerância ao álcool (efeito símile ao
náuseas, vômitos e anorexia, ocorrem em 3,5 %, são dissulfiram), neuropatia periférica, reação alérgica
os efeitos colaterais mais comuns, outros são erup- cutânea, alterações hematológicas (neutropenia), alte-
ções cutâneas (3,5 %), hepatotoxidade e alterações rações SNC (cefaléia, tontura e convulsões). 47
hematológicas. Os efeitos colaterais são mais freqüen- Resistência bacteriana
tes nos pacientes com AIDS. As drogas devem ser Apesar dos avanços no desenvolvimento de no-
evitadas na gravidez. 46 vas drogas e no conhecimento das infecções, a resis-
Interação das drogas tência aos antibióticos ocorre aumentando o tempo de
A associação SMZ + TMP aumenta o nível sérico permanência hospitalar, a mortalidade dos pacientes e
da difeniltoina, warfarin e sulfaniluréias porque dimi- os custos do tratamento. As bactérias possuem vários
nuem o metabolismo hepático. 46 mecanismos genéticos de resistência aos antibióticos.
Resistência bacteriana Esses mecanismos podem ocorrer por mutação
A resistência tem aumentado nas últimas déca- cromossômica, expressão da resistência genética de
das mediada por plasmídeos e transposons e é princi- cromossomo latente, aquisição de novo material ge-
palmente cromossômica. 46 nético. 48, 49
As informações contidas no material genético re-
Metronidazol cebido permite a bactéria o desenvolvimento de resis-
tência por diferentes vias como: produção de enzimas
Mecanismo de ação inativadoras ou que destrõem o antibiótico, alteração
Atua pela redução dos grupos nitro na bactéria, do sítio de ação da droga e inviabilização do acesso
formando metabólicos tóxicos que rompem o DNA da droga ao local de ação 48, 49. Exemplificaremos al-
bacteriano. guns tipos de resistência para melhor ilustração.
Propriedades farmacológicas A principal forma de resistência aos antibiótico β
Possui boa absorção oral, cerca de 80% da dose, lactâmicos é pela produção de β lactamases. As β
a via principal de eliminação é renal. A metabolização lactamases são enzimas envolvidas na regulação da
é hepática. O metronidazol possui boa distribuição nos síntese da parede celular, podem ser produzidas após
tecidos e é dializável. 47 a exposição do microrganismo a um antibiótico β
Espectro lactâmico qualquer, a partir da expressão das β
Atua nas bactérias anaeróbias, mais ativo contra lactamases cromossômicas. Os antibióticos β
bacilos anaeróbios gram negativos (B. fragilis, lactâmicos são indutores de β lactamases, principal-
Fusobacterium), a ação sobre cocos gram positivos mente a cefoxitina e os derivados carbapenêmicos. 49
anaeróbios é variável. Não atua Actinomyces. A resistência aos carbapenêmicos é mais com-
Indicação plexa, ocorre por alteração da permeabilidade da
Está indicado no tratamento na pneumonia membrana celular, perda do poro e por super produ-
aspirativa, abscesso pulmonar ou outra infecção pul- ção de β lactamases.
monar por anaeróbios completando o espectro de A resistência bacteriana aos quinolônicos ocorre
outras drogas como a penicilina. Não deve ser usado por mutação simples na bactéria, parcialmente sensí-
como droga isolada por seu espectro reduzido e risco vel, após a exposição a droga. A mutação simples pro-

Livro de Atualização em Pneumologia - Volume IV - Capítulo 37 - Página 15


duz uma diminuição de sensibilidade (aumento do infections”Journal of Antim Chemoth 2000; 45: 191-203.
MIC). Na resistência a alteração ocorre no sítio alvo 6. Wrigt a, Wilkonske C. J. “The penicillins”Mayo Clin Proc
1987; 62: 806-820.
da DNA girase ou da topoisomerase. A resistência a 7. Sanders Jr W. E., Sanders C. C. “Piperacillin/ Tazobactam: a
ciprofloxacina e a ofloxacina são coincidentes e não critical review of the evolving clinical literature” Clin Inf Dis
necessariamente ocorrerá para os fluorquinolônos. A 1996; 22: 107-23.
resistência a estes exige a alteração da DNA girase e 8. Veslemes G. M., Hadjstaurov C. “Treatment of lower
da topoisomerase. 50 respiratory tract Infections with Amoxycillin/ Clavulacnic acid
in adults” The Journal of Inter Med Research 1993; 21: 98–
O uso de fluorquinolônos, por seleção, produz 101.
microrganismos com alteração na parede celular e nos 9. Neu H. C., Wilson A P. R., Grüneberg R. N. “Amoxycillin/
poros. A alteração dos poros leva a resistência aos β Clavulanic Acid a review of its efficacy in over 38.500 patients
lactâmicos, portanto deve-se evitar dessa associação from 1979 to 1992” J. of Chemoth 1993; 5 (2): 67–93.
de drogas. 50 10. Brande P. V., Vondra V., Vogel F., Schlaeffter F., et al
“Sequencial therapy with cefuroxime followed by cefuroxime
A prevenção ao desenvolvimento da resistência axetil in community – Acquired pneumonia” Chest 1997; 112:
exige o controle e racionalização ao uso de antibióti- 406–15.
cos, que devem ser utilizados em doses adequadas 11. Thornsberry C. “ Review of the in vitro antibacteria activity
(concentrações subinibitórias facilitam a expressão da of Cefprozil, a new oral cephalosporin ” Clinical Inf. Dis 1992;
resistência), duração correta e utilizando associações 14 ( suppl 2): S189-94.
12. Yang J. , Grossman R. F. “ New antibiotics for community-
sinérgicas em infecções graves. O conhecimento do Acquired pneumonia ” Seminars in respiratory and critical
padrão de sensibilidade e a freqüência das bactérias care med 1996; 17 (3): 243-253.
em cada localidade permite o uso direcionado das dro- 13. “Cefpodoxime proxetil–A new oral a cephalosporin” The
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